barítono José de Freitas

JOSÉ DE FREITAS

José de Freitas, de nome completo José Cirilo de Freitas Silva, nasceu na Madeira e foi padre da Congregação da Missão (Padres Vicentinos). Já depois de padre, estudou nos conservatórios do Porto e de Lisboa, onde concluiu o Curso Superior de Canto com excelente classificação. Em 1978 tornou-se artista residente do Teatro Nacional de São Carlos onde se estreou com Schaunard em La Bohème. Foi intérprete de importantes papéis de barítono e de baixo-barítono em Portugal e no estrangeiro. Foi também diretor de coros e compositor de cânticos litúrgicos.

ENTREVISTA

Qual foi o primeiro momento em que se lembra de ter tido consciência de que a música era importante para si?

O primeiro momento?! Preferiria falar de uma pequena série de momentos… Concretizando: No meu 5º ano do seminário (hoje 9º ano), cerca dos 16 anos, quando a chamada “mudança de voz” era já algo acentuada, o meu ilustre professor de música, Padre António Ferreira Telles, poucos dias após ter-me convidado para tocar harmónio em algumas cerimónias litúrgicas (ele era o harmonista oficial, obviamente) e pedir-me para, alternadamente com outro colega, iniciar os cânticos na liturgia (o equivalente a solista), veio falar comigo na véspera da festa do Padroeiro do seminário (S. José), e disse-me: “Confio muito em ti para “segurares” a 4ª voz na missa solene de amanhã.” Ora aí tem um “puzzle” com bastante significado na minha “consciência musical” de jovem seminarista…

Quais os professores que mais o influenciaram no tempo de seminário?

Vou referir-me apenas a professores de música, obviamente. Desde os primeiros anos, tive uma veneração especial por um ilustre mestre, muito “sui generis”, mas muito competente e sabedor: o Padre António Ferreira Telles, a que atrás aludi. Era excelente harmonista, compositor, ótimo harmonizador. O Pe. Fernando da Cunha Carvalho, felizmente ainda entre nós, também teve influência na minha orientação musical, e não só. Mas vou salientar, sem querer ser injusto para os atrás citados e porventura outros, o Pe. João Dias de Azevedo, que muito me ajudou sobretudo no harmónio e no órgão, no Seminário de Mafra, onde fiz o meu noviciado (1954-1956). Nesse período, cheguei a tocar órgão em algumas celebrações dominicais e festas na Basílica de Mafra… E, para completar os anos do seminário, não poderei omitir o Pe. Fernando Pinto dos Reis (1929-2010).

Depois de ir para o seminário e de ser padre, quando é que se apercebeu de que cantar era o mais importante na sua vida profissional?

Como disse, cedo me iniciei e fui crescendo na função de solista. Continuei-a ao longo de todo o curso, alternando-a com o múnus de harmonista. Terminado o curso, fui incumbido da disciplina de Música (além de outras), no seminário menor. O concílio do Vaticano II acabava de privilegiar o vernáculo na liturgia. Iniciei a renovação de todo o repertório vigente. Eu próprio dei largas a uma velha paixão e iniciei a composição de cânticos em português, incluindo o “ordinário” e o “próprio” da missa para determinadas solenidades, além de outros cânticos circunstanciais. Aconselhado por não poucos, matriculei-me no Conservatório do Porto. Canto? Composição? Duas paixões. Muito incitado e encorajado pela professora D. Isabel Mallaguerra, decidi-me mais seriamente pelo canto, sem descurar a composição musical.

Após o curso geral de canto no Conservatório do Porto, vim a concluir o Curso Superior no Conservatório Nacional com a professora D. Helena Pina Manique. Com o programa do exame do curso superior concluído com alta classificação, fui convidado para vários recitais em Lisboa e não só. Iniciei logo de seguida o curso de ópera com o professor Álvaro Benamor e D. Helena Pina Manique. Fui admitido no Coro Gulbenkian, onde estive durante alguns meses até seguir para Paris com uma bolsa de estudos.

O diretor do Teatro Nacional de São Carlos, Eng. João Paes, que já me ouvira no Conservatório, convidou-me para, temporariamente, interromper o estágio em Paris e vir a Lisboa preparar o desempenho de um importante papel numa ópera portuguesa. Bem sucedido, pediu-me para, após o estágio parisiense, seguir para Florença, afim de preparar, com o famoso Gino Bechi, o importantíssimo papel de primeiro barítono (Lord Enrico d’Ashthon) da ópera Lucia di Lamermoor, de Donizetti. Cantei esse papel em novembro de 1977, no Teatro Rivoli (Porto)…

Toda esta “bola de neve” a partir da conclusão do curso superior de canto em 1974, todo o incrível desencadear de situações até finais de 1977, todo o ano de 1977 sobretudo, tudo isso responde à sua pergunta… Parafraseando, em contraste, um fadista, diria: “Ser cantor não foi meu sonho, mas cantar foi o meu fado…”

Dos anos em que estudou Música e Canto, que professores tiveram uma influência mais decisiva?

Nos conservatórios do Porto e de Lisboa, tive a felicidade de ser orientado respetivamente pelas professoras D. Isabel Mallaguerra e D. Helena Pina Manique, e ainda, por algum tempo, pela D. Arminda Correia, sem esquecer o Prof. Álvaro Benamor (cena).

Em Paris, como olvidar o trabalho com a famoso baixo Huc-Santana e o não menos célebre barítono Gabriel Bacquier? Em Itália, e aqui em Portugal, Gino Bechi foi simplesmente precioso no trabalho vocal e cénico. Este famoso barítono, que também me honrava com a sua amizade, cantou nos anos 40, em todos os grandes palcos do mundo. A sua famosa “entrega” aos espetáculos e nos espetáculos, quer cenicamente mas sobretudo vocalmente, levou-o a tal desgaste que teve de terminar a sua carreira por volta dos 40 anos, precisamente com a idade com que eu comecei…

Foi difícil deixar de ser padre e optar pela carreira musical?

Quando, em finais dos anos 60, me matriculei no Conservatório do Porto, confesso que o meu sonho era dar uma componente artística à minha missão de padre.

Começaram a surgir, porém, situações que não deixaram de me ir perturbando. Alguma confusão começou a instalar-se nos meus horizontes… Estávamos em pleno pós-74… Sobretudo a partir de 1977, comecei a sentir-me ultrapassado pelos acontecimentos. Tinham de ser tomadas decisões… Não podia viver na ambiguidade!… Houve muitas dúvidas, muitas incertezas… O meu Padre Provincial de então propôs-me fazer as duas coisas: padre e cantor… Tudo se desenrolava vertiginosamente… Eram convites para concertos, para óperas, etc.
Cheguei mesmo a atuar durante não pouco tempo, estando ainda no exercício do ministério… Fui chegando à conclusão de que as duas funções não faziam grande sentido… Em finais de 1978, acabei por tomar a decisão: pedi para Roma a dispensa do exercício das ordens. Não tive resposta fácil. Demorou mais de dois anos. Pelo meio, um apelo a que repensasse…

Qual foi o papel da Igreja na sua vida musical?

Primeiramente, como é obvio, penso em todo o curso do seminário. Para além de todos os aspetos da formação, a música da Igreja, o canto gregoriano, ocupou uma grande parte desse período, quer na teoria, quer na prática. O nosso Cantuale, um livro específico da Congregação da Missão com os mais belos cânticos gregorianos e muitos outros, a uma ou mais vozes, dominou grande parte desses anos, as nossas vozes e as nossas almas.

No seminário Maior, durante o curso de filosofia e teologia, para além das mais belas obras de polifonia sacra, cantávamos, todos os domingos e festas, o “comum” e o “próprio” em gregoriano, de acordo com o emblemático Liber Usualis, a mais completa obra do canto da Igreja. Tudo isto, naturalmente acompanhada da parte teórica, marca indelevelmente a minha personalidade e a minha formação musical. E não esqueço que quase sempre, alternadamente, fui organista e solista…

Após a ordenação, seguiram-se anos dominados pelo Concílio do Vaticano II, com uma série extraordinária de documentos sobre a música e a liturgia em vernáculo,com o aparecimento de excelentes compositores. E foram sempre surgindo, com os diversos papas, importantes documentos sobre a música litúrgica. Não posso esquecer os “famosos” cursos gregorianos de Fátima que frequentei.

Durante os anos 1977-1995, em que a vida artística teve o seu lado prioritário, nunca deixei de estar atento aos documentos da Igreja sobre música sacra e à obra de excelentes compositores que temos.

A partir de 1997, já no pós – S. Carlos, a pedido do meu grande amigo Conégo José Serrasina que acabava de ficar à frente da Paróquia dos Anjos, em Lisboa– a minha paróquia -, comecei a orientar o coro paroquial, tomando a peito a renovação dos cânticos e a dinamização litúrgica. Baseava-me sempre nos textos de cada celebração. Após 5 anos de intenso e profícuo trabalho, abracei outro projeto – na Capela do Palácio da Bemposta (Academia Militar), onde colaborei durante 13 anos (2003 – 2016). Durante este período, compus dezenas de cânticos que vieram a ser publicados pela Academia Militar, em 2012, num volume com o título Deus é Amor. Porque o “contexto” de então era “específico”, o referido volume irá “sofrer” brevemente substancial alteração.

Qual foi a maior deceção na sua vida?

