Canções sobre a terra
Canções sobre a terra
Letras
Brota a água
Brota a água da pedra bruta:
Sua luta, labuta,
De tudo dessedentar;
Ganha altura, desmesura
De tanto querer ser mar.
Corre campos, cria formas
Que nem ousara sonhar;
Dança ritmos, canta trovas
Antes de chegar ao mar.
A ciência que o mar tem
Não tem nada de pasmar:
Não há regato nem rio
Que ao mar não vá parar.
Brota a água da pedra bruta:
Sua luta, labuta,
De tudo dessedentar;
Ganha altura, desmesura
De tanto querer ser mar.
Corre campos, cria formas
Que nem ousara sonhar;
Dança ritmos, canta trovas
Antes de chegar ao mar.
Brota a água da pedra bruta:
Sua luta, labuta,
De tudo dessedentar;
Ganha altura, desmesura
De tanto querer ser mar.
Corre campos, cria formas
Que nem ousara sonhar;
Dança ritmos, canta trovas
Antes de chegar ao mar.
Letra e música: Pedro Mestre
Intérprete: Pedro Mestre com Janita Salomé (in CD “Campaniça do Despique”, Viola Campaniça Produções Culturais/Pedro Mestre, 2015)
Outra versão de Pedro Mestre com Janita Salomé (in DVD “No CCB: Pedro Mestre & Convidados”, Pedro Mestre, 2017)

Reciclanda
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração), realiza oficinas de música durante o ano letivo e dinamiza atividades em colónias de férias. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Misericórdias, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.
Contacte-nos:
António José Ferreira
962 942 759
Horas mortas
[ Árvores do Alentejo ]
Horas mortas… Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido… e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis do horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
– Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Poema: Florbela Espanca (in “Charneca em Flor”, 1930)
Música: Teresa silva Carvalho
Intérprete: Teresa silva Carvalho (in CD “Teresa Silva Carvalho: O Melhor dos Melhores”, vol. 35, Movieplay, 1994)
Também recitado por Eunice Muñoz
Luz que actua
[ Gaia de Saia ]
Luz que actua, Lua cheia em ti, faz querer viver mais
Expões o corpo receptivo à noite, dons de fértil musa
Iluminar põe o clima a subir, noite de clara Lua
Numa dança de saia rodada a sorrir, que essa tua vida é tua
Mãe dos homens que gera vida e luz
Gaia Deusa, musa, Mulher nua
Não se tomba, não se deixa cair
Que essa tua, que essa tua vida, que essa tua vida é tua
Mãos de força vergam o tempo a teimar, a lutar sem desistir
Tais direitos nem se devem questionar, direito a se expressar
Ser um ventre e um colo protector, e voluntária na sua dor
Ser mulher é existir entre os iguais, é resistir muito mais
Mãe dos homens que gera vida e luz
Gaia Deusa, musa, Mulher nua
Não se tomba, nem se deixa cair
Que essa tua vida é tua, vida é tua
Mãe dos homens que gera vida e luz
Gaia Deusa, Mulher nua
Não se tomba, nem se deixa cair
Que essa tua, que essa tua vida, que essa tua vida é tua
Letra e música: Luís Pucarinho
Intérprete: Luís Pucarinho* (in CD “SaiArodada”, Luís Pucarinho/Alain Vachier Music Editions, 2018)
Quero sempre ver as estrelas
Quero sempre ver as estrelas
Todo o mundo a navegar
Quer sempre ver o Sol
E o brilho do teu olhar
Corre, corre, maré alta
Correm rios e oceanos
Cresce a erva na ribeira
Fazem ninhos todos os anos
Quero ver as baleias
Todo o mundo a navegar
Quero sempre ver as estrelas
Quero ver o Sol raiar
Quero ver as baleias
Todo o mundo a navegar
Quero sempre ver as estrelas
Quero ver o Sol raiar
Voam bandos ao entardecer
Garças brancas e o algravão
Pássaros cheios de esperança
O riozinho e o espigão
Quero ouvir sempre o marulho
E as tempestades de Inverno
Quero ouvir sempre os sinos
E o silêncio que é eterno
Quero ver as baleias
Todo o mundo a navegar
Quero sempre ver as estrelas
Quero ver o Sol raiar
Quero ver as baleias
Todo o mundo a navegar
Quero sempre ver as estrelas
Quero ver o Sol raiar
Quero ver as baleias
Todo o mundo a navegar
Quero sempre ver as estrelas
Quero ver o Sol raiar
Letra: José Francisco Vieira
Música: Ana Figueiras e José Francisco Vieira
Intérprete: Flor de Sal (in CD “Flor de Sal”, José Francisco Vieira & Ana Figueiras/Alain Vachier Music Editions, 2016)
Quero ver o que a terra me dá
[ Cantiga da Terra ]
Quero ver o que a terra me dá
ao romper desta manhã:
o poejo, o milho e o araçá,
a videira e a maçã.
