Armando Tavares Belo
Composição . Direção
Filho de Francisco Damaso Tavares Bello, ourives, e de Maria Francisca Tavares Bello, doméstica, nasceu na rua D. Francisco Gomes, freguesia da Sé, em Faro, a 20 de Novembro de 1911.
Em criança teve aulas de Piano, o que lhe permitiu desenvolver a sua aptidão e vocação pela música. Sendo praticamente um autodidata, os seus conhecimentos musicais e experiência adquirida ao longo dos anos, permitiram o seu ingresso, em 1929, na Orquestra Portugal, em Lisboa, como pianista profissional.
Em 1946, foi convidado a dirigir a Orquestra de Variedades da Emissora Nacional. Foi o maestro principal da Orquestra da Emissora Nacional desde a década de 40 até 25 de abril de 1974.
Desenvolveu várias atividades no campo musical, como a criação da Orquestra Tavares Belo (Jazz e Swing). Foi autor, compositor e orquestrador de vários êxitos dos artistas mais conhecidos da época, assim como de músicas para teatro de revista e cinema.
Compôs temas para artistas como Alice Amaro, Anita Guerreiro, Beatriz Costa, Corina Freire, Deolinda Rodrigues, Laura Alves e Max. Compôs as bandas sonoras dos filmes Rosa de Alfama e Duas Causas, ambos de Henrique Campos.
Compôs também obras de cariz erudito, nomeadamente, dois concertos para piano e orquestra.
Entre os anos de 1957 a 1970 fez orquestrações na RTP, tendo dirigido a orquestra do 1º Festival RTP da Canção, em 1964.
No que se refere às suas presenças nos Festivais da Canção, foi o diretor de orquestra do I Grande Prémio TV da Canção Portuguesa de 1964, sendo também co-compositor do tema Para cantar Portugal que teve interpretação de António Calvário. No III Grande Prémio TV da Canção Portuguesa de 1966 foi co-compositor do tema Caminhos Perdidos que teve interpretação de Madalena Iglésias. Foi o diretor de orquestra do IV Grande Prémio TV da Canção Portuguesa de 1967, quer nas semifinais, quer na final, tendo dirigido a grande orquestra da Eurovisão em Viena de Áustria. No VI Grande Prémio TV da Canção Portuguesa de 1969 foi o orquestrador da canção Sombra de Ninguém que teve interpretação de Artur Garcia.
Em 1983 foi-lhe atribuída a Medalha da Cidade de Faro e a Medalha de Prata da Cidade de Lisboa.
Foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique em 1984.
Armando Tavares Belo, aclamado maestro e compositor da música ligeira portuguesa durante várias décadas, viria a falecer em Cascais, a 13 de dezembro de 1993.
Desde 2012 o seu nome está consagrado na toponímia de Lisboa através da Rua Tavares Belo, situada na freguesia de Santa Clara. É também homenageado em arruamentos de Fernão Ferro, concelho do Seixal, da Parede, concelho de Cascais, e de Faro, sua terra natal.