Se me permite, não apresentaria uma mas duas deceções, e ambas no âmbito do mundo lírico. A primeira, logo de início. Tinha feito 40 anos. Eram diferentes, agora, o sonho e o ideal. Imaginava que perante mim, ia surgir um meio pleno de elevação, um ambiente superior, de arte, de cultura, etc. Cedo, porém, fui verificando e concluindo que as cores que sonhara belas, não, não o eram assim tanto… A realidade era bastante mais prosaica… Bem!… Respirei fundo, bem fundo, passe a expressão… E, vamos a isso!… Mas vamos mesmo! O desafio que ora iniciava era para ganhar, era mesmo para vencer!… E foi! Não tive o caminho atapetado de rosas, longe disso, muito longe! Foram necessárias uma fibra excecionalmente forte como considero ter, uma fé inabalável em Deus como efetivamente tenho, e também, obviamente, uma grande confiança nos talentos que Deus me deu, aliados à formação que tive (não poderei esquecê-lo!) E…aí vou eu!… E nem tudo foram espinhos, digamos em abono da verdade. Tive um público que me admirava e apoiava bastante, excelentes e excecionais críticas, outras nem tanto… E, entre um pessoal que rodava as três centenas (coro, orquestra, cantores, técnicos, etc), tive não poucos amigos e admiradores! Não esqueço que, logo no começo, nos primeiros ensaios, vi lágrimas nos olhos de algum do pessoal, ao verem a minha entrada enérgica, decidida, confiante, e pensando no “mundo” donde acabava de chegar… aos 40 anos!…

A segunda deceção foi no fim. Em finais de 92, a SEC, tendo à frente o Dr. Pedro Santana Lopes, achou por bem dissolver a Companhia Portuguesa de Ópera (cantores, orquestra, etc). Éramos 14 os cantores principais. Mesmo tendo em conta que eu continuava a cantar no país e não só, esta foi sem dúvida uma grande deceção. Aos 55 anos, encontrava-me no ponto mais alto da carreira, a nível vocal e cénico, na minha opinião e na de quantos me conheciam e ouviam! Esperava estar “em grande” mais uma boa dezena de anos… Lembrei-me então das palavras de Gino Bechi, quando, certo dia, nos anos 80, após fazer as célebres e espetaculares demonstrações, vocais e cénicas, durante um ensaio, e quando já contava perto dos 80 anos, teve este desabafo: “Agora é que eu sei cantar!”

Pois é!… Parafraseando o meu mestre, diria: “Agora… é que eu sabia cantar!…”

Qual foi o momento mais alto da carreira como cantor lírico?

Desempenhei os mais diversos papéis de 1º barítono, de baixo-barítono, papéis característicos, enfim, foram cerca de 50… Nunca tive um fracasso nos meus desempenhos. Pelo contrário! Escolher o momento mais alto?!… É difícil!… Estou a lembrar-me de não poucos… Do “Le Grand-Prêtre de Dagom” da ópera Samson et Dalila, de Saint-Saëns, em 1983. Quis preparar o papel em Lyon com o meu ex-professor de Paris, o grande barítono Gabriel Bacquier. Estou a recordar-me do “Dulcamara” da ópera L’Elisir d’Amore, de Donizetti, em 1984 e 1985… Do “Rocco”, da ópera Fidelio de Beethoven… Enfim, não vou alongar-me na citação de outras boas e belas hipóteses…

Mas vou escolher como momento mais alto uma ópera fora do estilo clássico: a ópera Kiú, do compositor espanhol Luís de Pablo, levada à cena em 1987 no Teatro Nacional de São Carlos. O meu papel de Babinshy, o pivô da ópera, na sua grande espetacularidade e dificuldade vocal e cénica, foi na verdade um momento muito alto na minha carreira! Não foi por acaso que o próprio compositor Luís de Pablo e o maestro Jesús Ramón Encimar me convidaram, 5 anos depois (dezembro de 1992 – janeiro de 1993), para interpretar em Madrid o mesmo papel!…

Quais foram os cantores líricos mundiais que mais o inspiraram?

Estavam na moda, nos anos 60, cantores líricos que deveras nos entusiasmavam. Lembro-me, por exemplo, de Mário Lanza, de Luís Mariano, de Alfredo Krauss que vim a conhecer em São Carlos, e com o qual contracenei, inicialmente, num ou noutro pequeno papel. E vários outros, quase todos tenores. O meu tipo de voz é de barítono ou de baixo-barítono. Mas foi sobretudo a partir do Curso Superior de Canto que comecei a interessar-me por vozes líricas, o que é absolutamente natural. Dado o meu tipo de voz, cerca de cinco ou seis cantores internacionais dominavam particularmente os meus gostos. Comecemos pelos alemães Dietrich Fischer-Dieskau e Hermann Prey, barítonos. O primeiro, absolutamente excecional em lied, tendo cantado praticamente tudo o que havia nesse domínio. Muitos o consideraram o maior músico do século XX. Foi inclusivamente maestro de música sacra. Ouvi-o ao vivo em Paris. Hermann Prey era superior como ator. As suas interpretações em óperas de Mozart, Rossini, Donizetti ficaram memoráveis. Outros dois barítonos ou baixo-barítonos, Fernando Corena e Rolando Panerai, eram também grandes cantores e atores, mais característicos que os anteriores. Outro barítono que, vocalmente (não cenicamente) me enchia as medidas, era Piero Cappuccilli. Era um barítono a que eu chamaria heróico-dramático, com uma incrível potência de voz. Jamais esquecerei o seu desempenho em Simon Boccanegra de Verdi, no São Carlos…

Poderia obviamente alongar-me, no que às vozes masculinas diz respeito. Mas também não posso deixar de me referir a vozes femininas que, além de nós deixarem siderados, tanto nos ensinaram! Antes de mais, Maria Callas!… Depois, uma Victoria de los Angeles que cheguei a ouvir na Gulbenkian. Fiorenza Cossotto, Mirella Freni, Christa LudwigMonserrat Caballé que ouvi em Paris dirigida por Leonard Bernstein… Uma Joan Sutherland, La Stupenda, a tal que cantou a Traviata no Coliseu na famosa noite de 24 para 25 de abril de 1974, com o já citado Alfredo Kraus… E eu estava lá!…

Quais os músicos portugueses mais influentes na sua carreira?

Por músicos, entendo compositores, professores, pianistas, ensaiadores, “pontos”, cantores, e, porque não, críticos… Antes de mais, as minhas duas professoras nos conservatórios do Porto e de Lisboa, respetivamente: Isabel Malaguerra e Helena Pina Manique. A professora D. Arminda Correia fez de forma extraordinária a breve transição entre uma e outra. Álvaro Benamor, na classe de ópera. A pianista Maria Helena Matos que me acompanhou com enorme competência desde o Conservatório Nacional, incluindo o exame final, e praticamente em todos os recitais que fui dando ao longo da carreira. O maestro Armando Vidal, músico de gema, com o qual preparei, como a generalidade dos artistas, quase todos os papéis que tinha a desempenhar nas dezenas de óperas em que fui interveniente. Entre os maestros – “pontos” – , não esquecerei o maestro Pasquali que tão competentemente orientou, durante os primeiros tempos, as nossas intervenções em palco, e o maestro Ascenso de Siqueira, grande e bom amigo e incrível ser humano… Tive a felicidade de trabalhar com encenadores como António Manuel Couto Viana, que me honrava com a sua amizade, Carlos Avillez (em várias óperas), Luís Miguel Cintra, João Lourenço

Cantores? Álvaro Malta, Hugo Casaes, Elizette Bayan, Armando Guerreiro, e outros… Lembro-me ainda de preciosas “dicas” que me deu Álvaro Malta

Compositores? Antes de mais, o Prof. Cândido Lima. Conheci-o em Paris. Conversávamos muito. Não esqueço o dia em que ele me apresentou ao seu amigo Iannis Xenakis… Fomos juntos a vários concertos. Preparei, com ele ao piano, algumas obras suas para canto. Foi meu pianista num concurso de canto em que fui premiado… Tudo isto em Paris, em 1977.

Com o grande compositor Fernando Lopes-Graça, tive a honra de preparar um importante papel de solista na sua obra As Sete Predicações d’Os Lusíadas, em vista à estreia mundial da mesma no VI Festival da Costa do Estoril (1980).
Joly Braga Santos honrava-me com a sua amizade e admiração. Com ele ensaiei o papel de solista na sua Cantata Das Sombras, sobre texto de Teixeira de Pascoaes, para primeira audição mundial no Teatro de S. Luís, a 27 de julho de 1985, com o Coro Gulbenkian, e enquadrada no XI Festival de Música da Costa do Estoril. De Joly Braga Santos nunca poderei esquecer as suas palavras, em pleno palco, no fim da última récita da sua Trilogia das Barcas, em maio de 1988: “Estou a compor uma ópera, para a Expo de Sevilha (daí a 4 anos), baseada numa obra de Frederico Garcia Llorca, Bodas de Sangue e tenho um muito bom papel para si”. Entretanto, o maestro falecia 2 meses depois, a 18 de julho de 1988, o que constituíu uma grande perda para o País, para a cultura portuguesa.

Quanto a críticos, devo dizer que, entre outros, Francine Benoit, João de Freitas Branco, José Blanc de Portugal muito me encorajaram e elogiaram!

E hoje, o que acha da evolução da ópera em Portugal?

Francamente, tenho dificuldade em responder. Há cerca de vinte e cinco anos, após a extinção da Companhia Portuguesa de Ópera e de ter dado como terminada a minha carreira lírica, abracei outro projeto e alheei-me bastante desse tema. Sei que, sobretudo por razões orçamentais, a programação se ressente, e muito. Tudo parece ser diferente. Repito: não tenho dados que me permitam fazer qualquer juízo de valor…

O que pensa do papel da música na Igreja?

Desde o Seminário Maior, fui lendo atentamente, e mais que uma vez, os documentos papais que surgiram desde o princípio do século XX:
o Motu próprio de São Pio X (1903) sobre a Restauração da Música Sacra;
a Constituição Apostólica Divini Cultus (1928) no pontificado de Pio XI, sobre a liturgia e a música sacra; a Encíclica Musicae Sacrae Disciplina (1953), do Papa Pio XII, sobre a Música Sacra, vocal e instrumental.

Logo após o Concílio do Vaticano II, surge a Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium (1963), a realçar que “a acção litúrgica reveste maior nobreza quando é celebrada com canto, com a presença dos ministros sagrados e a participação ativa do povo”. E quando fala de canto, obviamente que se refere ao canto sagrado intimamente unido com o texto. E se o canto gregoriano ocupa sempre um lugar privilegiado em igualdade de circunstâncias, não são excluídos os outros géneros de música sacra mormente a Polifonia, desde que em harmonia com o espírito da ação litúrgica, e de acordo com os diversos tempos litúrgicos, com as diversas celebrações e os vários momentos da celebração. Compositores, organistas, mestres de coro, cantores, músicos (instrumentistas) devem formar um todo para o esplendor do canto.

Alguns anos após o Concílio, a famosa Instrução Musicam Sacram (1967), da Sagrada Congregação dos Ritos, é a síntese, diria perfeita, do que à Música Sacra diz respeito, desde o canto na celebração da missa, passando pela preparação de melodias para os textos em vernáculo, depois a música para instrumental, o Canto no Ofício, etc etc.

