compositor José Vianna da Motta

José Vianna da Motta

Composição

José Vianna da Motta (São Tomé, São Tomé e Príncipe, 22 de Abril de 1868 — Lisboa, 1 de junho de 1948) foi um dos grandes vultos da cultura portuguesa e da história da música em Portugal.

A sua acção desenrolou­‑se em diversas frentes, sendo as mais notáveis as de pianista, pedagogo, compositor e programador cultural.

Natural de São Tomé e Príncipe, revelou talento precoce para a música e foi por iniciativa do pai que com apenas seis anos se deslocou à metrópole para uma audição perante os reis.

Sob os auspícios da corte, concluiu os estudos no Conservatório Nacional, em Lisboa, aos 14 anos, e prosseguiu­‑os em Berlim. Na Alemanha viria a tornar­‑se um importante membro da Sociedade Wagneriana, frequentando o Festival de Bayreuth, e seria um dos últimos pianistas a receber aconselhamento artístico de Franz Liszt.

Frequentou, também, cursos de interpretação com Hans von Bülow. A sua carreira pianística teve dimensão internacional. Se a solo foi um dos poucos pianistas do seu tempo a tocar a integral das Sonatas de Beethoven, em música de câmara fez digressões com artistas como Pablo de Sarasate.

Senhor de um vasto repertório, estendeu a sua influência a várias gerações de pianistas. Foi professor de piano em Berlim, Genebra e no Conservatório Nacional de Lisboa, onde veio a assumir a direcção. Aí teve como alunos Elisa de Sousa Pedroso (fundadora do Círculo de Cultura Musical), Campos Coelho (que veio a ser o professor de Maria João Pires), o compositor Luiz Costa e a sua filha Helena Sá e Costa (Directores do Orpheon Portuense e também eles pianistas e pedagogos notáveis), Maria Cristina Pimentel, Maria Antoinette de Freitas Branco, Nella Maissa, o compositor Fernando Lopes­‑Graça e o pianista Sequeira Costa, considerado o seu último discípulo.

Vianna da Motta fundou a Sociedade de Concertos de Lisboa em 1917 e foi, ainda, director musical da Orquestra Sinfónica de Lisboa entre 1918 e 1920.

No domínio da composição, actividade que exerceu ao longo de pouco mais de duas décadas, a partir de 1881, Vianna da Motta mostrou preocupação em afirmar um certo sentido de portugalidade na sua música.

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