Luís da Silva Ribeiro
Autor
Luís da Silva Ribeiro (Angra do Heroísmo, 4 de dezembro de 1882 — Angra do Heroísmo, 24 de fevereiro de 1955) foi um jurista, intelectual, poeta, cronista e político português que se distinguiu como etnógrafo e animador do movimento cultural que levou à criação do Instituto Histórico da Ilha Terceira e das instituições equivalentes nos restantes antigos distritos dos Açores.
É autor de uma extensa obra publicada, compreendendo mais de 180 trabalhos, a maior parte no Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, mas com muitos trabalhos dispersos por periódicos lusófonos. Vitorino Nemésio dedicou-lhe a sua obra Corsário das Ilhas com as seguintes palavras, bem demonstrativas da consideração em que o tinha: “Ao Dr. Luís Ribeiro, alma e consciência da nossa ilha e dos Açores”.
Completou os seus estudos primários e liceais na sua cidade natal, partindo depois, com a família, para Coimbra. Naquela cidade, matriculou-se na Universidade de Coimbra, obtendo o bacharelato em Direito a 20 de julho de 1907.
Acabado bacharelato, recusou continuar os estudos, regressando a Angra do Heroísmo, cidade onde residiria toda a sua vida e onde exerceu diversas cargos administrativos e políticos, pese embora a sua mal-disfarçada oposição ao Estado Novo e a suspeição com que sempre foi visto pelos poderes instalados após o Golpe de Estado de 28 de Maio de 1926.
A 5 de outubro de 1929, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Foi um músico amador de mérito, tocando violino. Durante alguns anos, na década de 1920, exerceu funções de professor provisório de Canto Coral no Liceu de Angra do Heroísmo, então designado Liceu D. João de Castro.
É autor de mais de 180 trabalhos, na sua maioria nos domínios da etnografia, disciplina em que se distinguiu singularmente nos Açores, e da jurisprudência, a sua área de formação profissional.
Intelectual ativo e empenhado no desenvolvimento cultural da sociedade açoriana, foi o principal dinamizador da fundação do Instituto Histórico da Ilha Terceira, instituição a que presidiu desde a fundação até à sua morte em 1955. Como presidente do Instituto foi também o principal editor do Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, periódico a que dedicou grande atenção, publicando nele largas dezenas de artigos da sua autoria e encorajando incessantemente a contribuição de outros intelectuais da época. Esse seu labor editorial, e a coordenação e rigor na seleção de artigos que soube impor, fizeram daquela publicação a melhor publicação científica açoriana da sua época, ainda hoje não ultrapassada na diversidade e qualidade das contribuições inseridas.
Para além do Instituto Histórico da Ilha Terceira, foi membro do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia, Sociedade Portuguesa de Antropologia, do Consejo Superior de Investigaciones Cientifícas (Espanha), do Instituto de História e Geografia do Rio Grande do Sul, da Sociedad Tucumana de Folklore (México), da Academia de Mendoza da Universidad Nacional de Cuyo (Mendoza, Argentina) e da Real Academia de Jurisprudencia y Legislación de Madrid.
OBRAS DE TEMÁTICA MUSICAL
A dança do pau de fitas. Vária, Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XIII (13) 1955, p. 295-296.
Música popular. Vária, Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. XIII (13) 1955, p. 294.
A propósito de uma cantiga. Vária, Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. VI (6) 1948, p. 278-281.
O sino de correr. Vária, Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. VII (7) 1949, p. 318-319.