Dicionário de músicos portugueses
Um surpreendente Dicionário de Músicos Portugueses, uns emergentes, outros consagrados, outros caídos no esquecimento. Inspirou-se no trabalho do investigador João Carlos Callixto e homenageia o seu contributo para a divulgação da música em Portugal. Projeto em desenvolvimento, contem muitas adaptações de António José Ferreira e acrescentos baseados na vasta discografia e bibliografia existente no acervo Meloteca.
Adriano Correia de Oliveira
Adriano Correia de Oliveira (Porto, 9 de Abril de 1942 — Avintes, 16 de Outubro de 1982) foi um músico português, intérprete da Canção de Coimbra e cantor de intervenção.
Agostinho Cardoso Henrique
Agostinho Cardoso Henrique (1949-2021) foi um baterista bem conhecido da cena musical do Porto. Na década de 60, fez parte da formação do conjunto Académico Ruy Manuel, tendo já em 70s integrado os Ex-Libris e os Smoog.
Alberto Jorge
Nascido a 13 de março de 1952, Alberto Jorge é um dos baixistas mais eclécticos do Norte de Portugal. Psico, Smoog, Quarteto 1111, João Lóio, Mão Morta ou Miraldo são apenas alguns dos projectos que integrou ou com quem tocou.
Alberto Júlio
Alberto Júlio (n. 5 abril 1946) é uma das vozes que Abril revelou. Com um percurso musical desenrolado entre 1974 e 1978, gravou nesse período dois álbuns e três singles de originais, na Valentim de Carvalho e na Sassetti. Ao seu lado, teve orquestradores como Fernando Correia Martins, Jorge Constante Pereira, Jorge Palma e Carlos Alberto Moniz – o que não é algo de somenos. Para que esta obra não fique “Em Segredo” (nome do último disco editado), a parte inicial da mesma está agora disponível online de forma oficial.
Alberto Sousa Pinto
Nascido a 3 setembro 1946, Alberto Sousa Pinto foi o líder do conjunto Sousa Pinto e do Grupo 5. E se na década de 1960 foi dos músicos na área do pop rock que mais gravaram, continua ainda bem activo, tendo editado em 2020 o álbum “50 Anos Depois” e sendo autor da inspirada canção “Porto Cidade” (com letra do seu antigo editor Arnaldo Trindade e que já passou pelas vozes da galega Erea Castro e do nosso José Cid).
Alcindo de Carvalho
Alcindo Simões de Carvalho foi um dos mais castiços fadistas. Nasceu a 9 de Janeiro de 1932, em Lisboa, na Rua da Rosa, no emblemático e castiço Bairro Alto. Aqui, Alcindo de Carvalho cresceu junto do seu pai, alfaiate de profissão e amante do fado, e dos seus cinco irmãos, entre os quais a guitarra e a viola marcavam presença em pequenos concertos familiares onde se tocava e cantava o fado. Aos poucos, Alcindo de Carvalho foi-se deixando abraçar pelo género musical e iniciou a interpretação em público dos seus primeiros temas de fado.
Amélia Muge
Nascida a 7 de fevereiro de 1952, Amélia Muge é uma das mais criativas e transgressoras cantautoras portuguesas. É uma criadora muito eclética, fazendo revisitações que vão às raízes da música tradicional, passando pelos desafios de fusão multicultural e pelas linguagens mais contemporâneas. Pioneira em Portugal do canto individual a vozes e de criação de ambientes vocais, Amélia Muge foi desenvolvendo potenciais tímbricos numa interacção com samples feitos a partir da sua voz.
Ana Paula Reis
Nascida a 31 de janeiro de 1962, Sócia, Ana Paula Reis foi uma voz pop da década de 1980. É fundadora e Psicóloga no NUPE – Núcleo de Psicologia e Educação.
Ana Rosmaninho
Ana Rosmaninho é uma grande voz do fado que preencheu a década de 1970, que cantou nomes como António Botto, Artur Ribeiro, Vasco de Lima Couto ou Vinicius de Moraes e que nos deixou muito nova. Nasceu no Alentejo, distrito de Évora e mudou-se para Lisboa muito nova. Começou a apreciar o Fado, incentivada por sua mãe, que embora não cantasse, era uma grande admiradora. Como profissional começou a cantar aos 17 anos na Viela. Cantou seguidamente no Faia, onde passa a conviver mais de perto com meu avô, que por ela tinha um carinho muito especial, e foi por sua decisão que Ana Rosmaninho canta com ele, no programa de televisão “Marceneiro é só Fado”, gravado pela RTP em 1967. Foi convidada várias vezes para actuar no Casino Estoril e gravou 2 discos ambos pela editora Alvorada, em 1975 e 1977. Gravou para a etiqueta portuense Rapsódia temas como No Jardim de Palhavã, Por te amar perdi a Deus, Violeta Roxinha, Hás-de-pensar. Cantou com Alfredo Marceneiro e João Braga, entre outros.
Aníbal Miranda
Nascido a 28 de setembro de 1951, Aníbal Miranda é um dos mais inspirados rockers da cena portuense, com edições em disco precisamente desde a década de 1970. Entre a Inglaterra e os EUA, onde continuou o seu percurso nos anos mais recentes, é dono de um conjunto de canções que só não surpreendem quem ainda não as conhece. Para uma colectânea de Aníbal Miranda, “Connect/Everytime”, editada pela Universal, João Carlos Callixto escreveu em 2006 escrevi o seu primeiro texto para um CD.
António Garcez
Pioneiro, precursor, desbravador de novos caminhos para a música portuguesa , António Garcez é uma lenda maior do rock em Portugal. «Rebelde», «controverso», «original», «ousado», «chocante», «desbocado», «obsceno», «arrasador», «potente», «importante», «surpreendente»… Muitos foram os adjectivos que os jornais e revistas, programas de rádio e televisão ou, mais recentemente, sítios e blogues que se dedicam a estudar a arqueologia do rock em Portugal… utilizaram para caracterizar o cantor António Garcez.
António Macedo
António Macedo (n. 26 fevereiro 1946 – m. 1999) cantou de uma forma única nas décadas de 1970 e 80. “Canta, canta, amigo, canta / Vem cantar a nossa canção / Tu sozinho não és nada / Juntos temos o mundo na mão”.
António Mafra
António Mafra (n. 6 de março de 1932 – 1977) foi titular de um dos mais populares e divertidos “conjuntos típicos” portugueses, como cantor e tocador de guitarra portuguesa. O conjunto António Mafra foi um conjunto musical de raízes populares que atingiu grande popularidade com mais de 80 discos gravados em 58 anos de carreira. Os muitos sucessos do grupo são “Sete e pico”, “Arrebita”, “O Carteiro”, “Ora vejam lá”, “o manjerico” e tantos outros.
