Bio+
Maria de Lourdes Resende
Fado
Maria de Lourdes Dias Resende Vidal (Barreiro, 1927) é uma cantora portuguesa, intérprete de sucessos como “Alcobaça”, e Prémio Bordalo (1962). Recebeu vários prémios de popularidade, sobretudo nas décadas de 1960 e 1970.
Nasceu em 8 de março de 1927, no Barreiro, distrito de Setúbal. Começou por cantar na igreja de Santa Cruz, no Barreiro, onde seu pai era organista amador. Após a morte do pai mudou-se para Alquerubim [freguesia do concelho de Albergaria-a-Velha], onde viveu com os seus tios, tendo cantado e participado em várias peças de teatro e festas organizadas na Casa do Povo.
Em 1945, aos 18 anos, quando se deslocou a Lisboa por ocasião do casamento da sua irmã, prestou provas na Emissora Nacional, tendo sido ensaiada por Etelvina Marinho, pianista e esposa do cantor lírico Paulo Amorim. Inicialmente cantou na Rádio Graça e em 1945 estreou-se na Emissora Nacional.
Em 1950 atuou em Paris, no âmbito do Plano Marshall. Em 1952 deslocou-se ao Brasil onde atuou nas principais estações de rádio e televisão.
Em 1954 gravou os primeiros discos de 45 rotações para a editora «Estoril» onde recriava músicas de sabor folclórico da autoria do maestro Belo Marques. Em 1955 obteve a vitória no prémio da Canção de Sucesso, realizado em Génova, com a canção Alcobaça. Ainda neste ano é eleita “Rainha da Rádio” num concurso promovido pela revista Flama. No ano seguinte foi “Rainha do Espectáculo” num concurso da revista Plateia.
Em 1957 participou na primeira emissão da RTP. Concorreu ao Festival da Canção Portuguesa, (percursor do Festival RTP da Canção) quer na 1.º edição de 1958, quer na de 1960, esta realizada no Porto, recriando a canção de Luiz Piçarra “Amar É Sina”.
Gravou O Papá e a Mamã e Carnaval do Estoril com António Calvário.
Em 1962, venceu novamente o título de Rainha da Rádio.
Em 1964 estreou-se como apresentadora de televisão, ao lado de Artur Agostinho, num concurso da RTP.
Em 1966 recebeu os 1.º e 2.º prémios do Festival Internacional da Canção, realizado em Toronto, no Canadá.
Ficou em 3.º lugar no Festival RTP da Canção de 1967 com Não Quero o Mundo. Foi eleita “Maior Cançonetista Portuguesa” pela Imprensa angolana.
Em 1967 foi lançado um single de compilação denominado Canções de Natal que inclui a interpretação de Maria de Lourdes Resende do tema “Natal Branco” (versão portuguesa de “White Christmas” de Irving Berlin). Esta edição da Marfer, com todas os temas assinados por António José, também contém “Noite Feliz” (“Silent Night”) de Mara Abrantes e dois temas interpretados por Artur Garcia “A Paz do Natal” (“Adeste Fideles”) e “Sinos de Natal (“Jingle Bells”).
Em 1969 regressava aos seus maiores sucessos para a editora Marfer.
O ano 1970 mostra um registo no Teatro com Maria de Lourdes Resende no papel “Anaïs” na peça Um Chapéu de Palha de Itália do TEC (Teatro Experimental de Cascais), num elenco com nomes como Maria do Céu Guerra, António Anjos, João Vasco ou Mário Viegas, numa com encenação de Carlos Avilez. Estreada a 8 de maio no Teatro Gil Vicente, em Cascais, esta tradução de Fernando Fragoso para Un chapeau de paille d’Italie de Eugène Labiche e Marc-Michel, contou com o maestro António Vitorino d’Almeida como responsável músicas e por canções e Natália Correia assinou as canções originais.
No início da década de 1990 começaram a surgir em CD as compilações, inseridas em colecções, como O Melhor de Maria de Lourdes Resende, pela a EMI em 1993, e O Melhor dos Melhores, com chancela da Movieplay em 1994 ou em 1996 Não, Não e Não, pela EMI-Valentim de Carvalho.
Maria de Lourdes Resende tem mais de 200 músicas gravadas, com destaque para Alcobaça com letra de Silva Tavares e música de Belo Marques. Foi precisamente na localidade de Alcobaça (distrito de Leiria) que Maria de Lourdes Resende foi homenageada por ocasião dos seus 50 anos de carreira, num evento vedetas contemporâneas, autores, compositores, amigos e familiares e que decorreu no Cine-Teatro de Alcobaça no dia 29 de abril de 1995.
DISTINÇÕES
- Em 1948 recebeu o Prémio de cançonetista no Concurso de Artistas Ligeiros da Rádio
- Prémio Bordalo (1962), ou Óscar da Imprensa, entregue pela Casa da Imprensa em 1963, na categoria “Música Ligeira” que também distinguiu o cançonetista António Calvário, a acordeonista Eugénia Lima, o compositor Nóbrega e Sousa, o conjunto instrumental conjunto Jorge Machado, o conjunto vocal Trio Odemira e a Orquestra Ligeira da Emissora Nacional.
- Em 1970, foi agraciada com o grau de Oficial da Ordem de Benemerência (atual Ordem do Mérito).
- Medalhas de Prata das Câmaras Municipais do Barreiro, Alcobaça e Lamego
- Medalha de Ouro da Câmara Municipal do Barreiro.
- Foi homenageada na toponímia de Alcobaça, numa das principais ruas da cidade.
Em 2019, foi agraciada com o grau de Comendadora da Ordem do Mérito.
[ Músicos naturais do Barreiro ]