Martinho d'Assunção Jr, viola de fado, músico de Lisboa

Martinho d’Assunção Júnior

Viola . Fado

Martinho d’Assunção Jr era filho do poeta e fadista Martinho d’Assunção. Criado no meio fadista, aprendeu a tocar Guitarra Portuguesa. Nasceu em Lisboa, na freguesia de Santos-o-Velho, em 12 de Abril de 1914 e faleceu em 29 de Março de 1992.

A vocação para instrumentista cedo se manifestou na sua vida. Ainda na infância experimentou a guitarra, o bandolim e o violino. Martinho d’Assunção Júnior optou pela viola, e já em 1927 a “Guitarra de Portugal”, após um concerto seu no Politeama, dava conta da virtude de tão “pequenito tocador de viola”. Anteriormente, em 1924, já o pequeno violista se havia estreado ao lado de Armandinho.

Fundamental na sua aprendizagem, em termos de conhecimentos musicais e de execução, foi a figura de João da Mata Gonçalves, de quem foi discípulo.

Por ocasião do V aniversário da “Guitarra de Portugal”, celebrado no Teatro de S. Luís em 1927, Martinho d’Assunção viria a revelar uma vez mais as suas potencialidades, ao lado da jovem guitarrista Isabel de Sousa.

Rapidamente Martinho d’Assunção se projecta em concertos e espectáculos, tanto a nível nacional como internacional, e em 1932 acompanha Armandinho, Ercília Costa e João da Mata, numa digressão pelas Ilhas da Madeira e dos Açores.

Em 1933 a “Guitarra de Portugal” volta a referir mais uma digressão, por terras de Angola, Moçambique e ex-Rodésia, desta vez Martinho d’Assunção integrava o Grupo Artístico de Fados, juntamente com Berta Cardoso, Madalena de Melo, Armandinho e João da Mata.

A sua carreira da violista passou também pelos espaços de fado em Lisboa, dos quais se destacam: “Salão Jansen”, “Casablanca”, “Solar da Alegria”, “Café Mondego”, “Mirante”, “Luso”, “Toca”, “Lisboa à Noite” e “Faia”, entre outras.

Entre 1937 e 1938 Martinho d’Assunção dirigiu um conjunto de guitarras composto por Carvalhinho, Fernando Freitas, e José Duarte Costa, Constança Maria, como vocalista. Também integrou o “Conjunto Artístico Português”, junto de Jaime Santos, Fernando Freitas, Miguel Ramos e Freitas da Silva, (e que noutra fase viria a ser integrado por Alberto Correia, António Couto e Jaime Santos).

Na década de 40 integrou o “Conjunto Típico de Guitarras” ao lado de Jaime Santos, Carvalhinho, Alberto Correia e Fernando Potier.

Mais tarde, tem uma passagem pelo elenco dos Companheiros da Alegria, de Igrejas Caeiro e Elvira Velez.

Martinho d’Assunção Júnior mesmo enquanto instrumentista e solista nunca deixou de se dedicar ao fado e compôs várias música para letras de poetas consagrados, destaque para o “Fado Faia”, letra de João Linhares Barbosa, “Bom dia Meu Amor”, letra de Vasco de Lima Couto e “Fado do Chiado” com letra de Ary dos Santos.

A par da faceta de compositor, o violista dedicou-se também ao ensino do instrumento, contribuindo de modo significativo para a divulgação do mesmo.

Nos últimos anos da sua vida trabalhou praticamente em exclusivo para o “Faia”, de Lucília do Carmo e quando aquela casa encerrou, foi violista particular de Carlos do Carmo, para quem compôs várias músicas de fado.

Fonte: Museu do Fado

[ Músicos de Lisboa ]

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