Acessíveis e inclusivos são os instrumentos musicais que, adaptados a crianças com deficiência, são igualmente eficazes com crianças sem necessidades especiais.
Os instrumentos apresentados neste artigo foram utilizados por crianças em Unidade de Apoio Educativo a Crianças com Multideficiência. Podem ser replicados e tocados por todas as crianças, na escola e em casa, com a ajuda de familiares adultos. Por razões económicas, pedagógicas e ambientais, são uma vantagem para educadores de infância e professores de Música nas Atividades de Enriquecimento Curricular e Música Adaptada.
Tambor de tampa:
Tampa de balde de azeitona e baqueta de plástico
A tampa de um balde de azeitonas pode desenvolver a criatividade e o bem-estar da criança. Basta lavá-la e mantê-la limpa. Há tampas com vários tons de verde, vermelho, amarelo, castanho. São ferramentas úteis para desenvolver o conhecimento das cores. Muitas vezes, a própria criança mostra ao adulto o que consegue e gosta de fazer com o objeto. ]
Maraca-lagarta:
Maraca com arroz feita de tampas de amaciador
A maraca-lagarta é um objeto múltiplo feito com tampas de amaciador da roupa que encaixam umas nas outras. Para fazer uma boa maraca basta colocar arroz lá dentro e encaixar bem, deixando a última sem tampa. Se o seu educando gosta de encaixar objetos, não coloque dentro grãos pequenos mas objetos maiores como castanha, ou castanha da Índia, ou outros (tendo sempre o cuidado de não serem risco para a segurança.) ]
Almofariz:
Utilização rítmica do almofariz
O almofariz de madeira que utiliza na cozinha para pisar condimentos, nozes e alho pode funcionar como instrumento musical de percussão direta, batendo com o pilão na base ou nas paredes. ]
Clavas de encaixe:
Tubos de cana abertos num dos lados ]
Além de servirem para bater da forma convencional – batendo com a menor na maior – duas clavas de cana de bambu furadas, com diâmetros adequados, podem ser um instrumento musical e um brinquedo, quando a criança se diverte a encaixar uma na outra e a bater dessa forma. ]
Maraca de braço:
Maraca acessível feita por Sílvia Faria ]
Para crianças com sérias limitações em termos de motricidade, é possível fazer pulseiras sonoras ou maracas de pulso que proporcionam experiências sonoras e bem-estar. Se tiver um familiar que costure, dê asas à imaginação e crie alternativas sonoras para o seu educando.
Saqueta de sons:
Peúga com conchas ]
Tem meias bonitas que já não servem ao seu educando? Guarde-as e poderá criar com elas objetos sonoros interessantes com que pode fazer jogos de música e motricidade. O som e o cheiro vai variar conforme o que colocar na meia: conchas, pedrinhas, caroços de frutos, ervas aromáticas secas, sementes de melão.
Maraca cilíndrica:
Recipiente cilíndrico de toalhitas ]
Um recipiente cilíndrico de toalhitas ou de ração de tartaruga pode tornar-se um brinquedo ou um instrumento sonoro em que pode colocar, conforme as competências e características do seu educando, arroz, grãos ou objetos maiores.
Pulseira sonora:
Pulseira sonora feita por Sílvia Faria ]
Se tiver na família ou entre os amigos alguém quem saiba de costura, obtenha pulseiras sonoras ou maracas de pulso que proporcionam experiências sonoras agradáveis ou surpreendentes.
Guizeira de pulso:
Instrumento acessível feito por Sílvia Faria ]
Maiores limitações exigem maior engenho. Quando as crianças têm grandes dificuldades em mover o braço, uma das soluções poderá ser criar guizeiras de pulso.
Chincalho:
Cabo, tampas de frascos de néctar e parafuso ]
A faca partiu e resta um bom cabo? Basta fixar tampas metálicas (de frasco de sumo tipo COMPAL), depois de furadas com prego grosso e martelo. Atravessando-as com um parafuso grande, tem um chincalho seguro, funcional, resistente e duradoiro.
Tambor de frasco:
Frasco de champô percutido com pauzinho ]
Com um pauzinho e um frasco de champô lavado e seco, reciclado, pode ter um instrumento que pode ajudar o seu filho a desenvolver diversas competências psicomotoras, contar, dizer frases curtas, acompanhar canções. ]
Vaso metálico reutilizado:
Vaso utilizado com finalidade diferente ]
Um vaso metálico e uma baqueta que encontra no IKEA a bons preço pode servir para tocar, seja com baqueta de plástico seja com uma colher de pau, ou pauzinho.
Maracas geométricas:
Maracas geométricas ]
Diversos frascos e boiões tornar-se maracas com cores e formas diversas (cilíndricas, oval, paralelipipédica e esférica.) Basta colocar lá dentro sementes ou grãos de cereal.
Saqueta:
Resto de pano com feijão preto dentro ]
Saquetas podem ser reutilizadas para fins didáticos e musicais, colocando dentro cascas de noz, búzios ou conchas. Pode fazer jogos cantados como: “Fui ao saco das amêndoas sem a minha mãe saber. Tirei uma, tirei duas… (até 10). Que guloso que tu és!
Redinha de pedras:
Rede com pedrinhas recolhidas na praia ]
Areias dentro de uma saqueta podem suscitar o interesse da criança, em termos de som, de cores e de textura. ]
Hemisférios às avessas:
Idiofone feito das metades de esfera ]
Metades coloridas de recipientes esféricos de chocolate ou de surpresas de máquina podem funcionar como castanholas reutilizadas.
