Sua o martelo nas mãos como soa uma navalha instrumentos de trabalho em dedos que nunca falham
Instrumentos de trabalho
ou mortes de mão primeiro
Cresce o tempo no trabalho
de um martelo de ferreiro
Primeiro os mortos são peso
(ferro no sangue não fere)
Instrumentos de trabalho
de um calor que não requer
Desespero não é palavra
nem será nunca instrumento
A mão recobra o metal
de material nos dedos
Dado o trabalho transpira
a fome de um operário
instrumentos de acidente
na justiça de um salário
Semidesliza o arado que o camponês não acusa Ou comemora a semente com as mãos sem armadura
Movimento de calor
nos músculos que se recusam
Sol a sol de instrumentos
ou mortes de qualquer cura
Sua o martelo nas mãos
como soa uma navalha
instrumentos de trabalho
em dedos que nunca falham
Dado o trabalho transpira
a fome de um operário
instrumento de acidente
na justiça de um salário
Semidesliza o arado que o camponês não acusa Ou comemora a semente com as mãos sem armadura
Poema: Maria Teresa Horta (adaptado) Música: Lindolfo Paiva Intérprete: Dialecto* (in CD “Aromas”, Dialecto/Cloudnoise, 2011)
* [Créditos gerais do disco:] Dialecto: Álvaro M. B. Amaro – guitarra, acordeão e voz Lindolfo Paiva – guitarra, bandolim, ukelele e voz Eduardo Matos – bateria e percussão Jorge Pimentel – baixo, guitarra e guitarra portuguesa Carlos Varela – saxofone soprano e voz Paulo Duarte – piano Participação especial de: Zé Negreiros – gaita-de-foles e flauta Artur Graxinha – guitarra Paulo Toledo – saxofone alto Produção – Dialecto Gravado e misturado por Paulo Cavaco, no Musicart Studio, Barreiro, de Janeiro a Outubro de 2011 Masterizado por António Pinheiro da Silva, no Estúdio Pé-de-Meia, Oeiras, em Novembro de 2011
Ferreiro com martelo
INSTRUMENTOS DE TRABALHO
Texto original
Instrumentos de trabalho ou mortes de mão primeiro
Cresce o tempo no
trabalho
de um martelo de ferreiro
Primeiro
os mortos são peso
(ferro no sangue não fere)
Instrumentos de trabalho
de um calor
que não requer
Desespero não é palavra
nem será nunca
instrumento
A mão recobra
o metal
de material nos dedos
Dado o trabalho transpira
a fome de um operário
instrumento de acidente
na justiça de um salário
Semidesliza o arado
que o camponês
não acusa
Ou comemora
a semente
com as mãos sem armadura
Movimento de calor
nos músculos
que se recusam
Sol a sol
de instrumentos
ou mortes de qualquer cura
Sua o martelo nas mãos como soa uma navalha instrumentos de trabalho em dedos que nunca falham
(Maria Teresa Horta, in “Cronista Não É Recado”, Col. Poesia e Verdade, Lisboa: Guimarães Editores, 1967; “Poesia Reunida”, pref. Maria João Reynaud, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2009 – p. 262-63)
https://www.meloteca.com/wp-content/uploads/2020/05/martelo-ferreiro.jpg400400António Ferreirahttps://www.meloteca.com/wp-content/uploads/2018/03/Logomarca-MELOTECA-300x86.jpgAntónio Ferreira2020-05-03 15:28:552020-05-28 13:08:06Sua o martelo nas mãos
Ao meu ceifãozinho novo Olha lá como ceifas Não cortes os meus dedos São penas que tu me dás.
Fui à ceifa do Porto Santo Fui à igrejinha dos profetas Olhei para o altar e vi O padre em cuecas.
Fui à ceifa ao Porto Santo À fama do bom ceifar Fui para amarrar as gavelas Puseram-me a respigar.
Fui à ceifa ao Porto Santo Com as cearas amarelas As moças me deram fitas Para amarrar as gavelas.
Fiz a cama na feiteira Travesseiro na giesta De que serve a cama boa Se o travesseiro não presta.
Tradicional da Madeira
Apanhámos este trigo
Apanhámos este trigo e colhemos a nossa aveia, falámos da nossa vida, deixámos a vida alheia.
Eu subi à ladeira, ó João canta comigo: És um botão de rosa, botão de cravo sou eu,
assobia cana verde, assobia de nó em nó, a falar com o meu amor, julgava que estava só.
Quando eu comecei a amar, foi numa segunda-feira, fui amando e fui gostando, amei a semana inteira!
