Filipe Pires
Composição
Filipe Pires (Lisboa, 1934-2015) completou os cursos superiores de Piano e de Composição no Conservatório Nacional, tendo continuado os estudos em Hanôver e em Salzburgo, de 1957 a 1960, segundo a biografia do Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa.
O também professor visitou os cursos de Darmstadt, entre 1963 e 1965, onde leccionavam compositores como Pierre Boulez e Karlheinz Stockhausen, e foi, mais tarde, bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, sob direcção de Pierre Schaeffer, criador da designada “música concreta”.
De volta a Portugal, Filipe Pires deu aulas em diversos estabelecimentos de ensino, como o Conservatório de Música do Porto, o Conservatório de Lisboa (onde introduziu a disciplina de Electroacústica), o Conservatório Regional de Braga, entre outros, além de ter feito parte da equipa fundadora da agora Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo (ESMAE) do Porto.
“É um dos compositores portugueses mais importantes do século XX, foi pioneiro da música electroacústica em Portugal”, disse à Lusa a pianista Madalena Soveral, que interpretou várias das composições de Filipe Pires.
Também a Casa da Música lamentou a morte de Filipe Pires, recordando que o compositor apresentou, em 2011, uma obra encomendada pela instituição, de nome Imagens Sonoras.
Madalena Soveral sublinhou que Filipe Pires é dos compositores que possuem “uma linguagem extremamente maleável e musical” e que integrou no seu trabalho “quase todas as técnicas do século XX”.
Por seu lado, a professora Maria Teresa Macedo que, com Filipe Pires, fez parte da equipa fundadora da ESMAE, referiu à Lusa que o compositor desenvolveu o seu talento “até se tornar num dos maiores compositores portugueses”, ainda que a sua obra não esteja divulgada.
“O Porto deve-lhe muito e os compositores portugueses devem-lhe muito e a música portuguesa deve-lhe muito”, declarou a professora.
Lusa/Público, acesso a 15 de março de 2018