O assunto levar-nos-ia ainda a três ou quatro intervenções de São João Paulo II, a uma célebre conferência do Cardeal Ratzinger (mais tarde Papa Bento XVI) em 1985, a uma Nota Pastoral dos nossos bispos por ocasião do Ano Europeu da Música (em novembro de 1985).

E o nosso Papa Francisco, por mais de uma vez, tem insistido que a Música Sacra e Canto Litúrgico devem estar plenamente inculturados nas linguagens artísticas atuais.

Quais os compositores que mais ouve e, desses, que obras prefere?

J.S. Bach é incontornável. Oiço com frequência, por exemplo, a Cantata do Café, cuja ária Hat man nicht mit seinen kindern fez parte do programa do meu exame do Curso Superior de Canto de Concerto, e foi uma das provas de acesso ao Coro Gulbenkian, em novembro de 1974; a Missa em Si m, cujas árias de baixo cantei; e a Paixão Segundo S. João, em que interpretei o papel de Jesus, no Porto, em abril de 1977, quando ainda estagiava em Paris…
Haëndel (O Messias, e Música Aquática); Beethoven (Sinfonias 3, 6 e 9) e a ópera Fidelio, cujo papel de Rocco desempenhei em junho de 1986; Mozart (o Requiem que, enquanto membro do Coro Gulbenkian, cantei no Coliseu em 1975, com gravação para a Erato; a Sinfonia nº 40, etc etc); Haydn (A criação, a Missa de Santa Cecília e a Sinfonia Concertante); Bizet (Carmen); Bramhs (Um Requiem Alemão);Rossini (Stabat Mater); Tchaickowsky (Romeu e Julieta e Francesa da Rimini; Dvorak (Sinfonia nº 9, O Novo mundo); Ravel (Bolero); Rodrigo (Concerto de Aranjuez); Strauss (valsas); Elgar (Concerto para violoncelo).

E muito, muito mais, obviamente.

O que o levou a colecionar livros e discos?

Certamente, e de uma forma geral, o meu gosto pela música, a ligação à Igreja, o meu profissionalismo, a cultura. É claro que tudo se desenrola de acordo com as diversas etapas da vida:

a minha função de professor de Música (além de outras disciplinas) no seminário menor, após a minha formação, e o começo dos meus estudos no Conservatório;

a minha transição para a vida pastoral, durante 3 anos;

a minha ida para Lisboa para concluir o curso Superior, do Conservatório, e a minha curta passagem pela Fundação Gulbenkian;

o meu estágio de dois anos em Paris, concluído com 2 meses em Itália;

o começo e a continuação da minha carreira lírica no Teatro Nacional de São Carlos;

os 3 anos pós-São Carlos em que continuei a minha carreira;

o abraçar de novo projeto: “trabalhar” um coro inserido numa missão pastoral na Paróquia dos Anjos (Lisboa), a minha Paróquia, a partir de 1997 e, posteriormente, de 2003 a 2016, na capela do Palácio da Bemposta (Academia Militar);

e porque não dizê-lo, as minhas viagens de automóvel, algumas longas, nos anos 70 e daí para cá, para já não falar da minha própria casa…

Como vê, são muitas as etapas e as circunstâncias em que procurei estar sempre em dia e dentro das exigências das mesmas. Livros, discos, cassetes, CDs, DVDs eram verdadeiros instrumentos de trabalho, de cultura, de ocupação, de prazer…

Julgo ter sintetizado as razões da minha importante biblioteca e discoteca, das quais progressivamente e criteriosamente, me vou voluntariamente desfazendo.

Antes da sua formação académica no conservatório, que lugar tinha a música erudita no seu papel de formador no seminário?

Além de renovar completamente o repertório de cânticos religiosos que vinha de há longos anos (o que supunha rodear-me de bom material), comecei a interessar-me por vozes maravilhosas que os discos faziam chegar até nós (Mario Lanza, Luis Mariano, Alfredo Krauss etc, e por orquestras excecionais que nos traziam as mais belas melodias clássicas, canções famosas, música de filmes históricos…

Tive sempre a preocupação de partilhar com os meus jovens alunos algum desse maravilhoso mundo musical… Era importante para a educação da sua sensibilidade, dos seus gostos, da sua cultura.

Lembro-me, e muitos ex-alunos (quer do seminário, quer do ensino público) se recordarão de ter dado a ouvir, entre outras obras, uma pequena peça do compositor russo Alexander Borodine. Tratava-se de Nas estepes da Ásia Central. Era a caravana que surgia ao longe, a marcha dos camelos, a intensidade instrumental que “subia” a anunciar a chegada da caravana, a permanência no terreno, o retomar da marcha, os sons que se iam extinguido… até a caravana se perder de vista!… Era tudo tão belo, tão claro! Apaixonante!… O interesse era enorme. Os alunos começavam a compreender que a música tem um sentido, um conteúdo, uma intenção, uma finalidade, uma expressão!
O mesmo sucedeu com outras obras, como o Hino da Alegria, da IX Sinfonia de Beethoven! Etc etc.

Mas adverti-os sempre para que nada disto desviasse a atenção do essencial da sua formação!…

Em três palavras como se caracteriza a si mesmo?

Persistente! Perfecionista! Brioso!

Lisboa, 19 de março de 2018

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JOSÉ DE FREITAS NA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Um barítono que é crítico de si próprio

Correio da Manhã, 28 de abril de 1986

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De padre a cantor principal de ópera no Teatro São Carlos

Diário de Notícias do Funchal, 11 de maio de 1986

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José de Freitas: de padre a cantor

Correio da Manhã, 02 de agosto de 1987

David Santos
Dicionário de músicos portugueses

Um surpreendente Dicionário de Músicos Portugueses, uns emergentes, outros consagrados, outros caídos no esquecimento. Inspirou-se no trabalho do investigador João Carlos Callixto e homenageia o seu contributo para a divulgação da música em Portugal. Projeto em desenvolvimento, contem muitas adaptações de António José Ferreira e acrescentos baseados na vasta Discografia e bibliografia existente no acervo Meloteca.

Adriano Correia de Oliveira

Adriano Correia de Oliveira  (Porto, 9 de Abril de 1942 — Avintes, 16 de Outubro de 1982) foi um músico português, intérprete da Canção de Coimbra e cantor de intervenção.

Agostinho Cardoso Henrique

Agostinho Cardoso Henrique (1949-2021) foi um baterista bem conhecido da cena musical do Porto. Na década de 60, fez parte da formação do conjunto Académico Ruy Manuel, tendo já em 70s integrado os Ex-Libris e os Smoog.

Alberto Jorge

Nascido a 13 de março de 1952, Alberto Jorge é um dos baixistas mais eclécticos do Norte de Portugal. Psico, Smoog, Quarteto 1111, João Lóio, Mão Morta ou Miraldo são apenas alguns dos projectos que integrou ou com quem tocou.

Alberto Júlio

Alberto Júlio (n. 5 abril 1946) é uma das vozes que Abril revelou. Com um percurso musical desenrolado entre 1974 e 1978, gravou nesse período dois álbuns e três singles de originais, na Valentim de Carvalho e na Sassetti. Ao seu lado, teve orquestradores como Fernando Correia Martins, Jorge Constante Pereira, Jorge Palma e Carlos Alberto Moniz – o que não é algo de somenos. Para que esta obra não fique “Em Segredo” (nome do último disco editado), a parte inicial da mesma está agora disponível online de forma oficial.

Alberto Sousa Pinto

Nascido a 3 setembro 1946, Alberto Sousa Pinto foi o líder do conjunto Sousa Pinto e do Grupo 5. E se na década de 1960 foi dos músicos na área do pop rock que mais gravaram, continua ainda bem activo, tendo editado em 2020 o álbum “50 Anos Depois” e sendo autor da inspirada canção “Porto Cidade” (com letra do seu antigo editor Arnaldo Trindade e que já passou pelas vozes da galega Erea Castro e do nosso José Cid).

Alcindo de Carvalho

Alcindo Simões de Carvalho foi um dos mais castiços fadistas. Nasceu a 9 de Janeiro de 1932, em Lisboa, na Rua da Rosa, no emblemático e castiço Bairro Alto. Aqui, Alcindo de Carvalho cresceu junto do seu pai, alfaiate de profissão e amante do fado, e dos seus cinco irmãos, entre os quais a guitarra e a viola marcavam presença em pequenos concertos familiares onde se tocava e cantava o fado. Aos poucos, Alcindo de Carvalho foi-se deixando abraçar pelo género musical e iniciou a interpretação em público dos seus primeiros temas de fado.

Amélia Muge

Nascida a 7 de fevereiro de 1952, Amélia Muge é uma das mais criativas e transgressoras cantautoras portuguesas. É uma criadora muito eclética, fazendo revisitações que vão às raízes da música tradicional, passando pelos desafios de fusão multicultural e pelas linguagens mais contemporâneas. Pioneira em Portugal do canto individual a vozes e de criação de ambientes vocais, Amélia Muge foi desenvolvendo potenciais tímbricos numa interacção com samples feitos a partir da sua voz.

Ana Paula Reis

Nascida a 31 de janeiro de 1962, Sócia, Ana Paula Reis foi uma voz pop da década de 1980. É fundadora e Psicóloga no NUPE – Núcleo de Psicologia e Educação.

Ana Rosmaninho

Ana Rosmaninho é uma grande voz do fado que preencheu a década de 1970, que cantou nomes como António Botto, Artur Ribeiro, Vasco de Lima Couto ou Vinicius de Moraes e que nos deixou muito nova. Nasceu no Alentejo, distrito de Évora e mudou-se para Lisboa muito nova. Começou a apreciar o Fado, incentivada por sua mãe, que embora não cantasse, era uma grande admiradora. Como profissional começou a cantar aos 17 anos na Viela. Cantou seguidamente no Faia, onde passa a conviver mais de perto com meu avô, que por ela tinha um carinho muito especial, e foi por sua decisão que Ana Rosmaninho canta com ele, no programa de televisão “Marceneiro é só Fado”, gravado pela RTP em 1967. Foi convidada várias vezes para actuar no Casino Estoril e gravou 2 discos ambos pela editora Alvorada, em 1975 e 1977. Gravou para a etiqueta portuense Rapsódia temas como No Jardim de Palhavã, Por te amar perdi a Deus, Violeta Roxinha, Hás-de-pensar. Cantou com Alfredo Marceneiro e João Braga, entre outros.