Ó que lindo chapéu preto naquela cabeça vai, ó que lindo rapazinho era genro para ser de meu pai!
Passei à tua porta, pus a mão na fechadura, estavas dentro, não falaste, coração de pedra dura.
(Tradicional da Madeira, cantigas que se cantavam quando se apanhava o trigo.)
As lavadeiras
As lavadeiras sempre a lavar Muito ligeiras roupas a corar Ligeiras são com alegria, O ganha-pão de cada dia.
Sou vaidosa não me chames Faz favor de se calar Na ribeira de João Gomes, Minha roupa vou lavar.
Minha roupa estou lavando Com isso eu tenho alegria, Eu sou sempre lavadeira Ganho o pão de cada dia.
Tradicional da Madeira
Bela ceifeira
Bela ceifeira d’outrora Elas linda mesmo trigueira E quando eu te olho agora Nem pareces tu ceifeira
Nos teus tempos de moçoila Eras tu, ó linda cara A mais bonita papoila Que se via pela seara
Tinhas cabelos loirinhos Como espigas nos trigais Mas hoje são tão branquinhos Como linho ou talvez mais
Numa tarde de sol quente Em ceifa do Zé das Navas Eu atava alegremente O trigo que tu ceifavas
Eu já no fim de Junho Tu não te lembras, amiga Em que tu de foice em punho Me cantaste esta cantiga
Ao atares estas gavelas Agora as que ceifo aqui Repara que dentro delas Vão beijinhos para ti
Minha resposta, afinal Já não me recorda toda Sei que dia do Natal Foi a nossa bela boda
Passou o tempo, discordámos Era dia de Santo André À lareira conversávamos Sobre a vinda de um bebé
Eu desejava um menino Tu uma menina, e depois Por milagre divino Fomos brindados os dois
Essa menina, porém És mesmo o retrato teu O menino, sabe-lo bem, Esse não, esse é o meu
Nossa casa tão modesta Pequenina mas tão bela Tem sempre um ar de festa Paz e amor dentro dela
Anos, já lá vão setenta Sempre pobre, mas enfim Qualquer coisa me contenta Até quem me fala assim:
“Onde vai, de braço dado, Senhor Nuno com Ti Arriça?” Respondo, muito animando: “É domingo, vou à missa.”
Constantino José Abreu, “o Caipira”
Bóia, bóia, binha
Bóia, bóia, binha, que faz assim, assim. 1. Ora agora a costureira faz assim, assim, assim.
2. o alfaiate
3. o sapateiro
4. a brunideira
Santo Tirso, Douro Litoral
De onde vieste agora
[ Cantiga de apanhar o trigo ]
De onde vieste agora Boca cheia de alegria A tua cara merece Trinta beijos cada dia.
Da minha janela à tua Um saltinho de uma cobra Eu gostava de chamar Tua mãe por minha sogra.
Eu mandei buscar lá fora O que não há na Madeira, Uma cangalha de cornos Para te fincar na caveira.
Minha mãe para me casar Prometeu-me quanto tinha, Depois de me ver casada Deu-me uma agulha sem linha.
Trigo louro, trigo louro Trigo de palha amarela, De baixo do trigo loiro Namorei uma donzela.
Trigo loiro trigo loiro Trigo de palha dourada, Debaixo do trigo loiro Namorei uma casada.
Trigo loiro, trigo loiro Quem me dera a tua cor, Para andar nos calos santos Servir a Deus Nosso Senhor.
Deitei um limão correndo À tua porta parou, Quando o limão te quer bem Que fará quem o deitou.
Semeei no meu quintal O brio das raparigas, Nasceu-me uma rosa branca Cercada de margaridas.
Cantiguinhas que eu sabia Todas me têm esquecido, Agora me têm esquecido Na apanhadinha do trigo.
Minha mãe mandou-me à lenha Trouxe lenha de giesta, Minha mãe ficou contente Para cozer o pão da festa.
Tradicional da Madeira
Elas lavam
[ As lavadeiras ]
Elas lavam, elas lavam, Elas lavam sem parar.
Põe aqui o teu pezinho, põe aqui na brincadeira. Vamos ver as lavadeiras a lavarem na Ribeira.
Elas esfregam, elas esfregam, Elas esfregam sem parar. Elas torcem, elas torcem, Elas torcem sem parar.
Elas dobram, elas dobram, Elas dobram sem parar. Elas falam, elas falam, Elas falam sem parar.
