Isabel Santa Rosa
Bailado . Coreografia
Isabel Santa Rosa nasceu em Marrocos, a 18 de fevereiro de 1931 e faleceu em Lisboa a 16 de setembro de 2001. Filha de pais emigrados em Casablanca, estudou no Conservatório local com a professora russa Mentine Patti.
Foi uma figura fundamental do Ballet Gulbenkian ao longo dos primeiros doze anos de existência da Companhia. Com uma formação clássica e simultaneamente dotada de um lirismo extremamente delicado, Isabel Santa Rosa foi a grande «prima bailarina» portuguesa dos anos 60 e 70.
Pertencendo ao elenco do Ballet Gulbenkian desde a sua criação, em 1965, foi aqui que brilhou interpretando os papéis principais do reportório clássico que a Companhia então apresentava com frequência: Lago dos Cisnes (2º acto), As Sílfides, As Bodas de Aurora, Quebra-Nozes.
Formou com Armando Jorge o grande par clássico do Ballet Gulbenkian. Isabel de Santa Rosa, soube fazer com empenho e profissionalismo a «viagem» para o reportório contemporâneo, que a partir dos anos 70 o Ballet Gulbenkian começou a cultivar.
Nesta área foi, sobretudo, em obras de Carlos Trincheiras, então coreógrafo da Companhia, que Isabel Santa Rosa exibiu os seus talentos; obras como: Arquipélago Inter-Rupto ou Lamentos, foi precisamente com Lamentos que, em Junho de 1976, num espectáculo efectuado no Anfiteatro de Ar Livre da Fundação Gulbenkian, Isabel de Santa Rosa fez a sua última aparição como bailarina principal do Ballet Gulbenkian.
No Verão de 77 deixou o Ballet Gulbenkian – então com a categoria de “Bailarina Principal Convidada” – para exercer o cargo de Sub-Directora do Ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, então dirigido por Jorge Garcia (temporada de 1978/79).
Voltou ao Brasil como Mestra-de-Bailado do “Grupo Corpo”, de Belo Horizonte e depois do “Grupo de Dança do Palácio das Artes”, da mesma cidade. A partir de 1981 estabeleceu-se na cidade de Curitiba/Paraná, onde exerceu, até 1993, as funções de Mestra-de-Bailado do Ballet do Teatro Guaíra (BTG).
Em Janeiro de 1994 regressou a Portugal para assumir as funções de Directora Artística da Companhia Nacional de Bailado, cargo que deixou no Verão de 1996.
Em Outubro de 1977 voltou, episodicamente, a esta Companhia, como artista convidada, para interpretar uma nova coreografia de Carlos Trincheiras: Enigmas – Memória de Uma Tragédia Grega, com inspiração no Édipo de Sófocles.
Cf. Quem É Quem, Portugueses Célebres (Círculo de Leitores, Coordenação de Leonel de Oliveira, Edição de 2008, pág. 469).