Orfeon Académico de Coimbra
Coro
O Orfeon Académico de Coimbra, fundado a 29 de Outubro de 1880 pelo estudante de Direito João Arroio, com o nome “Sociedade Choral do Orpheon Académico”, é o mais antigo coro português em actividade e um dos mais antigos da Europa. Aquando da sua formação e até 1974, era composto apenas por vozes masculinas, tornando-se, a partir de então, um coro misto, mais adequado com realidade estudantil.
Actualmente, constituem o OAC estudantes das oito Faculdades da Universidade de Coimbra e dos Institutos Superiores desta cidade. O repertório marcou, indubitavelmente, o mérito artístico do Orfeon e com ele os seus regentes, uma vez que foi o primeiro grupo coral a executar em Portugal música do contemporâneo Richard Wagner, aquando da sua primeira apresentação em público, a 7 de Dezembro de 1880 no Teatro Académico Príncipe Real, em Coimbra, por ocasião das comemorações do tricentenário da morte de Camões.
Ao longo dos anos, tem-se mantido a preocupação de incluir no repertório peças de compositores estrangeiros e nacionais, não esquecendo obras compostas ou harmonizadas pela mão dos próprios regentes. Neste contexto, e fazendo referência a trabalhos recentes, destacam-se os Inéditos da Escola de Coimbra (em depósito na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra), executadas pelo Orfeon, séculos depois da sua última apresentação pública, “Kantate nº 4” de J. S. Bach, “Via Crucis” de Franz Liszt, “Oratorio de Noël” de Camille Saint-Saëns e “Vesperae solemnes de Confessore” de W. A. Mozart.
A criatividade e dinamismo do Orfeon tem-se reflectido ao longo dos tempos nas suas actividades, traduzindo-se numa componente de carácter complementar paralelamente à música coral, das quais são exemplo uma Orquestra Ligeira, um Grupo de Jazz, um Grupo de Variedades, um Grupo de Música de Câmara, um Grupo de Música Popular e um Grupo de Fados. Este facto tem permitido atribuir aos espectáculos uma dinâmica original e contribui para que cada orfeonista tenha um contacto pedagógico com diferentes tipos de música.
Desde cedo, e ao longo destes 125 anos o Orfeon Académico de Coimbra afirmou-se como embaixada cultural privilegiada da Universidade de Coimbra ao percorrer o continente português, as suas ilhas e países dos quatro continentes, sendo notável a contínua dedicação na representação da cidade de Coimbra, da praxe, tradições académicas e na divulgação da música coral aquém e além fronteiras.
Foram vários os Directores Artísticos que, com o seu saber e dedicação, legaram ao Orfeon o seu valioso contributo: João Arroio (1880/1882), António Joyce (1908/1912), Elyas de Aguiar (1914/1936), Raposo Marques (1937/1966), Joel Canhão (1966/1973), Cândido Lima (1973/1975), Artur Carneiro (1976/1982), Virgílio Caseiro (1982/1996) e Edgar Saramago (1997/1999). Desde de Dezembro de 1999, o Orfeon Académico de Coimbra é regido pelo maestro Artur Pinho.
Foram também várias as personalidades famosas que passaram pelo OAC, de onde se podem destacar, Zeca Afonso, António Almeida Santos, Alberto João Jardim Adriano Correia de Oliveira, Luis Goes, Fernando Machado Soares, Fernando Rolim, entre muitos outros. Nos últimos anos, o OAC percorreu, cantando, diversos países, como por exemplo, a Bélgica em 1991 quando participou no Festival Europália; em 1992 rumou a Itália tornando-se o primeiro coro português a cantar na Basílica de S. Pedro; em 1993 foi aos EUA e Canadá e em 1998 ao Brasil, ano em que também se apresentou na Exposição Mundial de Lisboa. Esteve também nos Arquipélagos da Madeira em 1999 e, mais recentemente, dos Açores em 2001. Em Outubro de 2002 partiu em direcção à Hungria e à Suíça.