António Mourão
António Mourão, nome artístico de António Manuel Dias Pequerrucho (Montijo, 3 de junho de 1935 — Lisboa, 19 de outubro de 2013) foi um fadista português. Intérprete do conhecido tema “Ó Tempo Volta para Trás” afastou-se do mundo artístico nos anos 90. Foi “fadista da nova vaga”, como a editora Telectra o apresentava na década de 1960.
António Portugal
António Portugal é um dos músicos que revolucionaram a Canção de Coimbra. Nasceu em 23 de outubro de 1931, na República Centro-Africana, e morreu em Coimbra, a 26 de junho de 1994, com 63 anos. António Moreira Portugal teve como professores dois guitarristas “futricas”, barbeiros de profissão e irmãos (o Flávio e o Fernando).
António Torrado
Conhecido pela literatura para crianças e jovens, o escritor António Torrado (1939-2021) deixou também letras para canções. A mais antiga a ser gravada foi já em 1966, com música de Nuno Guimarães (1942-1973) e interpretação de António Bernardino (1941-1996). Chama-se “O Tempo sem Sombras” e a equipa responsável por esse belo e histórico EP inclui o guitarrista Rui Pato.
Armando Gama
Armando Gama (1954-2022) foi um músico que desde os anos 70 cantava baladas, pop rock e até música de cariz sinfónico. Foi membro dos Tantra e dos Sarabanda, andou pelo Festival RTP da Canção (que venceu em 1983) e, mais recentemente, conseguiu levar a palco um sonho antigo: apresentar o “Poema Sinfónico da Serra da Estrela” nessas terras dos seus antepassados.
Arnaldo Trindade
Arnaldo Trindade é o fundador do importante selo discográfico Orfeu, que criou no Porto em 1956, jovem de 22 anos. Como disse o próprio a João Carlos Callixto: “Sabe o que a Orfeu tinha? Era a disponibilidade para coisas novas e diferentes e isso é que deu empurrão a muita coisa. Não estávamos sujeitos a ideias pré-concebidas e a ideias do passado. Nós queríamos sempre coisas novas, diferentes, junções, uniões.”
Artur Batalha
Artur Batalha (n. 14 abril 1951) é um fadista cuja voz “fez de temas como “Sete espadas, sete ventos”, “Hoje morreu um poeta”, “Tempos de criança”, “Tive um coração, perdi-o” verdadeiros sucessos. (…) A maioria das suas canções falam sobre a solidão, a pobreza extrema, o amor entre homem e mulher, com base naquilo que “via e vivia no seu bairro”. Esteve afastado do palco durante muitos anos por problemas com drogas. Voltou há 12 anos e retomou os espetáculos em casas de fado de Lisboa. A última vez que gravou foi em 2010 a convite da Mariza. (Rita Dantas Ferreira
Berta Cardoso
Berta dos Santos Cardoso, que adoptou o nome artístico de Berta Cardoso, nasceu em Lisboa, a 21 de outubro de 1911, e morreu a 12 julho, 1997. É um dos nomes mais populares do fado no século XX.
Carlos Bastos
Carlos Bastos (Lisboa, 23 de janeiro de 1947) é um fadista português. O seu maior sucesso é uma versão de “Hey Jude” dos Beatles. Gravou Pessoa e Mário de Sá-Carneiro quando ainda não era assim tão comum; juntou fados, baladas e pop music; cantou Beatles e Stones em fado; fez parte dos Chinchilas.
Carlos Costa
Carlos Costa (1928-2021) foi com Júlio Costa um dos irmãos fundadores do Trio Odemira, um dos grupos mais carismáticos e duradouros da música portuguesa. Desde os anos 1950, tantos e tantos foram os discos que gravaram, os sucessos que tiveram, as gerações a que chegaram com as suas vozes tão características. E a importância que tiveram na disseminação do reportório da canção latina nunca será de negligenciar. Menos conhecido é o facto de ter sido deles uma das primeiríssimas versões de uma canção de José Afonso – “Menino de Oiro”.
Carlos Macedo
Carlos Macedo, nome artístico de José Carlos de Campos Macedo (Lousado, 9 de dezembro de 1946) é um fadista, guitarrista, autor, compositor, construtor de guitarra portuguesa. Dono de uma carreira começada em Moçambique que tinha já dado os primeiros passos nos anos 60. E poucos se distinguem no Fado como cantores, instrumentistas e autores de letra e música, como tem sido sempre o seu caso.
Carlos Miguel
Carlos Miguel (1943-2021), conhecido por “o fininho”, foi um actor que entre o teatro de revista e o “1, 2, 3” fez rir tantos portugueses, e chegou a gravar discos. Morreu a 19 de junho 2021.
César Batalha
César Batalha (1945-2022) foi um dos nomes mais populares na escrita e direcção de música coral em Portugal nas últimas cinco décadas. Fundador do Coro de Santo Amaro de Oeiras, musicou alguns dos grandes poetas portugueses e é dele a autoria da popular “A Todos um Bom Natal”, de 1980. Faleceu a 14 de janeiro de 2022.
César Morgado
Nascido a 20 de novembro de 1931, César Morgado é um fadista que foi bem popular na década de 1960, cantando temas como Amor de mãe, Saudade, Ciganita, Amor Traído, publicado pela etiqueta portuense Rapsódia.
Daniel Bacelar
Daniel Bacelar foi um dos maiores rockers. A 8 de maio de 1961, foi publicado o seu primeiro disco “a solo”. Tinha passado meio ano da edição do histórico EP “Caloiros da Canção 1”, partilhado com os Conchas, e este novo disco consolidava o caminho autoral iniciado nesse primeiro trabalho. Dois originais, “Só um Beijo Mais” e “O Tempo o Dirá”, e duas versões, de “Pity Pity” (de Paul Anka e depois do brasileiro Tony Campello) e do «clássico» “Marcianita”. Eram as primeiras explosões rock.
Daphne
Nascida a 24 fevereiro 1951, Daphne foi uma cantora que participou no Festival da Canção com “Verde Pino”.
David Santos
David Santos é um músico nascido em 1982.
Demónios Negros
No Portugal musical dos anos 1960, muitos foram os grupos de rock a não conseguirem gravar um disco. Alguns, num misto de sorte e talento, lá concretizavam esse desiderato, com maior ou menor sucesso no resultado – numa primeira fase, apresentando mais versões do que originais. Vindos da Madeira, os os Demónios Negros conseguiram editar dois discos, no espaço de ano e meio (1965-1966). A versão em português de “Yesterday” foi feita pelo então guitarrista Luís Jardim.
Deniz Cintra
Nascido a 8 dezembro 1951, Deniz Cintra é um cantautor das décadas de 60 e 70, dono de um percurso de três discos hoje praticamente desconhecidos e ainda de uma banda sonora inédita para o curioso filme “As Deambulações do Mensageiro Alado”, de Gonsalves Preto e com Herberto Helder. Com a ironia sempre presente nas suas canções, chamou a si por vezes músicos mais próximos do rock, como Filipe Mendes ou Edmundo Silva. Recentemente, a Universal recuperou digitalmente o seu terceiro e último disco, de 1971.