Castanholitas:
Doseadores de detergente para máquina de lavar roupa
Tampas maleáveis de doseador de detergente para máquina de lavar roupa podem servir de instrumento musical com timbre agradável e intensidade suave. Também pode utilizá-los para fazer jogo simbólico, fazendo de conta que é um copo (que pode passar-se entre adulto e criança ou encaixar.) ]
Tampa circular multiusos:
Tampa de balde de azeitona ]
Há crianças que, apesar de limitadas em termos de motricidade e fala, entendem muitas palavras e gestos dos adultos e gostam de fazer de conta. Uma tampa circular pode tornar-se um volante, uma máscara, um chapéu, um prato, uma pizza, um leque… Invente como fazia quando o seu filho era bebé, ou utilize canções tradicionais conhecidas. ]
Castanhola de parafuso:
Material para sustentação de cortinas e parafuso
Em lojas ditas “dos Chineses” encontra estes objetos de madeira que servem para fixar varões de cortinas. Basta colocar um parafuso grande e tem um instrumento de percussão direta que dá para bater ou friccionar. Há crianças que gostam muito deste tipo de instrumentos. ]
Este é um álbum de instrumentos reciclados inclusivos que podem ser replicados e tocados por todas as crianças, na escola e em casa, com a ajuda de familiares adultos. As fotografias deste artigo apresentam crianças portadoras de multideficiência e de necessidades especiais em ação e foram feitas ao longo de anos. Representam parte do trabalho em Unidade de Apoio Especializado à Multideficiência e crianças com NEE do Ensino Regular. Tendo em conta as vantagens económicas, pedagógicas e ambientais, são um recurso que beneficia a prática de educadores de infância e professores de Música nas Atividades de Enriquecimento Curricular/Música Adaptada.
Bombos reutilizados:
Baldes de óleo de motor de automóvel da Shell ]
Castanhola de parafuso:
Material para sustentação de cortinas e parafuso ]
Chinca-chinca:
Idiofone de madeira feito de peças de sustentação de cortina ]
Frascos de vento:
Cabide com frascos de champô presos por fios ]
Geme-geme:
Lata, cabo reutilizado e parafuso grande ]
Tambor de tampa circular reutilizado:
Tampa de balde de azeitona e baqueta de plástico ]
Maraca-lagarta:
Maraca com arroz feita de tampas de amaciador da roupa enfiadas umas nas outras ]
Maraca cilíndrica grande:
Recipiente cilíndrico de plástico (de ração para peixes), com grãos de arroz ]
Requemola:
Mola de guarda-chuva e raspador ]
Almofariz:
Utilização rítmica do almofariz ]
Clavas de cana:
Tubos de cana de bambu ]
Clavas de enfiamento:
Tubos de cana abertos num dos lados ]
Colar de argolas:
Argolas de cortina ]
Chincalho de argolas reutilizado:
Materiais para sustentação de cortina ]
Maraca de braço:
Maraca acessível com velcro feita por Sílvia Monteiro ]
Saqueta de sons:
Peúga com conchas ]
Maraca cilíndrica grande:
Recipiente cilíndrico de toalhitas ]
Pulseira sonora:
Pulseira sonora feita por Sílvia Monteiro ]
Saqueta sonora:
Saqueta com conchas ]
Guizeira de pulso:
Instrumento acessível feito por Sílvia Monteiro ]
Chincalho:
Cabo, tampas de frascos de néctar e parafuso ]
Tambor de frasco:
Frasco de champô percutido com pauzinho ]
Vaso metálico reutilizado:
Vaso utilizado com finalidade diferente ]
Maracas geomátricas:
Maracas geométricas ]
Saqueta:
Resto de pano com feijão preto dentro ]
Redinha de pedras:
Rede com pedrinhas recolhidas na praia ]
Litofone de mão:
Pedras recolhidas na praia ]
Paulitos:
5 pares de paulitos ]
Hemisférios às avessas:
Idiofone feito das metades de esfera ]
Clavas de cana de bambu:
Bocados de cana reutilizados ]
Círculos mágicos:
Tampas que se tornam diferentes objetos em jogos criativos ]
Chocalhos de vento:
Cabide com chocalhos pendentes ]
Castanholitas:
Doseadores de detergente para máquina de lavar roupa ]
Arena com bola:
Tampa circular com bola a rolar no sentido dos ponteiros do relógio ou em sentido contrário ]
Álbum com crianças portadoras de multideficiência e necessidades especiais, em geral, tocando instrumentos musicais didáticos, tradicionais, digitais e reutilizados, de Unidades de Apoio Especializado à Multideficiência ou de turmas do Ensino Regular.
