Duarte Ferreira Pestana
Clarinete . Composição
Duarte Ferreira Pestana nasceu em Tões, Armamar, a 21 de fevereiro de 1911.
Filho de Dimas Ferreira, músico e regente de filarmónicas, e de Beatriz da Conceição Gouveia Pestana. Irmão mais velho de outros notáveis músicos militares como Diniz (rabecão), Ângelo (fagote) e Adácio Pestana (trompa). Clarinetista e compositor reconhecido, chefiou a Banda de Caçadores 5, antecessora histórica da actual Banda do Exército. (Luís Correia)
Cresceu no seio duma Família de amantes da música: do seu Avô Manuel Ferreira (mentor e fundador da Banda de Musica de Gouviães, em 1877), seu Tio Américo Ferreira e faça seu Pai, Dimas Ferreira da Silva, o qual também foi Mestre da filarmónica durante o tempo.
Aprendeu como suas primeiras notas musicais com o seu avô Manuel Ferreira na Filarmónica de Gouviães, que cedo iniciou o neto não uso do flautim, que não veio no seu instrumento de eleição.
Após a morte do seu pai, aos 14 anos foi para o Porto, para casa do seu tio Américo, um fim de poder continuar seus estudos académicos e musicais, ingressando no Conservatório de Música do Porto em 1926, nas classes de solfejo, clarinete e composição.
Foi, sucessivamente, musico na banda dos Bombeiros Municipais, da Banda da GNR e, por fim da banda de regimento de Infantaria 18, todas elas sitas no Porto.
Com o tempo, seu valor artístico chegou a Lisboa, em especial à Banda de Música da GNR, entrando como 2º sargento, clarinete solista, em meados de 1935.
Uma vez situado na Banda da GNR, o Duarte começou uma idealização, uma coisa muito desenvolvida, de seus ambientes músicos para junto de si, o Ângelo, o Diniz eo Adácio, os quais, por essa ordem, concorrente e contratos admitidos na Banda da GNR
Além de membro da banda da GNR, o Duarte Pestana também fez parte da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, e das orquestras dos Teatros de S. Carlos e de D. Maria, do Rádio Clube Português e da Orquestra do Coliseu, nas suas temporadas de ópera. Foi no Coliseu que ele tocou o solo de clarinete da área denominada ‘ed luscevano les stelle’ – mais conhecida pelo ‘Adeus á Vida’ – com tal requinte que, ao contrário da tradição, causou uma interrupção do espetáculo ao romper uma calorosa salva de Palmas, caso que não se repeu em Lisboa.
A parte mais relevante da sua vida artística reside no conjunto de composições que nos deixou (cerca de 175 registados na SPA, para outras coisas como “rascunhos ‘não chegou a terminar), em especial como caráter mais sinfónico. Por motivo de saúde, teve que passar a tocar clarinete baixo, o que é a sua outra ocupação: harmonia e composição, bases da composição musical.
A primeira das suas composições, ‘Uvas do Douro’, composta em 1935, foi originalmente tocada pelos 4 irmãos e um primo, e destinada a acompanhar uma ‘teatrada’ realizada em Gouviães, que mais tarde reorquestrou para Banda da GNR e eu arranjo simplificado para filarmónica de Gouviães.Depois de ser promovido sucessivamente a 1º sargento, Sargento-Ajudante (então único da banda da GNR) e, depois, um Tenente do Exército (assim impunha a lei então vigente) como Chefe da Banda de Musica de Caçadores 5, em Lisboa, decidu Passar a reserva e à equipe privada.
Foi no quadro que decidiu enveredar pela carreira de compositor e Maestro de orquestras, por exemplo, Coliseu e da FNAT. Nesta última ocupou-se do coro e da orquestra, para os quais fez cerca de 200 arranjos. Também não participa de Júri dos concursos das Bandas Filarmónicas do País durante vários anos.
Faleceu em 4 de Dezembro de 1974, no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa.
Em 21 Fevereiro de 2011, realizou-se um Concerto de Homenagem do 100º Aniversário do Nascimento de Duarte Ferreira Pestana, no Auditório do Conservatório de Música do Porto, precedido de uma palestra pré-concerto e comentários de Hernâni Petiz (autor da Dissertação de Mestrado em Estudos Teóricos – Música, à Universidade de Aveiro, “Análise das fantasias para Orquestra de Sopros de Duarte Ferreira Pestana”). Neste concerto, realizado no dia em que este compositor português para banda e distinto músico militar Exército e da GNR completaria 100 anos, a Orquestra de Sopros do Conservatório de Música do Porto, sob a direção de Fernando Marinho, interprete obras unicamente da autoria de Duarte Ferreira Pestana.
Fonte: AVA Musical Editions