Dinâmicos
Com 2 originais e 2 versões, o primeiro disco deste histórico grupo madeirense foi publicado em 1966. O vocalista, Valério Silva, haveria de seguir percurso a solo logo depois.
Edmundo Falé
Nascido em 1946, voz com carreira começada nos anos 1960, Edmundo Falé é o antigo vocalista dos Ekos e do conjunto Mistério. Iniciou em 1966 um percurso a solo que conheceu em 1973 algumas páginas ao lado do Quarteto 1111. Estreou-se em disco e a solo, com um EP editado pela Tecla, de Jorge Costa Pinto.
Edmundo Silva
Edmundo Silva esteve nas primeiras levas do rock em Portugal, com o conjunto Nova Onda e com o conjunto Mistério. Fez parte de um dos grupos mais carismáticos de sempre da nossa música, os Sheiks. Tocou nos álbuns de estreia do Quarteto 1111 e de Fausto e experimentou ainda o psicadelismo ao lado de Paulo de Carvalho. Andou pelo jazz e acompanhou a “nossa” cantora francesa Catherine Ribeiro. Integrou o conjunto de Guitarras de Fernando Alvim e gravou ao lado de Francisco Naia, de Luís Cília, de Jorge Palma ou de Rui Veloso. Fez parte d’Os Amigos que foram à Eurovisão em 1977 e dos Jagunços do Ritmo onde até estava um inesperado Júlio Isidro. Fez isto e tanto mais ao longo de uma carreira de cerca de seis décadas.
Eduardo Damas
Nascido a 9 de agosto de 1921, Eduardo Damas foi letrista de alguns dos maiores sucessos do fado e da canção ligeira das décadas de 50, 60 e 70. O tempo não volta mesmo para trás, mas cabe-nos fazer com que os grandes de ontem não sejam esquecidos amanhã – e foi isso que fizeram recentemente fadistas como Sandra Correia, Gonçalo Salgueiro, Matilde Cid ou Marco Oliveira, ao gravarem canções com textos de Eduardo Damas.
Eduardo Nascimento
Eduardo Nascimento foi o cantor que venceu em 25 de fevereiro de 1967 o Festival RTP da Canção, realizado ainda nos Estúdios da Tobis, em Lisboa. Com o disco de estreia dos Rocks editado pouco antes, o cantor era o primeiro vocalista de um grupo “moderno” a ganhar o evento e a mostrar à Europa que Portugal também estava atento às melhores “ondas pop” – graças aqui ao talento do músico Nuno Nazareth Fernandes e do letrista João Magalhães Pereira. Tornou-se no primeiro intérprete de origem africana no Festival da Eurovisão, mostrando que a riqueza da Europa sempre residiu no seu cruzamento de culturas.
Eduardo Paes Mamede
Nascido a 22 de fevereiro de 1952, Eduardo Paes Mamede, entre tantas outras coisas, produziu álbuns históricos como “Por Este Rio Acima”, de Fausto, cantou com Tonicha e com Paulo de Carvalho, produziu José Afonso e Né Ladeiras, fez parte do G.A.C. – Vozes na Luta, para além de ser director de coros e de ter um novo e muito recomendável projecto, de nome Anfiguri.
Eugénia Lima
Nascida a 29 março 1926, Eugénia Lima foi umas das maiores acordeonistas portuguesas do séc. XX.
Ermelinda Duarte
Nascida a 6 de outubro de 1946, a atriz e cantora Ermelinda Duarte é uma das vozes mais populares de Abril (Somos livres / Uma gaivota voava, voava).
Eurico Cebolo
Eurico Cebolo (1938-2021) foi um músico e pedagogo cujos manuais foram porta de entrada para muita gente nos anos 70, 80 e 90. Como escritor de canções, o seu nome destacou-se primeiro no 3º Festival de Aranda do Douro, em 1962, onde a sua “Canção do Douro” se classificou em 3.º lugar, na voz de Maria do Espírito Santo. Ainda gravou em Moçambique, na etiqueta Cináfrica, e depois só nos anos 80 voltaria às edições discográficas, já no seu próprio selo editorial.
Fado Lírico
Fado Lírico é o melhor de dois universos musicais num só concerto: Canto Lírico e Fado, pelas vozes da soprano Filipa Lopes e da conceituada fadista Teresa Tapadas, numa viagem musical rica entre a tradição da canção portuguesa Património da Humanidade e a magia do Canto Lírico num concerto versátil que cruza obras em português com as de compositores clássicos, ao som do piano. Os Fado Lírico apresentam o Concerto Portugal – uma ode musical de repertório exclusivamente de autores nacionais e luso-brasileiros (Fado, Modinhas, Ópera e Canções). O trio é formado por Teresa Tapadas (fado), Filipa Lopes (soprano) e Pedro Vieira de Almeida (piano).
Fernanda Maria
Fernanda Maria foi uma das maiores vozes do fado. Nasceu a 6 de fevereiro de 1937.
Fernando Conde
Fernando Conde foi um dos ídolos juvenis da década de 1960 em Portugal. Nasceu a 16 de março de 1947. Na etiqueta Alvorada editou os temas A luz; Esperarei; Stephanie; e Amar, viver, sonhar.
Fernando Correia Martins
Nascido a 23 novembro 1936, Fernando Correia Martins foi um dos talentos mais versáteis da música portuguesa da década de 60 em diante, que tanto estava em casa na canção ligeira, no folclore, no pop rock ou ainda ao lado dos cantautores – e para quem a guitarra ou o violino não tinham segredos, para além da batuta.
Fernando Girão
Fernando Girão (n. 14 outubro 1951) é uma das vozes mais eclécticas e rebeldes da música portuguesa.
Fernando Quejas
Fernando Quejas foi um dos cantores mais populares de Cabo Verde dos anos 1950 a 1970, tendo nessa altura gravado quase vinte discos. Nasceu a 30 de abril de 2022. Segundo outra fonte, este aniversário seria só dentro de dias. Falta-nos o assento de nascimento do músico para tirar a dúvida. A sua obra está aí para ser ouvida, (re)editada e estudada.
FF
FF é o nome artístico de uma cantor português nascido em 1987. Fez digressão pelo país, com mais de 80 concertos e atingindo o galardão de quádrupla platina com o seu primeiro disco. Seguiram-se mais dois discos e um DVD ao vivo no Coliseu dos Recreios. Eestreou-se profissionalmente nos musicais com “Fame” em 2008 ”. Em 2017 participou em “Simone, o Musical” e no ano seguinte em “Zé Manel Taxista – Uma Comédia com Brilhantina”, ao lado de Maria Rueff. Em 2019 lançou o single “Amor Não Se Esquece” e protagonizou “O Fantasma da Ópera”.
