Sara Rosa
Canto lírico
Sara Zeferino Pinto Moreno Rosa nasceu em Lisboa, em 19 de junho de 1937 e morreu a 25 de outubro de 2016.
Foi aluna de Mário Pellegrini (maestro do Coro do Teatro Nacional de São Carlos) e de Elena Raggi Pellegrini. Em 1952 ingressou no coro do TNSC onde se manteve até 1962. Regressou ao São Carlos nos anos 80, onde se manteve até à temporada de 2002/03.
Entre 1958 e 1962 e a seguir a 1970 integrou o Grupo Vocal Feminino Harmonia, apresentando-se por todo o país e Goa, Margão, Basileia, Zurique, Nuremberga, Estugarda, Bamberg, Bayreuth, Hanôver, Berlim. Como solista, cantou em Luanda, Benguela, Lobito, Nova Lisboa.
Como cantora de ópera estreou-se no Teatro de São Carlos em 1960 como uma das amigas de Ágata do Freischütz. Em 1961 desempenhou a parte de Fédia na Ressurreição de Alfano, com Magda Olivero. Em 1962 foi pagem do Rigoletto com Bruscantini, Kraus e Gianna D’Angelo. Em 1963 interpretou Maria Russa na Tá-Mar, com Maria Teresa de Almeida. Em 1964 foi 2ª órfã aristocrata no Cavaleiro da Rosa e 2º pagem e 5ª flor no Parsifal.
Estreou-se na Companhia Portuguesa de Ópera, Lisboa e Porto como pagem no Rigoletto e Annina na Traviata. Em 1965, no Teatro da Trindade, repetiu a Annina e desempenhou o papel de Giannnetta do Elixir, em ambas, com Maria Cristina de Castro. Foi com o Elixir do Amor que se apresentou nesse ano no Teatro do São Carlos, em Sintra, Porto e Coimbra.
Em 1966, no Teatro da Trindade, voltou a fazer o pagem (Luís França) e desempenhou a Siebel do Fausto (Carlos Jorge). Em Luanda, repetiu a intervenção no Rigoletto Em 1967, no Teatro de São Carlos apareceu como Clotilde na Norma de Radmila Bakocevic, Fiorenza Cossotto, Eugénio Fernandi e Ivo Vinco, sob a batuta do maestro Oliviero de Fabritiis. Em 1968, no Teatro da Trindade foi Javotte (Manon) com Ana Lagoa. Em 1969, no Teatro de São Carlos foi 2ª órfã aristocrata (Cavaleiro da Rosa), Branca e vendedora de alcachofras (Louise), Dimitri (Fedora). No Teatro da Trindade e no Coliseu do Porto foi Annina com Zuleika Saque. Em 1970, no Teatro de São Carlos, desempenhou uma das Carmelitas.
No Teatro da Trindade, foi Bianca na Rondine e Siebel do Fausto, ópera repetida no Porto. Em 1971, no Teatro de São Carlos apareceu como pagem no Rigoletto (Kraus e Cappuccilli) e Conde em Auto da Barca da Glória com Álvaro Malta. No Teatro da Trindade, foi Amor em Orfeu. Em 1972/73, no Teatro da Trindade foi 1º rapaz na Flauta Mágica (Elisete Bayan), Annina e Garcia no D. Quixote; A Viúva Alegre (Elsa Saque). Em 1974, no Teatro de São Carlos, foi 1ª órfã aristocrata no Cavaleiro da Rosa (Evelyn Lear); e Annina na Traviata de Joan Sutherland com Alfredo Kraus, Giorgio Zancanaro e de Bonynge.
Em 1975, no Teatro de São Carlos foi pagem do Rigoletto, e ainda a ninfa e o rapaz em Canto da Ocidental Praia; e Lambisca em A Vingança da Cigana. No Teatro da Trindade foi 1º rapaz de A Flauta Mágica (Guilherme Kjölner). Em 1977, em Chiavari (Córsega) deu um recital com acompanhamento de piano. Em Teerão, com Álvaro Malta, gravou para a televisão local um programa de trechos de ópera.
Em 1978, na Catedral de Château Chalon tomou parte num concerto de música religiosa. Em 1978/79, no Teatro de São Carlos, foi Lisa em La Sonnambula e Sevadilha nas Guerras do Alecrim e Manjerona.
Em 1980 ingressou no Coro Gulbenkian de onde saiu, anos depois, para ingressar no Coro do Teatro Nacional de São Carlos mas continuando a desempenhar papeis como solista.
Sara Rosa aposentou-se na temporada de 2003/04.