barítono José de Freitas

JOSÉ DE FREITAS

José de Freitas, de nome completo José Cirilo de Freitas Silva, nasceu na Madeira e foi padre da Congregação da Missão (Padres Vicentinos). Já depois de padre, estudou nos conservatórios do Porto e de Lisboa, onde concluiu o Curso Superior de Canto com excelente classificação. Em 1978 tornou-se artista residente do Teatro Nacional de São Carlos onde se estreou com Schaunard em La Bohème. Foi intérprete de importantes papéis de barítono e de baixo-barítono em Portugal e no estrangeiro. Foi também diretor de coros e compositor de cânticos litúrgicos.

ENTREVISTA

Qual foi o primeiro momento em que se lembra de ter tido consciência de que a música era importante para si?

O primeiro momento?! Preferiria falar de uma pequena série de momentos… Concretizando: No meu 5º ano do seminário (hoje 9º ano), cerca dos 16 anos, quando a chamada “mudança de voz” era já algo acentuada, o meu ilustre professor de música, Padre António Ferreira Telles, poucos dias após ter-me convidado para tocar harmónio em algumas cerimónias litúrgicas (ele era o harmonista oficial, obviamente) e pedir-me para, alternadamente com outro colega, iniciar os cânticos na liturgia (o equivalente a solista), veio falar comigo na véspera da festa do Padroeiro do seminário (S. José), e disse-me: “Confio muito em ti para “segurares” a 4ª voz na missa solene de amanhã.” Ora aí tem um “puzzle” com bastante significado na minha “consciência musical” de jovem seminarista…

Quais os professores que mais o influenciaram no tempo de seminário?

Vou referir-me apenas a professores de música, obviamente. Desde os primeiros anos, tive uma veneração especial por um ilustre mestre, muito “sui generis”, mas muito competente e sabedor: o Padre António Ferreira Telles, a que atrás aludi. Era excelente harmonista, compositor, ótimo harmonizador. O Pe. Fernando da Cunha Carvalho, felizmente ainda entre nós, também teve influência na minha orientação musical, e não só. Mas vou salientar, sem querer ser injusto para os atrás citados e porventura outros, o Pe. João Dias de Azevedo, que muito me ajudou sobretudo no harmónio e no órgão, no Seminário de Mafra, onde fiz o meu noviciado (1954-1956). Nesse período, cheguei a tocar órgão em algumas celebrações dominicais e festas na Basílica de Mafra… E, para completar os anos do seminário, não poderei omitir o Pe. Fernando Pinto dos Reis (1929-2010).

Depois de ir para o seminário e de ser padre, quando é que se apercebeu de que cantar era o mais importante na sua vida profissional?

Como disse, cedo me iniciei e fui crescendo na função de solista. Continuei-a ao longo de todo o curso, alternando-a com o múnus de harmonista. Terminado o curso, fui incumbido da disciplina de Música (além de outras), no seminário menor. O concílio do Vaticano II acabava de privilegiar o vernáculo na liturgia. Iniciei a renovação de todo o repertório vigente. Eu próprio dei largas a uma velha paixão e iniciei a composição de cânticos em português, incluindo o “ordinário” e o “próprio” da missa para determinadas solenidades, além de outros cânticos circunstanciais. Aconselhado por não poucos, matriculei-me no Conservatório do Porto. Canto? Composição? Duas paixões. Muito incitado e encorajado pela professora D. Isabel Mallaguerra, decidi-me mais seriamente pelo canto, sem descurar a composição musical.

Após o curso geral de canto no Conservatório do Porto, vim a concluir o Curso Superior no Conservatório Nacional com a professora D. Helena Pina Manique. Com o programa do exame do curso superior concluído com alta classificação, fui convidado para vários recitais em Lisboa e não só. Iniciei logo de seguida o curso de ópera com o professor Álvaro Benamor e D. Helena Pina Manique. Fui admitido no Coro Gulbenkian, onde estive durante alguns meses até seguir para Paris com uma bolsa de estudos.

O diretor do Teatro Nacional de São Carlos, Eng. João Paes, que já me ouvira no Conservatório, convidou-me para, temporariamente, interromper o estágio em Paris e vir a Lisboa preparar o desempenho de um importante papel numa ópera portuguesa. Bem sucedido, pediu-me para, após o estágio parisiense, seguir para Florença, afim de preparar, com o famoso Gino Bechi, o importantíssimo papel de primeiro barítono (Lord Enrico d’Ashthon) da ópera Lucia di Lamermoor, de Donizetti. Cantei esse papel em novembro de 1977, no Teatro Rivoli (Porto)…

Toda esta “bola de neve” a partir da conclusão do curso superior de canto em 1974, todo o incrível desencadear de situações até finais de 1977, todo o ano de 1977 sobretudo, tudo isso responde à sua pergunta… Parafraseando, em contraste, um fadista, diria: “Ser cantor não foi meu sonho, mas cantar foi o meu fado…”

Dos anos em que estudou Música e Canto, que professores tiveram uma influência mais decisiva?

Nos conservatórios do Porto e de Lisboa, tive a felicidade de ser orientado respetivamente pelas professoras D. Isabel Mallaguerra e D. Helena Pina Manique, e ainda, por algum tempo, pela D. Arminda Correia, sem esquecer o Prof. Álvaro Benamor (cena).

Em Paris, como olvidar o trabalho com a famoso baixo Huc-Santana e o não menos célebre barítono Gabriel Bacquier? Em Itália, e aqui em Portugal, Gino Bechi foi simplesmente precioso no trabalho vocal e cénico. Este famoso barítono, que também me honrava com a sua amizade, cantou nos anos 40, em todos os grandes palcos do mundo. A sua famosa “entrega” aos espetáculos e nos espetáculos, quer cenicamente mas sobretudo vocalmente, levou-o a tal desgaste que teve de terminar a sua carreira por volta dos 40 anos, precisamente com a idade com que eu comecei…

Foi difícil deixar de ser padre e optar pela carreira musical?

Quando, em finais dos anos 60, me matriculei no Conservatório do Porto, confesso que o meu sonho era dar uma componente artística à minha missão de padre.

Começaram a surgir, porém, situações que não deixaram de me ir perturbando. Alguma confusão começou a instalar-se nos meus horizontes… Estávamos em pleno pós-74… Sobretudo a partir de 1977, comecei a sentir-me ultrapassado pelos acontecimentos. Tinham de ser tomadas decisões… Não podia viver na ambiguidade!… Houve muitas dúvidas, muitas incertezas… O meu Padre Provincial de então propôs-me fazer as duas coisas: padre e cantor… Tudo se desenrolava vertiginosamente… Eram convites para concertos, para óperas, etc.
Cheguei mesmo a atuar durante não pouco tempo, estando ainda no exercício do ministério… Fui chegando à conclusão de que as duas funções não faziam grande sentido… Em finais de 1978, acabei por tomar a decisão: pedi para Roma a dispensa do exercício das ordens. Não tive resposta fácil. Demorou mais de dois anos. Pelo meio, um apelo a que repensasse…

Qual foi o papel da Igreja na sua vida musical?

Primeiramente, como é obvio, penso em todo o curso do seminário. Para além de todos os aspetos da formação, a música da Igreja, o canto gregoriano, ocupou uma grande parte desse período, quer na teoria, quer na prática. O nosso Cantuale, um livro específico da Congregação da Missão com os mais belos cânticos gregorianos e muitos outros, a uma ou mais vozes, dominou grande parte desses anos, as nossas vozes e as nossas almas.

No seminário Maior, durante o curso de filosofia e teologia, para além das mais belas obras de polifonia sacra, cantávamos, todos os domingos e festas, o “comum” e o “próprio” em gregoriano, de acordo com o emblemático Liber Usualis, a mais completa obra do canto da Igreja. Tudo isto, naturalmente acompanhada da parte teórica, marca indelevelmente a minha personalidade e a minha formação musical. E não esqueço que quase sempre, alternadamente, fui organista e solista…

Após a ordenação, seguiram-se anos dominados pelo Concílio do Vaticano II, com uma série extraordinária de documentos sobre a música e a liturgia em vernáculo,com o aparecimento de excelentes compositores. E foram sempre surgindo, com os diversos papas, importantes documentos sobre a música litúrgica. Não posso esquecer os “famosos” cursos gregorianos de Fátima que frequentei.

Durante os anos 1977-1995, em que a vida artística teve o seu lado prioritário, nunca deixei de estar atento aos documentos da Igreja sobre música sacra e à obra de excelentes compositores que temos.

A partir de 1997, já no pós – S. Carlos, a pedido do meu grande amigo Conégo José Serrasina que acabava de ficar à frente da Paróquia dos Anjos, em Lisboa– a minha paróquia -, comecei a orientar o coro paroquial, tomando a peito a renovação dos cânticos e a dinamização litúrgica. Baseava-me sempre nos textos de cada celebração. Após 5 anos de intenso e profícuo trabalho, abracei outro projeto – na Capela do Palácio da Bemposta (Academia Militar), onde colaborei durante 13 anos (2003 – 2016). Durante este período, compus dezenas de cânticos que vieram a ser publicados pela Academia Militar, em 2012, num volume com o título Deus é Amor. Porque o “contexto” de então era “específico”, o referido volume irá “sofrer” brevemente substancial alteração.

Qual foi a maior deceção na sua vida?