Filipe de Brito
Nascido a 24 de novembro de 1941, Filipe de Brito foi um acordeonista e maestro que nas décadas de 60 e inícios de 70 chegou a cruzar como poucos os mundos do folclore e do pop rock, com incursões também pela obra de José Afonso.
Filipe de Brito
Filipe de Brito deixou um legado na música portuguesa que, nas décadas de 1960 e 1970, chegou a abeirar-se do rock. No EP Complications, publicado pela Valentim de Carvalho em 1967, tem não só a presença de Jorge Costa Pinto como director musical mas também, segundo me contou, dos elementos dos Sheiks. Não era comum algo assim.
Flak
Flak (n. 18 de outubro de 1961-) é o guitarrista dos Rádio Macau (e mais) e dono de um percurso a solo iniciado já em 1998.
Francisco Gonçalves
Francisco Gonçalves (1944-2022) foi um dos “violas” do fado com maior carreira, longa de mais de 50 anos. Acompanhou em disco nomes como António Pinto Basto, Carlos Zel, Cidália Moreira, Fernando Maurício, Manuel de Almeida, Maria Armanda, Nuno de Aguiar, Rodrigo ou, mais recentemente, Diamantina ou José Gonçalez, deixando a sua marca também ao lado do trabalho guitarrístico da família Parreira. Em 2016, foi entrevistado por João Carlos Callixto para o “Passado ao Presente”, por sugestão do guitarrista Bruno Fonseca, e foi recordada uma das suas primeiras gravações, ao lado do cantautor Daniel.
Franjas
Nascido a 27 de setembro de 1951, Franjas foi o antigo guitarrista de grupos como os Steamers, Elo ou Ferro & Fogo, todos eles com obra em disco entre o final dos anos 1960 e o início da década de 1980. Foi um dos precursores do “boom do rock” e filho de um guitarrista de fado.
General D
Nascido a 28 outubro 1971, General D foi o primeiro rapper português a assinar contrato com uma multinacional.
Guilherme Inês
Guilherme Inês (1951-2021) foi um dos nomes mais transversais da música portuguesa. Músico, produtor e co-autor de sucessos como “Se Cá Nevasse”, da Salada de Frutas (1981), grupo de que foi membro, ou “Não Sejas Mau pra Mim” (1986), de Dora, foi também produtor de Dulce Pontes no início da carreira da cantora. Mas o seu percurso vem bem de trás, dos tempos dos grupos Zoo, Chinchilas e Objectivo; entre 70s e 80s, foi um dos mais requisitados bateristas, tendo tocado e gravado ao lado de José Afonso, Fausto, Lena d’Água, Paulo de Carvalho, José Cid, Sérgio Godinho, Carlos Mendes, Jorge Palma, Julio Pereira, Fernando Tordo, Trovante ou Vitorino. A partir dos anos 80, nos estúdios Namouche, em Lisboa, ao lado do também já desaparecido Zé da Ponte (e mais tarde de Luís Oliveira), produziu nomes como Ana Paula Reis, Júlio Isidro (no seu único disco a solo como intérprete) ou o seu próprio projecto Zoom, para além das já referidas acima Lena d’Água, Dora ou Dulce Pontes. Morreu a 14 de setembro de 2021.
Helena Isabel
Nascida a 6 de fevereiro de 1952, Helena Isabel é uma actriz e cantora. O seu primeiro disco foi lançado em 1974, quando se estreou no Festival RTP da Canção.
Hugo Ribeiro
Hugo Ribeiro foi um dos mais carismáticos técnicos de som da História da Música gravada portuguesa. Amália, José Afonso, José Cid, Carlos Paredes, tudo lhe passou pelas mãos… e ouvimo-los porque ele os soube ouvir. Morreu a 3 de dezembro de 2016.
Isabel Silvestre
Isabel Silvestre (n. 4 março 1941) é uma cantora que editou o primeiro disco a solo em 1996.
Jaime Queimado
Nascido a 6 de agosto de 1946, Jaime Queimado fez parte dos Gentlemen, “comandados” por Daniel Bacelar. Foi dos primeiros a escrever músicas com letras de José Carlos Ary dos Santos, ao lado de Fernando Tordo. Esteve na equipa que gravou o álbum de estreia de Jorge Palma e acompanhou também Júlio Pereira e Eugénia Melo E Castro nos seus primeiros passos em nome próprio. Foi produtor na Valentim de Carvalho nos anos 1970. E fez mais ainda, (quase) sempre na sombra.
Jess & James
Jess & James é dupla de irmãos portugueses que alcançou enorme sucesso na Bélgica de finais dos anos 60. Fez das experiências musicais mais mirabolantes no cruzamento entre a música contemporânea, a electrónica e o soul funk.
Joana Alegre
Filha do poeta Manuel Alegre, Joana Alegre é uma cantautora indie folk/ baroque pop com formação clássica e que passou também pelo jazz. Entrou no meio profissional como vocalista dos The Pulse, que editaram o álbum homónimo e o single “No Match” em 2010. No regresso a Portugal, participou no musical “O Fantasma de Chico Morto” e integrou o coro Gospel Collective como solista e vocal coach. Retomou as parcerias e colaborações com músicos do jazz e da pop nacionais, entre os quais Mikkel Solnado com quem faria o dueto “E Agora?” e que viria a produzir o seu primeiro disco, “Joan & The White Harts”. Trabalha como compositora, letrista e vocal coach na produtora Great Dane Studios. Gravou o segundo álbum de originais com produção de Luísa Sobral.
João de Freitas Branco
João de Freitas Branco é um nome maior da Musicologia em Portugal. Nasceu a 10 de janeiro de 1922.
João Ferreira-Rosa
João Ferreira-Rosa foi uma das grandes vozes do fado. Nasceu a 16 de fevereiro de 1937.
João Maria Tudella
João Maria Tudella (. 2011) foi um músico que quem cantou alguns dos maiores poetas e escritores de canções portugueses.
João Moutinho
Com a canção “Rockolagem”, de 1981, João Moutinho (1949-2020) glosava músicos e grupos associados ao “boom” do rock português. Ultimamente dedicava-se mais à Poesia do que à Música, ele que se tinha estreado na televisão em 1969, no histórico programa “Zip-Zip” – como integrante, ao lado de Fernando Figueiredo, do Duo Index, que não chegaria a gravar. João Moutinho deixou-nos apenas dois discos em nome próprio (“A Pastilha / Rockolagem”, de 1981, e “Pontapé de Saída / Tony da Meia”, de 1982), tendo depois escrito canções ou feito versões para nomes como Fernando Correia Marques, Nicolau Breyner, os rockeiros de disco único Seilasié, Sérgio Wonder ou o belga Timothy. Não tendo sido vasta, a carreira de João Moutinho permitiu-lhe ainda ver essas canções trabalhadas por gente como Armando Gama, Luiz Duarte, MikeSergeant ou Shegundo Galarza, preenchendo toda a primeira metade dessa fervilhante década de 80. “O rock também é riso / que faço com muito gozo / mas não perco é o juízo / por causa do Rui Veloso” cantava nos anos 1980. Curiosamente, em 2000, seria mesmo Rui Veloso a pôr música numa letra de João Moutinho, “Homenagem”, a que Adelaide Ferreira (outra das glosadas em “Rockolagem”) deu voz no seu álbum “Sentidos”. Morreu em 2020, com um cancro.