Tradicional da Madeira
Eu sou o Xico pastor
Eu sou o Xico pastor Minha vida é guardar gado Eu juro que tenho amor Às ovelhinhas que guardo
São todas de bom tamanho Lindas e bem arraçadas E das trezentas do rebanho Tenho oito baptizadas
É a Má e a Princesa A Churra e a Vaidosa A Manca, a Baronesa A Bonita e a Gulosa
A Cabresto, a mais gorducha Que traz o maior chocalho É vendida baratucha É machorra, vai para o talho
Um borrego temporão Que lá tenho com a lã vasta Eu direi ao meu patrão Para o deixar para casta
Meu ajuda vai à fonte Traz notícias da aldeia À noitinha vai ao monte Com o tarro buscar a ceia
Durmo no alto da serra Do São Miguel até Março São vistas da minha terra As fogueiras que ali faço
Deitado na minha choça Vejo em noites luarentas Lá no pino duma rocha As corujas agoirentas
E a raposa esperta Quer-me um borrego roubar Meu canito está alerta Não a deixa aproximar
Ao chegar o santo dia Eu fico cheio de alegria Olho o prado, é um jardim A minha flauta a tocar Passarinhos a cantar É tão bom viver assim
Constantino José Abreu, “o Caipira”
Eu sou o Zé da enxada
Eu sou o Zé da enxada Caminhando de madrugada Oiço a linda cotovia Voando alto sem a ver O seu canto quer dizer: “Vem aí um novo dia”
Ao passar junto ao silvado Abala o melro assustado Lá foge o espertalhão O rouxinol não se espanta Em vez de fugir canta A sua linda canção
Chego ao lugar destinado De pão como um bocado Sentado a descansar Nasce o sol e de repente Diz o manajeiro: “Ó gente, Nós temos de ir a trabalhar!”
Vou-me à enxada agarrar E então começo a cavar Com vontade e valentia Assim que chega o sol-posto Eu volto a casa com gosto Para junto da Maria
Chego, as boas-noites dou A seguir, lavar-me vou Já está na mesa a ceia Enquanto eu estou ceando A Maria está contando Novidades da aldeia
Esta vida para mim Espinhosa, mas enfim Mas vivo com alegria Tem sido e continua A enxada e a charrua Darem-me o pão de cada dia
Constantino José Abreu, “o Caipira”
Fui ao Douro à vindimas
Vindimas no Douro
Fui ao douro às vindimas, não achei que vindimar. Vindimaram-me as costelas. Olha o que lá fui ganhar!
Retira-te das janelas. Retira-te do balcão. Vem comigo p’ràs vindimas, amor do meu coração.
Fui ao douro às vindimas, pagaram-me a trinta réis. Vim pela feira do Pêso; empreguei-os em anéis.
Não se me dá que vindimem videirinha que eu podei. Não se me dá que outros logrem o que eu por gosto deixei.
Não se me dá que vindimem, nem também de vindimar. Só me dá das tristes noites que se passam no lagar.
Tradicional do Minho
Linda ceifeira
Linda ceifeira Loira e trigueira Gosto de ti Teu rosto, linda flor Encantador Outro não vi
Ao ver-te no mês de Junho De foice em punho Ceifando o trigo Dás alegria aos meus olhos Fazendo molhos Canto contigo
Com o chapéu desabado Rosto suado Sorrindo estás Mas tantas vezes ceifando Andas pensando No teu rapaz
À sombra da oliveira Linda ceifeira À sesta dormes Debaixo do sol ardente Ceifas contente O pão que comes
Constantino José Abreu, “o Caipira”
Na ponte da viola
Na ponte da viola (bis), toda a gente passa lá (bis). Lavadeiras fazem assim, sapateiros fazem assim, caçadores fazem assim, camponeses fazem assim.
Lárálálá.
Não se me dá que vindimem
Não se me dá que vindimem Vinhas que eu já vindimei Não se me dá que outros logrem Ai amores que já rejeitei.
Fui um ano à vindima Pagaram-me a trinta réis Dei um vintém ao barqueiro Ai vim p’ra casa com dez réis.
Pela folha da videira Conheço eu a latada. Faço-me dasatendida Ai a mim não me escapa nada.
Eu estou debaixo da latada Nem à sombra nem ao sol. Estou ao pé do meu amor Ai não há regalo maior.
