Tony Amaral
Jazz . Piano
António Freitas Estevez (Funchal a 23/07/1910 – Funchal, 28/02/1975), conhecido por Tony Amaral foi um músico, compositor e pianista que se destacou na música influenciado pelo Jazz, nas décadas de 1940 e 1950.
Tony Amaral promoveu um estilo musical, posteriormente adaptado por diversos conjuntos de baile madeirenses, entre os quais: a Orquestra Brilhante e os conjuntos Flamingo, Libertino Lopes, Watter Hale e Alberto Amaral (o grupo de seu irmão).
O pianista criou uma geração de artistas ao influenciar estes grupos e em especial um músico, o seu filho António Freitas Estevez, conhecido por Tony Amaral Jr., que seguiu os passos do pai e contribuiu para o movimento do Jazz na Madeira, na segunda metade do século XX.
No início dos anos 40, o pianista madeirense António Freitas Estevez atuava frequentemente no Hotel Bellavista com o conjunto Tony Amaral And His Boys, composto por: Maximiano de Sousa (vocalista), Carlos Menezes (guitarra), José de Freitas (contrabaixo) e Barrinhos (bateria).
Tony Amaral and His Boys estudavam os discos americanos e ingleses, ensaiavam os seus estilos, a harmonia e o Swing das principais celebridades mundiais.
Ainda na década de 1940 o Flamingo tonou-se o primeiro nigth club madeirense com vocação para o Swing e Jazz, onde o grupo Tony Amaral And His Boys marcava presença habitual. Foi neste club que Max se apresentou como músico: o baterista e vocalista do conjunto Tony Amaral and His Boys.
Entre 1946 e 1947 o grupo fixou residência em Lisboa e atuou nos espaços de divertimento da noite lisboeta: Nina, Maxime e Clube Americano. No final da década de 1940 o grupo ainda atuou em Madrid e recebeu um convite para inaugurar o Casino Estoril, em 1949.
Em janeiro de 1951 Tony Amaral deu uma entrevista ao Diário de Notícias da Madeira onde comentou as suas atuações durante a temporada no continente, “incluindo vários saraus na Câmara Municipal de Lisboa e no Círculo Eça de Queirós”.
O Diário da Madeira referiu ainda “um programa transmitido pela Emissora Nacional para a América, com interpretações de Amália e da orquestra de Tony Amaral, que despertou vivo interesse entre a colónia portuguesa (…)”.
Em dezembro de 1951 o Diário de Lisboa publicou um artigo sobre o conjunto de Tony Amaral, com referência à atitude dos portugueses face à música produzida a nível nacional. “Os portugueses são, regra geral, os últimos a avaliar o valor da prata da casa. Se o conjunto de Tony Amaral (de longe o melhor conjunto musical que até hoje se exibiu no nosso país) tivesse um rótulo americano ou inglês, meia Lisboa andaria com o seu nome aos gritos pelas sete colinas. Mas como é português Made in Madeira, o público contenta-se em dizer que na verdade eles tocam muito bem e por aí fica”.
No decorrer da década de 1950, o conjunto regressou ao Funchal e apresentou-se no Casino Madeira, Reid’s Hotel, Salão de Bailes do Savoy, Pavilhão Miramar e discoteca Flamingo, especialmente em festas de Fim de Ano e bailes de Carnaval.
Em 1969 Tony Amaral e Max foram convidados no famoso programa Zip-Zip, apresentado por Raul Solnado, Carlos Cruz e Fialho Gouveia.
A solo, Tony Amaral destacou-se como compositor de músicas que ficaram para a história: Noites da Madeira, onde é percetível a influência do Jazz norte-americano; Adeus Funchal; Carolina; Scarlet; Tu, Solo Tu; e o célebre Bailinho da Madeira.
Em 1977, o Diário de Notícias com o objetivo de estimular a produção regional de canções e incentivar o aparecimento de novos compositores, autores e intérpretes organizou o I Festival da Canção – Madeira 77. Tony Amaral foi o músico homenageado no festival, como uma referência da música ligeira madeirense.
Autoria:
Esteireiro, Paulo (2008). “Tony Amaral“. In 50 Histórias de Músicos na Madeira. Funchal: Associação de Amigos do Gabinete Coordenador de Educação Artística, 76-77.
Atualização:
Ventura, Ana (2011). “ESTEVEZ, António Freitas”. In Dicionário Online de Músicos na Madeira. Divisão de Investigação e Documentação: Gabinete Coordenador de Educação Artística. Funchal: atualizado em 27/04/2011.