Carlos Fonseca

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Carlos Fonseca

Canto lírico . Baixo profundo

Cantor lírico português (baixo profundo), Carlos Fonseca nasceu em Lagos, em 1930, e faleceu em 2022. Ingressou no Coro do Teatro Nacional de São Carlos em 1953, onde se manteve até 1958.

No início da década de 60 estreou-se como solista em Macbeth de Verdi. Em 1963 passou a integrar a Companhia Portuguesa de Ópera e, ao longo de 30 anos, foi presença assídua nas temporadas de São Carlos, integrando elencos de forma muito regular (cerca de 60 produções), evidenciando a sua qualidade artística e diversidade de registos vocais.

No “Actualidades” de 13 de Maio de 1967, escrevia Judith Lupi Freire:

“Carlos Fonseca apresentou-se pela primeira vez num papel principal e de muita dificuldade vocal e cénica. E a sua estreia foi espectacular: que densidade e que inflexão de voz! Que segurança e exactidão nos movimentos! Que detalhes vocais e cénicos tão psicológicos e sugestivos! Portou-se como um artista completo e isto numa estreia é excepcional!”

Atuou, entre muitos outros, no Coliseu dos Recreios, Coliseu do Porto, Teatro da Trindade, Teatro Angrense e Teatro Rivoli; e também nas cidades de Évora, Coimbra, Beja, Faro, Setúbal, Estremoz, Covilhã, Luanda e Lobito.

No São Carlos, terminou a sua colaboração com a ópera O Amor das Três Laranjas de Sergei Prokofiev, no dia 27 de abril de 1991.

A 13 de novembro de 2021, no âmbito do Concerto de Homenagem aos Cantores Portugueses no TNSC, Carlos Fonseca foi um dos cantores a quem foi prestado público reconhecimento pela extraordinária dedicação e pelo precioso contributo emprestados ao Canto, à Ópera e a São Carlos.

TESTEMUNHOS

“Tive o gosto de o acompanhar, em várias récitas, nos primeiros tempos da Orquestra do Norte. Tinha um registo impressionante, um baixo incrível, muito quente e grave. Era um grande cantor e um homem muito afável!” (Luís Meireles)

“Na História do Canto em Portugal, o seu lugar cimeiro foi conquistado pelas interpretações inigualáveis de papéis tão díspares como o sinistro Sparafucile ou o cómico D. Basilio, sem esquecer a ópera portuguesa.” (José Manuel Araújo)

“Mais do que um colega, um cantor extraordinário da nossa cena lírica portuguesa, do nosso teatro de S. Carlos. Estreei-me contigo, aos 26 anos, na ópera Vingança da Cigana. Foste a única voz de baixo profundo que tivemos.” (Lia Altavilla)

“um grande amigo, grande cantor, e um ser humano de excelência que nos deixa. Foi ele que em 1979, depois de uma récita do Rigoleto, me apresentou à que viria a ser a minha primeira professora de canto, a grande cantora Elisete Bayan. (Nuno Vilallonga)

“O Conselho de Administração do OPART, a Diretora Artística do Teatro Nacional de São Carlos e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos receberam com grande consternação a notícia do falecimento do cantor lírico Carlos Fonseca e, neste momento triste, apresentam as suas condolências à família e amigos.” (TNSC)

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