Se me permite, não apresentaria uma mas duas deceções, e ambas no âmbito do mundo lírico. A primeira, logo de início. Tinha feito 40 anos. Eram diferentes, agora, o sonho e o ideal. Imaginava que perante mim, ia surgir um meio pleno de elevação, um ambiente superior, de arte, de cultura, etc. Cedo, porém, fui verificando e concluindo que as cores que sonhara belas, não, não o eram assim tanto… A realidade era bastante mais prosaica… Bem!… Respirei fundo, bem fundo, passe a expressão… E, vamos a isso!… Mas vamos mesmo! O desafio que ora iniciava era para ganhar, era mesmo para vencer!… E foi! Não tive o caminho atapetado de rosas, longe disso, muito longe! Foram necessárias uma fibra excecionalmente forte como considero ter, uma fé inabalável em Deus como efetivamente tenho, e também, obviamente, uma grande confiança nos talentos que Deus me deu, aliados à formação que tive (não poderei esquecê-lo!) E…aí vou eu!… E nem tudo foram espinhos, digamos em abono da verdade. Tive um público que me admirava e apoiava bastante, excelentes e excecionais críticas, outras nem tanto… E, entre um pessoal que rodava as três centenas (coro, orquestra, cantores, técnicos, etc), tive não poucos amigos e admiradores! Não esqueço que, logo no começo, nos primeiros ensaios, vi lágrimas nos olhos de algum do pessoal, ao verem a minha entrada enérgica, decidida, confiante, e pensando no “mundo” donde acabava de chegar… aos 40 anos!…

A segunda deceção foi no fim. Em finais de 92, a SEC, tendo à frente o Dr. Pedro Santana Lopes, achou por bem dissolver a Companhia Portuguesa de Ópera (cantores, orquestra, etc). Éramos 14 os cantores principais. Mesmo tendo em conta que eu continuava a cantar no país e não só, esta foi sem dúvida uma grande deceção. Aos 55 anos, encontrava-me no ponto mais alto da carreira, a nível vocal e cénico, na minha opinião e na de quantos me conheciam e ouviam! Esperava estar “em grande” mais uma boa dezena de anos… Lembrei-me então das palavras de Gino Bechi, quando, certo dia, nos anos 80, após fazer as célebres e espetaculares demonstrações, vocais e cénicas, durante um ensaio, e quando já contava perto dos 80 anos, teve este desabafo: “Agora é que eu sei cantar!”

Pois é!… Parafraseando o meu mestre, diria: “Agora… é que eu sabia cantar!…”

Qual foi o momento mais alto da carreira como cantor lírico?

Desempenhei os mais diversos papéis de 1º barítono, de baixo-barítono, papéis característicos, enfim, foram cerca de 50… Nunca tive um fracasso nos meus desempenhos. Pelo contrário! Escolher o momento mais alto?!… É difícil!… Estou a lembrar-me de não poucos… Do “Le Grand-Prêtre de Dagom” da ópera Samson et Dalila, de Saint-Saëns, em 1983. Quis preparar o papel em Lyon com o meu ex-professor de Paris, o grande barítono Gabriel Bacquier. Estou a recordar-me do “Dulcamara” da ópera L’Elisir d’Amore, de Donizetti, em 1984 e 1985… Do “Rocco”, da ópera Fidelio de Beethoven… Enfim, não vou alongar-me na citação de outras boas e belas hipóteses…

Mas vou escolher como momento mais alto uma ópera fora do estilo clássico: a ópera Kiú, do compositor espanhol Luís de Pablo, levada à cena em 1987 no Teatro Nacional de São Carlos. O meu papel de Babinshy, o pivô da ópera, na sua grande espetacularidade e dificuldade vocal e cénica, foi na verdade um momento muito alto na minha carreira! Não foi por acaso que o próprio compositor Luís de Pablo e o maestro Jesús Ramón Encimar me convidaram, 5 anos depois (dezembro de 1992 – janeiro de 1993), para interpretar em Madrid o mesmo papel!…

Quais foram os cantores líricos mundiais que mais o inspiraram?

Estavam na moda, nos anos 60, cantores líricos que deveras nos entusiasmavam. Lembro-me, por exemplo, de Mário Lanza, de Luís Mariano, de Alfredo Krauss que vim a conhecer em São Carlos, e com o qual contracenei, inicialmente, num ou noutro pequeno papel. E vários outros, quase todos tenores. O meu tipo de voz é de barítono ou de baixo-barítono. Mas foi sobretudo a partir do Curso Superior de Canto que comecei a interessar-me por vozes líricas, o que é absolutamente natural. Dado o meu tipo de voz, cerca de cinco ou seis cantores internacionais dominavam particularmente os meus gostos. Comecemos pelos alemães Dietrich Fischer-Dieskau e Hermann Prey, barítonos. O primeiro, absolutamente excecional em lied, tendo cantado praticamente tudo o que havia nesse domínio. Muitos o consideraram o maior músico do século XX. Foi inclusivamente maestro de música sacra. Ouvi-o ao vivo em Paris. Hermann Prey era superior como ator. As suas interpretações em óperas de Mozart, Rossini, Donizetti ficaram memoráveis. Outros dois barítonos ou baixo-barítonos, Fernando Corena e Rolando Panerai, eram também grandes cantores e atores, mais característicos que os anteriores. Outro barítono que, vocalmente (não cenicamente) me enchia as medidas, era Piero Cappuccilli. Era um barítono a que eu chamaria heróico-dramático, com uma incrível potência de voz. Jamais esquecerei o seu desempenho em Simon Boccanegra de Verdi, no São Carlos…

Poderia obviamente alongar-me, no que às vozes masculinas diz respeito. Mas também não posso deixar de me referir a vozes femininas que, além de nós deixarem siderados, tanto nos ensinaram! Antes de mais, Maria Callas!… Depois, uma Victoria de los Angeles que cheguei a ouvir na Gulbenkian. Fiorenza Cossotto, Mirella Freni, Christa LudwigMonserrat Caballé que ouvi em Paris dirigida por Leonard Bernstein… Uma Joan Sutherland, La Stupenda, a tal que cantou a Traviata no Coliseu na famosa noite de 24 para 25 de abril de 1974, com o já citado Alfredo Kraus… E eu estava lá!…

Quais os músicos portugueses mais influentes na sua carreira?

Por músicos, entendo compositores, professores, pianistas, ensaiadores, “pontos”, cantores, e, porque não, críticos… Antes de mais, as minhas duas professoras nos conservatórios do Porto e de Lisboa, respetivamente: Isabel Malaguerra e Helena Pina Manique. A professora D. Arminda Correia fez de forma extraordinária a breve transição entre uma e outra. Álvaro Benamor, na classe de ópera. A pianista Maria Helena Matos que me acompanhou com enorme competência desde o Conservatório Nacional, incluindo o exame final, e praticamente em todos os recitais que fui dando ao longo da carreira. O maestro Armando Vidal, músico de gema, com o qual preparei, como a generalidade dos artistas, quase todos os papéis que tinha a desempenhar nas dezenas de óperas em que fui interveniente. Entre os maestros – “pontos” – , não esquecerei o maestro Pasquali que tão competentemente orientou, durante os primeiros tempos, as nossas intervenções em palco, e o maestro Ascenso de Siqueira, grande e bom amigo e incrível ser humano… Tive a felicidade de trabalhar com encenadores como António Manuel Couto Viana, que me honrava com a sua amizade, Carlos Avillez (em várias óperas), Luís Miguel Cintra, João Lourenço

Cantores? Álvaro Malta, Hugo Casaes, Elizette Bayan, Armando Guerreiro, e outros… Lembro-me ainda de preciosas “dicas” que me deu Álvaro Malta

Compositores? Antes de mais, o Prof. Cândido Lima. Conheci-o em Paris. Conversávamos muito. Não esqueço o dia em que ele me apresentou ao seu amigo Iannis Xenakis… Fomos juntos a vários concertos. Preparei, com ele ao piano, algumas obras suas para canto. Foi meu pianista num concurso de canto em que fui premiado… Tudo isto em Paris, em 1977.

Com o grande compositor Fernando Lopes-Graça, tive a honra de preparar um importante papel de solista na sua obra As Sete Predicações d’Os Lusíadas, em vista à estreia mundial da mesma no VI Festival da Costa do Estoril (1980).
Joly Braga Santos honrava-me com a sua amizade e admiração. Com ele ensaiei o papel de solista na sua Cantata Das Sombras, sobre texto de Teixeira de Pascoaes, para primeira audição mundial no Teatro de S. Luís, a 27 de julho de 1985, com o Coro Gulbenkian, e enquadrada no XI Festival de Música da Costa do Estoril. De Joly Braga Santos nunca poderei esquecer as suas palavras, em pleno palco, no fim da última récita da sua Trilogia das Barcas, em maio de 1988: “Estou a compor uma ópera, para a Expo de Sevilha (daí a 4 anos), baseada numa obra de Frederico Garcia Llorca, Bodas de Sangue e tenho um muito bom papel para si”. Entretanto, o maestro falecia 2 meses depois, a 18 de julho de 1988, o que constituíu uma grande perda para o País, para a cultura portuguesa.

Quanto a críticos, devo dizer que, entre outros, Francine Benoit, João de Freitas Branco, José Blanc de Portugal muito me encorajaram e elogiaram!

E hoje, o que acha da evolução da ópera em Portugal?

Francamente, tenho dificuldade em responder. Há cerca de vinte e cinco anos, após a extinção da Companhia Portuguesa de Ópera e de ter dado como terminada a minha carreira lírica, abracei outro projeto e alheei-me bastante desse tema. Sei que, sobretudo por razões orçamentais, a programação se ressente, e muito. Tudo parece ser diferente. Repito: não tenho dados que me permitam fazer qualquer juízo de valor…

O que pensa do papel da música na Igreja?

Desde o Seminário Maior, fui lendo atentamente, e mais que uma vez, os documentos papais que surgiram desde o princípio do século XX:
o Motu próprio de São Pio X (1903) sobre a Restauração da Música Sacra;
a Constituição Apostólica Divini Cultus (1928) no pontificado de Pio XI, sobre a liturgia e a música sacra; a Encíclica Musicae Sacrae Disciplina (1953), do Papa Pio XII, sobre a Música Sacra, vocal e instrumental.

Logo após o Concílio do Vaticano II, surge a Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium (1963), a realçar que “a acção litúrgica reveste maior nobreza quando é celebrada com canto, com a presença dos ministros sagrados e a participação ativa do povo”. E quando fala de canto, obviamente que se refere ao canto sagrado intimamente unido com o texto. E se o canto gregoriano ocupa sempre um lugar privilegiado em igualdade de circunstâncias, não são excluídos os outros géneros de música sacra mormente a Polifonia, desde que em harmonia com o espírito da ação litúrgica, e de acordo com os diversos tempos litúrgicos, com as diversas celebrações e os vários momentos da celebração. Compositores, organistas, mestres de coro, cantores, músicos (instrumentistas) devem formar um todo para o esplendor do canto.

Alguns anos após o Concílio, a famosa Instrução Musicam Sacram (1967), da Sagrada Congregação dos Ritos, é a síntese, diria perfeita, do que à Música Sacra diz respeito, desde o canto na celebração da missa, passando pela preparação de melodias para os textos em vernáculo, depois a música para instrumental, o Canto no Ofício, etc etc.