Guitarra clássica:
Criança com síndrome CHARGE dedilhando ]
Sinetas de botão de altura definida:
Tocando e vocalizando ]
Darabuca:
Criança com atraso do Ensino Regular ]
Pandeiro:
Criança com multideficiência tocando ]
Teclado digital:
Menina com síndrome de Angelman ]
Tambor multissensorial:
Criança com NEE em UAEM ]
Castanhola de cabo com elefante:
Menina com NEE em UAEM ]
Teclado:
Criança com multideficiência em UAEM ]
Pandeireta com abelha:
Menina com NEE em UAEM ]
Teclado:
Atento ao piano ]
Metalofone de lâminas soltas:
Tocando escala pentatónica ]
Maraca dupla de madeira:
Criança tocando em UAEM ]
Pandeireta:
Criança em UAEM ]
Guizeira didática:
Criança com deficiência em UAEM ]
Concertina de brincar:
Criança com síndrome de Angelman tocando ]
Rela:
Criança com multidefciência ]
Pianica de animais:
Menino com síndrome de Angelman ]
Maraca múltipla:
Criança da Pré-Escola tocando ]
Kashaka:
Menino com síndrome de Angelman em UAEM ]
Reco-reco didático:
Criança com síndrome CHARGE ]
Bateria digital Yamaha:
Criança com NEE do Ensino Regular ]
Maraca cilíndrica de madeira:
Criança com NEE da educação pré-escolar ]
Jambé:
Menino com NEE em UAEM ]
Tamborete:
Criança com NEE em idade pré-escolar ]
Címbalo:
Menino com autismo, em UAEM ]
Maraquita cilíndrica:
Criança com NEE em idade pré-escolar ]
Pandeiro árabe:
Criança com NEE em Educação de Infância ]
Bongós:
Menina com NEE, síndrome de Down, em UAEM ]
Castanhola de cabo:
Criança com NEE de UAEM ]
Caxixi:
Criança com NEE em UAEM ]
Crótalo didático:
Criança com deficiência ]
Tubo melódico:
Criança com síndrome de Angelman ]
Minimetalofone:
Menino com NEE em UAEM ]
Prato suspenso:
Menino com síndrome CHARGE ]
Guizeira semicircular:
Menina com NEE em UAEM ]
Metalofone:
Criança com autismo tocando lâminas do acorde de Dó ]
Jogo de bola à mesa: criança com criança – ou criança com adulto – sentam-se frente a frente nas cabeceiras da mesa, tendo uma pequena bola. Têm perto da mesa um papel e uma caneta para anotar os resultados. Cada um faz a bola rolar em direção à cabeceira adversária. Se a bola cair pelos lados, o adversário ganha um ponto. O jogador que fizer a bola entrar na “baliza” contrária também marca um ponto. Quando um jogador chega aos 5 pontos, venceu o jogo. Aponta-se o resultado e dá-se início a mais um jogo.
António José Ferreira
“Família meu amor”: comemora o Dia Internacional da Família (15 de maio).
I. Um abraço faz-me feliz
Este é um poema/canção para os pais abraçarem, tocarem, massajarem, brincarem com a criança com (ou sem necessidades educativas especiais).
Tente cantar com a melodia, ou improvise com ritmo corporal (palmas e mãos nas pernas, por exemplo, marcando a pulsação de forma alternada). Depois de estar preparado o texto, realize como se estivesse a representar uma pequena peça, tendo como personagens, a criança, o pai ou a mãe, o médico ou médica. Se possível, o pai ou outro familiar pode fazer de conta que é o médico. Toca diferentes partes do corpo, enquanto o adulto que faz de pai ou mãe canta o refrão. Não havendo mais ninguém em casa, o adulto canta e toca nas diferentes partes do corpo, se a criança não o conseguir fazer.
Olá, boa tarde, ó senhor Doutor. Veja o meu filho: está com uma dor.
Veja a cabeça!
Veja as orelhas.
Veja o pescoço!
Veja os braços!
Veja as mãos!
Veja o peito!
Veja as costas!
Veja a barriga!
Veja as pernas!
Veja os pés!
Crianças em idade pré-escolar e até ao 3º Ano de Escolaridade gostarão de realizar esta atividade. Pelas suas características, pode ser bem sucedida também com crianças portadoras de NEE.
III. Vamos ao cinema
O adulto e a(s) crianças vêem uma AQUI uma curta metragem. Se possível, a mãe ou o pai fazem pipocas, sentindo com o tacto, o olfato e o ouvido. Depois comem as pipocas enquanto assistem ao filme.
O Dia Internacional da Família ocorre todos os anos a 15 de maio. Pretende realçar:
“a importância da família na estrutura do núcleo familiar e o seu relevo na base da educação infantil;
reforçar a mensagem de união, amor, respeito e compreensão necessárias para o bom relacionamento de todos os elementos que compõem a família;
chamar a atenção da população para a importância da família como núcleo vital da sociedade e para seus direitos e responsabilidades;
sensibilizar e promover o conhecimento relacionado com as questões sociais, económicas e demográficas que afetam a família.”
Com ligeiras adaptações, estas propostas podem realizar-se em casa ou na Escola, no 1º Ciclo ou na Pré-Escola, em Atividades de Enriquecimento Curricular ou Oficina dos Sons Adaptada. Com leves adaptações, esta sessão acessível e inclusiva pode comemorar não só o Dia Internacional da Família mas também o Dia do Pai (19 de março), Dia da Mãe (1º domingo de maio) e Dia Mundial dos Avós (26 de julho).
Cuida sempre da alimentação. Doces? Com moderação. Aos salgados, tu dizes que não: Fazem mal ao coração.
Come sopa de couve ou feijão, de espinafre ou agrião. Come coco, laranja, mamão, Melancia e melão.
Musicatividades
1. O adulto diz dois versos de cada vez, em andamento moderado, e a criança repete.
2. Diz uma quadra toda e a criança repete.
Acompanham com a ponta dos dedos da mão direita (exceto polegar) na beira da mesa e, em simultâneo o pé direito no chão; alternando com mão esquerda/pé esquerdo da mesma forma.