João Navarro
João Navarro é um cantor e pianista que publicou em 2022 o disco de estreia em nome próprio (o EP “Limited Edition”).
João Nobre
João Nobre foi um maestro e compositor, autor de centenas de canções e de sucessos como “Não Venhas Tarde”, “Oração” ou “Senhora da Nazaré” – neste último caso, também com letra sua e gravado recentemente por nomes tão diferentes como António Zambujo, João Caetano ou Aldina Duarte. Morreu a 18 de janeiro de 2002.
Joca Santos
Joca Santos (1944-2022) foi um guitarrista e membro fundador dos EKOS, um dos mais populares grupos de rock da nossa década de 1960 em Portugal. Gravou os primeiros três discos destes, saiu para integrar os Feras (que estiveram à beira de publicar um disco, em 1967) e voltou aos Ekos, ao lado dos seus amigos Zé Luís e António Vieira para, já em 1970, registar um último EP, marcado pelos arranjos de sopros. Nos concertos revivalistas promovidos no Cartaxo pelo António José Portela, Joca Santos marcou sempre presença em palco. “Ardentemente”, como numa das canções que co-assinou para os Ekos.
Jorge Alves
Jorge Alves (m. 30 setembro 1976) foi o apresentador do programa “Melodias de Sempre”, na RTP. Não sendo ele músico, deixou no seu filho baterista Rui Alves um digno sucessor nestas lides.
Jorge Costa Pinto
Jorge Costa Pinto é uma história viva do jazz, a todos os níveis, e agora de novo com esta edição de páginas nunca antes publicadas do seu percurso como músico. Nos anos 50 e 60, como líder dos seus sexteto, octeto e orquestra e ainda integrado na Orquestra de Fernando de Carvalho, fica aqui bem provado como existe de facto Jazz Português.
Jorge Fernando
Nascido a 8 de março de 1957, Jorge Fernando é um dos grandes escritores de canções das últimas quatro décadas em Portugal.
José Calvário
Nascido a 8 de janeiro de 1951, José Calvário foi um dos maestros mais prolíficos (e jovens!) da década de 1970 e com carreira de sucesso nos anos 80 e 90. Se pensarmos que gravou o seu primeiro álbum em nome próprio aos 21 anos, “cometendo” a proeza de conseguir ter três das composições proibidas na Emissora Nacional por ter ousado escolher autores “perigosos” como Manuel Freire ou José Afonso, ficamos com uma pequena ideia do seu talento – que tanto “bafejou” grande parte dos nomes maiores da nossa canção como contemplou uma série de clássicos ligeiros dos anos 30, 40 ou 50. E até andou no rock, nos portuenses Psico.
José Fortes
José Fortes é um técnico de som que deixou a sua marca na História da Música em Portugal desde os finais dos anos 1950.
José Jorge Letria
José Jorge Letria (n. 8 junho 1951) editou o seu primeiro disco em 1970 e gravado na garagem do Quarteto 1111 com José Cid, Michel Silveira ou Carlos Zingaro.
José Medeiros
Nascido a 9 dezembro de 1951, José Medeiros é um músicos açoriano que entre a Música e a Televisão tem construído um percurso maior em mais de quatro décadas.
José Pracana
José Pracana (n. 18 marco 1946,) foi um dos maiores amadores/sabedores da História do Fado.
José Sentieiro
José Sentieiro (m. 03 de maio de 2022) foi um violinista da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. “Foram mais de 30 anos de dedicação total à nossa Orquestra, sempre com um enorme empenho e paixão pela música.” (Carlos Alves)
Júlio Costa
Júlio Costa (1936-2021) foi com o irmão Carlos Costa, co-fundador do Trio Odemira. Deixaram assim atrás de si uma história iniciada em 1956, quando os discos ainda rodavam a 78 rotações. Júlio Costa faleceu a 12 março 2021, menos de uma semana depois do irmão.
Licínio França
Licínio França (n. 1953 – m. 30 janeiro 2021) teve uma carreira como cantor a partir de meados da década de 70, estreando-se com dois singles na área da canção de intervenção para a editora Tecla, de Jorge Costa Pinto.
Luís Duarte
Com uma carreira bem rica, em que foi maestro, baixista e até cantor, Luís Duarte (1949-2021) escreveu ou ajudou a escrever algumas páginas bem importantes da nossa música. Esteve ao lado de José Afonso, de Paco Bandeira, de Carlos Alberto Moniz, de Paulo de Carvalho, dos Da Vinci, das Doce, de José Barata Moura, de Jorge Palma, de Júlio Pereira, de Samuel, de Tonicha, de Fernando Tordo e de tantos, tantos outros. Andou pela Música Antiga, na década de 60, e foi um “Conquistador” na Eurovisão. Cantou no Festival da Canção, desde logo em 1973 com a “Minha Senhora das Dores” que o Ary e o Tordo lhe deram.
Manuel de Almeida
Manuel de Almeida foi um dos mais castiços fadistas portugueses nascido a 28 de abril de 1922. Gravou para a etiqueta Alvorada, criada em 1877 (Lá vem ela rua fora, Se um dia voltasse atraz, Não negues a tua mão, Lembranças falam de ti).
Manuel Fernandes
Nascido a 9 de dezembro de 1921, Manuel Fernandes foi um fadista bem popular nas décadas de 1950 a 1970 tendo gravado para etiquetas como a Alvorada, a Estoril, a Estúdio, a His Master’s Voice, a Orfeu ou a Zip-Zip.
Manuel Freire
Manuel Freire é um cantautor nascido a 25 de Abril de 1942, em Vagos (mas criado em Ovar). Em 1962 Manuel Freire está em Coimbra para estudar Engenharia, mas o currículo que ali cumpriu ficou mais abundantemente registado nos papeis oposicionistas por que deu o nome do que nas cadernetas universitárias. Depressa foi mobilizado para o serviço militar. Depois virão as funções de quadro superior nas metalúrgicas F. Ramada, primeiro, e depois na Tomé Feteira onde terminaria o seu percurso profissional além “das cantigas”. A guitarra comprada a um primo daria “orquestra” ao adolescente experimentador das canções de Donovan, de Bob Dylan, dos criadores da canção francesa. Mais tarde, ouvindo José Afonso, Manuel Freire percebe que a língua portuguesa é capaz da aventura musical e da atenção da gente disponível para a luta anti-fascista, que era (e assim permanece) um dos talentos da Arte. Pelo caminho houve uma presença no programa televisivo Zip-Zip, que permitiria ao cantor ampliar a visibilidade da sua obra.