O assunto levar-nos-ia ainda a três ou quatro intervenções de São João Paulo II, a uma célebre conferência do Cardeal Ratzinger (mais tarde Papa Bento XVI) em 1985, a uma Nota Pastoral dos nossos bispos por ocasião do Ano Europeu da Música (em novembro de 1985).

E o nosso Papa Francisco, por mais de uma vez, tem insistido que a Música Sacra e Canto Litúrgico devem estar plenamente inculturados nas linguagens artísticas atuais.

Quais os compositores que mais ouve e, desses, que obras prefere?

J.S. Bach é incontornável. Oiço com frequência, por exemplo, a Cantata do Café, cuja ária Hat man nicht mit seinen kindern fez parte do programa do meu exame do Curso Superior de Canto de Concerto, e foi uma das provas de acesso ao Coro Gulbenkian, em novembro de 1974; a Missa em Si m, cujas árias de baixo cantei; e a Paixão Segundo S. João, em que interpretei o papel de Jesus, no Porto, em abril de 1977, quando ainda estagiava em Paris…
Haëndel (O Messias, e Música Aquática); Beethoven (Sinfonias 3, 6 e 9) e a ópera Fidelio, cujo papel de Rocco desempenhei em junho de 1986; Mozart (o Requiem que, enquanto membro do Coro Gulbenkian, cantei no Coliseu em 1975, com gravação para a Erato; a Sinfonia nº 40, etc etc); Haydn (A criação, a Missa de Santa Cecília e a Sinfonia Concertante); Bizet (Carmen); Bramhs (Um Requiem Alemão);Rossini (Stabat Mater); Tchaickowsky (Romeu e Julieta e Francesa da Rimini; Dvorak (Sinfonia nº 9, O Novo mundo); Ravel (Bolero); Rodrigo (Concerto de Aranjuez); Strauss (valsas); Elgar (Concerto para violoncelo).

E muito, muito mais, obviamente.

O que o levou a colecionar livros e discos?

Certamente, e de uma forma geral, o meu gosto pela música, a ligação à Igreja, o meu profissionalismo, a cultura. É claro que tudo se desenrola de acordo com as diversas etapas da vida:

a minha função de professor de Música (além de outras disciplinas) no seminário menor, após a minha formação, e o começo dos meus estudos no Conservatório;

a minha transição para a vida pastoral, durante 3 anos;

a minha ida para Lisboa para concluir o curso Superior, do Conservatório, e a minha curta passagem pela Fundação Gulbenkian;

o meu estágio de dois anos em Paris, concluído com 2 meses em Itália;

o começo e a continuação da minha carreira lírica no Teatro Nacional de São Carlos;

os 3 anos pós-São Carlos em que continuei a minha carreira;

o abraçar de novo projeto: “trabalhar” um coro inserido numa missão pastoral na Paróquia dos Anjos (Lisboa), a minha Paróquia, a partir de 1997 e, posteriormente, de 2003 a 2016, na capela do Palácio da Bemposta (Academia Militar);

e porque não dizê-lo, as minhas viagens de automóvel, algumas longas, nos anos 70 e daí para cá, para já não falar da minha própria casa…

Como vê, são muitas as etapas e as circunstâncias em que procurei estar sempre em dia e dentro das exigências das mesmas. Livros, discos, cassetes, CDs, DVDs eram verdadeiros instrumentos de trabalho, de cultura, de ocupação, de prazer…

Julgo ter sintetizado as razões da minha importante biblioteca e discoteca, das quais progressivamente e criteriosamente, me vou voluntariamente desfazendo.

Antes da sua formação académica no conservatório, que lugar tinha a música erudita no seu papel de formador no seminário?

Além de renovar completamente o repertório de cânticos religiosos que vinha de há longos anos (o que supunha rodear-me de bom material), comecei a interessar-me por vozes maravilhosas que os discos faziam chegar até nós (Mario Lanza, Luis Mariano, Alfredo Krauss etc, e por orquestras excecionais que nos traziam as mais belas melodias clássicas, canções famosas, música de filmes históricos…

Tive sempre a preocupação de partilhar com os meus jovens alunos algum desse maravilhoso mundo musical… Era importante para a educação da sua sensibilidade, dos seus gostos, da sua cultura.

Lembro-me, e muitos ex-alunos (quer do seminário, quer do ensino público) se recordarão de ter dado a ouvir, entre outras obras, uma pequena peça do compositor russo Alexander Borodine. Tratava-se de Nas estepes da Ásia Central. Era a caravana que surgia ao longe, a marcha dos camelos, a intensidade instrumental que “subia” a anunciar a chegada da caravana, a permanência no terreno, o retomar da marcha, os sons que se iam extinguido… até a caravana se perder de vista!… Era tudo tão belo, tão claro! Apaixonante!… O interesse era enorme. Os alunos começavam a compreender que a música tem um sentido, um conteúdo, uma intenção, uma finalidade, uma expressão!
O mesmo sucedeu com outras obras, como o Hino da Alegria, da IX Sinfonia de Beethoven! Etc etc.

Mas adverti-os sempre para que nada disto desviasse a atenção do essencial da sua formação!…

Em três palavras como se caracteriza a si mesmo?

Persistente! Perfecionista! Brioso!

Lisboa, 19 de março de 2018

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JOSÉ DE FREITAS NA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Um barítono que é crítico de si próprio

Correio da Manhã, 28 de abril de 1986

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De padre a cantor principal de ópera no Teatro São Carlos

Diário de Notícias do Funchal, 11 de maio de 1986

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José de Freitas: de padre a cantor

Correio da Manhã, 02 de agosto de 1987

Amândio Pires
Figuras ligadas à música que partiram ao longo do ano

Fontes: Meloteca, João Carlos Callixto, Germano Campos

Alex

Alex (1940-2023) foi um “cantor algarvio que usou também o nome Mark Olivier, tendo começado a carreira na década de 60. Em 1967, gravou o primeiro disco, o EP abaixo, para a firma portuense Rádio Triunfo, onde foi acompanhado pela orquestra de Manuel Viegas, tendo depois prosseguido o seu percurso artístico em Angola. Autor da maior parte das canções que interpretou ao longo de mais de 55 anos (incluindo “Mister Gay”), foi também dos primeiros a cantar originais de António Sala (a “Sinfonia dos Cabelos Compridos”, em 1969), para além de divulgar vários autores brasileiros ou ainda nomes como o americano Kris Kristofferson ou o francês Michel Berger. (João Carlos Callixto)

Alexandre Samardjiev

Alexandre Samardjiev (n. 1946 – m. 3 de julho de 2023) foi uma personalidade marcante para o Ensino Profissional, para os estudantes de música, para os profissionais da música e para todos os que com ele privaram no dia a dia. Durante mais de trinta anos, primeiro nas orquestras e posteriormente no ensino, nas escolas profissionais, Alexandre Samardjiev revelou-se uma personalidade incontornável que construiu não só classes de contrabaixo muito robustas em todos os locais onde lecionou, mas principalmente elevou para patamares muito elevados a qualidade artística dos alunos e das instituições onde colaborou, graduando-as ao que de melhor se faz a nível internacional.

Fonte: ARTAVE

Amândio Pires

Amândio Pires (1935-2023) foi um músico portuense que, entre os anos 50 e 80, “teve um percurso de valor não só em Portugal como a nível internacional. Se cá foi um dos fundadores do Trio Boreal, no final da década de 50, veio mais tarde a gravar trabalhos a solo entre o fado e a canção latina e a integrar o Trio Siboney, que acompanhou alguns nomes maiores da canção de língua espanhola, como Maria Dolores Pradera ou Chavela Vargas.”

Fonte: João Carlos Callixto

Amândio Pires

Amândio Pires

Ana Quinteiro Lopes

Ana Quinteiro Lopes (-2023) foi uma mezzo-soprano e professora de Canto. Foi coordenadora do CONSERVATÓRIO REGIONAL DE COIMBRA e trabalhou na Contracanto Associação Cultural. Foi professora de Formação Musical na ESPROARTE – Escola Profissional de Arte de Mirandela e lecionou no Conservatório de Música e Dança de Bragança. Trabalhou como Professora de Piano na Academia de Artes da Póvoa de Varzim e foi maestrina no Coral Juvenil de Gaia. Estudou Canto na Universidade de Aveiro.

António Cartaxo

Radialista, professor, comunicador e divulgador de grandes músicas, António Cartaxo (1934-2023) foi um dos maiores Autores da História da Rádio em Portugal. Após muitos anos da sua vida passados em Londres, no Serviço Português da BBC, António regressou a Portugal depois do 25 de Abril para felizmente se fixar com a sua Arte de musicólogo-contador-de-histórias na Antena 2. É um imenso prazer para os sentidos fruir do clima interior e interiorizado dos seus Textos e da sua Voz, acompanhando o Ouvinte em mágicos percursos pelos tempos e pelos espaços da vida dos Músicos de todos os tempos. António Cartaxo procede sempre com uma mestria comunicacional única e exclusiva.*

Aquando da atribuição do Prémio de Carreira Igrejas Caeiro, pela SPA, em 2016, a Antena 2 homenageou-o com a retrospectiva António Cartaxo 40 Anos de Programas de Rádio, abarcando todos os géneros que o autor realizou desde 1976 – ensaios documentários, dramaturgias sobre temas da grande música.

António Cartaxo nasceu na Amadora em 1934, mas desde cedo, por via da carreira militar de seu pai, passa por Angola, Évora e Portalegre. Fez os estudos secundários em Lisboa, nos Liceus Pedro Nunes e Camões, mas também no Colégio Moderno, onde aprende com Álvaro Salema, Mário Dionísio, Rui Folha e Morgado Rosa. Fez a licenciatura na Faculdade de Letras de Lisboa, ao mesmo tempo que trabalhou, primeiro como empregado de escritório num sindicato, depois arquivista do Metro de Lisboa, e quando cumpre o serviço militar, na Biblioteca do Estado-Maior do Exército.

Quando a secção portuguesa da BBC reabriu as emissões para Portugal, concorreu e foi para Londres, como funcionário da rádio pública britânica, onde ficou até 1976. Nesses anos, ia quase todos os dias a um concerto de música clássica (grande música, como escreve), construindo assim as bases para os seus programas em Portugal (as notas que foi tirando ao longo dos concertos serviram como matéria-prima futura).

