Divino Sospiro
Orquestra barroca
Divino Sospiro é um projecto fundado sobre a qualidade e fidelidade da interpretação, mas que aborda o repertório antigo sem nunca abdicar do próprio instinto criativo, com o objectivo de despertar um novo gosto estético, uma nova paixão pelo “ouvir”, uma nova reflexão sobre o objectivo da música e dos músicos.
Ao longo de 10 anos, Divino Sospiro percorreu um caminho que, para uma orquestra de câmara, parecia até então impossível de percorrer em Portugal. Desde a sua criação participou em festivais prestigiados e apresentou se em concerto nalgumas das mais importantes salas e festivais de Portugal e estrangeiros, entre os quais o Festival d’Île de France, Folle Journée de Nantes, Japão e Bilbau, Festival de Varna (Bulgária), Festival Mozartiana em Gdansk (Polónia), Auditório Nacional de Espanha em Madrid, Festival de Suomenlinna (Helsínquia) e o conceituado Festival d’Ambronay (França).
Têm sido muitos os registos deste agrupamento, entre os quais os realizados pela Radio France, Antena 2 e RAI. A gravação de um CD para a editora japonesa Nichion, com repertório de Mozart, mereceu o galardão de bestseller naquele país; enquanto a sua última gravação – Antigono (estreia mundial absoluta) em 2013 – mereceu 5 diapasões da eminente revista francesa Diapason. Muitos foram também os registos efectuados para o Canal Mezzo, RTP e RDP. O disco 1700, Século dos portugueses (2012, Dynamic), com obras portuguesas de setecentos em estreia mundial, recebeu elogios rasgados do público e da crítica, tanto nacional como internacional – incluindo a revista especializada Diverdi.
O agrupamento ocupa hoje um lugar incontornável na vida musical portuguesa, sendo reconhecido pela entrega, curiosidade e forma viva com que aborda o desafio da interpretação musical historicamente informada. Actualmente, o repertório da orquestra não se restringe apenas ao período Barroco, tendo se alargado também aos períodos Clássico e até Romântico, com algumas incursões pela música contemporânea.
Divino Sospiro teve a colaboração dos prestigiados artistas Chiara Banchini, Christina Pluhar, Rinaldo Alessandrini, Maria Cristina Kiehr, Alexandrina Pendatchanska, Gemma Bertagnolli, Alfredo Bernardini, Katia e Marielle Labèque, Christophe Coin, Emma Kirkby, Deborah York e Giuliano Carmignola para CITAR apenas os mais conhecidos, e tem actuado com os maiores artistas portugueses da actualidade. Sob a direcção artística de Massimo Mazzeo, apresenta se numa diversidade de formações que vão desde o agrupamento de câmara até a uma orquestra de ópera.
Divino Sospiro foi durante 10 Anos Orquestra em Residência no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Apostado na internacionalização desde a sua fundação, está na vanguarda da divulgação do património cultural português e dos seus intérpretes, através das suas digressões e participações nos festivais mais importantes. Dos seus compromissos futuros merecem destaque as estreias em festivais de Bremen e Itália.
O agrupamento recuperou e apresentou grandes obras de música portuguesa setecentista em estreia mundial moderna, como a ópera Antigono de Antonio Mazzoni ou as oratórias de Pedro António Avondano Morte d’Abel e Gioas, Re di Giuda, adicionando mais alguns fragmentos para a reconstituição da figura deste compositor e deste período da história da música em Portugal. Seguindo a vocação para a recuperação da tradição musical setecentista portuguesa, Divino Sospiro apresentou se várias vezes no evento do Te Deum apresentado pela Temporada Gulbenkian na véspera de São Silvestre; os concertos foram gravados e transmitidos em directo pela RTP e posteriormente transmitidos pelo Canal Mezzo.
Finalmente, em 2013, Divino Sospiro abriu o Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (DS CEMSP), em colaboração com a Parques de Sintra – Monte da Lua. Desde então o Centro tem realizado temporadas de música nos Palácios Nacionais de Queluz, Pena e Sintra, colóquios internacionais, exposições, projectos de formação e sensibilização para a música e as artes, além de ter dado vida a um importante projecto de recuperação do acervo histórico do Palácio – instrumentos e repertório a eles associado, especialmente um conjunto de serenatas único na Europa. Este centro tem atraído algumas das figuras mais importantes no âmbito da pesquisa musicológica e da interpretação musical, resultando num acréscimo significativo do número projectos e na ampliação dos conteúdos apresentados nos Palácios de Sintra.
2016