À semelhança de Carlos Paredes, Manuel Freire nunca veio a ser só-cantor/compositor – “eu nunca vivi da música e não me arrependo. Porque o facto de ter a música como atividade secundária, da qual eu não dependo para viver, permitiu-me sempre cantar o que quis, onde quis, para quem quis e nas condições em que quis”. Tal “desprendimento” não impediu Manuel Freire de construir uma obra de grande qualidade, evidente nos textos musicais que compôs para poemas seus e para os poemas (maioritários na sua obra) que foi “roubando” a poeta alheio. Manuel Freire foi, assim, constituindo um cancioneiro em que algumas canções perderam já a menção da autoria, vivendo o privilégio da passagem à condição de toada popular, incorporada na memória individual a que chamamos Cultura, traço identitário por que respondemos colectivamente. Pedra Filosofal, Livre (“não há machado que corte a raiz ao pensamento”), Eles (“ei-los que partem”), Lágrima de Preta, Pedra Filosofal e tantas mais canções, são ferramentas da luta demorada pela emancipação dos humanos, todas essenciais no tempo em que foram escritas e – por desventura, às vezes – no tempo que é o nosso. A sua “folha de serviço” regista os encargos passados e presentes de compositor, cantor, poeta, autarca, representante laboral, presidente da SPA.
(Excerto do Avante!, com ligeiras adaptações)
Manuel Linhares
Manuel Linhares é um cantor de Jazz português que se tem dedicado à performance, à composição e ao ensino. Para além da licenciatura em jazz pela ESMAE estudou na “Tallers de Muzics”- Barcelona e no Jazz Institute of Berlin. Trabalhou e estudou com grandes músicos internacionais dos quais se salientam: Bobby Mcferrin, Judy Niemack, Theo Bleckmann, John Hollenbeck, David Linx, Rhiannon, Rebecca Martin, Becca Stevens, Gretchen Parlato, Guillermo Klein, David Binney, António Loureiro e ainda a extraordinária Meredith Monk.
Manuel Paião
Manuel Paião (n. 4 junho 1926) é o autor da música de tantos e tantos sucessos da canção portuguesa.
Mara Abrantes
Mara Abrantes (1934-2021) foi uma voz brasileira que desde os anos 1960 se tornou também portuguesa. Com uma carreira musical de relevo a partir do final dos anos 50, soube cantar Beatles (uma versão em português de “Yesterday”), a aguerrida “Disparada” (que Geraldo Vandré co-escreveu para Jair Rodrigues) ou vários outros nomes e ritmos acompanhada por conjuntos sempre pop como os de Jorge Machado, de Shegundo Galarza ou o Thilo’s Combo. Infelizmente, a sua obra gravada permanece dispersa nos discos originais, sendo que grande parte deles está no limbo chamado Movieplay. Morreu a 28 de abril de 2021.
Maria Alice
Nascido a 13 fevereiro 1996, Maria Alice foi um nome grande do fado, com carreira entre o final da década de 1920 e os anos 40.
Maria Amélia Canossa
Maria Amélia Canossa (1933-2022) foi uma voz maior da canção das décadas de 50 e 60. Se todos a conhecem como a intérprete do hino do Futebol Clube do Porto, o seu percurso é bem maior e mais vasto do que esse momento, chegando a incluir incursões por Espanha – onde gravou vários discos. Sempre foi versátil e bem popular, cantando fados, marchas e canções folclóricas e românticas.
Maria Armanda
Nascida a 18 janeiro 1946, Maria Armanda foi uma das vozes dos Green Windows. Pela editora Orfeu publicou o single Quando as acácias floriram. O seu único e bem interessante disco a solo, de 1979, traz nos arranjos o nome não do seu então marido José Cid mas um crédito que é, tanto quanto sei, também único: o de Zé Nabo como arranjador para uma voz.
Maria da Nazaré
Maria da Nazaré (n. 9 março 1946) é uma das vozes em que o fado se revelou na segunda metade da década de 1960.
Maria de Lourdes Martins
Maria de Lourdes Martins (n. 26 maio 1926) foi uma importante compositora portuguesa do séc. XX. A sua obra continua em grande medida por conhecer, por gravar e por reeditar.
Maria do Amparo
Maria do Amparo (n. 23 março 1951) é uma cantora terceirense.
Maria José Valério
Maria José Valério (1933-2021) uma voz icónica da canção ligeira em Portugal desde a década de 1950.
Mário Barreiros
Mário Barreiros (n. 13 março 1961) é um músico polivalente que começou a fazer “pop” quando era “mini” e, que desde então, nunca parou de estar na linha da frente da melhor Música Portuguesa.
Mário Moniz Pereira
Mário Moniz Pereira (n. 11 fevereiro 1921), o “Senhor Atletismo”, deixou também a sua marca na Música Portuguesa, como autor de várias canções que fazem parte do imaginário português desde a década de 1960.
Mário Simões
Nascido a 24 janeiro 1931, Mário Simões foi o líder de um dos “mais alegres” e interessantes conjuntos ligeiros dos anos 50 e 60, “descobridor” de Carlos do Carmo e tão bem trazido ao presente pelo Real Combo Lisbonense.
Martinho D’Assunção
Martinho D’Assunção foi um dos nomes que ajudaram a definir o fado como o conhecemos.
Michel
Michel, baterista nascido em 1942, é fundador do Quarteto 1111 e um dos mais marcantes bateristas do rock em Portugal.
Miguel Graça Moura
Miguel Graça Moura, nascido a 15 de março de 1947, é um dos grandes teclistas do Pop Rock Português da década de 1970, quer ao lado dos Pop Five Music Incorporated, quer dos Smoog quer ainda no seu breve percurso a solo. Pela etiqueta Orfeu publicou o disco Pianorama.
Milita Meireles
Milita Meireles (1928-2021) a mais nova das Irmãs Meireles, grupo vocal que deu cartas no cenário musical nacional e também no brasileiro das décadas de 1940 e 1950, morreu a 27 outubro 2021 no Rio de Janeiro. Tudo começou na Emissora Nacional, com o trabalho do maestro Tavares Belo, nomeadamente na harmonização de canções tradicionais, levando depois o sucesso do trio a uma carreira a solo paralela das suas integrantes. Milita seria, no entanto, a única das três irmãs a não ter gravado qualquer álbum em nome próprio. Nunca até agora as gravações das Irmãs Meireles foram reeditadas. Felizmente, foi publicada em 2016 uma biografia do grupo, “Irmãs Meireles – Os Rouxinóis de Portugal”, da autoria de Paulo Borges, e que nos ajuda a conhecer melhor o seu percurso.