Na secção portuguesa da BBC, sentiu particular gosto em dar notícias sobre a situação do Portugal ditatorial, expondo as censuras, proibições e prisões políticas, tentativas goradas de manifestações, notícia do assassinato de Humberto Delgado e sua origem política. No período de 1970-1974, trabalhou com colegas como Manuela de Oliveira, Paulo David, Jorge Ribeiro, António Borga, José Júdice, Carlos Alves e Joaquim Letria, em que incluiu as reportagens que fez da campanha eleitoral de 1973 em Portugal. Neste ano, António Cartaxo recebeu um Special Award (prémio especial) pelas realizações radiofónicas ao longo da sua permanência na BBC. Se tinha dificuldades em entrevistar políticos da oposição, por recomendação ou resposta negativa da linha hierárquica, era mais fácil entrevistar cantores da resistência na qualidade simples de artistas: José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho e padre José Fanhais.

Depois de Abril de 1974, António Cartaxo e Jorge Peixoto foram acusados de apresentarem uma visão de esquerda e foram alvo de sanções, que culminaram em tribunal e despedimento da BBC; história que narrou nos seus livros BBC Versus Portugal. História de um Despedimento Político (com Jorge Ribeiro)(1977) e Quase Verdade como são Memórias (2009).

Ingressou na rádio pública portuguesa em 1976, onde trabalharia durante 40 anos, em especial na Antena 2, realizando programas como “Em Sintonia”, “Histórias da música… e outras” e “De Olhos bem abertos”, mas também na Antena 1 com “Grandes Músicas”.

Ainda em 1976, António Cartaxo e o realizador Jorge Ribeiro fizeram o programa Você gosta de Beethoven?, em que eram entrevistados operários da Sorefame sobre a música de Beethoven, e que será vencedor no concurso pró-música de Rádio Budapeste.

Em 1978, através do Instituto de Cultura Portuguesa, António Cartaxo foi para Varsóvia, na Polónia, onde foi leitor de português na Universidade daquela cidade. A experiência letiva mantê-la-ia durante vinte anos na Universidade Clássica em Lisboa.

Em 1987, António Cartaxo venceu o Prémio Gazeta de Jornalismo na modalidade Rádio, com um programa sobre Fernando Lopes Graça. Em 2016, António Cartaxo foi distinguido com Prémio Carreira Igrejas Caeiro, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores.

Em 2012, publicou o livro Quase Verdade como São Memórias, ao qual é atribuído o Prémio António Alçada Baptista. António Cartaxo é ainda autor dos livros Palavras em Jogo (1990), Ao Sabor da Música (1996), O Meu Primeiro Mozart (com Rosa Mesquita, e ilustrações de Pedro Machado), e Efemérides Românticas (2010).

Fonte: Antena 2

Avelino Tavares

Avelino Tavares (Pinheiro da Bemposta, Oliveira de Azeméis, 9 de abril de 1938 – Porto, 24 de setembro de 2023) foi um editor, divulgador, importador, distribuidor e produtor de espectáculos português. Contactei-o há algum tempo para completar a revista MC Mundo da Canção, de que me faltavam alguns números. A icónica revista foi por ele fundada em 1969.

Bela Bueri

Bela Bueri, nome artístico de Gabriela Bueri (Santarém, 1948 – 28 de junho de 2023) foi uma fadista portuguesa.  Gravou o seu primeiro disco aos 19 anos, graças a Tony de Matos, que reconheceu o seu talento quando a viu e ouviu cantar na Feira de Artesanato do Estoril. “Na década de 1960 tentou trazer um “Sentido Diferente” para o fado. Depois de três discos, registados para a editora Estúdio (de Emílio Mateus), Bela Bueri só voltaria a gravar já no início dos anos 90, num LP auto-editado e que contou com assistência de José Mário Branco.” (João Carlos Callixto). Lançou muitos fadistas e músicos, dando-lhes palco na mítica casa de fados de Cascais, o “Amália”. Manteve a sua atividade de professora de Ensino Especial. A 23 de novembro de 2023 houve uma homenagem à fadista que residia em Cascais.

Bela Bueri, 1948-2023

Bela Bueri, 1948-2023

Carlos Ançã

Carlos Ançã, nome artístico de Carlos Jorge Ançã de Sousa Mendes, foi músico, maestro e cantor. Nasceu em Lisboa, a 22 de janeiro de 1967, cidade onde residia, e  faleceu a 12 de maio de 2023, aos 56 anos, vítima de acidente vascular cerebral. Estudou no Instituto Gregoriano de Lisboa, na Escola Superior de Música de Lisboa e posteriormente no Chapitô. Entre 1987 e 1990 fez parte do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, como tenor. Entrou para os Shout no início deste grupo em 1995 e aí permaneceu até 1998. Também como tenor fez parte do Coro da Fundação Gulbenkian entre 1995 e 1999. Foi diretor vocal do musical Amália de Filipe La Féria, entre 2000 e 2001 e participou no musical Kiss, Kiss entre 2004 e 2005. Foi maestro do grupo Coral de Mafra entre 2010 e 2015 e fez parte como coralista do Coro Gregoriano de Lisboa, para o qual entrou em 1988. Foi professor de técnica vocal e maestro do Coro Gospel de Lisboa. Foi um dos jurados do programa All Together Now, na TVI. Esteve presente na quarta semifinal do Festival da Canção 1997, onde interpretou o tema Sonhos de Verão, em dueto com Paula Cardoso.

Carlos Avilez

Carlos Avilez (1935?, 1937? 1939? – 2023), nome artístico de Carlos Vítor Machado. O teatro e a ópera em Portugal ficam muito mais pobres. Encenador, ator e professor, e foi mestre para gerações de atores. Estreou-se profissionalmente como ator, em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço- Robles Monteiro, onde permaneceu até 1963. A conselho de Amélia Rey Colaço orientou a vida para a encenação. Até fundar o Teatro Experimental de Cascais, em 1965, passou pela Sociedade Guilherme Cossoul, o Teatro Experimental do Porto e pelo CITAC – o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. Trabalhou em França com Peter Brook e, na Polónia, com Jerzi Grotowsky. Entre 1993 a 2000 foi Diretor do Teatro Nacional D. Maria II, Diretor do Teatro Nacional de São João e Presidente do Instituto de Artes Cénicas. Em 1993 fundou a Escola Profissional de Teatro de Cascais, onde foi director e docente. Comendador pela Ordem do Infante D. Henrique (9 de Junho de 1995), foi agraciado com as Medalhas de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril. Trabalhou com importantes maestros, orquestras e cantores líricos portugueses e estrangeiros e encenou várias produções de ópera.

Carlos Cavalheiro

Carlos Cavalheiro (1949-2023) foi “um dos grandes vocalistas do nosso rock… Ainda que o seu percurso em disco não conte muitos trabalhos, quase todos eles são bem marcantes. E a estreia, em 1973, não podia ter sido mais grandiosa: os dois singles gravados pelo seu grupo Xarhanga (ao lado de Júlio Pereira, Carlos Patrício, Rui Venâncio e Zé da Cadela Lopes) praticamente “inauguram” o hard rock nacional. Aquela voz e aquela urgência de tudo transformar com a força do rock continuam hoje a prender-nos e a conquistar novos públicos também a nível internacional, não sendo de somenos que a quase totalidade das letras das canções do grupo sejam da autoria de Carlos Cavalheiro. O fim do grupo traz a única experiência em álbum, “Bota Fora”, editado já em 1975 e novamente ao lado de Júlio Pereira. Aqui, alguns dos campos do rock progressivo cruzam-se com os da canção de intervenção, cantando de forma despudorada sobre a independência das então colónias com palavras de Sérgio Godinho, Manuel Alegre, Fausto ou José Mário Branco, e com música maioritariamente de Júlio Pereira. Esse foi também o ano em que Carlos Cavalheiro se apresentou no Festival RTP da Canção, onde apenas dois pontos separaram a sua interpretação de “A Boca do Lobo” (de Sérgio Godinho) da vencedora “Madrugada”. Depois de ter sido convidado no primeiro álbum a solo de Júlio Pereira, em 1976, Cavalheiro surgiu em disco comercial pela última vez em 1982 com o grupo nazareno Alarme (que viria a reunir-se e a gravar de novo já neste século). “Desconto Especial” é ainda hoje recordado por muitos dos que seguiam mais atentamente o rock de 80s, servindo aqui de epitáfio para este vocalista que nos dizia “Venham todos, está na hora”…

Fonte: João Carlos Callixto

Carlos Correia

Carlos Correia (m. 2023)foi um baterista madeirense que teve uma carreira de sucesso regional na Madeira. Carlinhos, como era carinhosamente conhecido, integrou o famoso grupo Salsinhas D’abalada.

Fonte: Jornal da Madeira

Cláudia Krasmann

Cláudia Krasmann (1968-2023) foi uma cantora e assistente de realização. Era filha do compositor e maestro alemão Thilo Krasmann, sobejamente conhecido, e que participou em inúmeros Festivais da Canção. Estudou na Escola Alemã. Teve uma curta carreira na música, tendo-se celebrizado por ser a voz infantil do tema Algodão Doce, de 1976, cantado por Joel Branco e composto pelo seu pai e por César de Oliveira. Ainda bem nova participou no coros do tema Aqui Fica Uma Canção, no Festival da Canção 1978, com letra e música de Fernando Guerra e João Henrique e arranjos de Thilo Krasmann. Mais tarde, em 1986/1987, fez parte do coro residente do programa A Quinta do Dois, apresentado por Carlos Cruz.

Trabalhou como assistente de produção na EDIPIM, tendo desempenhado essa tarefa em vários programas, novelas e séries como Lá Em Casa Tudo Bem, Passerelle, Eu Show Nico, Humor de Perdição e Pisca-Pisca.

Fonte: Festivais da Canção

Carolina Bermejo

Carolina Bermejo (Montijo, 1991 – Basileia, 2023), falecida com 32 anos, foi uma cantora vocacionada para a música antiga e estudante de música na qual os familiares e amigos depositavam fundadas esperanças de sucesso. Fez a licenciatura na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (Porto) e estava na Suíça a fazer o mestrado em Música Medieval. Morreu atropelada por um camião a 25 de abril de 2023 quando circulava de bicicleta.

