Francisco d'Orey

Francisco d’Orey

Direção coral . Divulgação

Francisco Manuel Cardoso d’Orey nasceu em Lisboa, em 1931 e faleceu em 2020. Destacou-se nas décadas de 60 e 70 no movimento coral da região de Lisboa, sobretudo através do Coro da Universidade de Lisboa, do Coro da Juventude Musical Portuguesa e do Grupo Vocal Arsis (do qual foi maestro fundador em 1978), entre outros grupos corais que dirigiu.

Dirigiu também o Coro da Misericórida de Lisboa (1964), Coro da Tabaqueira (1968), Coro da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense (1970).

Destacou-se como renovador das abordagens cénicas e do repertório, em que acolheu música de todos os géneros e épocas – também a tradicional, a partir de recolhas directas, nomeadamente na Beira Baixa (Monsanto e Lousa), Alentejo (Aljustrel) e Beira Litoral (Travassô).

Nas décadas de 80 e 90 dirigiu ainda o Coral de Estudantes de Letras da Universidade de Coimbra, a Camerata Vocal de Torres Vedras, o Coro da Universidade de Évora, coro Eborae Musica, o Coro Infantil da Academia de Música da Costa do Estoril e o Coro Sinfónico da Orquestra Nova Filarmonia.

O Coro Polifónico Eborae Mvsica gravou o seu primeiro CD, exclusivamente dedicado à polifonia da Sé de Évora, com a participação de Antoine Sibertin-Blanc e grupo de Pedro Caldeira Cabral, sob a direção do maestro Francisco d’ Orey, em novembro de 1996, no âmbito das comemorações do 10º aniversário da classificação de Évora como Património da Humanidade. O Coro Polifónico foi dirigido entre 1991, e 1997, pelo Maestro Francisco d’Orey.

Foi pioneiro no estudo documental da música informal (em associações populares, grupos musicais de jovens e escolas informais de música) e de organização popular (coros e bandas), que registou parcialmente em cerca de quarenta filmes que produziu e realizou no Continente e nos Açores: série “Inventário musical” (RTP, 1970-1975).

Foi co-produtor e assistente musical no programa de Michel Giacometti “Povo que canta” (1970-1972) e co-responsável, com Manuel Jorge Veloso, pelos Concertos em diálogo na RTP (1971).

Como fotógrafo, documentou a quase totalidade das situações que filmou ou gravou e que publicou parcialmente nas edições discográficas de Michel Giacometti.

Reconhecido como animador e divulgador musical, é citado por muitos músicos e musicólogos portugueses como principal motivador da sua decisão de se dedicarem ao estudo e prática musical profissional.

Em 1979, Fernando Lopes-Graça, considera F. Orey como “um dos mais bem dotados directores de coro portugueses” e João de Freitas Branco refere “as suas excepcionais capacidades como organizador de actividades musicais para jovens”.

Fonte: Inventário Musical e Eborae Mvsica

[ Publicado na Meloteca a 27 de março de 2020 ]

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