II. Bebo um copo
A atividade pode realizar-se tanto em casa como na escola. Pode fazer-se com um copo de plástico, ou uma tampa reciclada de amaciador da roupa. Promove a coordenação motora e competências nas áreas do Português e da Música.
Bebo um copo, Bebo outro. Está calor, Sabe-me a pouco.
Bebo água Amiúde É tão bom para a saúde!
Musicatividades
1. Criança e adulto (ou duas crianças) estão sentadas à mesa. Um deles tem à sua frente um pequeno copo. (Ao início, é mais simples fazerem com um só copo).
2. Um agarra e passa, o outro agarra e passa, de forma regular, mecânica, sem perder a pulsação, sempre na mesma velocidade (andamento). Primeiro, aprendem a passar. Para ajudar, o adulto diz: agarra e passa, gar pas.
3. Depois dizem as rimas. O adulto reforça que beber água faz bem à saúde. Quando a criança já consegue dizer (ou cantar) o texto e passar corretamente o copo, juntam-se as duas atividades.
III. Um, dois, feijão com arroz
A atividade desenvolve competências vocais, rítmicas, linguísticas e matemáticas.
Em contexto de pandemia e para além dela, as atividades desta página em desenvolvimento podem ser feitas em casa com crianças portadoras de NEE, mas poderão ser utilizadas também em educação pré-escolar e mesmo no 1º e 2º anos de escolaridade em AEC.
A gentileza gera gentileza, cria bom ambiente, promove o bem-estar e contribui para a saúde mental. Ela é, por isso, muito importante para a boa convivência social. Saudar, dizer “bom dia” ou “boa tarde” de forma cordial, contribui para a felicidade, incluindo as crianças com necessidades especiais.
Na escola em contexto de UAEM, as rotinas dão previsibilidade e segurança. A música pode dar uma ótima ajuda nesse sentido, começando com uma “canção do olá” e terminando com a “canção do adeus”, por exemplo.
A família desempenha um papel insubstituível na assimilação de práticas de gentileza. Nesta atividade, o adulto nomeia e saúda a criança com voz e gesto e ela responde à saudação, na medida das suas possibilidades. Em famílias com crianças NEE, o toque, a brincadeira e o humor poderão ocupar um papel muito importante.
Bom dia, ó Joana, é bom estarmos lado a lado! Com a música, o dia fica bem mais animado.
O adulto diz a quadra e tenta cantar com a melodia, ou dizer à maneira de poesia ritmada (RAP), com palmas, ou pés no chão, ou movendo ritmicamente a mão da criança. E improvisa ou utiliza outras rimas:
Bom dia, ó Gonçalo, é bom ‘star à tua beira. Hoje é dia de tocarmos porque é segunda-feira.
Tratando-se de crianças que não falam, ou que têm um vocabulário muito reduzido, as expressões faciais do adulto, o desafio é maior. Proporcionará movimento, usará criativamente a voz, e usará contrastes e diversos andamentos. Quando a criança não bate palmas sozinha mas consegue percutir com uma das mãos, por exemplo, pode bater na palma do adulto ou num tupperware.
Há crianças que têm dificuldades em dizer ou não dizem mesmo o dia da semana. Adaptando-se às circunstâncias, o adulto canta depois de ouvir o MIDI. E brincam com o “Yeah”, que pode ser acompanhado de um gesto com a mão e de uma expressão facial.
É segunda-feira! Yeah! Estou à tua beira! Yeah! Hoje tenho música e danço, depois vou p’ra a brincadeira. Yeah!
Esta é uma adaptação da canção de Boss AC, tendo em conta as características das crianças com necessidades especiais. Despois de cantar, as crianças podem dizer expressivamente o texto, se possível, ou realçar algumas palavras, como “yeah”, “música”, “danço”, “brincadeira”.
As “Canções para Sentir” nascem em contexto de pandemia para famílias com crianças portadoras de deficiência. Propõem atividades originais e acessíveis que podem melhorar o bem-estar dos educandos, promover o desenvolvimento e fomentar as relações entre pais e filhos. Podem ser realizadas com crianças sem NEE, tanto em casa como na escola, nº 1º Ciclo e Jardim de Infância.
António José Ferreira
Nas crianças com (multi)deficiência, tal como nos bebés, o tato e o olfato devem ser muito valorizados. Os familiares e educadores devem ter em conta as portas de acesso ao mundo de que a criança dispõe. Se a criança não tem visão, se não ouve, se não fala, o adulto tem um desafio pela frente no sentido de valorizar as capacidades da criança.
Dá-me
Esta canção pode ser recitada de forma teatral e criativa, ou com duas notas. Se a criança entender as palavras, mesmo que não acompanhe o texto, pode vocalizar; ou bater palmas; ou percutir com uma colher de pau num tupperware.
O adulto favorece a fruição do abraço, do beijinho, da mão e do toque.
O adulto entrega à criança um limão e ela experimenta o limão, a cor, forma, a textura (rugosidade), o cheiro, conforme as suas capacidades. Aproveita a oportunidade para cheirar a mão da criança, colocar a mão na sua face, criando momentos de brincadeira e bem-estar.
Se a criança fala, repete os versos, um de cada vez; em seguida, dois a dois; finalmente os quatro versos. Neste caso, improvisam como se cantassem em teatro musical. Se a criança não fala, o adulto proporciona à criança experiências auditivas, tácteis e olfativas.