Mirene Cardinalli
Nascida a 14 de março de 1942, Mirene Cardinalli foi uma das vozes mais fulgurantes da segunda metade da década de 1960 em Portugal. Morreu com apenas 27 anos num trágico acidente de viação.
Natália de Andrade
Natália de Andrade foi uma “diva iludida” do bel canto. Em 16 de abril 1986, foi dado à estampa o último disco.
Neca Rafael
Nascido no Porto a 2 janeiro 1906, Neca Rafael foi um cultor do fado na sua vertente humorística. Ora criando novas letras para fados tradicionais ora parodiando novos sucessos de cada época, fadistas como António dos Santos, Hermínia Silva, Joaquim Cordeiro, Xavier de Oliveira ou Manuel Morais são alguns dos seus nomes mais representativos e com mais obra gravada. Cantores tão diversos como Fernando Tordo ou Manuel João Vieira são admiradores confessos destes “cânones alternativos” do fado, e este último tem no seu recém-editado trabalho (o duplo álbum “Anatomia do Fado”) uma homenagem à altura da importância histórica desta vertente tantas vezes negligenciada do fado.
Nini Remartinez
Nini Remartinez (1919-2021) foi uma das vozes da rádio portuguesa das décadas de 40 e 50, a solo e ao lado da precocemente desaparecida Fernanda Remartinez assinando como Irmãs Remartinez. Morreu a 20 de novembro de 2021 aos 102 anos.
Nóbrega e Sousa
Nóbrega e Sousa (m. 4 abril 2001) é autor de algumas das canções mais populares das décadas de 1950 a 1970. Um percurso na Música feito “De Degrau em Degrau”.
Noiserv
Nome artístico de projeto de David Santos, músico nascido em 1982.
Olga Prats
Olga Prats (1938-2021) foi uma pianista de formação clássica que soube esbater barreiras entre a Música Erudita e a Popular como poucos entre nós. Fundou um dos agrupamentos de câmara mais marcantes do panorama artístico português, o Opus Ensemble, e tanto a música de Fernando Lopes-Graça, António Victorino D’Almeida, Astor Piazzolla, Antonio Portanet, Constança Capdeville ou Luis Cilia lhe passaram pelos dedos.
Os Tubarões
Os Tubarões foram uma banda de música pop/rock dos anos 1960 (1963-1968), de Viseu, Portugal. Foram os primeiros a gravar António Gedeão musicado (em 1968). Juntam a esse pioneiro disco três faixas inéditas até 2013 e publicam em 2021 uma colectânea histórica com toda a sua obra conhecida.
Paulo Alexandre
Paulo Alexandre (n. 16 fevereiro 1931), que todo o país conhece pelo popular “Verde Vinho”, de 1977, tem atrás de si uma carreira de mérito iniciada nos anos 50, a solo e ao lado do quarteto vocal 4 de Espadas. Pelo meio, chegou a gravar twists e rocks ao lado dos fugazes Telstars, num pouco conhecido EP de 1963.
Paulo Bragança
Paulo Bragança é um dos vértices do novo fado. que deu à estampa o seu primeiro álbum em 1992.
Paulo Ribeiro
Paulo Ribeiro é um dos cantadores/cantautores para quem o Sul modela uma forma diferente de cantar a alma portuguesa. Dançar numa “rave” medieval em Silves com o nosso poeta-rei árabe Al-Mu’tamid, ver um Alentejo futuro com Fernando Pessoa ou cantar polifonias para o Luís de três meses – estes são apenas alguns dos passos do novíssimo disco do Paulo Ribeiro, de 2021.
Plínio Sérgio
Plínio Sérgio é um cantor de fados de Coimbra, nascido no Barreiro em 04 de maio de 1932. Gravou pela etiqueta Estúdio.
Pop Dell’Arte
Pop Dell’Arte foi uma banda portuguesa. Sob o signo de Genet e de Fassbinder, deu à estampa o primeiro disco, Querelle, a 10 de fevereiro de 1987.
Raul Nery
Raul Nery foi músico e acompanhador dos maiores nomes do fado do século XX. Teve o seu conjunto de guitarras. Gravou com a etiqueta Alvorada.
Ricardo do Carmo
Ricardo do Carmo (1968-2021) foi o antigo guitarrista dos Morituri e dos Café Bagdad e irmão mais novo de Xana (dos Rádio Macau), em cujo “Manual de Sobrevivência” participou. Morreu a 20 de novembro de 2021.
Ricardo Levy
Nascido a 27 abril de 1946, Ricardo Levy foi o antigo cantor e guitarrista dos Jets e do Sindicato, dois grupos de um só disco mas de muitas músicas. E o “clássico” folk “Fermosinha”, escrito a partir de um poema medieval, é também da autoria deste nosso frontman rock de 60s e primeiros 70s.
Rodrigo
Rodrigo é um dos fadistas mais populares desde a década de setenta.
Rodrigo Costa Félix
Rodrigo Costa Félix é um fadista português nascido a 20 de fevereiro de 1972.
Rodrigo Velez
Rodrigo Velez (1979-2021), também conhecido pelo “nome de guerra” MARION COBRETTI foi fundador dos Clockwork Boys. A alma punk levou-o a um percurso a solo e ao disponibilizar de gravações dos seus projectos musicais dos anos 90, para além de manter o blog Rock nas Cadeias. Sabendo “Viver à Margem”, uniu como poucos as primeiras incursões punk portuguesas, de finais da década de 1970, com as páginas mais recentes que ele próprio também escreveu… Sempre, como no disco deste ano dos Clockwork Boys, “Como Se Não Houvesse Amanhã”.
Rogério Charraz
Rogério Charraz, com quatro discos de estúdio publicados, é um dos cantautores mais inspirados da última década.
Rui de Mascarenhas
Rui de Mascarenhas foi um dos cantores mais populares dos anos 50 a 80. Tem uma obra tão vasta e tão diversificada (como cantar José Afonso ou trabalhar com Jorge Palma) por redescobrir pelas actuais gerações. Faleceu a 22 de fevereiro de 1987.
Rui Lúcio
Rui Lúcio é um baterista português. Andou na escola Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra, e prosseguiu os estudos na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) e Universidade de Aveiro. Trabalhou como Professor na Academia de Música de Cantanhede. É Professor na Escola de Música São Teotónio e Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Rui Pato
Nascido a 5 junho 1946, Rui Pato foi a guitarra que mais nos revelou a música de José Afonso na década de 1960.
Salada de Frutas
Salada de Frutas é uma banda cheia de histórias e de grandes músicos m pleno boom do rock português. Formada por José Moz Carrapa, Quico Serrano, Guilherme Inês, falecido em 2021, e Zé da Ponte, baterista, tornou-se especialmente conhecida pelo disco “Se cá nevasse”.