Letra e música: Popular (Monsanto, Beira Baixa) Recolha: Fernando Lopes Graça Intérprete: Né Ladeiras e Luís Represas Outras versões: Jorge Lomba (in CD “Jorge Lomba”, UPAV, 1990); Contrabando (in CD “Fresta”, 2000); Filipa Pais (in CD “À Porta do Mundo”, Vachier & Associados, 2003)
Numa terra distante
[ A Menina da Canastra ]
Numa terra distante Viviam tranquilos sem grande mudança Os campos eram campos O vinho macio, a água era mansa
E a menina da canastra Tanta neve e ela passa Pelo caminho mais longo Segue o cheiro da fumaça
Segue o carreiro do maninho Rosmaninho, avelãs, o cheiro a pão
Dia de animação, O espeto na mão, o bicho sebado Rezas e devoção, Bruxarias, magia, tudo está destinado
E a menina da canastra Tanta neve e ela passa Pelo caminho mais longo Segue o cheiro da fumaça
Segue, como a roca faz o fio, Segue a lua que ilumina a escuridão
O desejo desceu à terra De caravela por entre a serra
Um partiu e depois Emigraram mais dois para fugir à desgraça Do sustento que dá semear tanto pranto Lavrar o que embaraça
Mas a menina da canastra Tanta neve e ela passa Pelo caminho mais longo Segue o cheiro da fumaça
Segue o carreiro do maninho Rosmaninho, avelãs, o cheiro a pão
O desejo desceu à terra De caravela por entre a serra
Como a roca faz o fio Assim vai a sua dor E de fio-a-pavio Partem para mal menor
Caravela do desejo Traz-lhe do céu uma flor A canastra da menina Não tem pão, só tem suor
Como a roca faz o fio Assim vai a sua dor E de fio-a-pavio Partem para mal menor
Caravela do desejo Traz-lhe do céu uma flor A canastra da menina Não tem pão, só tem suor
Como a roca faz o fio Assim vai a sua dor E de fio-a-pavio Partem para mal menor
Caravela do desejo Traz-lhe do céu uma flor A canastra da menina Não tem pão, só tem suor
A menina…
Letra e música: André Cardoso Intérprete: A Presença das Formigas com Amélia Muge (in CD “Ciclorama”, A Presença das Formigas, 2011)
Ó Margarida moleira
1. Ó Margarida moleira, dá-me da tua farinha. Ai, ai, ai, que a quero peneirar ai, ai, ai, pela nova peneirinha.
2. Ó Margarida moleira, a tua farinha é boa; ai ai ai, se agora não tens moída ai, ai, ai, dá-me então da tua broa.
3. Ó Margarida moleira tens moinho de moer; ai, ai, ai, p’ra moer quem te quer bem, ai, ai, ai, não tens pouco que fazer.
4. Ó Margarida moleira, amostra-me o teu moinho; ai, ai, ai, quero ver se ele trabalha, ai, ai, ai, devagar ou ligeirinho.
Cabeceiras de Basto, Minho
O que é feito das mondadeiras?
O que é feito das mondadeiras
Que no Verão eram ceifeiras
E apanhavam a azeitona?
Onde estão os passarinhos
A cantar entre os raminhos,
Nas árvores aqui da zona?
As rolas fazendo o ninho,
Grandes bandos de estorninhos,
Para nós são uma saudade;
Até as lindas perdizes
E as vaidosas codornizes
São já uma raridade.
Já ninguém dorme nas eiras,
Por modo as debulhadeiras
Que ao trigo fazem tudo.
As danças, ai que saudade
Os bailes da Sociedade
Quando chegava o Entrudo!
Dizem-nos, por brincadeira,
Que esta terra hospitaleira
Tem brilhantes tradições;
Por todos é adorada,
Por muitos é visitada
E fica em seus corações.
Letra: José Correia
Música: Armando Torrão
Intérprete: Pedro Mestre* (in CD “Campaniça do Despique”, Viola Campaniça Produções Culturais/Pedro Mestre, 2015)
Outra versão de Pedro Mestre (in DVD “No CCB: Pedro Mestre & Convidados”, Pedro Mestre, 2017)
Ora bate, padeirinha
Ora bate, padeirinha, ora bate o pé no chão. Ora bate, padeirinha, amor do meu coração.
Fui à fonte p’ra te ver, fui ao rio p’ra te falar. Nem na fonte nem no rio nunca te pude encontrar.