Mãos bem lavadas
Molha as mãos, molha as mãos, Bem molhadas, bem molhadas. Esfrega as tuas mãos, esfrega as tuas mãos, bem esfregadas, bem esfregadas.
Com a música de “Frère Jacques” , o adulto canta o texto com andamentos e timbres diferentes. Depois lava bem as mãos da criança com sabão durante 40 segundos, envolvendo os sentidos, enquanto improvisa sobre a canção.
O adulto colhe uma rosa, se possível, com a criança, sentindo o perfume, vendo se há algum inseto, verificando os botões e as flores abertas, o caules espinhoso e as folhas. Se aplicável, a criança diz um verso, ou dois, depois quatro. Cantam com uma melodia conhecida como “As pombinhas da Cat’rina”. Se a criança não fala, o adulto recita e canta em andamentos e com timbres diferentes fazendo sentir à criança a cor, textura e cheiro do botão ou da rosa aberta.
A comunicação gestual aumenta a capacidade de atenção, integração, simpatia e compreensão mútua. Neste contexto, a comunicação gestual inspirada no método aumentativo ou alternativo de comunicação Makaton pretende ser uma estratégia de inclusão na turma no Jardim de Infância e 1º Ciclo, especialmente em crianças com necessidades educativas especiais.
O método Makaton pode contribuir para aumentar as possibilidades de comunicação de crianças com dificuldades expressivas. Em contexto de terapia da fala, os gestos visam fomentar a expressividade e, para as crianças em geral, a utilização dos gestos pode ser muito interessante no âmbito das AEC, potenciando jogos de vários tipos e criação/recriação de estórias. Esta página é dedicada às crianças com atraso ou deficiência auditiva e psicomotora, passageira ou permanente. Quando é possível, um movimento repetido conforme o número de sílabas ajuda à oralidade, ao ritmo e à distinção das sílabas.
Tendencialmente, as ações fazem-se duas vezes e os objectos uma vez.
A pé: O indicador e o médio movem-se como se fossem pernas.
Vou a pé, vais a pé, vamos ambos ao café.
António José Ferreira
Adeus: Com a palma para fora, a mão roda um pouco para baixo e para cima.
Digo estas palavras quando está na hora. Adeus, até logo, tenho de ir embora.
António José Ferreira
Água: O polegar e o mínimo abertos dirigindo-se à boca.
A água dá para beber e bons pratos cozinhar. Diz-se que a do rio é doce, e é salgada a do mar.
António José Ferreira
Aranha: Os dedos de ambas as mãos abrem-se e e fecham-se três vezes, avançando.
Anha é uma aranha e dizem que é muito feia. Mas ela não se importa e lá vai tecendo a teia.
António José Ferreira
Autocarro: Com ambas as mãos a um volante grande imaginário, roda-se à direita e à esquerda. Como o camião.
[ Como objeto brinquedo a criança usa uma tampa circular que faz de volante. ]
Se queres ser motorista tens de fazer atenção. Quando o tempo está de chuva guia com mais precaução.
António José Ferreira
Árvore: A palma da mão esquerda está por baixo do cotovelo direito. O antebraço direito está na vertical e a mão, aberta, roda um pouco.
Esta árvore que planto boa sombra te vai dar, lindas flores para ver, frutos p’ra saborear.
António José Ferreira
Avião: O polegar e mínimo imitam o voo de um avião de fora para a frente do próprio.
Eu já tenho dois bilhetes para irmos de avião ver as lindas cerejeiras que florescem no Japão.
António José Ferreira
Balão: As mãos abertas partem da boca e desenham a figura oval do balão.
O balão do João sobe, sobe pelo ar. ‘Stá feliz, o petiz a cantarolar.
Tradicional
Banana: Com os dedos da mão esquerda, unidos, a mão direita move-se para fora, como se afastasse a casca da banana.
Eu vou comer, comer, comer, eu vou comer banana.
Tradicional
Barco: As mãos, unidas na ponta dos dedos, imitam a quilha de barco e avançam como se estivessem a cortar as ondas.
Um barquinho ligeiro andava, ligeirinho andava no mar.
Tradicional
Bebé: Mão direita por baixo do braço esquerdo junto ao cotovelo, movendo-se (como se embalasse).
Bicicleta: Os punhos fechados descrevendo círculos para a frente, à maneira dos pedais de bicicleta.
Beber: Os dedos curvos, na posição de agarrar um copo, dirigem-se à boca.
Bebe água natural que faz bem à digestão. Ela ajuda a emagrecer, faz bem à criculação.
António José Ferreira
Bem: O polegar para cima e os outros dedos fechados em frente do peito.
Bola: As mãos abertas, com as palmas para baixo e os dedos ligeiramente curvos, descrevem um círculo, de cima para baixo.
A bola passa passa e vai de mão em mão. Cuidado para a bola não te cair ao chão.
António José Ferreira
Bolacha: A mão direita faz gesto de agarrar com polegar e indicador, mas junto à face direita, na perpendicular.
Fui à caixa das bolachas, uma só bolacha havia: A bolacha era dourada e chamava-se Maria.
António José Ferreira
Bolo: Com os dedos da mão esquerda arqueados para cima, a mão direita coloca-se por cima com os dedos arqueados, para baixo, como se o próprio colocasse um pequeno bolo num prato.
É hora de cantar, e os anos festejar. Ao nosso amigo [ Carlos ], um bolo vamos dar.
