Paulo Gaio Lima
Violoncelo
Paulo Gaio Lima nasceu no Porto em 1961 e morreu em 2021. Foi aluno de Madalena Costa no Conservatório de Música desta cidade e de Maurice Gendron no Conservatório Superior de Paris, cidade onde viveu durante sete anos, tendo sido bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Ministério da Cultura.
Apresentou-se regularmente em Festivais de Música no seu país e no resto da Europa (Europália – Bruxelas, Huddersfield, Marais, Uzés, Torino, Trento, Nantes) assim como com as orquestras de Moscovo, Szeged, Xangai, Porto Alegre, Hannover, Monterrey, Basel, Varsóvia, Neuss, Istambul, entre outras.
Colaborou com diversos grupos de música contemporânea, nomeadamente Alternance, 2E2M, L’Itinéraire, Poikilon, Música Nova e Divertimento di Milano. Apresentou em 1ª audição obras de Dusapin (Música 86 de Estrasburgo), Koo, o Concerto para violoncelo de P. Hersant (Huddersfield/89), e 5 Miniaturas de C. Marecos (Cascais 2000).
Em 1987 foi violoncelo-solo convidado da Orquestra Sinfónica do Reno. De 1992 a 2000 foi violoncelo-solo da Orquestra Metropolitana de Lisboa. Fez parte do Quarteto Verdi de Paris. Com Aníbal Lima e António Rosado formou o Artis Trio tendo actuado na Dinamarca, França, Portugal e Itália. Desde 2006 faz parte do Trio.Pt.
Gravou em disco concertos de Boccherini, Beethoven (com Gerardo Ribeiro e Pedro Burmester), Brahms (com Gerardo Ribeiro) e Schumann, assim como obras do reportório camerístico português (António Pinho Vargas, Cláudio Carneyro, Joly Braga Santos), para a EMI e RCA.
A sua atividade pedagógica dividiu-se entre a Academia Nacional Superior de Orquestra de Lisboa, as Universidades de Évora e Minho e cursos de aperfeiçoamento em todo o País, Espanha, França, Brasil, Áustria e Estados Unidos da América.
A sua morte foi noticiada pelo Observador, Público, Expresso, Correio da Manhã, e os portais da TSF e RTP.
TESTEMUNHOS
Apresento as minhas condolências à família do violoncelista e professor Paulo Gaio Lima. (Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República)
A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamenta profundamente a morte do violoncelista e professor Paulo Gaio Lima (1961-2021), intérprete de exceção e músico completo, de grande projeção nacional e internacional. (Graça Fonseca, ministra da Cultura)
Não conheci ninguém cujo amor pela vida fosse mais evidente e generoso. Esse brilho contagiante era uma constante nas aulas, nos ensaios, nos almoços e jantaradas, nos corredores, num simples telefonema. Não conhecia outra forma de estar que não a da partilha, da entrega, do calor humano. Trago os seus ensinamentos comigo sempre, sempre, sempre. Deu tudo a cada um de nós e somos melhores por causa dele. (Ana Cláudia Serrão)
Cellist, teacher, colleague, chef, mentor, a faithful husband to his beautiful wife Ana Maria Rodrigues , father to his two sons, i can’t say enough good things about him, unfortunately he passed recently and will be greatly missed. (Anthony Blea)
Hoje partiu uma parte muito grande de nós; da nossa música e das nossas vidas. Mas também ficou para sempre. Porque, for qual for o nosso caminho, cada vez que tocamos, soa um bocadinho de Paulo Gaio Lima. (Ester Puig Costa)
Jour de deuil pour la musique au Portugal. La vie est injuste, la mort encore plus. La meilleure personne que j’ai croisé dans ma vie. Grand violoncelliste, professeur dévoué à ses élèves, irremplaçable! (Christian Bayon)
Um dia muito triste e uma grande perda para todos nós que conhecemos e convivemos com o Paulo. Ficará para sempre nas nossas memórias como uma pessoa extremamente generosa, cheia de ânimo e um músico e professor magnânimos. (Jano Lisboa)
Uma perda enorme para a cultura portuguesa. Ficará eternamente vivo pelo seu legado! (Nuno Henriques)
Através de sua arte de ensinar, tocar divinamente seu violoncelo e sua incrível generosidade como amigo, ficamos com a suas maiores riquezas: o legado de seus alunos e a sua sensibilidade com todos! (Simone Ritzmann Savytzky)
Foi imensamente perturbador e devastador ter tomado conhecimento do falecimento de Paulo Gaio Lima, ontem, dia 17 de Maio de 2021, com apenas 60 anos. Trata-se de um dos melhores e mais brilhantes violoncelistas Portugueses, quer no panorama nacional, quer no plano internacional. (Nuno Bettencourt Mendes)
Gratas e inesquecíveis memórias dos meus primeiros concertos com o Grupo Música Nova, liderado por Cândido Lima, onde apresentamos em duo, nos Encontros de Música Contemporânea da Gulbenkian, a peça Charisma, de Iannis Xenakis, para clarinete e violoncelo. (António Moreira Jorge)
Partiu um Mestre, violoncelista, professor, uma pessoa excepcional. (Sérgio Azevedo)
Quelqu’un meurt, et c’est comme des pas qui s’arrêtent. Mais si c’était un départ pour un nouveau voyage ? Quelqu’un meurt, et c’est comme un arbre qui tombe. Mais si c’était une graine germant dans une terre nouvelle ? Quelqu’un meurt,et c’est comme une porte qui claque. Mais si c’était un passage s’ouvrant sur d’autres paysages? Quelqu’un meurt,et c’est comme un silence qui hurle. Mais s’il nous aidait à entendre la fragile musique de la vie? (Jed Barahal)