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Maria Amélia Proença

Fado

Nos seus 60 anos de carreira, que a fadista completa em 2008, Maria Amélia Proença transformou-se da criança “revelação” numa das portadoras da tradição do Fado Castiço, representando uma geração de cantores que há muito deixaram o activo profissional.

Maria Amélia Marques Proença nasceu em Lisboa, no bairro de Campo de Ourique, no dia 21 de Outubro de 1938. Ainda criança ouvia muitos programas na rádio e aprendia todos os fados, em especial os de Amália Rodrigues, que depois cantarolava em casa e na rua.

Com apenas 8 anos inscreve-se no “Grande Concurso Portugal”, um concurso para adultos organizado pelo jornal “Ecos de Portugal”. A sua presença destaca-se e recebe a Taça Amália do concurso.

Faz a sua estreia em 1948 apresentando-se publicamente no Teatro Casablanca (Parque Mayer), propriedade do empresário José Miguel que, para conseguir tê-la a cantar naquele local público, vê-se obrigado a solicitar uma autorização especial ao Ministério do Trabalho, uma vez que Maria Amélia não tem idade para profissionalizar-se.

Maria Amélia Proença passou pelos mais variados locais de actuação desde que se estreou no teatro Casablanca, do Parque Mayer, com apenas nove anos, em 1948.

A partir desta data, 1948, apresenta-se regularmente nas casas pertencentes ao empresário José Miguel: o Solar da Alegria, O Mondego, o Café Latino e o Vera Cruz.

Maria Amélia Proença passa também a actuar em espectáculos e verbenas um pouco por todo o país, em formatos de apresentação colectiva que eram correntes naquela época. Grava também o seu primeiro disco, em formato de 78 rpm, com o jovem Jorge Barradas.

A fadista casa com 16 anos, no dia 2 de Novembro de 1954 e tem dois filhos, um dos quais, Carlos Manuel Proença, toca viola de Fado e muitas vezes a tem acompanhado na sua profissão.

Na década de 1970 faz as suas primeiras digressões ao estrangeiro, chegando a permanecer 7 meses em Macau e a fazer apresentações na Tailândia, Japão e Singapura.

Apresentou-se em espectáculos na Alemanha, França, Holanda, Inglaterra, Angola e Cabo Verde. E, a nível nacional, participou nos espectáculos organizados pela Lisboa Capital Europeia da cultura, em 1994 ou pela EXPO’ 98.

Paralelamente a fadista continuará a cantar em diversas casas de Fado. O último elenco fixo que integrou foi o da Taverna do Embuçado, mantendo, depois, actuações esporádicas no Luso.

Actuou ao lado de grandes nomes do fado, como Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Tristão da Silva, Fernando Farinha e Carlos do Carmo.

Mais recentemente, apesar de não artista residente em nenhuma casa de fados, faz actuações no Luso e em espectáculos diversificados.

A fadista não tem uma discografia muito vasta, constituída sobretudo por EPs e cassetes gravados nas décadas de 1960 a 1990 e apenas o LP “Fados”, editado pela Riso e Ritmos em 1979.

O seu mais recente trabalho discográfico, já em formato CD, foi editado pela Ocarina em 2006 e intitula-se “Fados do meu Fado”.

A carreira da fadista está muito ligada aos espaços de casa de fado, tendo passado pelos elencos das casas mais importantes, caso do Luso, do Faia, da Taverna do Embuçado ou, mais recentemente, do Senhor Vinho. Ainda assim deslocou-se por diversas vezes em digressões para actuar em países como Singapura, Malásia, Japão, Alemanha, Holanda, França, Angola e Cabo Verde.

Nos seus 60 anos de carreira, que a fadista completa em 2008, Maria Amélia Proença transformou-se da criança “revelação” numa das portadoras da tradição do Fado Castiço, representando uma geração de cantores que há muito deixaram o activo profissional.

Em 2005 Maria Amélia Proença foi distinguida com o prémio “Carreira” no concurso “Grande Noite do Fado”.

Museu do Fado, acesso a 15 de abril de 2018

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