Valentim de Barros
Bailarino
Foi bailarino em Barcelona, Berlim e na ópera de Estugarda, na década de 1930, e viveu a ascensão nazi na Alemanha, de onde foi expulso pouco antes da eclosão da II Guerra Mundial, em 1939.
No regresso a Portugal, foi preso pela polícia política da ditadura, sujeito a uma lobotomia, a eletrochoques e internado no Hospital Miguel Bombarda, onde permaneceu, diagnosticado com “psicopatia homossexual e pederastia passiva”, desde 1940 até à morte, aos 69 anos, em 1986.
A sua história foi recuperada pelo investigador António Fernando Cascais, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que a analisa, através de diferentes fontes, em “Onde eu não dance, a solidão fá-lo por mim: Valentim de Barros”, um dos ensaios do livro “Hospital Miguel Bombarda 1968”, com fotografias do médico José Fontes, publicado pela Documenta/Sistema Solar, em 2016.