No dia 28 de junho de 1921, passam 100 anos sobre o nascimento da pianista açoriana Margarida Magalhães Sousa (1921-1993).

Nos últimos meses, por incumbência do Conservatório Regional de Ponta Delgada, Luísa Cymbron tem vindo a trabalhar na montagem de um pequeno livro de homenagem que a tem levado a um processo intenso de descoberta e análise historiográfica, mas também de memórias e recordações.

Uma coisa, no entanto, pode a musicóloga desde já testemunhar: o entusiasmo com que todos se dispõem a participar, sejam as gerações mais velhas (que conheceram e trabalharam com a Sr.ª D. Margarida), sejam as mais novas, que através da inventariação do seu espólio têm sido uma ajuda preciosa na concretização deste projecto.

Nascida com um excepcional talento musical, Margarida Magalhães Sousa foi aluna de Helena Sá e Costa no Conservatório Nacional e viveu em Lisboa entre 1939 e 1948.

Regressou a Ponta Delgada, para leccionar na então Academia Musical de Ponta Delgada e, mais tarde, no Conservatório Regional.

Dedicou a sua vida à música, quer ensinando, quer tocando a solo, com colegas que ensinavam nos Açores, ou concertistas estrangeiros que visitavam as ilhas.

Colaborou intensivamente com o Emissor Regional de Ponta Delgada, tocando em directo, a princípio 3 vezes por mês! Era perfeccionista e guiava-a um profundo sentido de missão. No início da década de 1980 gravou um LP que, apesar de infelizmente não reflectir os momentos mais brilhantes do seu pianismo, é um testemunho relevante, em especial se tivermos em conta que, na sua geração, em Portugal, muito pouco músicos tiveram a possibilidade de gravar.

Margarida Magalhães Sousa é uma das mulheres dessa época que, por vezes em situações profissionais muito difíceis, lutaram pela implementação de um modelo de ensino da música que fosse para além da formação de amadores.

Fonte: Luísa Cymbron