Francisco Santos Pinto
Composição
Francisco António Norberto dos Santos Pinto foi uma importante figura no panorama musical português do séc. XIX, afirmando‑se como compositor e trompista, apesar de tocar também violino.
Cedo iniciou os estudos de música em violino e trompa, tendo integrado como trompista a Banda da Real Cavalariça quando era ainda um adolescente de 15 anos.
O seu talento e afinco profissional conduziram‑no por importantes agrupamentos musicais, destacando‑se o lugar de primeiro corneta na Banda da Guarda Real da Polícia, músico na orquestra do Real Teatro de São Carlos e clarim da Orquestra Real da Câmara.
Em 1857 foi nomeado maestro director do Real Teatro de São Carlos, cargo que ocupou durante um curto período. No entanto, paralelamente à actividade como músico, afirmou‑se no meio musical, sendo praticamente o compositor oficial do Teatro D. Maria após a sua inauguração, assim como uma figura incontornável da vida musical lisboeta ao estar ligado, como fundador, à Academia Melpomenense, fundada em 1845, e à Associação Música 24 de Junho.
Como compositor, tem uma obra de grande valor e destaque, profundamente marcada pela linguagem e estética italiana então em voga e amplamente difundida e replicada em Portugal, sobretudo inspirada em figuras como Verdi e Donizetti. Estes traços, ainda que bastante presentes na sua concepção vocal e instrumental, não obscurecem a sua capacidade criativa e inventividade na condução temática.
A sua produção musical é abrangente, contemplando desde a ópera à música sacra, música sinfónica (dedicou a Liszt, aquando da sua passagem por Lisboa, uma obra sinfónica), música para piano (valsas), representativa do estilo de salão oitocentista, entre outras.