Daniela Coimbra

Daniela Coimbra (n. 1971 – m. 2023) foi uma investigadora, pedagoga e conferencista. Era docente da ESMAE (Escola Superior de Artes do Espetáculo, Porto) e membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico do Porto. Introduziu a disciplina de Psicologia da Música e criou aa disciplina opcional de Gestão da Carreira Artística na ESMAE. Dedicou muitos anos ao estudo – de instrumentos, mas sobretudo da Psicologia da Música – para perceber de que matéria são feitos instrumentistas e cantores. É autora e co-autora de vários estudos sobre Saúde e Bem-Estar dos Músicos. A obra que deixa continuará a inspirar professores e músicos.

Diogo Ferreira

Diogo Ferreira (1986-2023) foi um trompista, maestro e professor de música nas Atividades de Enriquecimento Curricular. Mestrado em Ensino da Música pelo Instituto Piaget, vivia em Melres, Gondomar.

Elísio Donas

Natural do Porto, Elísio Donas (Porto, setembro de 1974- Olhão, 28 de maio de 2023) foi produtor e teclista dos Ornatos Violeta, fundados em 1991, no Porto, ao lado de Manel Cruz (voz), Peixe (guitarra) Nuno Prata (baixo) e Kinorm (bateria). Com eles gravou os álbuns Cão! (1997) e O monstro precisa de amigos (1999). O músico tinha ainda um projeto em nome próprio, intitulado Gato Morto, através do qual estava a preparar um primeiro álbum, com a participação de vários convidados, como Dana Colley (dos Morphine), Miguel Lestre, Inês Sousa, Vicente Palma, António Bento, Viviane, Emmy Curl e João Cabrita.

Estela Alves

Estela Luísa de Paulo Alves (Lisboa, 15 de dezembro de 1930 – 21 de novembro de 2023), foi uma fadista portuguesa. Os seus maiores êxitos foram os fados Ou Tarde ou Cedo, de Jerónimo Bragança e Nóbrega e Sousa, e Eu Canto P’ra Toda a Gente, de José Mariano e Jaime Santos. Fez parte do elenco de várias casas de fado, incluindo a Adega Mesquita, onde actuou nas décadas de 1950 e 1960. Aqui foi acompanhada por Joaquim do Vale e Ilídio dos Santos. Participou ainda em vários programas de rádio e num programa de televisão transmitido pela Rádio e Televisão de Portugal (RTP), com coordenação do fadista João Ferreira-Rosa. Foi acompanhada, entre outros, pelo quarteto de cordas de Raul Nery, que incluía José Fontes Rocha, Joel Pina e Júlio Gomes, e também pelo conjunto de Guitarras de Jorge Fontes, com António Chainho, José Maria Nóbrega e Raul Silva, com os quais gravou.

Fonte: Wikipédia

Estela Alves, 1930-2023

Estela Alves, 1930-2023

Gualdino Barros

Gualdino Barros (1938-2023) foi um “baterista nascido em Angola que viveu várias vidas numa. Tocou pelo mundo, rezando a lenda que acompanhou Nina Simone em Paris, e tocou em Portugal, onde nos anos 60 gravou ao lado do Thilo’s Combo com os seus conterrâneos do Duo Ouro Negro. Mais tarde, ajudou a lançar vários nomes do jazz, da música africana e do pop rock e, em 2013, teve um filme a ele dedicado, com realização de Filipe Araújo: “A Sétima Vida de Gualdino”…

Fonte: João Carlos Callixto

Gualdino Barros, 1938-2023

Gualdino Barros, 1938-2023

Inês Sacadura

Inês Sacadura (1997- 2023) foi uma flautista e professora. “Concluiu a licenciatura de flautista na Academia Nacional Superior de Orquestra com muita distinção, sempre em ascensão desde o 1º ano, tendo concluído posteriormente, de forma absolutamente notável, o mestrado em ensino artístico especializado da música na Escola Superior de Música de Lisboa. Tinha um futuro muito promissor quer como professora – profissão que já estava a exercer de modo excepcional com os alunos que a adoravam (e como não?) -, quer como flautista. Foi modelar no seu percurso. Desenvolveu as suas competências técnicas e artísticas de um modo muito dedicado e exemplar, vencendo dificuldades com imenso trabalho, perseverança e inteligência, e alcançando um virtuosismo, bravura e sensibilidade musical francamente assinaláveis em vários estilos. Podendo perfeitamente fazer carreira a solo ou em música de câmara, a Inês era aquele tipo de flautista que qualquer maestro de uma orquestra prestigiada à escala mundial gosta de ter.”

Fonte: Nuno Bettencourt Mendes

Isabel Mallaguerra

Isabel Mallaguerra (1932-2023), cantora lírica (meio-soprano) natural do Porto. Entre 1961-2002 foi professora de canto no Conservatório de Música do Porto, onde se diplomou com o Curso Superior de Canto. Na ópera, estreou-se na “Carmen” de Bizet. Formou várias gerações de cantores líricos. Foi Prémio Alcaide em. 1983 Concluiu no Conservatório de Música do Porto o Curso Superior de Canto na Classe de Stella da Cunha, com as mais altas classificações. Com Paul Schilhawsky trabalhou Lied e ópera alemã e depois foi discípula de Lola Rodriguez de Aragon,
tendo cursado a Escola Superior de Canto de Madrid. Deu inúmeros recitais por todo o país, Madeira, Espanha e Brasil, onde realizou uma triunfante digressão. Habitualmente colaboradora da Radiotelevisão Portuguesa, Teatro de São Carlos, Teatro da Trindade, Orpheon Portuense e das principais organizações musicais do País. Ganhou os prémios João Arroyo e Guilhermina Suggia. Frequentou o curso de Rudolph Knoll, do Mozarteum de Salzburg. Desde 1965 foi professora do Curso Superior de Canto no Conservatório de Música do Porto. Interpretou a protagonista das óperas Carmen e Orfeo, Principessa de Suor Angélica, Fidalma de O Matrimónio Secreto, Emília do Otello, Dorabella de Cosi Fan Tutte, Marcelina de Le Nozze di Figaro, Cirene de As Variedades de Proleti, Dianora de La Spinalba, etc., e a parte de contralto das obras corais sinfónicas Requiem, de Mozart, Requiem, de Domingos Bomtempo, IX Sinfonia, de Beethoven, Magnificat, de Bach, Paixão segundo São João, de Bach, Sonho de Uma Noite de Verão, de Mendelssohn, Israel no Egipto, de Haendel, Messias, de Haendel, Rapsódia, de Brahms, Petite Messe Solennele, de Rossini, Stabat Mater, de Rossini. Cantou ainda as Canções de Wesendonk, de Wagner.

João da Silva Cascão

João da Silva Cascão (2023)  foi um maestro, compositor e músicos nascido na Figueira da Foz. Trabalhou no Casino da Figueira e organizou a Gala dos Pequenos Cantores, para a qual fez arranjos. Depois de integrar a orquestra do maestro Santos Rosa, criou a sua orquestra e percorreu vários países, tendo sido pianista na Rodésia. Faleceu em 2023 com 83 anos.

Fonte: O Figueirense

João Neves

João Neves foi um maestro, pedagogo, promotor e violoncelista João Neves. Dirigiu bandas filarmónicas e outros agrupamentos musicais em Portugal e no estrangeiro. Em 1973 entrou para a Orquestra Filarmónica de Lisboa – Orquestra de Ópera do Teatro Nacional de S. Carlos – dali transitando em 1976 para a Orquestra da Radiodifusão Portuguesa, onde por várias vezes foi 1.º violoncelo. Gravou mais de uma dezena de discos. Como organizador promoveu o 1.º Festival Nacional de Bandas Civis, tendo para o efeito composto duas marchas e dirigido as 18 Bandas presentes dos 18 distritos portugueses. Preparou com Amália Rodrigues o seu último espetáculo que decorreu no Coliseu de Recreios e no qual dirigiu a orquestra que acompanhou a grande fadista. Dirigiu também durante alguns anos e até à reforma no início de 2002, a Banda Marcial da GNR de Lisboa e a respectiva Orquestra Ligeira e ainda algumas vezes como músico, outras como maestro, integrou a Orquestra de Câmara da GNR.

Joaquim Campos

Joaquim Campos (1944-2023) nasceu na Beira Baixa, aldeia de Salvador (concelho de Penamacor), mas bem cedo se mudou para Lisboa. Cresceu a ouvir o fado, na rádio e coletividades onde o fado é rei. Em Angola e Moçambique cantou muitos anos, e teve a possibilidade de trabalhar com grandes nomes do fado. Em Lisboa, cantou no Faia, Fragata Real, Parreirinha de Alfama, Taverna d’El Rey. No Porto cantou no Rabelo, Requinte, Castiço, Marceneiro, Hotel D. Henrique, Xaile Negro. Conheceu e trabalhou com Manuel Fernandes, Tristão da silva, Fernando Maurício, Filipe Duarte, Carlos do Carmo, Argentina Santos, Lucília do Carmo, Maria Albertina, Beatriz da Conceição, Maria José da Guia e outros outros. Em França, onde se radicou, continuou a cantar fado e música popular. Organizou eventos de fado.

Joaquim Campos

Joaquim Campos, 1944-2023

Joaquim Pessoa

Joaquim Pessoa (1948-2023) foi o “Poeta do Amor… Também artista plástico e publicitário, estreou-se em disco nas canções logo no início da década de 1970, ainda antes de publicar o primeiro livro (“O Pássaro no Espelho”, em 1975). Mas, na Música, foi ao lado de Carlos Mendes (a partir de 1976) que mais aprendemos a amar a sua Poesia, num eterno “Amor Combate” que nos revelou dezenas de Amélias “de Olhos Doces”. Várias outras vozes, no entanto, o musicaram e cantaram, como Joana Amendoeira, Paco Bandeira, Luísa Basto, José Mário Branco, Tozé Brito, Carlos do Carmo, Paulo de Carvalho, Manuel Freire, Fernando Guerra, Katia Guerreiro, Carlos Alberto Moniz, Pedro Osório, Jorge Palma, Samuel, Tonicha, Fernando Tordo, Rui Veloso ou Vitorino, numa gigante e envolvente “Canção da Alegria” – que há bem pouco tempo teve nova e encantadora versão por Ana Bacalhau e Mitó.”