Aníbal Miranda

Nascido a 28 de setembro de 1951, Aníbal Miranda é um dos mais inspirados rockers da cena portuense, com edições em disco precisamente desde a década de 1970. Entre a Inglaterra e os EUA, onde continuou o seu percurso nos anos mais recentes, é dono de um conjunto de canções que só não surpreendem quem ainda não as conhece. Para uma colectânea de Aníbal Miranda, “Connect/Everytime”, editada pela Universal, João Carlos Callixto escreveu em 2006 escrevi o seu primeiro texto para um CD.

António Garcez

Pioneiro, precursor, desbravador de novos caminhos para a música portuguesa , António Garcez é uma lenda maior do rock em Portugal. «Rebelde», «controverso», «original», «ousado», «chocante», «desbocado», «obsceno», «arrasador», «potente», «importante», «surpreendente»… Muitos foram os adjectivos que os jornais e revistas, programas de rádio e televisão ou, mais recentemente, sítios e blogues que se dedicam a estudar a arqueologia do rock em Portugal…  utilizaram para caracterizar o cantor António Garcez.

António Macedo

António Macedo (n. 26 fevereiro 1946 – m. 1999) cantou de uma forma única nas décadas de 1970 e 80. “Canta, canta, amigo, canta / Vem cantar a nossa canção / Tu sozinho não és nada / Juntos temos o mundo na mão”.

António Mafra

António Mafra (n. 6 de março de 1932 – 1977) foi titular de um dos mais populares e divertidos “conjuntos típicos” portugueses, como cantor e tocador de guitarra portuguesa. O conjunto António Mafra foi um conjunto musical de raízes populares que atingiu grande popularidade com mais de 80 discos gravados em 58 anos de carreira. Os muitos sucessos do grupo são “Sete e pico”, “Arrebita”, “O Carteiro”, “Ora vejam lá”, “o manjerico” e tantos outros.

António Mourão

António Mourão, nome artístico de António Manuel Dias Pequerrucho (Montijo, 3 de junho de 1935 — Lisboa, 19 de outubro de 2013) foi um fadista português. Intérprete do conhecido tema “Ó Tempo Volta para Trás” afastou-se do mundo artístico nos anos 90. Foi “fadista da nova vaga”, como a editora Telectra o apresentava na década de 1960.

António Portugal

António Portugal é um dos músicos que revolucionaram a Canção de Coimbra. Nasceu em 23 de outubro de 1931, na República Centro-Africana, e morreu em Coimbra, a 26 de junho de 1994, com 63 anos. António Moreira Portugal teve como professores dois guitarristas “futricas”, barbeiros de profissão e irmãos (o Flávio e o Fernando).

António Torrado

Conhecido pela literatura para crianças e jovens, o escritor António Torrado (1939-2021) deixou também letras para canções. A mais antiga a ser gravada foi já em 1966, com música de Nuno Guimarães (1942-1973) e interpretação de António Bernardino (1941-1996). Chama-se “O Tempo sem Sombras” e a equipa responsável por esse belo e histórico EP inclui o guitarrista Rui Pato.

Armando Gama

Armando Gama (1954-2022) foi um músico que desde os anos 70 cantava baladas, pop rock e até música de cariz sinfónico. Foi membro dos Tantra e dos Sarabanda, andou pelo Festival RTP da Canção (que venceu em 1983) e, mais recentemente, conseguiu levar a palco um sonho antigo: apresentar o “Poema Sinfónico da Serra da Estrela” nessas terras dos seus antepassados.

Arnaldo Trindade

Arnaldo Trindade é o fundador do importante selo discográfico Orfeu, que criou no Porto em 1956, jovem de 22 anos. Como disse o próprio a João Carlos Callixto: “Sabe o que a Orfeu tinha? Era a disponibilidade para coisas novas e diferentes e isso é que deu empurrão a muita coisa. Não estávamos sujeitos a ideias pré-concebidas e a ideias do passado. Nós queríamos sempre coisas novas, diferentes, junções, uniões.”

Artur Batalha

Artur Batalha (n. 14 abril 1951) é um fadista cuja voz  “fez de temas como “Sete espadas, sete ventos”, “Hoje morreu um poeta”, “Tempos de criança”, “Tive um coração, perdi-o” verdadeiros sucessos. (…) A maioria das suas canções falam sobre a solidão, a pobreza extrema, o amor entre homem e mulher, com base naquilo que “via e vivia no seu bairro”. Esteve afastado do palco durante muitos anos por problemas com drogas. Voltou há 12 anos e retomou os espetáculos em casas de fado de Lisboa. A última vez que gravou foi em 2010 a convite da Mariza. (Rita Dantas Ferreira

Berta Cardoso

Berta dos Santos Cardoso, que adoptou o nome artístico de Berta Cardoso, nasceu em Lisboa, a 21 de outubro de 1911, e morreu a 12 julho, 1997. É um dos nomes mais populares do fado no século XX.

Carlos Bastos

Carlos Bastos (Lisboa, 23 de janeiro de 1947) é um fadista português. O seu maior sucesso é uma versão de “Hey Jude” dos Beatles. Gravou Pessoa e Mário de Sá-Carneiro quando ainda não era assim tão comum; juntou fados, baladas e pop music; cantou Beatles e Stones em fado; fez parte dos Chinchilas.

Carlos Costa

Carlos Costa (1928-2021) foi com Júlio Costa um dos irmãos fundadores do Trio Odemira, um dos grupos mais carismáticos e duradouros da música portuguesa. Desde os anos 1950, tantos e tantos foram os discos que gravaram, os sucessos que tiveram, as gerações a que chegaram com as suas vozes tão características. E a importância que tiveram na disseminação do reportório da canção latina nunca será de negligenciar. Menos conhecido é o facto de ter sido deles uma das primeiríssimas versões de uma canção de José Afonso – “Menino de Oiro”.

Carlos Macedo

Carlos Macedo, nome artístico de José Carlos de Campos Macedo (Lousado, 9 de dezembro de 1946) é um fadista, guitarrista, autor, compositor, construtor de guitarra portuguesa. Dono de uma carreira começada em Moçambique que tinha já dado os primeiros passos nos anos 60. E poucos se distinguem no Fado como cantores, instrumentistas e autores de letra e música, como tem sido sempre o seu caso.

Carlos Miguel

Carlos Miguel (1943-2021), conhecido por “o fininho”, foi um actor que entre o teatro de revista e o “1, 2, 3” fez rir tantos portugueses, e chegou a gravar discos. Morreu a 19 de junho 2021.

César Batalha

César Batalha (1945-2022) foi um dos nomes mais populares na escrita e direcção de música coral em Portugal nas últimas cinco décadas. Fundador do Coro de Santo Amaro de Oeiras, musicou alguns dos grandes poetas portugueses e é dele a autoria da popular “A Todos um Bom Natal”, de 1980. Faleceu a 14 de janeiro de 2022.

César Morgado

Nascido a 20 de novembro de 1931, César Morgado é um fadista que foi bem popular na década de 1960, cantando temas como Amor de mãe, Saudade, Ciganita, Amor Traído, publicado pela etiqueta portuense Rapsódia.

Daniel Bacelar

Daniel Bacelar foi um dos maiores rockers. A 8 de maio de 1961, foi publicado o seu primeiro disco “a solo”. Tinha passado meio ano da edição do histórico EP “Caloiros da Canção 1”, partilhado com os Conchas, e este novo disco consolidava o caminho autoral iniciado nesse primeiro trabalho. Dois originais, “Só um Beijo Mais” e “O Tempo o Dirá”, e duas versões, de “Pity Pity” (de Paul Anka e depois do brasileiro Tony Campello) e do «clássico» “Marcianita”. Eram as primeiras explosões rock.

Daphne

Nascida a 24 fevereiro 1951, Daphne foi uma cantora que participou no Festival da Canção com “Verde Pino”.

David Santos

David Santos é um músico nascido em 1982.

David Santos

David Santos

Demónios Negros

No Portugal musical dos anos 1960, muitos foram os grupos de rock a não conseguirem gravar um disco. Alguns, num misto de sorte e talento, lá concretizavam esse desiderato, com maior ou menor sucesso no resultado – numa primeira fase, apresentando mais versões do que originais. Vindos da Madeira, os os Demónios Negros conseguiram editar dois discos, no espaço de ano e meio (1965-1966). A versão em português de “Yesterday” foi feita pelo então guitarrista Luís Jardim.

Deniz Cintra

Nascido a 8 dezembro 1951, Deniz Cintra é um cantautor das décadas de 60 e 70, dono de um percurso de três discos hoje praticamente desconhecidos e ainda de uma banda sonora inédita para o curioso filme “As Deambulações do Mensageiro Alado”, de Gonsalves Preto e com Herberto Helder. Com a ironia sempre presente nas suas canções, chamou a si por vezes músicos mais próximos do rock, como Filipe Mendes ou Edmundo Silva. Recentemente, a Universal recuperou digitalmente o seu terceiro e último disco, de 1971.

Dinâmicos

Com 2 originais e 2 versões, o primeiro disco deste histórico grupo madeirense foi publicado em 1966. O vocalista, Valério Silva, haveria de seguir percurso a solo logo depois.

Edmundo Falé

Nascido em 1946, voz com carreira começada nos anos 1960, Edmundo Falé é o antigo vocalista dos Ekos e do conjunto Mistério. Iniciou em 1966 um percurso a solo que conheceu em 1973 algumas páginas ao lado do Quarteto 1111. Estreou-se em disco e a solo, com um EP editado pela Tecla, de Jorge Costa Pinto.

Edmundo Silva

Edmundo Silva esteve nas primeiras levas do rock em Portugal, com o conjunto Nova Onda e com o conjunto Mistério. Fez parte de um dos grupos mais carismáticos de sempre da nossa música, os Sheiks. Tocou nos álbuns de estreia do Quarteto 1111 e de Fausto e experimentou ainda o psicadelismo ao lado de Paulo de Carvalho. Andou pelo jazz e acompanhou a “nossa” cantora francesa Catherine Ribeiro. Integrou o conjunto de Guitarras de Fernando Alvim e gravou ao lado de Francisco Naia, de Luís Cília, de Jorge Palma ou de Rui Veloso. Fez parte d’Os Amigos que foram à Eurovisão em 1977 e dos Jagunços do Ritmo onde até estava um inesperado Júlio Isidro. Fez isto e tanto mais ao longo de uma carreira de cerca de seis décadas.