António José Ferreira
Boneca: Os braços encontram-se na posição de embalar, com o cotovelo esquerdo mais acima que o direito.
Borboleta: As mãos abertas unidas pelos polegares com as palmas voltadas para o próprio e os dedos a mexer.
Lá vem ela para aqui, lá vai ela para ali. Voa leve a borboleta parte branca, parte preta.
António José Ferreira
Cadeira: Com as mãos em punho, voltadas para o próprio, movem-se ligeiramente os antebraços na vertical de cima para baixo.
Caixa: As mãos abertas estabelecem duas linhas paralelas (dois lados da caixa) e depois outras duas (os outros dois lados); primeiro com as palmas voltas uma para a outra, depois uma com palma voltada para as costas da outra.
Fui à caixa das bolachas sem a minha mãe saber. E da caixa tirei uma e mais uma p’ra comer.
António José Ferreira, adapt.
Cama: Unem-se as palmas das mãos e colocam-se junto à face direita.
Camião: Com ambas as mãos a um volante grande imaginário, roda-se à direita e à esquerda. Como o autocarro.
Sabes, eu comprei um camião. Vem comigo a Monção, no camião, a Monção.
António José Ferreira
Cão: Coloca-se a mão direita com dedos arqueados entre o queixo e o lábio inferior.
O avô comprou um cão e Badocha é seu nome. Gosta pouco da ração. Dou-lhe carne e ele come.
António José Ferreira
Carro: Faz-se o gesto de rodar um volante imaginário, à direita e esquerda.
Eu já sei guiar o carro e vou com velocidade! Viro à esquerda e à direita até chegar à cidade.
António José Ferreira
Casa: Mãos e braços fazem um triângulo (como o telhado de uma casa).
– Minha casa tem terraço. minha casa tem jardim. – Minha tem espaço para ti e para mim.
António José Ferreira
Cavalo: Passa-se o indicador e o médio na testa, na horizontal, por cima da sobrancelha direita, da esquerda para a direita.
Era uma vez um cavalo que andava num lindo carrossel. Tinha as orelhas espetadas e a cabeça era feita de papel.
Tradicional
Cinco: Mostra-se os dedos da mão com a palma para forma.
Coelho: O indicador e médio em frente da testa mexem-se para o lado de fora, enquanto os outros dedos da mão estão fechados.
– Coelhinho da monte, que tens para me dar? – Tenho muito carinho e ternura p’ra dar!
António José Ferreira
Comer: Os dedos da mão direita, unidos nas pontas, vão à boca duas vezes.
Vou comer a sopa toda e o peixe vou comer. Não quero refrigerante: água é o que vou beber.
António José Ferreira
Comida: Os dedos da mão direita, unidos nas pontas dos dedos, vão à boca uma vez.
Cuida sempre que a comida faça bem à tua vida.
António José Ferreira
Comboio: Puxa-se a sineta imaginária de um comboio antigo.
Tchu, tchu, apita o comboio, tchu tchu, lá vem a apitar. Tchu tchu, tem muito cuidado, Passa depois dele passar.
António José Ferreira
Copo: Os dedos curvos movimentam-se como se agarrassem um copo e o colocassem em cima da mesa.
Copo, copo, passa o copo. Passa o copo por favor. Se não passas bem o copo é que não me tens amor.
António José Ferreira
Dá-me: Com a mão direita aberta e palma para cima, a pessoa mexe os dedos para si mesmo.
Dá-me, dá-me uma bola. para eu jogar na escola.
António José Ferreira
Dois: Indicador e médio levantados, os outros recolhidos.
Dormir: As mãos estão unidas pelas palmas, junto à face direita.
Elefante: A mão direita fechada levanta-se e abre-se em frente da boca.
Havia um elefante que andava numa savana sem fim. Pequeno elefante, tinha uma tromba assim!
António José Ferreira
Escova de dentes: O indicador na horizontal passa para cima e para baixo, como escova, em frente da boca.
Fantasma: Ambas as mãos por cima da cabeça e um pouco à frente, com os dedos abertos.
Flor: A mão direita tem os dedos unidos nas pontas, abrindo-se em frente do nariz.
Fui colher a flor mais linda que havia no jardim: a rosa que tu adoras, rosa és tu para mim.
António José Ferreira
Galinha: Com a mão direita aberta na vertical em frente da cara, representa-se a crista, e fecha-se a mão, imitando uma bicada, na palma da mão esquerda.
Gato: A mão direita fecha-se e abre-se como se estivesse a arranhar a mão esquerda, que está em punho.
Gelado: A mão direita em punho passando em frente da boca e rodando ligeiramente.
Iogurte: A mão esquerda agarra um iogurte imaginário e o indicador e médio dirigem-se para a boca.
Janela: Mão direita sobre o braço esquerdo, como se estivesse ao parapeito de uma janela.
Leite: Com a mão direita aberta com polegar junto à têmpora direita, o mínimo, o anelar e o médio fecham-se.
Lavantar: Ambas as mãos abertas sobem.
Limão: Com a mão esquerda em punho, a direita a roda como se espremesse um limão.
Livro: As mãos unidas, palma contra palma, abrem-se e ficam com as palmas para cima, unidas nos dedos mínimos.
Maçã: Com com os dedos da mão direita unidos, como comer, mas desde a parte inferior do queixo para fora.
Macaco: A pessoa coça-se com ambas as mãos, em concha, fechando perto dos sovacos.
O macaco imita; imita o gibão. Todos começamos pela imitação.
