Fernando Alvim, viola de acompanhamento

Fernando Alvim

Viola

Fernando Alvim, o acompanhante de Carlos Paredes à viola, é o protagonista de uma carreira recheada de muitos outros trabalhos, em diversos estilos musicais.

Nasceu em Cascais, a 6 de novembro de 1934, mas morou sempre em Lisboa. Faleceu no dia 27 de fevereiro de 2015 em Lisboa, com 81 anos.

A sua mãe tocava piano e habituou-o, desde pequeno, a assistir a concertos. O pai, pelo contrário, era menos entusiasta e queria que Alvim seguisse um curso superior.

Fernando Alvim teve as primeiras aulas de viola aos 18 anos com o professor Duarte Costa. Mais tarde, já com 24 anos, frequentou um curso com o guitarrista Emílio Pujol.

Entretanto, iniciara a sua carreira aos 21 anos, tocando como acompanhante em casas de fado amador para, dois anos depois, começar a dedicar-se a bossa nova e ao Jazz.

Já na Emissora Nacional, Fernando Alvim teve um programa de music-hall chamado Nova Onda, que daria o nome ao conjunto que posteriormente formou com outros músicos e que estará na origem do conjunto Mistério. Alvim acompanhava fados, nas vozes de Vicente da Câmara, Frei Hermano da Câmara e Teresa Tarouca, entre outros.

Conheceu Carlos Paredes com quem iniciou, em 1959, uma parceria de trabalho que durou 24 anos e pela qual, como acompanhante do genial guitarrista, correu mundo.

Ao longo desses anos, Fernando Alvim desenvolveu outras atividades. Tocou com vários músicos do Hot Club, fez parte integrante do conjunto de músicos do popular programa televisivo Zip-Zip, fundou o conjunto de Guitarras de Fernando Alvim (1969) e gravou um disco com João Maria Tudela.

Tocou ao lado de guitarristas como António Luís Gomes, António Bessa, António Chaínho, João Torre do Vale, Jaime Santos, José Nunes, Mário Pacheco, e Pedro Caldeira Cabral. Acompanhou e gravou com diferentes gerações, seguindo especialmente de perto Luz Sá da Bandeira, Mísia e Vicente de Câmara.

Ainda na década de 60, as suas criações desfilaram na televisão, em programas como o “Zip Zip”, e deixou a sua marca nesse marco cantado por Manuel Freire, “Pedra Filosofial”. Já na década de 1970, formou o seu conjunto, com Pedro Caldeira Cabral, António Luís Gomes e Edmundo Silva.

Em 2011, Fernando Alvim editou o CD duplo O fado e as canções do Alvim, constituído exclusivamente por composições suas interpretadas, entre outros, por Camané, Ana Moura, Ricardo Ribeiro, Cristina Branco, Rui Veloso, Fafá de Belém, Vitorino e Carlos do Carmo.

Em 2012, recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores, que referiu na ocasião que era uma “forma de reconhecimento pelo trabalho de décadas ao serviço da dignificação da música portuguesa”. Em 2005 recebeu a medalha de mérito cultural atribuída pela Câmara Municipal de Cascais.

Longe de ser um simples acompanhante, Fernando Alvim é dos principais protagonistas da viola, que o próprio enquadra da seguinte forma:

“A viola é também chamada guitarra espanhola, guitarra clássica ou guitarra de jazz. Em Portugal chamam-lhe viola e no Brasil violão. Tem um som que se estende dos graves aos agudos, e é geralmente usada para a parte rítmica, a harmonia e os baixos”.

[ Músicos naturais de Cascais ]

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