Fonte: João Carlos Callixto

José Beiramar

José Beiramar (1944-2023) foi o “letrista da maior parte das canções dos Perspectiva (“Lá Fora a Cidade”, “Os Homens da Minha Terra” e “Rei Posto Rei Morto”), na segunda metade dos anos 70, responsáveis por aquilo que foi um tardio – mas seguro e valioso – movimento do rock progressivo em Portugal. José Beiramar teve um percurso profissional na área da Psicologia Clínica e dos Recursos Humanos.

Fonte: João Carlos Callixto

José Duarte

José Duarte nasceu a 23 junho 1938, no Bairro Alto, perto do Conservatório, em Lisboa, e morreu na madrugada de 30 de março de 2023. Com uma carreira de mais de seis décadas ao serviço da música, foi uma das grandes figuras do jazz português. Era desde 1966 autor da rubrica radiofónica “5 minutos de Jazz”.

José Firmino

José Firmino (-2023) foi um pedagogo, maestro e compositor. Foi uma figura importante para as cidades de Chaves e Coimbra, e para todo o país em especial no que diz respeito a educação musical.

Laura Rodrigues (Dady)

Laura Rodrigues, conhecida por Dady (m. 2023) foi uma cantora que fez parte da antiga girlsband feminina Delirium. Morreu nos Países Baixos, onde residia.

Fonte: Notícias ao Minuto

Lisete Marques

Lisete Marques (1942-2023) foi uma cantora lírica e coralista. Como membro do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, a contralto desenvolveu uma importante e longa carreira de mais de três décadas, a par de apresentações como solista. Para além da dedicação ao Coro e Teatro Nacional de São Carlos, teve um importante papel na criação da Apoiarte – Casa do Artista, da qual era associada fundadora e onde viveu os últimos anos.

Lúcio Bamond

Lúcio Bamond (1954-2023), cantou, nos anos 70, em todas as casas de Fado da zona de Cascais, que tanto divulgaram o Fado nessa época, destacando-se o “Arreda”, “Estribo”, “Forte Dom Rodrigo”, “Galito”, “Kopus Bar” e o “Tabuínhas”. Nos anos 80 foi até Lisboa para cantar n’ “O Faia” ao lado de Maria Albertina, Tilla Maria e Maria da Luz. Seguiu-se “A Severa”, com Ada de Castro, Arminda da Conceição, Lina Santos e a “Tia Ló”,em Alfama, juntamente com Tony de Matos, Lídia Ribeiro, Julieta Brigue, José Pracana e Carlos Zel. No “Painel do Fado”, actuou com fadistas como Beatriz da Conceição, João Casanova e Maria José Valério, tendo, posteriormente, feito parte do elenco da “Taverna d’El Rey”, em Alfama, que contava com Maria Jôjô, Lídia Ribeiro e Natalino de Jesus. Lúcio foi também gerente do “Novital”, propriedade de Nuno da Câmara Pereira. Simultaneamente, actuava neste espaço juntamente com Teresa Tarouca, José Manuel Barreto e Maria Mendes. A sua carreira internacional levou-o a diferentes países, como Suíça, Espanha, Alemanha, Turquia, Grécia, Holanda, Tunísia, Itália, Bulgária, Ucrânia, Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo e Maringá), Venezuela (Caracas, Puerto la Cruz e Maracay). Em 2011, comemorou os 40 anos de carreira com um concerto especial no Casino de Montreux, Suíça, tendo aproveitado a data para apresentar o seu disco “O Meu Fado Cúmplice”, que havia sido lançado no ano anterior. Neste espectáculo contou com os músicos Armando Santos (guitarra portuguesa), Carlos Nogueira (Viola) e Carlos Matias (Viola baixo). A sua discografia é vasta e variada. Ao longo de mais de 40 anos, Lúcio gravou vários singles, EPs, LPs e CDs e podemos encontrar a sua música em compilações como “Fado Capital – A Essência Do Fado De A a Z” e “Original Fado de Lisboa”, ambos da editora Ovação.

Margarida Amaral

Margarida Amaral nasceu em Lisboa, a 10 de março de 1928 e teve uma carreira como cantora de mais de 50 anos. Iniciou o percurso artístico nos programas de José Oliveira Cosme, no Rádio Clube Português. Trabalhou na Emissora Nacional até 1975, tendo sido parte integrante do Coro Feminino da Emissora, do Quarteto Feminino, solista da Orquestra Típica Portuguesa de Belo Marques e da Orquestra Ligeira de Tavares Belo, onde cantou até se reformar. Além da carreira como cantora na Emissora Nacional e na RTP, gravou vários discos e cantigas de homenagem a localidades portuguesas, como são exemplo Caldas da Rainha, Sesimbra, Estoril (Cascais) e São Pedro de Moel (Marinha Grande). Morreu na Casa do Artista, em Lisboa, a 7 de outubro de 2023.

Fonte: Wikipédia

Luís Barroso

Natural da freguesia da Sé, em Braga, e membro ativo da vida cultural da região, Luís José Dias Barroso foi um músico, actor e professor. Formado em Educação Visual e Tecnológica, na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, ingressou no elenco do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana em 1994, através de uma audição.

Paralelamente ao seu percurso académico, que havia de prosseguir através da carreira docente, entre 1994 e 1999 integrou o elenco dos espetáculos: “O Entremez Famoso da Pesca entre Douro e Minho”, com encenação de Francisco Costa; “Auto das Cortes da Morte, Companhia de Angulo, o Mau”, “A Casa de Bernarda Alba”, “A Rosa do Adro”, “Amor de Perdição”, “Comédia Mosqueta”, “Gota de Guerra” e “O Dia da Inês Negra”, dirigidos por José Martins; e “O Lugre”, “A Ilustre Casa de Ramires” e “O Auto da Alma”, dirigidos por Castro Guedes.

Luís foi também músico e membro da banda La Resistance.

Fonte: O Minho

Luís Ferreira da Luz

Luís Ferreira da Luz (1951-2023) foi um antigo baixista dos Perspectiva, provavelmente o mais importante dos grupos de rock nascidos no Barreiro. E ele soube ainda reunir várias outras valências, como a pintura, a fotografia e a recolha de histórias da sua terra natal, sendo reconhecido por ela o seu papel de relevo. (João Carlos Callixto) A Cooperativa Guitarrística Barreirense tinha prestado homenagem aos míticos Perspectiva.

Luís Ferreira da Luz

Luís Ferreira da Luz, créditos Carlos Silvestre

Maria João Quadros

Fadista nascida em Moçambique em 1950, Maria João Quadros (1948-2023) editou vários discos e realizou inúmeros espetáculos, nomeadamente na sua casa de fados em Lisboa e a Casa da Mariquinhas. Nos retiros e nas casas de fado, Maria João foi construindo, noite a noite, um prestígio que a colocou entre as mais importantes figuras do Fado. Foi esse prestígio que permitiu que compositores brasileiros de primeira linha se reunissem à sua volta para fazer um disco de «fados» que juntasse o melhor da canção portuguesa com o melhor da música popular brasileira. Seduzidos pela sua voz e pela sua alma onde o fado é soberano, Ivan Lins, Francis Hime, Zeca Baleiro, Chico César, Olivia Byington, entre muitos outros, deitaram mãos à obra a esta tarefa de fazer fados para uma fadista castiça e verdadeira.

Fonte: Lisboa em Fado

Maria João Quadros

Maria João Quadros

Maria Teresa Xavier

Maria Teresa Xavier (1933-1923), mãe da também pianista Teresa Xavier, foi uma professora e pianista. Foi professora de muitos músicos e estudantes de música especialmente ligados ao Conservatório de Música do Porto e ao Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, e à ESMAE – Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo. No Conservatório de Braga tem uma sala com o seu nome.

Paula Ribas

A cantora farense Paula Ribas (1932-2023) é senhora de uma vasta discografia e de uma biografia rica e variada. Curiosamente, estudou no Conservatório Nacional de Música, onde tirou os cursos superiores de Piano, com Campos Coelho, e de Canto, com Marieta Amstad. Seduzida por Nóbrega e Sousa, substitui os estudos de música clássica pelo mundo da Música Ligeira. Em 1970 já tinha mais de 20 discos gravados e tinha atuado em 17 países. Estabeleceu-se no Brasil, em 1972, com o artista angolano Luis N’Gambi. No Brasil, gravaram um disco antológico “ANGOLA – Folclore e Canções Tradicionais”, que revela a afinidade entre o Samba brasileiro e o Semba de Angola.

Ruy Castelar

Ruy Castelar (Lisboa, 19 de setembro de 1932 – Lisboa, 3 de março de 2023) foi um ator, locutor e realizador de rádio e produtor musical português. Iniciou a atividade na rádio no Rádio Club de Angra, em Angra do Heroísmo. Trabalhou no Rádio Clube Português, Rádio Comercial. Foi correspondente da revista Semana Ilustrada, de Luanda. Como ator, participou em cinema, teatro e telenovelas. Destaca-se a participação no filme Rapazes de Táxis (1965), ao lado de Tony de Matos e António Calvário. No teatro, teve pequenos papéis, na Companhia de Francisco Ribeirinho.

Produziu vários álbuns, como Maria da Fé Canta com Orquesta de 1968 e Versos de orgulho de Maria Leopoldina Guia de 1996.

Rui Malhoa

Rui Malhoa (3 de janeiro de 1944-2023), de seu nome completo Rui Malhoa do Amaral e Santos,  foi um cantor e letrista. Residia na Nazaré. Fez uma parceria de sucesso nos Festivais da Canção com o compositor Pedro Jordão. Por muitos considerada a primeira canção de protesto do certame Balada da Traição do Mar, foi o tema que trouxe à primeira semifinal do IV Grande Prémio TV da Canção Portuguesa 1967, tema que seria para Simone de Oliveira interpretar e que foi recusada, acabando o letrista por cantá-la, ficando-se pelas semifinais. No ano seguinte, a mesma dupla concorreu ao certame com quatro temas: Vento Não Vou Contigo, interpretado por Mirene Cardinalli (8º lugar), Fui Ter Com A Madrugada defendido por Tonicha (2º lugar), Ao Vento e Às Andorinhas pela voz de João Maria Tudella (5º lugar) e Canção Ao Meu Piano Velho cantado por Simone de Oliveira (6º lugar). Depois disso seguiu com a sua carreira de professor de Filosofia e Psicologia, onde marcou de forma extraordinária os seus alunos, conforme alguns dos testemunhos das redes sociais.