Eduardo Damas

Nascido a 9 de agosto de 1921, Eduardo Damas foi letrista de alguns dos maiores sucessos do fado e da canção ligeira das décadas de 50, 60 e 70. O tempo não volta mesmo para trás, mas cabe-nos fazer com que os grandes de ontem não sejam esquecidos amanhã – e foi isso que fizeram recentemente fadistas como Sandra Correia, Gonçalo Salgueiro, Matilde Cid ou Marco Oliveira, ao gravarem canções com textos de Eduardo Damas.

Eduardo Nascimento

Eduardo Nascimento foi o cantor que venceu em 25 de fevereiro de 1967 o Festival RTP da Canção, realizado ainda nos Estúdios da Tobis, em Lisboa. Com o disco de estreia dos Rocks editado pouco antes, o cantor era o primeiro vocalista de um grupo “moderno” a ganhar o evento e a mostrar à Europa que Portugal também estava atento às melhores “ondas pop” – graças aqui ao talento do músico Nuno Nazareth Fernandes e do letrista João Magalhães Pereira. Tornou-se no primeiro intérprete de origem africana no Festival da Eurovisão, mostrando que a riqueza da Europa sempre residiu no seu cruzamento de culturas.

Eduardo Paes Mamede

Nascido a 22 de fevereiro de 1952, Eduardo Paes Mamede, entre tantas outras coisas, produziu álbuns históricos como “Por Este Rio Acima”, de Fausto, cantou com Tonicha e com Paulo de Carvalho, produziu José Afonso e Né Ladeiras, fez parte do G.A.C. – Vozes na Luta, para além de ser director de coros e de ter um novo e muito recomendável projecto, de nome Anfiguri.

Eugénia Lima

Nascida a 29 março 1926, Eugénia Lima foi umas das maiores acordeonistas portuguesas do séc. XX.

Ermelinda Duarte

Nascida a 6 de outubro de 1946, a atriz e cantora Ermelinda Duarte é uma das vozes mais populares de Abril (Somos livres / Uma gaivota voava, voava).

Eurico Cebolo

Eurico Cebolo (1938-2021) foi um músico e pedagogo cujos manuais foram porta de entrada para muita gente nos anos 70, 80 e 90. Como escritor de canções, o seu nome destacou-se primeiro no 3º Festival de Aranda do Douro, em 1962, onde a sua “Canção do Douro” se classificou em 3.º lugar, na voz de Maria do Espírito Santo. Ainda gravou em Moçambique, na etiqueta Cináfrica, e depois só nos anos 80 voltaria às edições discográficas, já no seu próprio selo editorial.

Fado Lírico

Fado Lírico é o melhor de dois universos musicais num só concerto: Canto Lírico e Fado, pelas vozes da soprano Filipa Lopes e da conceituada fadista Teresa Tapadas, numa viagem musical rica entre a tradição da canção portuguesa Património da Humanidade e a magia do Canto Lírico num concerto versátil que cruza obras em português com as de compositores clássicos, ao som do piano. Os Fado Lírico apresentam o Concerto Portugal – uma ode musical de repertório exclusivamente de autores nacionais e luso-brasileiros (Fado, Modinhas, Ópera e Canções). O trio é formado por Teresa Tapadas (fado), Filipa Lopes (soprano) e Pedro Vieira de Almeida (piano).

Fernanda Maria

Fernanda Maria foi uma das maiores vozes do fado. Nasceu a 6 de fevereiro de 1937.

Fernando Conde

Fernando Conde foi um dos ídolos juvenis da  década de 1960 em Portugal. Nasceu a 16 de março de 1947. Na etiqueta Alvorada editou os temas A luz; Esperarei; Stephanie; e Amar, viver, sonhar.

Fernando Correia Martins

Nascido a 23 novembro 1936, Fernando Correia Martins foi um dos talentos mais versáteis da música portuguesa da década de 60 em diante, que tanto estava em casa na canção ligeira, no folclore, no pop rock ou ainda ao lado dos cantautores – e para quem a guitarra ou o violino não tinham segredos, para além da batuta.

Fernando Girão

Fernando Girão (n. 14 outubro 1951) é uma das vozes mais eclécticas e rebeldes da música portuguesa.

Fernando Quejas

Fernando Quejas foi um dos cantores mais populares de Cabo Verde dos anos 1950 a 1970, tendo nessa altura gravado quase vinte discos. Nasceu a 30 de abril de 2022. Segundo outra fonte, este aniversário seria só dentro de dias. Falta-nos o assento de nascimento do músico para tirar a dúvida. A sua obra está aí para ser ouvida, (re)editada e estudada.

FF

FF é o nome artístico de uma cantor português nascido em 1987. Fez digressão pelo país, com mais de 80 concertos e atingindo o galardão de quádrupla platina com o seu primeiro disco. Seguiram-se mais dois discos e um DVD ao vivo no Coliseu dos Recreios. Eestreou-se profissionalmente nos musicais com “Fame” em 2008 ”. Em 2017 participou em “Simone, o Musical” e no ano seguinte em “Zé Manel Taxista – Uma Comédia com Brilhantina”, ao lado de Maria Rueff. Em 2019 lançou o single “Amor Não Se Esquece” e protagonizou “O Fantasma da Ópera”.

Filipe de Brito

Nascido a 24 de novembro de 1941, Filipe de Brito foi um acordeonista e maestro que nas décadas de 60 e inícios de 70 chegou a cruzar como poucos os mundos do folclore e do pop rock, com incursões também pela obra de José Afonso.

Filipe de Brito

Filipe de Brito deixou  um legado na música portuguesa que, nas décadas de 1960 e 1970, chegou a abeirar-se do rock. No EP Complications, publicado pela Valentim de Carvalho em 1967, tem não só a presença de Jorge Costa Pinto como director musical mas também, segundo me contou, dos elementos dos Sheiks. Não era comum algo assim.

Flak

Flak (n. 18 de outubro de 1961-) é o guitarrista dos Rádio Macau (e mais) e dono de um percurso a solo iniciado já em 1998.

Francisco Gonçalves

Francisco Gonçalves (1944-2022) foi um dos “violas” do fado com maior carreira, longa de mais de 50 anos. Acompanhou em disco nomes como António Pinto Basto, Carlos Zel, Cidália Moreira, Fernando Maurício, Manuel de Almeida, Maria Armanda, Nuno de Aguiar, Rodrigo ou, mais recentemente, Diamantina ou José Gonçalez, deixando a sua marca também ao lado do trabalho guitarrístico da família Parreira. Em 2016, foi entrevistado por João Carlos Callixto para o “Passado ao Presente”, por sugestão do guitarrista Bruno Fonseca, e foi recordada uma das suas primeiras gravações, ao lado do cantautor Daniel.

Franjas

Nascido a 27 de setembro de 1951, Franjas foi o antigo guitarrista de grupos como os Steamers, Elo ou Ferro & Fogo, todos eles com obra em disco entre o final dos anos 1960 e o início da década de 1980. Foi um dos precursores do “boom do rock” e filho de um guitarrista de fado.

General D

Nascido a 28 outubro 1971, General D foi o primeiro rapper português a assinar contrato com uma multinacional.

Guilherme Inês

Guilherme Inês (1951-2021) foi um dos nomes mais transversais da música portuguesa. Músico, produtor e co-autor de sucessos como “Se Cá Nevasse”, da Salada de Frutas (1981), grupo de que foi membro, ou “Não Sejas Mau pra Mim” (1986), de Dora, foi também produtor de Dulce Pontes no início da carreira da cantora. Mas o seu percurso vem bem de trás, dos tempos dos grupos Zoo, Chinchilas e Objectivo; entre 70s e 80s, foi um dos mais requisitados bateristas, tendo tocado e gravado ao lado de José Afonso, Fausto, Lena d’Água, Paulo de Carvalho, José Cid, Sérgio Godinho, Carlos Mendes, Jorge Palma, Julio Pereira, Fernando Tordo, Trovante ou Vitorino. A partir dos anos 80, nos estúdios Namouche, em Lisboa, ao lado do também já desaparecido Zé da Ponte (e mais tarde de Luís Oliveira), produziu nomes como Ana Paula Reis, Júlio Isidro (no seu único disco a solo como intérprete) ou o seu próprio projecto Zoom, para além das já referidas acima Lena d’Água, Dora ou Dulce Pontes.  Morreu a 14 de setembro de 2021.

Helena Isabel

Nascida a 6 de fevereiro de 1952, Helena Isabel é uma actriz e cantora. O seu primeiro disco foi lançado em 1974, quando se estreou no Festival RTP da Canção.

Hugo Ribeiro

Hugo Ribeiro foi um dos mais carismáticos técnicos de som da História da Música gravada portuguesa. Amália, José Afonso, José Cid, Carlos Paredes, tudo lhe passou pelas mãos… e ouvimo-los porque ele os soube ouvir. Morreu a 3 de dezembro de 2016.

Isabel Silvestre

Isabel Silvestre (n. 4 março 1941) é uma cantora que editou o primeiro disco a solo em 1996.

Jaime Queimado

Nascido a 6 de agosto de 1946, Jaime Queimado fez parte dos Gentlemen, “comandados” por Daniel Bacelar. Foi dos primeiros a escrever músicas com letras de José Carlos Ary dos Santos, ao lado de Fernando Tordo. Esteve na equipa que gravou o álbum de estreia de Jorge Palma e acompanhou também Júlio Pereira e Eugénia Melo E Castro nos seus primeiros passos em nome próprio. Foi produtor na Valentim de Carvalho nos anos 1970. E fez mais ainda, (quase) sempre na sombra.

Jess & James

Jess & James é dupla de irmãos portugueses que alcançou enorme sucesso na Bélgica de finais dos anos 60. Fez das experiências musicais mais mirabolantes no cruzamento entre a música contemporânea, a electrónica e o soul funk.

Joana Alegre

Filha do poeta Manuel Alegre, Joana Alegre é uma cantautora indie folk/ baroque pop com formação clássica e que passou também pelo jazz. Entrou no meio profissional como vocalista dos  The Pulse, que editaram o álbum homónimo e o single “No Match” em 2010.  No regresso a Portugal, participou no musical “O Fantasma de Chico Morto” e integrou o coro Gospel Collective como solista e vocal coach. Retomou as parcerias e colaborações com músicos do jazz e da pop nacionais, entre os quais Mikkel Solnado com quem faria o dueto “E Agora?” e que viria a produzir o seu primeiro disco, “Joan & The White Harts”. Trabalha como compositora, letrista e vocal coach na produtora Great Dane Studios. Gravou o segundo álbum de originais com produção de Luísa Sobral.

