Canções sobre Portugal
Letras
Jardins de Portugal
Nos jardins de Portugal
vão morrendo lentamente
alegrias dos mais velhos
momentos de bem e mal
no que fizeram e foram
meditam, perdem seus sonhos
Faces que o tempo marcou
nos jardins de Portugal
vejo passar junto a mim
e no que a vida os tornou
homens sombrios de olhar triste
pressinto um dia o meu fim
Tenho remorso de vê-los
nessa enorme solidão
pelos jardins de Portugal
de nada fazer por eles
e ter ainda alegria
para os poder alegrar
Em cada rosto enrugado
sinto lembranças de amor
sofrimento e frustração
Portugal tão mal amado
nos bancos dos seus jardins
sofre em cada coração
Letra: Manuel Lima Brummon
Música: Luís Alexandre
Intérprete: Tereza Tarouca (in LP “Portugal Triste”, Alvorada/Rádio Triunfo, 1980; CD “Tereza Tarouca”, col. O Melhor dos Melhores, vol. 32, Movieplay, 1994; CD “Álbum de Recordações”, Alma do Fado/Home Company, 2006)
Povo que lavas no rio
Povo que lavas no rio,
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!
Meu cravo branco na orelha!
Minha camélia vermelha!
Meu verde manjericão!
Água pura, fruto agreste,
Fora o vinho que me deste,
Mas a tua vida, não!
Só tu! Só tu és verdade!
Quando o remorso me invade
E me leva à confissão…
Povo! Povo! eu te pertenço.
Deste-me alturas de incenso.
Mas a tua vida, não!
Povo que lavas no rio,
Que talhas com teu machado
As tábuas do meu caixão,
Pode haver quem te defenda,
Quem compre o teu chão sagrado,
Mas a tua vida, não!
Poema: Pedro Homem de Mello (excerto adaptado) [texto integral abaixo]
Música: Joaquim Campos (Fado Vitória)
Intérprete: Tereza Tarouca (in LP “Tereza Tarouca Canta Pedro Homem de Mello”, Edisom, 1989; CD “Teresa Tarouca”, col. Clássicos da Renascença, vol. 15, Movieplay, 2000)
Vivi povo e multidão
[ Cantarei ]
Vivi povo e multidão
Sofri ventos, sofri mares
Passei sede e solidão
Muitos lugares
Sofri países sem jeito
P’ró meu jeito de cantar
Mordi penas no meu peito
E ouvi braços a gritar
E depois vivi o tempo
Em que o tempo não chegava
Para se dizer o tanto
Que há tanto tempo se calava
Vivi explosões de alegria
Fiz-me andarilho a cantar
Cantei noite, cantei dia
Canções do meu inventar
Cantarei e cantarei
À chuva, ao sol, ao vento, ao mar
Seara em movimento
Ondulante sem parar
Hoje resta-me este braço
De guitarra portuguesa
Que nunca perde o seu espaço
E a sua beleza
Hoje restam-me os abraços
Nesta pátria viajada
Dos que moram mesmo longe
A tantos dias de jornada
Dos que fazem Portugal
No trabalho dia a dia
E me dão alma e razão nesta porfia
Por isso invento caminhos
Mais cantigas viajantes
E sinto música nos dedos
Com a mesma força de antes
Cantarei e cantarei
À chuva, ao sol, ao vento, ao mar
Seara em movimento
Ondulante sem parar
Letra e música: Pedro Barroso
Intérprete: Pedro Barroso
Versão original: Pedro Barroso (in LP “Cantos à Terra-Madre”, Da Nova, 1982, reed. Movieplay, 1997; 2CD “Antologia 1982-1990”: CD 2, Movieplay, 2005)
Outras versões: Pedro Barroso (in CD “De Viva Voz”, Lusogram, 2002)
Reciclanda
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração), realiza oficinas de música durante o ano letivo e dinamiza atividades em colónias de férias. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Misericórdias, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.
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António José Ferreira
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