Fonte: Festivais da Canção

Teresa Silva Carvalho

Teresa Silva Carvalho (1935-2023) foi uma  “voz envolvente do fado e da música popular, que foi também autora de várias das canções que interpretava. Escolhendo sempre a melhor poesia, são suas as melodias de “Amar”, de “Barca Bela” ou de “Canção Grata”, tendo esta última chegado a vozes como as de Carlos do Carmo ou da brasileira Fafá de Belém. Mas Teresa Silva Carvalho é marcante também por ter sido a primeira a gravar em disco uma música com poema de Mário de Sá-Carneiro, logo no seu disco de estreia, em 1967, ou pela grande cumplicidade artística com Manuela de Freitas, uma das vozes mais cantadas do fado e de quem foi a primeira intérprete. José Afonso, sempre atento às novas vozes e músicos de valor que iam despontando, chamou-a para o seu trabalho “Eu Vou Ser como a Toupeira”, de 1972, sendo que no álbum “Ó Rama Ó Que Linda Rama”, gravado já em 1977 e produzido por Vitorino, Teresa Silva Carvalho incluiu várias canções do nosso maior cantautor. Entre e depois de tudo isto, a cantora participou por duas vezes no Festival RTP da Canção, gravou o famoso “Adágio” (atribuído a Albinoni) com texto de José Carlos Ary dos Santos e integrou a banda sonora de uma das primeiras telenovelas portuguesas, “Chuva na Areia” – aí cantando outro dos seus autores de eleição, o multifacetado José Luís Tinoco. Em 1994, o álbum “Canções Gratas” é o seu despedir da cena artística, nele reunindo simbolicamente músicos de várias gerações, como os já desaparecidos Fontes Rocha e Zé da Ponte e os mais jovens Alexandre Manaia e Ricardo Rocha.” (João Carlos Callixto)

Sara Pinto

Sara Pinto (1962-2023) foi uma “cantora que surgiu na cena musical portuguesa do final dos anos 80. Teve duas presenças no Festival RTP da Canção, em 1990 e em 1994. Na primeira dessas participações, cantou um original de Alexandra Solnado e Paulo de Carvalho que bem deveria ter-se tornado realidade: “Deixa Lá (O Pior Já Passou)”…

Fonte: João Carlos Callixto

Sara Tavares

Sara Tavares, nome artístico de Sara Alexandra Lima Tavares (Lisboa, 1 de fevereiro de 1978 – Lisboa, 19 de novembro de 2023), foi uma cantora portuguesa de world music com ascendência cabo-verdiana. Ganhou a final da 1ª edição (1993/1994) do concurso Chuva de Estrelas da SIC onde interpretou um tema de Whitney Houston.

Valentina Félix

Valentina Félix foi uma fadista natural do Algarve. Natural do Algarve, Valentina Condeço Rebelo, seu nome verdadeiro, vivia nos EUA. ‘O Gesto é Tudo’ (1962), ‘Vamos à Festa’ (1963) e ‘Opá Não Fiques Calado’ (1963) são peças de teatro que constam no seu currículo. Em televisão conta-se a participação em projetos como ‘Estúdio 1’ (1963) e ‘A Hora das Guitarras’ (1964). Valentina Félix sofria de Alzheimer desde 2016 e morreu a 7 de março de 2023, com 85 anos. Foi referido pela família que seria feita uma cerimónia em Massachusettes, Estados Unidos, para homenagear a cantora.

Operafest, Catarina Molder, créditos Susana Paiva

Nascido em Lisboa em 2020, o OPERAFEST conta com a direcção geral, artística e de comunicação de Catarina Molder. Posiciona-se desde a sua concepção num evento que une várias instituições da cidade, do país, do mundo, potenciando sinergias e talentos em torno de um projecto que pretende dinamizar o mercado de ópera português, contribuindo para a criação de novo repertório.

Aposta no talento português, colocando Portugal no mapa internacional de eventos de ópera inovadores, pela sua originalidade, abrangência e ambição de querer fazer chegar a ópera a novos públicos, com uma programação ao encontro de gostos e afinidades diferentes, organizada por ciclos temáticos.

Nasceu em plena pandemia e finalmente colocou Portugal e Lisboa na Rota dos Festivais internacionais de Ópera de Verão e mesmo com parcos meios obteve já excelentes criticas internacionais, foi um sucesso de bilheteria, conseguiu atingir uma variedade de públicos surpreendente e não habitual frequentador das instituições culturais de música clássica, estando este fenómeno a ser já objecto de estudo, por alunos de doutoramento da Universidade Nova de Lisboa.

Graças, a uma programação que conjuga tradição e vanguarda, construída em Ciclos com objectivos específicos, ao encontro das necessidades do mercado operático português e ao encontro de públicos diversificados e na urgência que a ópera tem de reinventar-se para ficar mais próximo da mundo e do público de hoje.

O OPERAFEST Lisboa trouxe nova dinâmica ao meio operático português, apresentando absolutas e impulsionando o único concurso de ópera contemporânea do país – Maratona Ópera XXI, onde se tem lançado toda uma nova geração de compositores talentosos, mas também intérpretes.

Tem sido palco e espaço de desenvolvimento para cantores, músicos, maestros, encenadores, cenógrafos, figurinistas e outros criativos ligado à produção operática, mas também produtores, maquinistas, no início de carreira, desenvolverem e fazerem crescer o seu talento.

O OPERAFEST assume-se como um Festival que condena o trabalho gratuito, excluindo o voluntariado gratuito, jovem ou em idade laboral.

Aposta no talento português do presente e do futuro e na dignificação e direitos do trabalho para os jovens. em um índice de trabalho com jovens até 25 anos, em postos de responsabilidade, em cerca de 30% (produção, design, técnica, compositores, músicos, cantores, actores) da sua actividade e na paridade de género.

Declara-se ecológico, promovendo a economia de recursos, reciclagem, o uso transporte público e reduzir ao máximo actividades, que promovam poluição e criação de lixo e plásticos desnecessários, quer na actividade directa do festival, quer nas actividade dos parceiros associados ao OPERAFEST, sua programação e eventual merchandising.

Com um Programação em ciclos variados pretende fazer chegar a todos os públicos grandes clássicos, com grande óperas do repertório operático revisitadas em leituras estimulantes.

Inéditos propõe a descobertas de títulos em estreia nacional e óperas e compositores menos conhecidos, de um passado recente.

Ao nível da Criação, encomenda novas óperas promove estreias absolutas.

A Maratona Ópera XXI é o seu concurso de ópera contemporânea que aposta no desenvolvimento da produção de ópera contemporânea a todos os níveis, da composição à encenação, estimulando a emergência de novos talentos.

Ópera Satélite convoca novas explorações, e novos olhares sobre a ópera, através do cruzamento com outros géneros musicais, (Rave Operática), como forma de cruzar públicos inusitados, e ainda conferências e debates, workshops variados.

Público do Futuro aposta na sensibilização dos mais novos novos à ópera.

Cine-Ópera propõe programação em cruzamento entre o cinema e a ópera.

O OPERAFEST tem um compromisso inabalável materializado em boas práticas de sustentabilidade cultural, social, ambiental e económica, evolutivas e continuadas, cujas repercussões vão muito além do universo e acção directa do festival. Empenhado em gerar sinergias conscientes entre todos os interlocutores das várias dimensões da sustentabilidade, essenciais para construir um mundo melhor, onde todos incluindo a própria ópera e todos os todos nela participam, possam prosperar.

Fonte: OPERAFEST, 28 de agosto de 2023

Operafest, Catarina Molder, créditos Susana Paiva

OPERAFEST, Catarina Molder, créditos Susana Paiva

Fernando Valente, compositor
Lista de obras de Fernando Valente

LISTA DE OBRAS

Coro e instrumentos

Músicas para o projeto “Outra vez sonhar” (2023) – coro infantil, fl., cl. e piano

Poemas de João Pedro Mésseder
Para o 1º ciclo do Conservatório de Música do Porto

  • Conversa
  • Das estrelas
  • Nadar no ar
  • Nuvem
  • Para que possa voar
  • Se eu e tu
  • Um alto sonho da terra
  • Uma nova palavra
  • Vento, sol ou mar

Missa de Páscoa Exultemos et laetemur (2021) – soprano, coro, orquestra

Encomenda do Cabido da Sé [ Catedral ] do Porto
Edição impressa: Cabido da Sé [ Catedral ] do Porto

Kyrie – Gloria – Credo – Sanctus – Agnus Dei

O mostrengo (2015) – coro juvenil a 3 v.i. e piano

Poema de Fernando Pessoa

Músicas para “Daqui e do mar eu vou-te contar” (2014-2015) – coro a 2 v.i. e piano

Poemas de Nuno Higino em “Daqui e do mar eu vou-te contar”
Edição CD – Conservatório de Música do Porto

  • A canção do bezouro
  • Baile do mar
  • canção de embalar
  • Daqui e do mar
  • O mocho
  • Quantas laranjas
  • Queres fazer um soneto?
  • Rimas à toa

Natal de Arouca (2013) – coro SATB e piano

Edição CD pelo Coral Mille Voci – “Natal dos Fernandos

À volta da meia-noite

Noite de alegria

Versão também para coro infanto-juvenil 2 v.i. e piano

Oh que noite tão serena

Versão também para coro infanto-juvenil 2 v.i. e piano

Nesta noite venturosa (transcr. de orquestra)

Correi, pastorinhos (transcr. de orquestra)

Versão também para coro infanto-juvenil 2 v.i. e piano

Que noite tão fria!