João de Freitas Branco

João de Freitas Branco é um nome maior da Musicologia em Portugal. Nasceu a 10 de janeiro de 1922.

João Ferreira-Rosa

João Ferreira-Rosa foi uma das grandes vozes do fado. Nasceu a 16 de fevereiro de 1937.

João Maria Tudella

João Maria Tudella (. 2011) foi um músico que quem cantou alguns dos maiores poetas e escritores de canções portugueses.

João Moutinho

Com a canção “Rockolagem”, de 1981, João Moutinho (1949-2020) glosava músicos e grupos associados ao “boom” do rock português. Ultimamente dedicava-se mais à Poesia do que à Música, ele que se tinha estreado na televisão em 1969, no histórico programa “Zip-Zip” – como integrante, ao lado de Fernando Figueiredo, do Duo Index, que não chegaria a gravar. João Moutinho deixou-nos apenas dois discos em nome próprio (“A Pastilha / Rockolagem”, de 1981, e “Pontapé de Saída / Tony da Meia”, de 1982), tendo depois escrito canções ou feito versões para nomes como Fernando Correia Marques, Nicolau Breyner, os rockeiros de disco único Seilasié, Sérgio Wonder ou o belga Timothy. Não tendo sido vasta, a carreira de João Moutinho permitiu-lhe ainda ver essas canções trabalhadas por gente como Armando Gama, Luiz Duarte, MikeSergeant ou Shegundo Galarza, preenchendo toda a primeira metade dessa fervilhante década de 80. “O rock também é riso / que faço com muito gozo / mas não perco é o juízo / por causa do Rui Veloso” cantava nos anos 1980. Curiosamente, em 2000, seria mesmo Rui Veloso a pôr música numa letra de João Moutinho, “Homenagem”, a que Adelaide Ferreira (outra das glosadas em “Rockolagem”) deu voz no seu álbum “Sentidos”. Morreu em 2020, com um cancro.

João Navarro

João Navarro é um cantor e pianista que publicou em 2022 o disco de estreia em nome próprio (o EP “Limited Edition”).

João Nobre

João Nobre foi um maestro e compositor, autor de centenas de canções e de sucessos como “Não Venhas Tarde”, “Oração” ou “Senhora da Nazaré” – neste último caso, também com letra sua e gravado recentemente por nomes tão diferentes como António Zambujo, João Caetano ou Aldina Duarte. Morreu a 18 de janeiro de 2002.

Joca Santos

Joca Santos (1944-2022) foi um guitarrista e membro fundador dos EKOS, um dos mais populares grupos de rock da nossa década de 1960 em Portugal. Gravou os primeiros três discos destes, saiu para integrar os Feras (que estiveram à beira de publicar um disco, em 1967) e voltou aos Ekos, ao lado dos seus amigos Zé Luís e António Vieira para, já em 1970, registar um último EP, marcado pelos arranjos de sopros. Nos concertos revivalistas promovidos no Cartaxo pelo António José Portela, Joca Santos marcou sempre presença em palco. “Ardentemente”, como numa das canções que co-assinou para os Ekos.

Jorge Alves

Jorge Alves (m. 30 setembro 1976) foi o apresentador do programa “Melodias de Sempre”, na RTP. Não sendo ele músico, deixou no seu filho baterista Rui Alves um digno sucessor nestas lides.

Jorge Costa Pinto

Jorge Costa Pinto é uma história viva do jazz, a todos os níveis, e agora de novo com esta edição de páginas nunca antes publicadas do seu percurso como músico. Nos anos 50 e 60, como líder dos seus sexteto, octeto e orquestra e ainda integrado na Orquestra de Fernando de Carvalho, fica aqui bem provado como existe de facto Jazz Português.

Jorge Fernando

Nascido a 8 de março de 1957, Jorge Fernando é um dos grandes escritores de canções das últimas quatro décadas em Portugal.

José Calvário

Nascido a 8 de janeiro de 1951, José Calvário foi um dos maestros mais prolíficos (e jovens!) da década de 1970 e com carreira de sucesso nos anos 80 e 90. Se pensarmos que gravou o seu primeiro álbum em nome próprio aos 21 anos, “cometendo” a proeza de conseguir ter três das composições proibidas na Emissora Nacional por ter ousado escolher autores “perigosos” como Manuel Freire ou José Afonso, ficamos com uma pequena ideia do seu talento – que tanto “bafejou” grande parte dos nomes maiores da nossa canção como contemplou uma série de clássicos ligeiros dos anos 30, 40 ou 50. E até andou no rock, nos portuenses Psico.

José Fortes

José Fortes é um técnico de som que deixou a sua marca na História da Música em Portugal desde os finais dos anos 1950.

José Jorge Letria

José Jorge Letria (n. 8 junho 1951) editou o seu primeiro disco em 1970 e gravado na garagem do Quarteto 1111 com José Cid, Michel Silveira ou Carlos Zingaro.

José Medeiros

Nascido a 9 dezembro de 1951, José Medeiros é um músicos açoriano que entre a Música e a Televisão tem construído um percurso maior em mais de quatro décadas.

José Pracana

José Pracana (n. 18 marco 1946,) foi um dos maiores amadores/sabedores da História do Fado.

José Sentieiro

José Sentieiro (m. 03 de maio de 2022) foi um violinista da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. “Foram mais de 30 anos de dedicação total à nossa Orquestra, sempre com um enorme empenho e paixão pela música.” (Carlos Alves)

Júlio Costa

Júlio Costa (1936-2021) foi com o irmão Carlos Costa, co-fundador do Trio Odemira. Deixaram assim atrás de si uma história iniciada em 1956, quando os discos ainda rodavam a 78 rotações. Júlio Costa faleceu a 12 março 2021, menos de uma semana depois do irmão.

Licínio França

Licínio França (n. 1953 – m. 30 janeiro 2021) teve uma carreira como cantor a partir de meados da década de 70, estreando-se com dois singles na área da canção de intervenção para a editora Tecla, de Jorge Costa Pinto.

Luís Duarte

Com uma carreira bem rica, em que foi maestro, baixista e até cantor, Luís Duarte (1949-2021) escreveu ou ajudou a escrever algumas páginas bem importantes da nossa música. Esteve ao lado de José Afonso, de Paco Bandeira, de Carlos Alberto Moniz, de Paulo de Carvalho, dos Da Vinci, das Doce, de José Barata Moura, de Jorge Palma, de Júlio Pereira, de Samuel, de Tonicha, de Fernando Tordo e de tantos, tantos outros. Andou pela Música Antiga, na década de 60, e foi um “Conquistador” na Eurovisão. Cantou no Festival da Canção, desde logo em 1973 com a “Minha Senhora das Dores” que o Ary e o Tordo lhe deram.

Manuel de Almeida

Manuel de Almeida foi um dos mais castiços fadistas portugueses nascido a 28 de abril de 1922. Gravou para a etiqueta Alvorada, criada em 1877 (Lá vem ela rua fora, Se um dia voltasse atraz, Não negues a tua mão, Lembranças falam de ti).

Manuel Fernandes

Nascido a 9 de dezembro de 1921, Manuel Fernandes foi um fadista bem popular nas décadas de 1950 a 1970 tendo gravado para etiquetas como a Alvorada, a Estoril, a Estúdio, a His Master’s Voice, a Orfeu ou a Zip-Zip.

Manuel Freire

Manuel Freire é um cantautor nascido a 25 de Abril de 1942, em Vagos (mas criado em Ovar). Em 1962 Manuel Freire está em Coimbra para estudar Engenharia, mas o currículo que ali cumpriu ficou mais abundantemente registado nos papeis oposicionistas por que deu o nome do que nas cadernetas universitárias. Depressa foi mobilizado para o serviço militar. Depois virão as funções de quadro superior nas metalúrgicas F. Ramada, primeiro, e depois na Tomé Feteira onde terminaria o seu percurso profissional além “das cantigas”. A guitarra comprada a um primo daria “orquestra” ao adolescente experimentador das canções de Donovan, de Bob Dylan, dos criadores da canção francesa. Mais tarde, ouvindo José Afonso, Manuel Freire percebe que a língua portuguesa é capaz da aventura musical e da atenção da gente disponível para a luta anti-fascista, que era (e assim permanece) um dos talentos da Arte. Pelo caminho houve uma presença no programa televisivo Zip-Zip, que permitiria ao cantor ampliar a visibilidade da sua obra.
À semelhança de Carlos Paredes, Manuel Freire nunca veio a ser só-cantor/compositor – “eu nunca vivi da música e não me arrependo. Porque o facto de ter a música como atividade secundária, da qual eu não dependo para viver, permitiu-me sempre cantar o que quis, onde quis, para quem quis e nas condições em que quis”. Tal “desprendimento” não impediu Manuel Freire de construir uma obra de grande qualidade, evidente nos textos musicais que compôs para poemas seus e para os poemas (maioritários na sua obra) que foi “roubando” a poeta alheio. Manuel Freire foi, assim, constituindo um cancioneiro em que algumas canções perderam já a menção da autoria, vivendo o privilégio da passagem à condição de toada popular, incorporada na memória individual a que chamamos Cultura, traço identitário por que respondemos colectivamente. Pedra Filosofal, Livre (“não há machado que corte a raiz ao pensamento”), Eles (“ei-los que partem”), Lágrima de Preta, Pedra Filosofal e tantas mais canções, são ferramentas da luta demorada pela emancipação dos humanos, todas essenciais no tempo em que foram escritas e – por desventura, às vezes – no tempo que é o nosso. A sua “folha de serviço” regista os encargos passados e presentes de compositor, cantor, poeta, autarca, representante laboral, presidente da SPA.

(Excerto do Avante!, com ligeiras adaptações)

Manuel Linhares

Manuel Linhares é um cantor de Jazz português que se tem dedicado à performance, à composição e ao ensino. Para além da licenciatura em jazz pela ESMAE estudou na “Tallers de Muzics”- Barcelona e no Jazz Institute of Berlin. Trabalhou e estudou com grandes músicos internacionais dos quais se salientam: Bobby Mcferrin, Judy Niemack, Theo Bleckmann, John Hollenbeck, David Linx, Rhiannon, Rebecca Martin, Becca Stevens, Gretchen Parlato, Guillermo Klein, David Binney, António Loureiro e ainda a extraordinária Meredith Monk.