Ó mãe-d’água, ó mãe de chuvas mil,
já não quero teu aguaceiro;
quero ver a luz do mês de Abril
e a folia ao terreiro.
E vou colher inhames e limões,
hortelã e alecrim;
e vou cantar charambas e canções,
p’ra te ver ao pé de mim.
E os requebros deste teu bailar,
quero ser o cantador;
e vou saudar a várzea desse olhar,
ao compasso do tambor.
E vou colher inhames e limões,
hortelã e alecrim;
e vou cantar charambas e canções,
p’ra te ver ao pé de mim.
E os requebros deste teu bailar,
quero ser o cantador;
e vou saudar a várzea desse olhar,
ao compasso do tambor.
Letra e música: José Medeiros (1988 – para a série ficcional “O Barco e o Sonho”, RTP-Açores, 1989)
Intérprete: Musica Nostra (in CD “Cantos da Terra”, Açor/Emiliano Toste, 2009)
Versão original: José Medeiros (in 2LP “O Barco e o Sonho | Balada do Atlântico | Xailes Negros”: LP 2, Philips/Polygram, 1989; CD “7 Anos de Música”, 2.ª edição, DisRego, 1992)
Terra mãe
[ Terra Global ]
Terra mãe que me viu nascer
Cheia de encantos à beira do mar
Tem água e sede de vencer
Tem desertos de mágoa
Lá longe há outra terra
Esquecida no tempo
Enquanto há tempo, nunca é tarde demais
Nos sentimentos somos todos iguais
Enquanto há esperança e o sonho não morrer
Haja mudança que a terra vai renascer
Cresci entre o amor e o perdão
Sempre vi o mundo no horizonte
A minha terra é o meu coração
Que ama, grita e sente
Lá longe há outra gente
Que sofre em silêncio
Enquanto há tempo, nunca é tarde demais
Nos sentimentos somos todos iguais
Enquanto há esperança e o sonho não morrer
Haja mudança que a terra vai renascer
Enquanto há tempo, nunca é tarde demais
Nos sentimentos somos todos iguais
Enquanto há esperança e o sonho não morrer
Haja mudança que a terra vai renascer
Letra: Samuel Lopes
Música: João Lopes
Intérprete: Citânia
Versão original: Citânia (in Livro/CD “Segredos do Mar”, Seven Muses, 2011)
Terra-Mãe
Terra-mãe! Terra-mãe! Terra-mãe!…
Tens olhos de água,
Tens brincos de trigo
e um filho em cada mão.
Tens lábios de terra,
Tens dedos de mágoa
e um lugar nesta canção.
És sal tão amargo,
És sonho adiado,
És fruto guardado
desta primavera.
Terra-mãe! Terra-mãe! Terra-mãe! Terra-mãe!…
Tens corpo de vento
e um rosto de mar
e as cores da alvorada.
Tens nome de guerra
em tempo de paz
que te faz ser tão amada.
És sangue, és mudança,
És data marcada,
És cais de chegada
no dia da esperança.
Terra-mãe! Terra-mãe! Terra-mãe! Terra-mãe!…
Letra: José Jorge Letria
Música: Carlos Mendes
Intérprete: Carlos Mendes (in LP “Triângulo do Mar”, Triângulo/Sassetti, 1982; reed. digital: World Music Records, 2021)
Verdes são os campos
[ Verdes São os Campos ]
Verdes são os campos,
Da cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes;
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Poema (excerto): Luís de Camões
Música: José Afonso
Intérprete: José Afonso (in “Traz Outro Amigo Também”, Orfeu, 1970, reed. Movieplay, 1987; CD “Poesia Encantada”, vol. 2, EMI-VC, 2004)
Outra versão: Teresa Silva Carvalho (in “Ó Rama, Ó Que Linda Rama”, Orfeu, 1977, reed. Movieplay, 1994)