António José Ferreira
Menina: Lembramos a menina com o polegar e o indicador agarrando a orelha direita no lugar do brinco.
Mesa: Unidas pelos polegares, com a palma para baixo, as mãos afastam-e-se na horizontal.
Morango: A mão esquerda está em punho e a mão direita com os dedos unidos nas pontas realça as pintas dos morangos.
Mota: Um pulso roda, como se estivesse a dar gás.
Obrigado: Leva-se a mão aberta ao queixo e desloca-se um pouco para a frente.
A palavra é simples, fácil de dizer. Digo “obrigado” para agradecer.
António José Ferreira
Olá: Move-se a mão com a palma voltada para a outra pessoa.
Olá, amigos, olá, como estão? Tenho um sorriso na palma da mão.
Olá, Makaton
Ovelha: Com a mão direita em gancho, descreve-se círculos à volta da orelha, de trás para a frente.
Berra a ovelha, berra, berra. Não o faz por estar zangada. É assim que a ovelha fala, esteja calma ou irritada.
António José Ferreira
Pão: A mão direita aberta vai ao encontro da mão esquerda, que está aberta com a palma voltada para cima, entre o polegar e o médio.
Pássaro: Com a mão em bico de pássaro, polegar e indicador ao lado da boca, imita-se um bico a abrir e fechar.
Tem coragem, passarinho, salta agora do teu ninho. Tem cuidado com o gatinho, que ele pode ser mauzinho.
António José Ferreira
Pato: Com a mão em forma de pato – os dedos da mão direita alinhados – faz-se o gesto de abrir e fechar.
Pata aqui, pata acolá, vai o pato a caminhar. Se é livre, também voa, se tem água, vai nadar.
António José Ferreira
Peixe: A mão direita está em cima da esquerda, ambas com palma para baixo. Os polegares mexem-se, como barbatanas.
Pente: Com os dedos curvos e unidos, para baixo, a mão direita mexe-se como se fosse um pente.
Pera: Com o indicador e o médio abertos na horizontal, da face direita para a frente.
Por favor: A mão direita aproxima-se da boca e desce.
Digo “por favor” se estou a pedir. Quando alguém me pede, gosto de as ouvir.
António José Ferreira
Porco: Cinco dedos da mão direita, curtos e separados uns dos outros, rodam em frente da boca e do nariz.
Porta: Mãos abertas levantadas com palma para fora, a direita abre para o próprio ficando com o polegar à direita.
Trus trus! – Quem é? É um amigo da Guiné.
António José Ferreira
Quatro: Os dedos da mão, exceto o polegar, recolhido.
Sopa: Com a mão esquerda em concha, representado o prato, a direita, côncava, vai à boca como se fosse uma colher.
Sopa. Vou fazer sopa, Sopa de couve ou agrião. Sopa. Ralo a batata. Sal só um pouco. Ponho feijão.
António José Ferreira
Tartaruga: A mão direita, fechada, desliza por baixo da mão esquerda, em concha, como a cabeça a sair da carapaça.
Devagar, vai devagar. Não precisas de apressar. Tu tens tempo para chegar.
António José Ferreira
Telefone: Com polegar em cima e o mínimo em baixo, abertos, e outros dedos fechados, entre o ouvido e a boca.
Touro: Coloca-se a mão direita com o polegar, o indicador e o mínimo abertos, em frente da testa.
Três: Os três dedos centrais, os outros dois recolhidos.
Tu: Aponta-se com o indicador.
Tu, Makaton
Urso: As mãos, unidas na ponta dos dedos, na cabeça, dirigem-se duas vezes à cabeça.
Ai que medo, ai que susto. Há um urso atrás do arbusto.
António José Ferreira
Um: Indicador levandado, os outros dedos recolhidos.
Uvas: A mão esquerda tem o polegar, indicador e médio unidos; a mão direita do mesmo modo indo à boca como se levasse bagos de uva.
Vaca: O polegar e mínimo estão abertos em frente da testa, como cornos, e afastam-se para o lado direito.
Orientação da Dra. Alexandrina Martins, terapeuta da fala
Makaton é um tipo de signos gestuais que provém da linguagem gestual australiana (AUSLAN). Os sinais utilizados são conceitos/ideias selecionados de acordo com o que é mais apropriado para as necessidades da criança com défices de comunicação. O Makaton usa um discurso gramatical normal com sinais de palavras-chave e usa também figuras e expressões faciais. Utilizar o Makaton com crianças com autismo pode ajudá-las na comunicação. O Makaton proporciona pistas visuais, que a criança pode aprender a associar às instruções. Isto é essencial nas crianças com autismo, pois estas possuem boas capacidades de memória visual. É importante que a família, professores e amigos aprendam a utilizar o Makaton, pois as crianças aprendem através de modelagem e experiência em diferentes contextos.
O adulto pode improvisar com canto ou recitar como em teatro musical, com acompanhamento de um tambor. Pode repetir cada dueto de modo que a criança preveja o que irá ser pedido.
Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, esta atividade desenvolve competências nas áreas do Português e da Matemática.
2. Imitar animais que saltam
Salto eu e saltas tu Como salta o canguru. (2 v.)
Salta agora ao pé coxinho, Mais e mais um bocadinho. (2 v.)
Salto eu e saltas tu, Como salta o cavalo. (2 v.)
Há um troféu para o primeiro. Quem será que vai ganhá-lo. (2 v.)