Salvador Sobral
Salvador Sobral é um cantor português, irmão da cantora Luísa Sobral. O álbum de estreia de Salvador Sobral foi publicado em 2016. “Excuse Me” foi na altura acolhido entre alguma curiosidade (sempre era o irmão de uma cantora já com nome) e a quase indiferença (que quase sempre está reservada aos primeiros trabalhos de músicos ou grupos quando os mesmos não vêm rodeados de gigantes campanhas mediáticas). Passado um ano, a dupla vitória no Festival RTP da Canção e no Festival da Eurovisão fez com que todos os holofotes (agora já, e muito justamente, mundiais) se virassem para o músico – e mesmo quem não tinha ligado nenhuma ao disco passou a considerá-lo um trabalho de excelência.
Segréis de Lisboa
Segréis de Lisboa é um grupo de música antiga fundado em 1972 por Manuel Morais. É constituído por uma formação variável de cantores e instrumentistas cuja preocupação essencial se traduz em fazer reviver a Música Antiga com a maior autenticidade, e visam principalmente a recuperação da música portuguesa e espanhola dos séculos XIII ao XIX. Em 1991 receberam a Medalha de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura. Pelo “disco Música Maneirista Portuguesa – cancioneiro Musical de Belém” receberam um Prix Choc da Revista Le Monde de la Musique (nº 201, Julho-Agosto de 1996.
Sheiks
Sheiks é o nome de uma banda portuguesa com discos publicados também em Espanha, em França ou no Brasil. A Parlophone do Reino Unido publicou em 1966 a estreia em single do clássico “Missing You”, de Carlos Mendes e José Alberto Diogo. Do lado B, estava “Tell Me Bird”, de Paulo de Carvalho, que dera título ao EP português publicado nesse mesmo ano de 1966. Raras vezes o nosso pop rock foi tão bem aceite fora de portas. Em 1966 foi editado um dos discos mais marcantes do rock em Portugal, o EP “Tell Me Bird”. Curiosamente, o disco abre com “Missing You”, o outro grande clássico do grupo, e completa-se com “When I’m Asking You” e o bucólico “Velho Moinho”. Os “quatro magníficos” por trás do segundo disco dos Sheiks são Carlos Mendes, Edmundo Silva, Fernando Chaby e Paulo de Carvalho.
Siricaia
Siricaia é um duo aveirense nascido em 2019, constituído por Susie Filipe (percussão e voz) e Vítor Hugo (voz e guitarra). Mistela de ingredientes de diversas latitudes, a música dos Siricaia é uma viagem de volta às raízes, a bordo de sonoridades contemporâneas. Dos ritmos tradicionais portugueses até ao jungle swing, através de guitarras eléctricas travestidas de cavaquinho, os Siricaia andam ao sabor das suas influências artísticas, parando de porto em porto, à procura de novas respostas para questões antigas. O álbum de estreia, Família Fandango, recorda o passado, descreve o presente e vislumbra o futuro, contando a história de um seio familiar, ao longo de três gerações.
Smooth Soul
Smooth Soul é um projeto de alma e coração no estilo smooth jazz eivado de funk e fusão, explorando ritmos e sons inspiradores. É formado por João Sanguinheira (baixo elétrico), Filipe Gonçalves (bateria), Luís Arantes (guitarra), Nuno Tavares (teclas), Vítor Carvalho (saxofone), Filipa Lopes – Espectáculos/Booking.
Sons da Suévia
Sons da Suévia são um grupo musical sediado em Braga, vocacionado para música tradicional e recriações históricas, designadamente em feiras de inspiração medieval.
Suzy Paula
Suzy Paula (n. 1946) é uma voz com carreira começada da década de 1960, conhecida por conta dos sucessos para crianças no início dos anos 80 mas que gravou entre 1965 e 1973 vários discos hoje quase esquecidos.
Tereza Tarouca
Nascida a 4 de janeiro de 1942, Tereza Tarouca foi uma das mais luminosas vozes do fado.
Thilo’s Combo
Thilo’s Combo é um histórico quinteto português constituído por Thilo Krassmann, Vítor Santos, Tony Igrejas, José Luís Simões e Jorge Pinto. A discografia do grupo é extensa: Twist na ronda, A voz da rueda, Fado New-Look, Bossa nova, Madison & Cia, Les Cornichons, e outros.
Urbano Oliveira
Urbano Oliveira é um baterista com carreira desde os anos 1960 e que em 1978 foi um dos nomes por trás da histórica Orquestra Girassol.
Valentina Félix
Valentina Félix, nascida a 23 de março de 1937, foi uma das vozes populares na primeira metade dos anos 1960. Cedo rumou para a América onde publicou o disco Valentina Félix nos Estados Unidos – Fados of Portugal.
Victor Gomes
Depois de mais de 20 anos afastado dos estúdios, Victor Gomes, o lendário “frontman” dos Gatos Negros voltou já em 2021 a gravar. Foi nos Estúdios Tcha Tcha Tcha, com arranjos de Ramon Galarza, e nessas sessões registou duas canções novas e duas versões de canções suas originalmente publicadas nos anos 60 e nos anos 80. “Minha Senhora”, uma das novas, é um incursão em terrenos “românticos” mas sempre com o cunho bem “afiado” deste nome tão icónico do rock de 60s.
Vítor Santos
Vítor Santos é o histórico saxofonista do Thilo’s Combo, constituído por Thilo Krassmann, Vítor Santos, Tony Igrejas, José Luís Simões e Jorge Pinto.
Zé Luís
Nascido a 27 maio 1946, Zé Luís foi um carismático frontman da década de 1960 e o eterno vocalista dos EKOS.
Zurita de Oliveira
Cantora e guitarrista, Zurita de Oliveira (n. 19 janeiro 1931 – m. 2015) é considerada a “mãe” do rock em Portugal. O pioneirismo não valeu uma carreira de sucesso a Zurita de Oliveira. Como intérprete, não voltaria aliás a gravar, surgindo o seu nome ao longo da década de 60 como autora de vários fados para Ada de Castro. Zurita de Oliveira era meia-irmã do actor Camilo de Oliveira. Neta de Júlia Arjona, também conhecida como Julieta Rentini e dona da companhia teatral com o mesmo nome, o meio artístico estava-lhe portanto no sangue. Em meados da década de 1950, Zurita gravou alguns discos de 78 rpm na editora Estoril, do empresário Manuel Simões. Com acompanhamento de Belo Marques, aí se incluem composições deste maestro ou de João Aleixo, também maestro e marido da sua prima Leónia Mendes. Esta última foi aliás uma das presenças no filme “O Cantor e a Bailarina”, do realizador Armando de Miranda, onde Zurita participou ao lado de outros cantores, como o então casal Domingos Marques e Maria Adelina.