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Né Barros

Coreografia

Né Barros nasceu no Porto, em 1963.

É co-fundadora e membro da direcção do Balleteatro, estrutura onde tem desenvolvido grande parte da sua actividade como coreógrafa, intérprete e formadora.

Em 2004, conclui Doutoramento em Dança (FMH, Universidade Técnica de Lisboa) com a tese Corpo e sentido: uma proposta sobre a materialidade na dança.

Iniciou a sua formação em dança clássica com Ruth Howner, em 1972. Em 1985, interrompeu os estudos na Faculdade de Ciências do Porto para estudar Dança no Smith College em Massachusets, Estados Unidos. De regresso ao Porto, concluiu em 1990 o curso superior de Teatro, na Escola Superior Artística, e em 1990 partiu para Londres onde obteve um Master in Dance Studies no Laban Centre, onde obteve, em 1992, o Master of Arts in Dance Studies, com o espectáculo Pensamentos silenciosos e um texto Dance as discourse.

Em finais dos anos oitenta iniciou o seu trabalho como coreógrafa, mas foi a partir de 1992 que o Balleteatro Companhia passou a apresentar regularmente os seus espectáculos dos quais destaca: Do Princípio ao Fim(?), sobre a Paixão Segundo S. Mateus de J. S. Bach (Claustros S. Bento da Vitória, 1994); L. M. lady Macbeth (Teatro Nacional de São João, 1996); in limine (Centro Cultural de Belém, 1997). Em 1998, apresentou Adormecida, uma encomenda do Rivoli Teatro Municipal. Nestas produções contou com as colaborações de Roberto Neulichedl, Vera Castro, Jorge Levi, Nicola Lusuardi, Nuno Carinhas, Carlos Assis, Gabriela Vaz, Jorge Costa e Albuquerque Mendes.

Em 1999, Né Barros recebeu o Prémio de Melhor Coreografia por Passos em Branco, criado para a Companhia Nacional de Bailado no âmbito do Estúdio Coreográfico 99. Esta coreografia teve a música de Sérgio Azevedo e os figurinos de Ana Teresa Castelo.

Vooum foi o trabalho que estreou em Outubro de 1999 no Teatro Rivoli no Porto e que contou com as colaborações de Alexandre Soares, Daniel Blaufuks, Carlos Assis e Maria João Sopa. Equipa esta que se manteve para o seu trabalho No Fly Zone estreado em Novembro de 2000.

Colaborou em diversas produções do Teatro Nacional S. João em particular com o encenador Ricardo Pais nomeadamente, em As Lições, Linha Curva Linha Turva, Arranha Céus.

Coreografou para a Companhia Nacional de Bailado Passos em Branco (1999), pela qual viria a receber o Prémio Melhor Coreografia, e para o Ballet Gulbenkian exo (2001). A convite do C.C.B. e Remix Ensemble coreografou Nº 5 (2002) que representou Portugal nos encontros Repèrages de Danse à Lille (França).

Os seus trabalhos contam regularmente com colaborações de diversos artistas das áreas da fotografia e cinema, música e artes plásticas em particular, com Daniel Blaufuks, Cesário Alves, Filipe Martins, Saguenail, Carlos Assis, Alexandre Soares, Sérgio Azevedo, Carlos Guedes, Roberto Neulichedl, Gabriela Vaz, José Álvaro Correia, Nuno Coelho, Albuquerque Mendes, Nuno Carinhas, Vera Castro, Alexandra Cruz, Manuel Casimiro, ELASTIC Group of Artistic Research. Destaque para a colaboração com Lygia Pape na reconstrução dos seus Ballets Neo-Concretos (2000).

Em 2006 e 2007 fez parte da comissão de selecção do Festival Curtas de Vila do Conde. Tem orientado teses nas áreas da performance, das artes performativas, dança e novas tecnologias.

Em 2009, fez parte da comissão organizadora e científica do encontro “Artes performativas e novos Discursos” promovido pelo CEAA.

No mesmo ano, publicou o livro Da Materialidade na dança e, em co-autoria com Cesário Alves, Story Case Print.

Na sua actividade como formadora, tem sido convidada a leccionar em diversas instituições, FMH, ESD, ESE e ESAP.

É investigadora no Grupo de Estética, Política e Artes do Instituto de Filosofia (U.P.), colaboradora no Centro de Estudos Arnaldo Araújo e entre 2005-07 no IHA – Estudos de Arte Contemporânea.

Tem artigos publicados sobre o Corpo, análise, composição e estética da dança e das artes performativas. Organizou diversos eventos, em particular, Mostra em Itália sobre a dança em Portugal (1999); encontro internacional, Metamorfoses do sentir, tendo como convidado central o filósofo Mario Perniola e do qual editou um livro homónimo (1998).

Desde 1998, é professora convidada na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa.

Como actriz trabalhou sobre textos de Albert Camus, Gil Vicente e Heiner Muller, em encenações de Roberto Merino, Ricardo Pais e João Paulo Seara Cardoso/ Isabel Barros, respectivamente.

Estreou-se no cinema com o realizador Saguenail tendo sido protagonista em Ma’s Sin (Grande Prémio e Prémio da Crítica Internacional do Festival da Figueira da Foz).

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