Versão também para coro infanto-juvenil 2 v.i. e piano

Romance de Tomasinho Cara-Feia (2011) – coro juvenil a 2 v.i., fl e piano

Poema de Daniel Filipe
Para coro do 6º ano do Conservatório de Música do Porto, em “Verão na Casa” – Casa da Música

Avô crocodilo (2011) – coro juvenil a 2 v.i., barítono e piano

Poema de Xanana Gusmão
Para coro do 6º ano do Conservatório de Música do Porto, em “Verão na Casa” – Casa da Música

A Nau Catrineta (2010) – coro juvenil a 2 v.i. e piano

Poema incluído no Romanceiro de Almeida Garrett

O Menino está dormindo (2010) – coro 2 v.i. e piano

Melodia tradicional

Ave Maria 2 (2010) – coro SATB e órgão

Músicas para o “Auto da Barca do Inferno” (2010) – coro a 2 v.i., piano e instr. Orff

  1. À barca, à barca
  2. Vos me veniredes a la mano
  3. À barca, boa gente!
  4. À barca, à barca segura

Viagem para Norte (2008) – coro SATB, coro de crianças a 2 v.i., fl, cl., marimba, quarteto de guitarras, piano, percussões várias.

Poemas de Fátima Carreira, a partir dos registos de viagem a Portugal de Hans Cristian Andersen em 1886. Para o projeto Histórias do Norte, na Casa da Música

  1. Prelúdio
  2. Ponto de partida
  3. Mar
  4. Escrita
  5. Destino

Músicas para “A noite dos animais inventados” (2007) – vozes iguais e piano

Letras de Fátima Carreira para uma história de David Machado

  • Prelúdio
  • Que silêncio, que escuro
  • Rap dos animais
  • Mesmo a tempo (final)

Músicas para “O Sapo Apaixonado” (2004-2006) – 2 v.i., piano e fl. (ad. lib.)

Letras de Fátima Carreira para a história representada de Max Velthuijs

  1. O rio que corre
  2. Como bate o coração
  3. Canção do apaixonado
  4. Vou mostrar-te o meu amor
  5. E agora pr’acabar

Liturgia de Páscoa (2009) – coro, metais, cordas, percussão e órgão

Liturgia de Natal (2007) – coro, metais, cordas e órgão

Mistérios gloriosos (2005) – SATB e grupo instrumental

Aleluias (1998) – coro e metais

Melodias tradicionais de Arouca

Para “Um Natal Português” (2001) – soprano, coro SATB e orquestra

Edição CD pelo Coro da Sé Catedral do Porto. Projeto em comum com Carlos Azevedo, Eugénio Amorim e Fernando Lapa

  1. Nesta noite venturosa
  2. Um pastor
  3. Correi, pastorinhos

Jubilate Deo (1992) – coro SAT/B e órgão

Ocidente (1985) – coro SATB e quinteto de metais

Comemorações do 10 de junho no Porto

Voz e piano           

Poemas para voz falada e piano (2017)

Poemas de Fernando Pessoa, Miguel Torga e Eugénio de Andrade
Projeto sugerido por Palmira Troufa

Cibernauta (2015)

Poema de João Manuel Ribeiro
Obra escrita com finalidade didática

Como se te chamasse (2015)

Poema de João Manuel Ribeiro
Obra escrita com finalidade didática

Se tu viesses ver-me (2012)

Poema de Florbela Espanca

Olha para mim, amor (2012)

Poema de Florbela Espanca (de Súplica)

Os versos que te fiz (2006)

Poema de Florbela Espanca

Encomenda da Câmara Municipal de Matosinhos para o projeto “Um breve olhar musical sobre a poesia de Florbela Espanca

Edição impressa (fermata ed.) e em CD (Numérica)

Gatimanhos (1992)

In: Virgílio Ferreira, Cinco reis de gente

Poemas de Eugénio de Andrade (2005)

  • Canção
  • Casa na chuva
  • Essa mulher
  • Os amantes sem dinheiro
  • Se deste outono

Oração ao pão (1999-2004)

Guerra Junqueiro, excertos de “Oração ao pão”

Partes 1 e 2 publicadas em “Compositores do Porto do séc. XX” pela fermata ed. Edição em CD e impressa

Partes 1.2.3 publicadas em CD pela UCP – Escola de Artes em “A música de Junqueiro”.

  • Num grão de trigo
  • Vede lá
  • Bendito

Coro a capella

Vai-te embora, passarinho (2014) – coro 3 v.i.

Melodia tradicional

O vos omnes (2013) – coro SSATBB

Public. em Libellus Usualis nº 1

Melodias tradicionais de Arouca (1991-2010

(CD “Canções de Arouca”, coral Mille Voci)

  • Ó Rainha Santa (2010) – coro SATB e solistas; tb. versão com piano
  • Eu hei-de ir ao S. João (2010) – coro SATB
  • Adeus, Senhora da Lapa (2010) – coro SATB
  • Senhora Santana ((2010) – coro SATB
  • Eu hei-de m’ir assentar (2010) – coro SATB
  • No meio daquele mar (2008) – coro SATB
  • Lá vai o luar (2001) – coro SATB
  • Que lindo amor (2001) – coro feminino a 3 v.
  • Candeeiro lá de cima (2002) – coro SATB
  • Adeus, meu amor, adeus (1997) – coro SATB
  • Ora vale tum-tum (1991) – coro SATB

Melodias tradicionais de Arouca (2006) – SATB

Encomenda do Coro de Câmara de S. João da Madeira. Grav. CD “Despiques”

  • ‘Stando à janela
  • Que fonte tão rica!
  • Eu fui beber água à fonte
  • Papagaio, pena verde

Ave Maria 1 (2002) – coro SATB

Dedicado ao Coro Cláudio Carneyro

Veni, Sancte Spiritus (1997) – coro SATB

Invocação para cerimónia académica

Simbólica (1994) – coro SAT/B

Letra de M.ª Antónia Jardim, para as comemorações dos 125 anos do Ateneu Comercial do Porto.

Confitebor tibi, Domine (1992) – coro SATB

Panem caeli (1991) – coro SATB

Grav. CD “Os melhores coros amadores da Região”, p-a edit.

Cântico de Natal (1984)

Melodia tradicional de Penamacor

Pai Nosso (1983) – coro SATB

Hymnos (1981) – coro SATB

Edição: fermata ed.

Música instrumental

Uma leitura musical de Tabucchi (2022) – clarinete, sax alto, fagote

Música de cena (apresentação no Porto, Coimbra e Lisboa), encomenda da ASCIP, para o projeto “Antonio Tabucchi – um retrato”

  1. Prelúdio
  2. Viagem para Nápoles
  3. Perchè scrivo
  4. Para Isabel – um mandala
  5. Calipso e Ulisses
  6. Noturno indiano
  7. Pessoa e Pirandello
  8. Os últimos dias de Pessoa (cl. solo)
  9. Requiem – uma alucinação
  10. O Pereira – a viagem

Conjunções adversativas (2022) – piano

Peças com intenção didática para um nível próximo do elementar
A pedido do prof. Eduardo Resende

  1. Mas 2. Porém 3. Todavia 4. Contudo

Durante una lettura di Dante (2018-2019)

Integrado no projeto “Dante sul Cammino di Santiago”, da Associazione Socio-Culturale Italiana del Portogallo (ASCIP Dante Alighieri) – apresentação no Porto, Vigo, Madrid e Roma

Inferno – piano

  1. Preludio 6’15”
  2. Interludio 6’45”
  3. Finale 5′

Purgatorio – viola, violoncelo, acordeão

  1. Prigione 5′
  2. Dannazione d’amore (Amor de perdição) 4’30”
  3. Epifania di Beatrice 5′
  4. Epilogo 1’30”

Paradiso – órgão; versão também para órgão sem pedaleira; versão para quinteto de metais

  1. Preludio 3′
  2. Interludio 3′
  3. Finale 3’30”

Seguedim (2018) – bandolim e guitarra 7′

Quietude em Miravale (2017) – violino e piano 2’30”

De nível elementar

Peixe em águas verdes (2017) – piano 2′

Coisas singelas (2017) – harpa

Música para um poema de Natal (2016) – orquestra 9′

Encomenda do Santuário de Fátima, para o Centenário das Aparições

Olhares do ocaso (2016) – quarteto de cordas 19′

Encomenda da Câmara Municipal de Matosinhos

Andante – Andantino – Allegro

Alinha o pastor orifícios na cana do junco (2015) – flauta e guitarra 5’45”

Para o “Duo Pourquoi Pas”,  a pedido de Augusto Pacheco. Edição em CD “Luz

Fuga “Tal e Qual” (2015) – duo de guitarras 5’45”

A pedido do guitarrista Paulo Peres

Sonata “Fracta/Freita” (2015) – violino e piano

Obra integrada nas comemorações do Centenário do Conservatório de Música do Porto

  1. Relevos 9′
  2. Contemplação 6’30”
  3. Redemoinho 4’30”

Go-Jo (2014) – violino e piano

De nível elementar

Passos perdidos – Não há bons ventos… (2014) – piano a quatro mãos

“Não há bons ventos para quem não sabe para onde vai” (Séneca).

Para o grupo “Mãos unidas” do Conservatório de Música do Porto

Adveniat (2013) – Órgão

Para concerto de Advento da igreja da Lapa – Porto

  1. Adveniat ad docendum
  2. Adveniat Lux
  3. Creator alme siderum

Octómanos (2012) – piano a oito mãos

Escrito a pedido de Eduardo Resende

Integrado nas comemorações dos 95 anos do Conservatório de Música do Porto

Gesto usual (2012 – guitarra

A pedido de Paulo Peres

Ed. impressa: Conservatório de Música do Porto.

Mansa memória (2012) – guitarra

A pedido de Paulo Peres

Ed. impressa: Conservatório de Música do Porto.

Passo a passo (2012) – piano 4’10”

Publicada em “Compositores Portugueses – repertório para pianistas” Volume I, AVA Musical Editions, 2013

(2012) – piano 3’10”

Publicada em “Compositores Portugueses – repertório para pianistas” Volume I, AVA Musical Editions, 2013

Alva de Maio (2012) – trombone, eufónio e piano 3’45”

Música para sete quadros de Job (2011) – trombone

Música para sete quadros de José Rodrigues sobre a figura de Job

Tal e Qual /Exactly (2010) – duo de guitarras 4′

Impromptus sobre canto tradicional (1996/1997) – flauta solo

CD “Flauta Contemporânea Portuguesa”. Edição Numérica

Andantino – Ária – Scherzo

Quinteto de metais (1990/1994)

Prelúdio – Pastoral – Allegro

Ut II (1996/2016) – piano

Oferenda (1984) – orquestra

Allegro quasi sonata (1984) – piano

Fernando Valente, compositor

Fernando Valente, compositor natural de Arouca