Manuel Paião

Manuel Paião (n. 4 junho 1926) é o autor da música de tantos e tantos sucessos da canção portuguesa.

Mara Abrantes

Mara Abrantes (1934-2021) foi uma voz brasileira que desde os anos 1960 se tornou também portuguesa. Com uma carreira musical de relevo a partir do final dos anos 50, soube cantar Beatles (uma versão em português de “Yesterday”), a aguerrida “Disparada” (que Geraldo Vandré co-escreveu para Jair Rodrigues) ou vários outros nomes e ritmos acompanhada por conjuntos sempre pop como os de Jorge Machado, de Shegundo Galarza ou o Thilo’s Combo. Infelizmente, a sua obra gravada permanece dispersa nos discos originais, sendo que grande parte deles está no limbo chamado Movieplay. Morreu a 28 de abril de 2021.

Maria Alice

Nascido a 13 fevereiro 1996, Maria Alice foi um nome grande do fado, com carreira entre o final da década de 1920 e os anos 40.

Maria Amélia Canossa

Maria Amélia Canossa (1933-2022) foi uma voz maior da canção das décadas de 50 e 60. Se todos a conhecem como a intérprete do hino do Futebol Clube do Porto, o seu percurso é bem maior e mais vasto do que esse momento, chegando a incluir incursões por Espanha – onde gravou vários discos. Sempre foi versátil e bem popular, cantando fados, marchas e canções folclóricas e românticas.

Maria Armanda

Nascida a 18 janeiro 1946, Maria Armanda foi uma das vozes dos Green Windows. Pela editora Orfeu publicou o single Quando as acácias floriram. O seu único e bem interessante disco a solo, de 1979, traz nos arranjos o nome não do seu então marido José Cid mas um crédito que é, tanto quanto sei, também único: o de Zé Nabo como arranjador para uma voz.

Maria da Nazaré

Maria da Nazaré (n. 9 março 1946) é uma das vozes em que o fado se revelou na segunda metade da década de 1960.

Maria de Lourdes Martins

Maria de Lourdes Martins (n. 26 maio 1926) foi uma importante compositora portuguesa do séc. XX. A sua obra continua em grande medida por conhecer, por gravar e por reeditar.

Maria do Amparo

Maria do Amparo (n. 23 março 1951) é uma cantora terceirense.

Maria José Valério

Maria José Valério (1933-2021) uma voz icónica da canção ligeira em Portugal desde a década de 1950.

Mário Barreiros

Mário Barreiros (n. 13 março 1961) é um músico polivalente que começou a fazer “pop” quando era “mini” e, que desde então, nunca parou de estar na linha da frente da melhor Música Portuguesa.

Mário Moniz Pereira

Mário Moniz Pereira (n. 11 fevereiro 1921), o “Senhor Atletismo”, deixou também a sua marca na Música Portuguesa, como autor de várias canções que fazem parte do imaginário português desde a década de 1960.

Mário Simões

Nascido a 24 janeiro 1931, Mário Simões  foi o líder de um dos “mais alegres” e interessantes conjuntos ligeiros dos anos 50 e 60, “descobridor” de Carlos do Carmo e tão bem trazido ao presente pelo Real Combo Lisbonense.

Martinho D’Assunção

Martinho D’Assunção foi um dos nomes que ajudaram a definir o fado como o conhecemos.

Michel

Michel, baterista nascido em 1942, é fundador do Quarteto 1111 e um dos mais marcantes bateristas do rock em Portugal.

Miguel Graça Moura

Miguel Graça Moura, nascido a 15 de março de 1947, é um dos grandes teclistas do Pop Rock Português da década de 1970, quer ao lado dos Pop Five Music Incorporated, quer dos Smoog quer ainda no seu breve percurso a solo. Pela etiqueta Orfeu publicou o disco Pianorama.

Milita Meireles

Milita Meireles (1928-2021) a mais nova das Irmãs Meireles, grupo vocal que deu cartas no cenário musical nacional e também no brasileiro das décadas de 1940 e 1950, morreu a 27 outubro 2021 no Rio de Janeiro. Tudo começou na Emissora Nacional, com o trabalho do maestro Tavares Belo, nomeadamente na harmonização de canções tradicionais, levando depois o sucesso do trio a uma carreira a solo paralela das suas integrantes. Milita seria, no entanto, a única das três irmãs a não ter gravado qualquer álbum em nome próprio. Nunca até agora as gravações das Irmãs Meireles foram reeditadas. Felizmente, foi publicada em 2016 uma biografia do grupo, “Irmãs Meireles – Os Rouxinóis de Portugal”, da autoria de Paulo Borges, e que nos ajuda a conhecer melhor o seu percurso.

Mirene Cardinalli

Nascida a 14 de março de 1942, Mirene Cardinalli foi uma das vozes mais fulgurantes da segunda metade da década de 1960 em Portugal. Morreu com apenas 27 anos num trágico acidente de viação.

Natália de Andrade

Natália de Andrade foi uma “diva iludida” do bel canto. Em 16 de abril 1986, foi dado à estampa o último disco.

Neca Rafael

Nascido no Porto a 2 janeiro 1906, Neca Rafael foi um cultor do fado na sua vertente humorística. Ora criando novas letras para fados tradicionais ora parodiando novos sucessos de cada época, fadistas como António dos Santos, Hermínia Silva, Joaquim Cordeiro, Xavier de Oliveira ou Manuel Morais são alguns dos seus nomes mais representativos e com mais obra gravada. Cantores tão diversos como Fernando Tordo ou Manuel João Vieira são admiradores confessos destes “cânones alternativos” do fado, e este último tem no seu recém-editado trabalho (o duplo álbum “Anatomia do Fado”) uma homenagem à altura da importância histórica desta vertente tantas vezes negligenciada do fado.

Nini Remartinez

Nini Remartinez (1919-2021) foi uma das vozes da rádio portuguesa das décadas de 40 e 50, a solo e ao lado da precocemente desaparecida Fernanda Remartinez assinando como Irmãs Remartinez. Morreu a 20 de novembro de 2021 aos 102 anos.

Nóbrega e Sousa

Nóbrega e Sousa (m. 4 abril 2001) é autor de algumas das canções mais populares das décadas de 1950 a 1970. Um percurso na Música feito “De Degrau em Degrau”.

Noiserv

Nome artístico de projeto de David Santos, músico nascido em 1982.

Olga Prats

Olga Prats (1938-2021) foi uma pianista de formação clássica que soube esbater barreiras entre a Música Erudita e a Popular como poucos entre nós. Fundou um dos agrupamentos de câmara mais marcantes do panorama artístico português, o Opus Ensemble, e tanto a música de Fernando Lopes-Graça, António Victorino D’Almeida, Astor Piazzolla, Antonio Portanet, Constança Capdeville ou Luis Cilia lhe passaram pelos dedos.

Os Tubarões

Os Tubarões foram uma banda de música pop/rock dos anos 1960 (1963-1968), de Viseu, Portugal. Foram os primeiros a gravar António Gedeão musicado (em 1968). Juntam a esse pioneiro disco três faixas inéditas até 2013 e publicam em 2021 uma colectânea histórica com toda a sua obra conhecida.

Paulo Alexandre

Paulo Alexandre (n. 16 fevereiro 1931), que todo o país conhece pelo popular “Verde Vinho”, de 1977,  tem atrás de si uma carreira de mérito iniciada nos anos 50, a solo e ao lado do quarteto vocal 4 de Espadas. Pelo meio, chegou a gravar twists e rocks ao lado dos fugazes Telstars, num pouco conhecido EP de 1963.

Paulo Bragança

Paulo Bragança é um dos vértices do novo fado.  que deu à estampa o seu primeiro álbum em 1992.

Paulo Ribeiro

Paulo Ribeiro é um dos cantadores/cantautores para quem o Sul modela uma forma diferente de cantar a alma portuguesa. Dançar numa “rave” medieval em Silves com o nosso poeta-rei árabe Al-Mu’tamid, ver um Alentejo futuro com Fernando Pessoa ou cantar polifonias para o Luís de três meses – estes são apenas alguns dos passos do novíssimo disco do Paulo Ribeiro, de 2021.

Plínio Sérgio

Plínio Sérgio é um cantor de fados de Coimbra, nascido no Barreiro em 04 de maio de 1932. Gravou pela etiqueta Estúdio.

Pop Dell’Arte

Pop Dell’Arte foi uma banda portuguesa. Sob o signo de Genet e de Fassbinder, deu à estampa o primeiro disco, Querelle, a 10 de fevereiro de 1987.

Raul Nery

Raul Nery foi músico e acompanhador dos maiores nomes do fado do século XX. Teve o seu conjunto de guitarras. Gravou com a etiqueta Alvorada.

Ricardo do Carmo

Ricardo do Carmo (1968-2021) foi o antigo guitarrista dos Morituri e dos Café Bagdad e irmão mais novo de Xana (dos Rádio Macau), em cujo “Manual de Sobrevivência” participou. Morreu a 20 de novembro de 2021.

Ricardo Levy

Nascido a 27 abril de 1946, Ricardo Levy foi o antigo cantor e guitarrista dos Jets e do Sindicato, dois grupos de um só disco mas de muitas músicas. E o “clássico” folk “Fermosinha”, escrito a partir de um poema medieval, é também da autoria deste nosso frontman rock de 60s e primeiros 70s.

Rodrigo

Rodrigo é um dos fadistas mais populares desde a década de setenta.

Rodrigo Costa Félix

Rodrigo Costa Félix é um fadista português nascido a 20 de fevereiro de 1972.

Rodrigo Velez

Rodrigo Velez (1979-2021), também conhecido pelo “nome de guerra” MARION COBRETTI foi fundador dos Clockwork Boys. A alma punk levou-o a um percurso a solo e ao disponibilizar de gravações dos seus projectos musicais dos anos 90, para além de manter o blog Rock nas Cadeias. Sabendo “Viver à Margem”, uniu como poucos as primeiras incursões punk portuguesas, de finais da década de 1970, com as páginas mais recentes que ele próprio também escreveu… Sempre, como no disco deste ano dos Clockwork Boys, “Como Se Não Houvesse Amanhã”.

