Elvira de Freitas
Composição
Elvira de Freitas (1928 – 2015) nasceu em Lisboa. Compositora, pianista e diretora de orquestra, foi professora no liceu Camões desde 1957 e no Conservatório Nacional e no Instituto Gregoriano de Lisboa.
Com 17 anos entrou no Conservatório Nacional na classe de Varella Cid. Estudou composição com António Eduardo de Costa Ferreira, que também fora mestre do seu pai, estudou 4 anos com Fernando Lopes-Graça e toda a vida com seu pai.
Bolseira do governo francês em 1958 e da Fundação Calouste Gulbenkian em 1959, aperfeiçoou os estudos na École Normale com Nadia Boulanger e no Conservatório Superior de Música de Paris com Olivier Messiaen.
Obteve cinco primeiros prémios em composição: em 1971, o Prémio Nacional de Composição ex-aecquo com seu pai, com a Missa de Requiem; o seu primeiro prémio acontece inesperadamente aos 28 anos com a Marcha do Bairro Alto. De imediato foi convidada pela Emissora Nacional para realizar programas mensais para os quais teria de compor e dirigir a orquestra.
Em 1982 foi convidada pela CEE para integrar um grupo de mulheres da península ibérica, representando cada uma a sua profissão no seu país. Foi distinguida com uma entrevista pela Ministra da Cultura da Grécia, Melina Mercury.
As suas obras foram executadas no Teatro Nacional de São Carlos, Teatro D. Maria II, Teatro da Trindade, Teatro Avenida, Tivoli, Império, rádios nacionais, Rádio moçambicana, Rádio Televisão Francesa e na Hungria.
Os poetas escolhidos para as suas obras vocais são Miguel Torga, Gonçalves Crespo, Alberto de Serpa, Silva Tavares, José Blanc de Portugal, Manuel Alegre, Couto Viana, Almeida Garrett, Moreira das Neves, Fernanda de Castro, Afonso Lopes Vieira, Carlos Queirós, Ribeiro Couto, Olegário Mariano, Manuel Bandeira, Paul Verlaine e Garcia Lorca, entre outros.
Das suas obras destacam-se:
- “Sonata” para piano (1951)
- “O Natal dos Meus Meninos”, poema radiofónico para narrador e orquestra
- “A Herança” para canto, piano, oboé, trompete e bateria
- “As Profecias do Bandarra”, peça em dois atos de Almeida Garrett
- “A Floresta Encantada” (estreada no Teatro Dª Maria II com lotações esgotadas)
- “Missa de Requiem”, de 1975, em primeira audição nos seus 50 anos de carreira
- “Onze Poemas de Garcia Lorca” para voz, guitarra ou piano
- Obras com fins didáticos para instrumentos de sopro
- Dezenas de peças para coros com várias formações
- Adaptação do Livro da Maria Frederica, de Frederico de Freitas, para dois clarinetes
- Participação musical “Cortejo da Luz”, gravada para o arquivo histórico da Emissora Nacional