Victor Roque Amaro

Direção

Victor Roque Amaro (1950-2015) fez os estudos musicais no Seminário de Penafirme e no Conservatório de Lisboa, tendo frequentado posteriormente cursos de aperfeiçoamento de canto e direcção de coros e Musicologia em Portugal e Inglaterra (Cambridge, 1995 e 1998 e Canford, 2002). Foi licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa.

Na sua formação teve particular importância a experiência coral, tendo começado a cantar em coro desde criança tendo integrado nomeadamente a Schola e o Coro Polifónico do Seminário de Penafirme, o Coro Regina Coeli de Lisboa, o orfeão Académico de Lisboa, o Coro da Universidade de Lisboa, o Coro Gulbenkian e o Coral Vértice. Encetou a Direcção de Coros aos 18 anos, tendo trabalhado com diversos maestros entre os quais Michel Corboz, Cristopher Hogwood, Jordi Savall, António e João Crisóstomo, António Joaquim Lourenço, Fernando Eldoro e Jorge Matta.

A partir de 1978 dedicou-se muito especialmente à música antiga vocal e instrumental tanto nos seus aspectos de investigação musicológica como nos de execução em concerto. Nesse contexto participou em diversos cursos e seminários de Música Antiga em Portugal e no estrangeiro.

No despertar do seu interesse pela Musicologia, teve especial importância a assistência a conferências dadas por, entre outros, Rui Nery, Jordi Savall, Philip Thorby, Mark Philips e Ivan Moody.Prosseguiu de forma autodidáctica os estudos nesta área. Em 1984, fundou o Concertus Antiquus – grupo vocal e instrumental igualmente dedicado à Música Antiga e em 1989 o Coro Dom Luís I, por iniciativa do Palácio Nacional da Ajuda integrado no âmbito das suas actividades culturais. Foi director musical do Coral Vértice durante cerca de 20 anos (até 2001).

Dirigiu formações de câmara, em concertos patrocinados por entidades diversas: Fundação Calouste Gulbenkian, Secretaria de Estado da Cultura, Instituto Português das Artes do Espectáculo, Palácio Nacional da Ajuda, de Mafra e mecenas diversos, tendo nesse âmbito, participado em Festivais diversos por todo o País, de que se destacam o Festival dos Capuchos, Algarve, Coimbra, Leiria, Figueira da Foz, Sons da História – Norte, Música nas Pousadas, Palácio Foz-Lisboa e Óbidos.

Dirigiu igualmente concertos em França (Paris-Centro Cultural Gulbenkian e Auditório da Régie Renault) e Inglaterra (Cambridge-Trinity Hall). Desde 1999 é professor convidado de Técnica e Expressividade Vocal no âmbito de acções tuteladas pela AIP, exercendo a sua actividade por todo o País. No âmbito da discografia, destacam-se as gravações com o Coral Vértice (1988), Coro Dom Luis I (1993) e Concertus Antiquus (2000 e 2001).

Nos últimos anos, privilegiaou o estudo e a divulgação da Música de Autores Portugueses dos séculos XVI-XVII, nomeadamente na sua variante sacra. Nos concertos procura a reconstituição interpretativa da música antiga tanto no aspecto estilístico musical como na recriação de ambientes sonoros adequados. Foi adepto da realização de espectáculos de forma integrada, isto é, congregando diversas sensibilidades artísticas, conjugando numa mesma realização a dança, a pintura, a poesia, tendo efectuado diversas realizações desse tipo.

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