Margarida de Abreu
Bailado . Coreografia
Professora e coreógrafa que dedicou 60 anos à dança, Margarida Hoffmann de Barros Abreu Salomão de Oliveira nasceu a 26 de novembro de 1915, em Lisboa, e faleceu de doença dermatológica, no Hospital de Santa Maria, a 29 de setembro de 2006.
Foi unanimemente reconhecida como uma das personalidades mais marcantes das artes do séc. XX português. Todos os seus discípulos – entre os quais se contam várias gerações de bailarinos e actores de nomeada – a consideravam uma personalidade brilhante e de uma lucidez, sensibilidade, inteligência e argúcia ímpares.
Muitos deles referem, frequentemente, a ‘musicalidade’ que imprimia nas suas aulas e coreografias e a habilidade de colocar em cena, harmoniosamente, corpos e personalidades muito distintas. Vários também destacam o seu valioso papel ‘mecenático’, tendo aberto, gratuitamente, o seu estúdio aos que não tinham posses ou, mesmo, pagando viagens e estudos no estrangeiro a outros.
O seu papel pioneiro deixa o seu nome ligado aos primeiros agrupamentos de dança do País e a artistas que estão na base de quase todos os que hoje existem.
Era mãe da bailarina Maria João Salomão, irmã da pianista Helena de Freitas Branco e foi cunhada do musicólogo João de Freitas Branco.
Filha do advogado António Barros de Abreu (cunhado do antigo primeiro-ministro Afonso Costa) e da pianista suíça Helena Hoffmann, Margarida de Abreu estudou dança em Portugal, na Suíça, Alemanha e Áustria, foi professora no Conservatório Nacional, na Escola do Teatro de São Carlos e directora artística do Círculo de Iniciação Coreográfica.
Entre 1960 e 1975, de parceria com o discípulo Fernando Lima, foi directora artística do Grupo de Bailados Portugueses Verde Gaio.
Assinou cerca de 50 coreografias para os seus grupos de dança e para peças de teatro, ópera e cinema.
OPINIÕES
Uma figura incontornável da dança em Portugal, que teve uma visão de futuro
Ana P. Caldas, directora da Companhia Nacional de Bailado
Era fantástica e muito avançada para a sua época
Águeda de Sena, coreógrafa e encenadora
Foi, como ninguém, o motor da dança em Portugal e todos lhe devíamos agradecer
Graça Bessa, directora da CêDêCê
Nas aulas, mais do que a técnica, ensinava a sentir a dança, o movimento
Vasco Wellekamp, Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo
Cf. CM Cultura, 30 de setembro de 2006