Citações de Música na Filosofia
Música nos filósofos
Confúcio
(n. China 551 – 479 a.C.)
Minhas crianças, por que é que não aprendem canções? Elas são capazes de vos dar encorajamento e estímulo; elas podem ensinar-vos a observar e a preservar as coisas; podem ensinar-vos a associar, a compreender com profundidade; são capazes de apagar a vossa raiva; elas ensinam-vos a ouvir o vosso pai, que conhece todas as regras que regem a vossa longa caminhada; elas ensinam-vos os nomes dos pássaros, dos animais, das árvores. ]
Santo Agostinho de Hipona
(n. Tagaste 354; m. 430)
Confesso que ainda agora encontro algum descanso nos cânticos que as vossas palavras vivificam, quando são entoados com suavidade e arte… Quando oiço cantar essas vossas palavras com mais piedade e ardor, sinto que o meu espírito também vibra com devoção mais religiosa e ardente, do que se fossem cantadas de outro modo. Sinto que todos os afectos da minha alma encontram na voz e no canto, segundo a diversidade de cada um, as suas próprias modulações, vibrando em razão de um parentesco oculto, para mim desconhecido, que entre eles existe. ]
Boécio
(n. Roma c. 480-m.524)
Nada é mais característico da natureza humana do que ser acalmado pelos modos doces e excitado pelos seus opostos. Crianças, jovens e adultos estão tão naturalmente ligados aos modos por uma espécie de sentimento espontâneo que não há quem se não delicie com as canções doces. ]
Jean Jacques Rousseau
(n. Genève 1712; m. 1778)
Mesmo que toda a natureza esteja adormecida, o que a contempla não dorme, e a arte do músico consiste em substituir a imagem insensível do objecto pela dos movimentos que a sua presença excita no coração do contemplador: não só ele agitará o mar, animará a chama de um fogo, fará correr os ribeiros, cair a chuva e aumentar as torrentes, como pintará o horror de um deserto medonho, denegrirá os muros de uma prisão subterrânea, acalmará a tempestade, tornará tranquilo e sereno o ar e da orquestra espargirá nova frescura sobre os bosques…
Friedrich Nietzsche
(n. Rocken 1844; m. Weimar 1900)
Que o teatro não acabe por dominar todas as outras artes;
que o comediante não acabe por subornar os puros;
que a música não se torne uma arte de mentir. ]
Theodor Wiesengrund Adorno
(n. Francoforte 1903; m. Suiça 1969)
Toda a música tem por Ideia a forma do Nome divino. Oração desmitificada, liberta da magia do efeito, a música representa a tentativa humana, por mais vâ que ela seja, de enunciar o próprio Nome em vez de comunicar significações. ]
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração), realiza oficinas de música durante o ano letivo e dinamiza atividades em colónias de férias.
Contacto
António José Ferreira
962 942 759
Eduardo Lourenço
(n. Portugal 1923 – m. Portugal 2020)
O que eu sou como ser mortal (o que todos somos), está contido na melancolia absoluta do allegretto da Sétima Sinfonia. Mas o que desejaria ser, o que não tenho a coragem de ser, só se revela nesta Suite em Si Menor de Bach. Diante desta torrente luminosa devia depor a minha velha pele, esta pele de que só a música me despe num instante, deixando-me nu e redimido, mas que no instante seguinte afogo em trevas. Delas só um Deus me poderia libertar. Digo Deus sabendo bem que esse absoluto que me atrevo a invocar é ainda o supremo álibi. É de mim, das ardentes seduções do meu próprio ser, que não quero ou de que não sou capaz de abdicar. Queria ir por um caminho de rosas para aquele sítio onde sei que me foi fixado o encontro. E ninguém lá chega nunca sem antes morrer para si mesmo.]
Penso que, de todas as artes, a que revela o que a Humanidade é de mais profundo e absoluto é a música. A literatura é uma música um tom abaixo. Não se explica, não é da ordem do conceito como a filosofia.]
A música é o canto do nosso próprio inconsciente.]
Bernard Sève
(n. França 1951)
Uma vez concluído o quadro, o pintor não precisa mais do seu pincel; mas, terminada a partitura, o compositor tem, mais do que nunca, necessidade dos instrumentos. Tocando a obra, o instrumento passa do seu corpo físico ao seu corpo musical, quando o corpo natural do instrumentista se faz corpo músico.”