Sino da Minha Aldeia
Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
E a cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Poema: Fernando Pessoa (ligeiramente adaptado)
Música: Armando Goes (Fado da Saudade)
Intérprete: Tereza Tarouca* (in LP “Fado e Folclore”, RCA Victor, 1970)
*Tereza Tarouca – voz
Conjunto de Guitarras de Raul Nery

Ó sino da minha aldeia
Fernando Pessoa, in “Renascença”, Lisboa: Fev. 1924; “Poesias de Fernando Pessoa”, col. Obras Completas de Fernando Pessoa, Vol. I, Lisboa: Edições Ática, 1942, 15.ª edição, 1995 – p. 93-94
Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho,
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
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