Manuel Luís, padre compositor natural de Turquel, Alcobaça

Manuel Luís

Compositor para a Liturgia

Manuel Luís, compositor para a liturgia e diretor de coro, nasceu em Turquel, Alcobaça, a 8 de julho de 1926 e morreu em Lisboa, a 5 de julho de 1981.

Foi o grande impulsionador da música litúrgica em português, após a abertura da liturgia às línguas comuns, com o Concilio Vaticano II.

Cedo revelou aptidões musicais. Formou-se no Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais (Lisboa), e aprendeu com Monsenhor Pereira dos Reis (1879-1960) a importância da participação dos fiéis na liturgia.

Após a ordenação sacerdotal, frequentou, entre 1951-1958, o Pontificio Istituto di Musica Sacra de Roma, onde se diplomou em Canto Gregoriano e Composição Musical Sacra.

Deu expressão melódica aos textos litúrgicos em português, criando um vastíssimo repertório que é utilizado em todo o País.

Musicou, em 1966, textos para cantar na Semana Santa, como Povo meu que te fiz eu para a adoração da cruz, salmos para a Vigília Pascal e diversos cânticos pascais. Entre 1971-1973, publicou fascículos com os salmos responsoriais das missas da Quaresma/Páscoa.

A edição completa de salmos para as missas dos três anos litúrgicos (A, B e C), seria caso único em toda a Europa. Compôs também para a Liturgia das Horas, (oração obrigatória para clérigos e religiosos, constituída por hinos, salmos, cânticos e leituras).

Publicou diversos artigos e cânticos na Nova Revista de Música Sacra, Boletim de Música Litúrgica e Boletim de Pastoral Litúrgica.

Presidente da Comissão Portuguesa de Música Sacra desde 1965 até à morte prematura, em 1981, Manuel Luís foi um animador das semanas litúrgicas (nacionais e algumas diocesanas).

Foi igualmente director do Coro do Seminário Maior de Cristo-Rei dos Olivais (Lisboa), onde desenvolveu importante actividade pedagógica, ao lado de José da Costa Ferreira.

A sua produção musical, de fundo gregoriano, mas enraizada no canto popular português, é apoiada nos textos da Bíblia, da tradição litúrgica e em poemas de Fernando Melro. A sua produção musical é essencialmente monódica e privilegia o órgão no acompanhamento harmónico.

OBRA MUSICAL EDITADA

(1955) “Recebei, ó Deus eterno: cântico ofertorial voz e órgão ou harmónio” =cânticos da Comunidade Cristã 1. Lisboa: Secretariado Diocesano da Catequese.

(1960) “Cântico de glória: cânticos e salmos para o Advento-Natal – Epifania a uma voz”, cânticos da Assembleia Cristã 4.

(1963) “cânticos a Nossa Senhora”, cânticos da Assembleia Cristã 6.

(1963) “Eucaristia a uma e mais vozes”, cânticos da Assembleia Cristã 3.

(1963) “cânticos Quaresmais: cânticos e salmos para os tempos da Septuagésima e da Quaresma a uma voz”, cânticos da Assembleia Cristã; 5.

(1964/1958) “10 cânticos sobre os salmos para voz e órgão” Lisboa: SDC

(1965) Missa Responsorial a uma voz. Lisboa: SDC.

(1966) cânticos para a Semana Santa e Páscoa segundo o texto oficial aprovado a uma voz. Lisboa: Seminário dos Olivais.

(1968) “Ladainha dos santos a uma voz”, cânticos da Assembleia Cristã; 8.

(1971) Salmos responsoriais e aclamações a uma voz. Lisboa: União Gráfica.

(1976) “Hinos para a liturgia I”, Música e Celebração, 1. Lisboa: Comissão de Liturgia e Música Sacra do Patriarcado de Lisboa

(1987) Tríduo pascal. Lisboa: CDLMS

(1997/1971) Salmos responsoriais uma ou duas vozes. Lisboa: CDLMS

António José Ferreira

[ Músicos naturais de Alcobaça ]
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