Rogério Charraz

Rogério Charraz, com quatro discos de estúdio publicados, é um dos cantautores mais inspirados da última década.

Rui de Mascarenhas

Rui de Mascarenhas foi um dos cantores mais populares dos anos 50 a 80. Tem uma obra tão vasta e tão diversificada (como cantar José Afonso ou trabalhar com Jorge Palma) por redescobrir pelas actuais gerações. Faleceu a 22 de fevereiro de 1987.

Rui Lúcio

Rui Lúcio é um baterista português. Andou na escola Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra, e prosseguiu os estudos na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) e Universidade de Aveiro. Trabalhou como Professor na Academia de Música de Cantanhede. É Professor na Escola de Música São Teotónio e Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.

Rui Pato

Nascido a 5 junho 1946, Rui Pato foi a guitarra que mais nos revelou a música de José Afonso na década de 1960.

Salada de Frutas

Salada de Frutas é uma banda cheia de histórias e de grandes músicos m pleno boom do rock português. Formada por José Moz Carrapa, Quico Serrano, Guilherme Inês, falecido em 2021, e Zé da Ponte, baterista, tornou-se especialmente conhecida pelo disco “Se cá nevasse”.

Salvador Sobral

Salvador Sobral é um cantor português, irmão da cantora Luísa Sobral. O álbum de estreia de Salvador Sobral foi publicado em 2016. “Excuse Me” foi na altura acolhido entre alguma curiosidade (sempre era o irmão de uma cantora já com nome) e a quase indiferença (que quase sempre está reservada aos primeiros trabalhos de músicos ou grupos quando os mesmos não vêm rodeados de gigantes campanhas mediáticas). Passado um ano, a dupla vitória no Festival RTP da Canção e no Festival da Eurovisão fez com que todos os holofotes (agora já, e muito justamente, mundiais) se virassem para o músico – e mesmo quem não tinha ligado nenhuma ao disco passou a considerá-lo um trabalho de excelência.

Segréis de Lisboa

Segréis de Lisboa é um grupo de música antiga fundado em 1972 por Manuel Morais. É constituído por uma formação variável de cantores e instrumentistas cuja preocupação essencial se traduz em fazer reviver a Música Antiga com a maior autenticidade, e visam principalmente a recuperação da música portuguesa e espanhola dos séculos XIII ao XIX. Em 1991 receberam a Medalha de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura. Pelo “disco Música Maneirista Portuguesa – cancioneiro Musical de Belém” receberam um Prix Choc da Revista Le Monde de la Musique (nº 201, Julho-Agosto de 1996.

Sheiks

Sheiks é o nome de uma banda portuguesa com discos publicados também em Espanha, em França ou no Brasil. A Parlophone do Reino Unido publicou em 1966 a estreia em single do clássico “Missing You”, de Carlos Mendes e José Alberto Diogo. Do lado B, estava “Tell Me Bird”, de Paulo de Carvalho, que dera título ao EP português publicado nesse mesmo ano de 1966. Raras vezes o nosso pop rock foi tão bem aceite fora de portas. Em 1966 foi editado um dos discos mais marcantes do rock em Portugal, o EP “Tell Me Bird”. Curiosamente, o disco abre com “Missing You”, o outro grande clássico do grupo, e completa-se com “When I’m Asking You” e o bucólico “Velho Moinho”. Os “quatro magníficos” por trás do segundo disco dos Sheiks são Carlos Mendes, Edmundo Silva, Fernando Chaby e Paulo de Carvalho.

Siricaia

Siricaia é um duo aveirense nascido em 2019, constituído por Susie Filipe (percussão e voz) e Vítor Hugo (voz e guitarra). Mistela de ingredientes de diversas latitudes, a música dos Siricaia é uma viagem de volta às raízes, a bordo de sonoridades contemporâneas. Dos ritmos tradicionais portugueses até ao jungle swing, através de guitarras eléctricas travestidas de cavaquinho, os Siricaia andam ao sabor das suas influências artísticas, parando de porto em porto, à procura de novas respostas para questões antigas. O álbum de estreia, Família Fandango, recorda o passado, descreve o presente e vislumbra o futuro, contando a história de um seio familiar, ao longo de três gerações.

Smooth Soul

Smooth Soul é um projeto de alma e coração no estilo smooth jazz eivado de funk e fusão, explorando ritmos e sons inspiradores. É formado por João Sanguinheira (baixo elétrico), Filipe Gonçalves (bateria), Luís Arantes (guitarra), Nuno Tavares (teclas), Vítor Carvalho (saxofone), Filipa Lopes – Espectáculos/Booking.

Sons da Suévia

Sons da Suévia são um grupo musical sediado em Braga, vocacionado para música tradicional e recriações históricas, designadamente em feiras de inspiração medieval.

Suzy Paula

Suzy Paula (n. 1946) é uma voz com carreira começada da década de 1960, conhecida por conta dos sucessos para crianças no início dos anos 80 mas que gravou entre 1965 e 1973 vários discos hoje quase esquecidos.

Tereza Tarouca

Nascida a 4 de janeiro de 1942, Tereza Tarouca foi uma das mais luminosas vozes do fado.

Thilo’s Combo

Thilo’s Combo é um histórico quinteto português constituído por Thilo Krassmann, Vítor Santos, Tony Igrejas, José Luís Simões e Jorge Pinto. A Discografia do grupo é extensa: Twist na ronda, A voz da rueda, Fado New-Look, Bossa nova, Madison & Cia, Les Cornichons, e outros.

Urbano Oliveira

Urbano Oliveira é um baterista com carreira desde os anos 1960 e que em 1978 foi um dos nomes por trás da histórica Orquestra Girassol.

Valentina Félix

Valentina Félix, nascida a 23 de março de 1937, foi uma das vozes populares na primeira metade dos anos 1960. Cedo rumou para a América onde publicou o disco Valentina Félix nos Estados Unidos – Fados of Portugal.

Victor Gomes

Depois de mais de 20 anos afastado dos estúdios, Victor Gomes, o lendário “frontman” dos Gatos Negros voltou já em 2021 a gravar. Foi nos Estúdios Tcha Tcha Tcha, com arranjos de Ramon Galarza, e nessas sessões registou duas canções novas e duas versões de canções suas originalmente publicadas nos anos 60 e nos anos 80. “Minha Senhora”, uma das novas, é um incursão em terrenos “românticos” mas sempre com o cunho bem “afiado” deste nome tão icónico do rock de 60s.

Vítor Santos

Vítor Santos é o histórico saxofonista do Thilo’s Combo, constituído por Thilo Krassmann, Vítor Santos, Tony Igrejas, José Luís Simões e Jorge Pinto.

Zé Luís

Nascido a 27 maio 1946, Zé Luís foi um carismático frontman da década de 1960 e o eterno vocalista dos EKOS.

Zurita de Oliveira

Cantora e guitarrista, Zurita de Oliveira (n. 19 janeiro 1931 – m. 2015) é considerada a “mãe” do rock em Portugal. O pioneirismo não valeu uma carreira de sucesso a Zurita de Oliveira. Como intérprete, não voltaria aliás a gravar, surgindo o seu nome ao longo da década de 60 como autora de vários fados para Ada de Castro. Zurita de Oliveira era meia-irmã do actor Camilo de Oliveira. Neta de Júlia Arjona, também conhecida como Julieta Rentini e dona da companhia teatral com o mesmo nome, o meio artístico estava-lhe portanto no sangue. Em meados da década de 1950, Zurita gravou alguns discos de 78 rpm na editora Estoril, do empresário Manuel Simões. Com acompanhamento de Belo Marques, aí se incluem composições deste maestro ou de João Aleixo, também maestro e marido da sua prima Leónia Mendes. Esta última foi aliás uma das presenças no filme “O Cantor e a Bailarina”, do realizador Armando de Miranda, onde Zurita participou ao lado de outros cantores, como o então casal Domingos Marques e Maria Adelina.

Pedro Santos, compositor

Obras de Pedro Santos

Música sacra do catálogo de obras do compositor

Título, Ano de estreia, Formação vocal/instrumental, Texto e seu autor, Observações, Instituição que encomendou e estreou

Senhora da Póvoa (a partir de melodia tradicional portuguesa), 2019 coro infanto-juvenil (e percussão opcional), Tradicional da Beira Baixa (recolha de Fernando Lopes-Graça), Pertencente à obra “Cancões do Solstício”, Coro de Pequenos Cantores de Esposende

Ó meu S. João Baptista (a partir de melodia tradicional portuguesa), 2019, coro infanto-juvenil (e percussão opcional), Tradicional da Covilhã (recolha de Rodney Gallop), Pertencente à obra “Cancões do Solstício”, Coro de Pequenos Cantores de Esposende

Noite de Natal (a partir de melodia tradicional portuguesa), 2019, coro infanto-juvenil (e percussão opcional), Tradicional dos Açores (recolha de César das Neves), Pertencente à obra “Cancões do Solstício”, Coro de Pequenos Cantores de Esposende

Versos e Canto da Verónica (a partir de duas melodias tradicionais portuguesas), 2019, coro feminino (SSA) e quatro instrumentistas (percussão, gaita de foles, tiorba e viola da gamba), Tradicional português (recolha de Michel Giacometti), Encomenda do Cardo Roxo (no disco “No Monte das Oliveiras”)

Pater noster, 2022, coro infantil (SSA), coro juvenil (SABar) e sete instrumentistas (percussão, harpa, piano e quarteto de cordas), “Cântico de Amor” de Bernardo Vasconcelos, Graduale Romanum e Liber Usualis, Coro de Pequenos Cantores de Esposende e Coro Ars Vocalis (direção de Helena Venda Lima)

Carlos Garcia, compositor

Obras de Carlos Garcia

Música sacra do catálogo de obras do compositor

Ave Maria (2014), coro a capella

Ave Verum (2019), coro a capella

Credo dos Apóstolos (2018), coro e órgão

Gloria in excelsis Deo (2016), coro infantil, coro misto e 6 órgãos ou piano

Lux Eterna, coral, (2018), coro e piano

Magnificat (2018), soprano Solo, coro e orquestra

Missa Breve (2011), coro e orquestra de cordas

Pater noster (2016), coro a capella

Stabat Mater (2013), coro e orquestra de cordas

Youth Jazz Mass (2021), coro e trio de Jazz

Carlos Garcia, compositor

Carlos Garcia, compositor