A criança está numa linha de partida. Quando o adulto bate uma palma e jogador salta o mais longe possível em direção à linha de chegada. Verifica-se o tempo que demorou com cronómetro. A criança aprende também a cronometrar.
Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, esta atividade desenvolve competências na área do Português.
3. A canguru e o filhote
O que tens, ó canguru, nessa bolsa tão fofinha? Eu vou levar o meu filho Que já anda na escolinha.
Diz-me lá, ó canguru: Vais de carro ou a pé? Eu cá vou a dar saltinhos E a brincar com o bebé.
O adulto diz dois versos de cada vez, em andamento moderado, e a crianças repete. Diz uma quadra toda e a criança repete. A criança diz a quadra, com acompanhamento rítmico pelo adulto.
4. Quantos?
No início, o adulto pergunta e a criança responde. Depois invertem-se os papeis.
– Quantos anos viverei? – Nem tu sabes, nem eu sei!
– Quantos filhos eu terei? – Nem tu sabes, nem eu sei!
– Quantos cursos eu farei? – Nem tu sabes, nem eu sei!
– Quantas línguas falarei? – Nem tu sabes, nem eu sei!
– Quantos carros comprarei? – Nem tu sabes nem eu sei!
– Quantos jogos ganharei? – Nem tu sabes, nem eu sei!
– Que instrumentos tocarei? – Nem tu sabes, nem eu sei!
Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, esta atividade desenvolve competências nas áreas do Português e da Matemática.
António José Ferreira
Concebidos para a família com os seus recursos, pensados para crianças com ou sem necessidades educativas especiais, os “Jogos musicais em casa” podem ser realizados também na escola por técnicos e professores de “Música Adaptada” e “Oficina dos Sons” e “Oficina dos Sons Adaptada”.
A rubrica “Brincar Musical NEE” inclui jogos e dinâmicas musicais promotores de desenvolvimento para crianças com dificuldades de aprendizagem e necessidades educativas especiais que frequentam o Ensino Regular. Os planos Meloteca de apoio a professores, educadores e famílias, têm caráter lúdico e beneficiam a relação pais-filhos para além da pandemia.
Materiais necessários
4 copos, 4 rolhas, colher de pau, tampa circular, bolinha
Plano de sessão
Organização dos materiais
Dizer e jogar um poema de salto
Marcar o ritmo com palmas
Jogo da bola na arena
Representar e tocar um padrão
Instruções
1. Mesmo que não haja em casa instrumentos convencionais, há na cozinha objetos que podem funcionar como instrumentos. Com o seu filho, escolha dois copos com pé. Com uma colher de pau, batam suavemente e vejam se o som é agradável. Depois encham um deles: verificarão que o copo cheio tem um som mais grave. Sobre a mesa da sala, coloque os copos, um à frente do outro de modo que se possa bater facilmente com a colher de pau. Coloque também os outros materiais que vão ser necessários para a sessão.
2. Adulto e criança vão em seguida fazer um jogo de saltos, mas a primeira coisa a fazer será aprender: Salto eu, saltas tu, para vermos quem mais salta. Não sou eu, não és tu, quem mais salta é o canguru.
A criança aprende o texto e acompanha com gestos. Depois, o adulto diz sozinho batendo palmas em Eu e tu. A criança salta só nessas palavras. Se não se enganar, ganha um jogo. Repete-se até a criança se torne competente.
3. Marca-se intuitivamente o ritmo do texto anterior com palmas, ou de outra forma que a criança pode sugerir.
4. A atividade seguinte supõe uma arena de plástico (tampa reutilizada de balde de azeitonas, ou uma tampa larga circular de um tupperware), e uma pequena bola (como a bola que pode tirar de um desodorizante roll-on gasto. Diz-se ou canta-se o trava-línguas:
Depois de dizer bem, a criança acompanha percutindo alternadamente nos copos cheio e vazio com colher de pau. Em seguida faz-se um jogo. Coloca-se a bolinha na tampa circular e verificam quanto tempo consegue rodar sem deixar cair ao chão. Pode rodar no sentido dos ponteiros do relógio, ou em sentido contrário. O adulto – ou a criança – cronometra com o telemóvel.
5. Sobre a mesa, há quatro copos. Dentro de cada copo, há uma rolha (que representa uma palma). Criança e adulto percutem: tá tá tá tá (palma, palma, palma, palma). A criança tira a segunda rolha a contar da esquerda, por exemplo, e o adulto bate (palma, silêncio (faz de conta mas não bate), palma, palma), se for o caso. Depois invertem-se os papeis.
A “Oficina dos Sons Adaptada”, implementada no concelho de Gaia, tem por objetivos:
“Estimular o sistema sensorial auditivo, tátil e propriocetivo;
Desenvolver a motricidade fina;
Estimular os processos da perceção, da atenção e da memória;
Promover a capacidade de expressão e comunicação;
Estimular o desenvolvimento emocional, a conscientização de si mesmo e a espontaneidade;
Desenvolver competências de integração em equipa e a comunicação interpessoal;
Aumentar a capacidade de autorregulação emocional e a tolerância à frustração (e.g., relaxamento);
Promover a autoconfiança e a autoestima;
Promover a autonomia nas rotinas do quotidiano;
Fomentar o cumprimento de regras e a adesão às convenções sociais.” (Atividades de Enriquecimento Curricular Adaptadas, Departamento de Educação da Câmara Municipal de Gaia, Guia para o/a Técnico/a, 2020)