António Marta
Direção Coral . Composição . Ensino
Começou a sua aprendizagem musical aos 4 anos. Aos 10 já tocava na Banda de seu pai e aos 14 anos tocava piano nos Cafés da Póvoa, em tempo de banhos, acompanhado artistas de variedades. Tinha 25 quando entrou para a orquestra de Fernando Carriedo, na qual permaneceu 4 anos, tendo, mais tarde, estado 7 anos na Orquestra de Almeida Cruz e 8 anos na Orquestra de Vieira Pinto.
Na cidade do Porto teve actuações no Jardim Passos Manuel (actual Coliseu), nos Cafés Monumental, Guarany e Avenida, assim como nos Teatros de Sá Bandeira e Carlos Alberto.
Em Lisboa actuou em muitos teatros, tendo ensaiado a opereta «Justiça de Sua Majestade», com música de António Melo e Rui Ferrão e como protagonista o tenor Tomas Alcaide.
Regressado à sua terra natal, aqui se radicou novamente, passando a ser Professor de Canto Coral da Escola Industrial e Comercial da Póvoa de Varzim, cargo que exerceu até atingir o limite de idade. Em 19 de março de 1951, fundou a Capela Marta, da qual foi director e ensaiador.
António José Gomes Júnior compôs o Hino do cinquentenário do Varzim (com letra de José Azevedo) e foi autor da música de inúmeras revistas, das quais se destacam: «Mais Vale Andar no Mar Largo» e «Póvoa Nova» (letras do Dr. José Sá) e «quanto mais velho melhor» e «Não há Nada como Ter um Tio Rico» (letras de José de Azevedo).
Para o Rancho da Lapa compôs: «Vira o desafio», «Ò Póvoa Querida», «Pula Puladinho», «Sinos da Nossa Igreja» (letras do Dr. José de Sá), «Ó Jóia do Mar», «Marcha da alegria», «Linda Póvoa Encantada», «Este Vira é Meu, Este Vira é Teu» (letras de Ildeberto Ferraz), «Ó Póvoa do Mar» (letra de Ildeberto Ferraz e Osório Graça), «Marcha do Bairro» (letra de Osório Graça), «O Nosso Farol Nunca se Apaga» (letra de Baptista de Lima), «Vinde Ouvir», «Um Passeio na Aldeia», «Sargaceiras», «Marcha a Barcelos», «Marcha de são João a Barcelinhos», «Não Cai», «Ai-ó-Ai» e «Vira Pescador» (letra do autor). Rancho do Norte: «Ó Póvoa de Varzim», «Marcha das Ruas» (letras de Baptista de Lima), «Vamos Passeando, Cantando e Rindo» (letra do autor). Rancho Poveiro: «Vira da Póvoa» (letra do autor). Rancho de Belém: «Vira de Belém» (letra do autor). Rancho da Praça (Vila do Conde): «Marcha-Norte Ardente», corridnho «Bailarico Folião», «Marcha de São João»,< «Vira Verde», marcha «Fogueira de Portugal», «É isto Vila do Conde», corridinho «Moinho da Levada», «Ó Meu Amor» e «Ó Fonte de São João» (letra de A. Ferreira).
Antoninho Marta compôs ainda um sem número de músicas, entre elas «A sineta da Escola Comercial», que todos os anos é recordada, com saudade, pelos antigos alunos.
Foi também autor da popular «Marcha de São Pedro» com letra do cancioneiro Popular Poveiro.
Escreveu 5 missas solenes (em português) e inúmeras músicas sacras, cantadas por grupos corais de varias Igrejas da Póvoa, que ensaiou e dirigiu, e outras que fazem parte do repertório da sua Capela Marta, que tem actuado com brilho em varias solenidades religiosas, não só em Portugal como na vizinha Espanha.
Em 1966 (*), foi cunhada uma medalha de bronze, comemorando os 25 anos da Capela Marta, tendo no reverso o busto do Maestro António Marta, trabalhado do escultor A.
Santos e do gravador A. Canedo.
Fonte
Centenário da Associação Comercial da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim: Associação Comercial, 65-66 (com pequenas adaptações)
(*) A data da cunhagem da Medalha comemorativa dos 25 anos da Capela Marta é 1976.
Testemunhos
“Hoje 12 de Maio 2022 faria 118 anos o Prof. António Marta. O meu primeiro professor de música e também o primeiro que disse aos meus pais que me fazia muito bem ter aulas de piano com ele na sua casa à Rua Elias Garcia, mas que eu seria sempre cantor. Era eu um menino no início da escola. Infelizmente tive aulas com ele muito pouco tempo, uns 3 anos, mas um convívio quase diário no Coro da Lapa, onde eu cantava como soprano e o Professor era Maestro. Depois o seu médico proibiu-o de dar aulas mesmo em casa e de ensaiar coros por causa do coração e, foi o fim. Um grande professor, um grande maestro a quem a Póvoa muito deve, um homem de requintado bom gosto musical, incapaz de conviver com a mediocridade que já começava a despontar na música, um humor sempre presente na sua simpatia e boa disposição, na sua característica gargalhada contagiante.
Quando morreu todos os poveiros estavam conscientes que se fechava todo um ciclo e que um Homem e um nome passavam à História. E assim foi.” (Luiz FMarques)
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