Bio+
Nuno Rebelo
Guitarra . Composição
Nuno Rebelo nasceu em Torres Vedras, em 1960. Formado em Arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, desde muito cedo se dedicou exclusivamente à música, sendo auto-didata nesta área.
Durante a década de 80 destacou-se na música Pop, integrando os “Streetkids” (1980-82) e dirigindo os “Mler ife Dada” (1983-89). De 1990 a 92 dirigiu o grupo instrumental “Plopoplot Pot” e, entre 93 e 95, a “Poliploc Orkeshtra”, um ensemble de não-músicos constituído por alunos do Chapitô, que acompanhava com música ao vivo os filmes mudos “Nosferatu”, de Murnau, e Douro, Faina Fluvial, de Manoel de Oliveira.
No cinema, criou música para filmes de José Nascimento, Edgar Pêra, Ricardo Rezende, Jorge António, Jorge Paixão da Costa, etc.
No teatro, criou música para encenações de José Wallenstein, João Garcia Miguel, Paulo Filipe Monteiro, António Feio e Águeda Sena.
Na área da dança, criou música para coreografias de Mark Tompkins, Vera Mantero, Constanza Brncic, João Fiadeiro, Paulo Ribeiro, Aldara Bizarro, Cosmin Manolescu, Malpelo, entre outros.
Atuou ao vivo em várias cidades europeias com os bailarinos Mark Tompkins, Vera Mantero, Steve Paxton, Lisa Nelson, Julyen Hamilton, David Zambrano, Constanza Brncic, Frans Poelstra, Boris Charmatz, João Fiadeiro, Nuno Bizarro, Malpelo (Maria Muñoz e Pep Ramis), Mathilde Monier, Christian Rizzo, Patricia Kuypers.
Participou no projeto Tuning Scores de Lisa Nelson (Centro Pompidou, Paris, 2003) e no projecto site-specific En Chantier, de Mark Tompkins, que se desenrolou em Paris entre 2001 e 2004 durante a obra de renovação do Théatre de la Cité Internationale, culminando na inauguração do mesmo. Em 2008 compôs a música para o musical “Lulu, une operètte de circonstance”, de Mark Tompkins, para a qual escreveu arranjos para orquestra sinfónica.
Foi o autor de Pangea (o hino da Expo 98), da música e sonoplastia do espetáculo Oceanos e Utopias (diariamente no pavilhão da Utopia, na Expo 98), bem como da música para o espetáculo de fogo de artifício que marcou a abertura de Porto 2001 Capital Europeia da Cultura. Foi o autor do jingle publicitário de L94 Lisboa Capital Europeia da Cultura 1994 (que ganhou o prémio de melhor música para publicidade nesse ano) e do jingle publicitário do Campeonato Europeu de Futebol Euro 2004.
Em concertos de música improvisada, (como guitarrista), tocou em diversos países com músicos como Agusti Fernandez, Agusti Martinez, Albert Cirera, Alexander Frangenheim, Alfredo Costa Monteiro, Bart Maris, Damo Suzuki, DJ OLive, Eric M, Ferran Fages, Francesco Cusa, Fried Dahn, Gianni Gebbia, Graham Haynes, Gregg Moore, Hilmar Jensson, Hiroshi Kobayashi, Jakob Draminsky Hojmark, Jean-Marc Montera, Joan Saura, John Bisset, Kato Hideki, Le Quan Ninh, Liba Vilavecchia, Michael Moore, Michael Vatcher, Paolo Angeli, Peter Kowald, Phillipe Aubry, Shelley Hirsch, Tom Chant, Matt Davis, Victor Nubla, Vincent Peter, Xavier Maristany, bem como com a maioria dos improvisadores portugueses, donde se destacam as suas colaborações frequentes com o baterista Marco Franco, com o violoncelista Ulrich Mitzlaff e com o violinista Carlos Zingaro.
Participou numa apresentação de Cobra, de John Zorn, dirigida pelo próprio na Casa da Música (Porto, 2008), e na European Improvisers Orchestra dirigida por Evan Parker (Belfast, 2012), bem como em vários concertos da Variable Geometry Orchestra, dirigida por Ernesto Rodrigues.
Em 1998 apresentou o espetáculo As guitarras portuguesas mutantes!!! integrado no festival Mergulho no Futuro da Expo 98. No âmbito do Ponti/Porto 2001, apresentou no Teatro Nacional S. João o espetáculo Compact Disconcert, um concerto / retrospectiva das suas composições para teatro e dança.
Em 2012 apresentou Cage Walk no Teatro Maria Matos (Lisboa), um tributo ao compositor americano John Cage, por ocasião do centenário do seu nascimento.
Também no Teatro Maria Matos e no GNRation (Braga), e por ocasião do centenário do nascimento de Sun Ra, apresentou em 2015 o concerto “We Travel the Spaceways”, com alunos do Conservatório Gulbenkian de Braga.
Tem lecionado oficinas sobre diversos tópicos: técnicas experimentais para guitarra elétrica (Setúbal, Torres Vedras, Almada), improvisação livre conjuntamente com Carlos Zíngaro – (Oeiras, Almada), improvisação estruturada (Guarda, Portimão, Porto, Mindelo, Maputo), esculturas sonoras (Montemor-o-novo), música com a comunidade (Guarda, Porto).
Conjuntamente com Mark Tompkins tem leccionado o workshop audible movement, visible sound que foca a área de contaminação performática entre dança e música (em Estrasburgo, Lisboa, Bucareste, Viena, Toulouse, Lubljana, Mulhouse). Com a coreógrafa Emmanuelle Huyhn leccionou em Paris um workshop de performance com movimento e feedbacks de microfone.
Tem orientado a oficina Sonosculturas – esculturas sonoras – nas Oficinas do Convento em Montemor-o-novo (2009, 2012, 2017). Como criador nesta área Nuno Rebelo apresentou as suas esculturas sonoras em diversos locais de Portugal, no festival 4X4 em Tromso (Noruega) e na Bienal de Land-Art do I-Park (Connecticut, U.S.A).
Entre 2004 e 2006 fez parte da direção da associação Granular (www.granular.fm), associação que se tem dedicado a desenvolver e potenciar as músicas de carácter experimental em Portugal e o cruzamento destas com outras formas de expressão artística.
Entre 2013 e 2015 lecionou a disciplina de Improvisação Contemporânea na Escola Superior de Música Taller de Musics, em Barcelona.
Sentindo-se mais atraído pela performance em palco do que pela gravação de CD, aqui se mencionam alguns dos poucos que têm sido editados: Sagração do mês de Maio (EMI, 1989); “M2″ (Ananana 1996); Azul Esmeralda (Ananana 1998); On the edge (Raka, 2002); ZDB (Raka, 2002); Compact Disconcert (TNSJ, 2002). Em 2013 foi editado o CD Removed from the flow of time (guitar solos, 1992-2012) pela editora Creative Sources.
[ Músicos naturais de Torres Vedras ]