Os moleiros deste açude
[ Canção de Açude – Poema em Cor ]
Os moleiros deste açude, os moleiros deste açude, Os moleiros deste açude, os moleiros deste açude…
Os moleiros deste açude adoram a virgem de branco Os moleiros deste açude adoram a virgem vermelha Os moleiros deste açude adoram a virgem de verde Os moleiros deste açude adoram a virgem de preto
Branco, vermelho, amarelo, preto Branco, verde, azul, preto
De sol a sol, a trabalhar Tanto suor e sem tempo para o limpar Tanta farinha na minha mão Bem moidinha vai formar um grande pão
Eu não pertenço a esta aldeia Vim para aqui p’ra fazer o meu pé-de-meia Ai este rio corre p’ró mar Tão fugidio não pára p’ra descansar
‘Tou tão cansado de labutar Ai esta nora que não pára de girar
Branco, vermelho, amarelo, preto Branco, verde, azul, preto
Letra: Rodrigo Crespo e Tânia Cardoso Música: Rodrigo Crespo Intérprete: Canto Ondo (in CD “Entre o Alto do Peito e as Campainhas da Garganta”, A Monda – Associação Cultural/Canto Ondo, 2016)
Primavera das Flores
[ A Primavera ]
Primavera das flores Como esta não há mais A Primavera vai e volta sempre A mocidade não volta mais.
Ai borda rica filha, borda, borda Ai borda rica filha, borda, bem Em casa rica filha todos bordam Refrão Borda o pai borda a filha borda a mãe E eu também.
Bordadeira madeirense
Encontrei a Primavera Ali em baixo no jardim Ai como vai ai como vai a Primavera Vai assim assim assim.
Refrão
Perguntei à Primavera Quando é que vinha o Verão Ai a 25 de Março A Primavera está na mão.
Refrão
Encontrei a Primavera Ali em baixo no lombinho Ai sentado numa cadeira Falar com um rapazinho.
Tradicional da Madeira
Quem quiser regar
[ Cantiga de Rega ]
Quem quiser regar que regue Ai cá lhe fica o regador
Palavra dada Eu tenho Ai esta noite Ao meu amor
A palavra É igual à água Que há no regador Rega todo este chão Conversador
E com palavras Nós vamos regando Este longe que então Faz o perto crescer E dar seu pão
Tradicional portuguesa e Amélia Muge / Tradicional
Raparigas camponesas
[ Raparigas Mondadeiras ]
Raparigas camponesas, Ao rigor do temporáli Não há vento que as queime Nem sol que lhes faça máli.
Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló!
Raparigas mondadeiras, Andai lá com cuidadinho, Que manda o nosso patrão! Mondai lá bem o triguinho!
Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló! Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló!
Raparigas mondadeiras, Vamos todas a cantári! Já lá vem nossa patroa A trazer-nos o jantári.
Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló! Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló!
Já lá vem a noite em baixo, Já lá vem nossa alegria; Tristeza p’ra o nosso amo, Que já se lhe acaba o dia.
Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló! Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló! Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló! Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló! Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló! Ó ló, ai larilolela! Ó ló, ai lariloló!
Letra e música: Tradicional (Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Recolha: GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra) Intérprete: Brigada Victor Jara / voz solo de Catarina Moura (in Livro/11CD “Ó Brigada!: Discografia Completa da Brigada Victor Jara – 40 Anos”: CD Extra, Tradisom, 2015)
Rema
Rema Rema que rema Que é bom remar Rema, lanchinha P’ró alto mar
Rema Rema que rema Que é bom remar Rema, lanchinha P’ró alto mar
Rema que rema No mar irado Gostar de ti É um triste fado
Rema que rema Na calmaria Senhor S. Pedro És o meu guia
Rema Rema que rema Que é bom remar Rema, lanchinha P’ró alto mar
Rema Rema que rema Que é bom remar Rema, lanchinha P’ró alto mar
Rema que rema Pelo mar fora Segure o leme Nossa Senhora
Rema que rema P’ró areal Se te não vejo Passo bem mal
Rema Rema que rema Que é bom remar Rema, lanchinha P’ró alto mar
Rema Rema que rema Que é bom remar Rema, lanchinha P’ró alto mar
Rema Rema que rema Que é bom remar Rema, lanchinha P’ró alto mar
Letra e música: Aníbal Raposo (2000-08-07) Intérprete: Aníbal Raposo (in CD “Rocha da Relva”, Aníbal Raposo/Global Point Music, 2013)
Senhora Dona Anica
1. Senhora Dona Anica, venha abaixo ao seu jardim. Venha ver as lavadeiras a fazer assim, assim.
2. Senhora Dona Anica, venha abaixo ao seu jardim. Venha ver as costureiras a fazer assim, assim.
3. Senhora Dona Anica, venha abaixo ao seu jardim. Venha ver os jardineiros a fazer assim, assim.
4. Senhora Dona Anica, venha abaixo ao seu jardim. Venha ver os sapateiros a fazer assim, assim.
5. Senhora Dona Anica, venha abaixo ao seu jardim. Venha ver as brunideiras a fazer assim, assim.
6. Senhora Dona Anica, venha abaixo ao seu jardim. Venha ver os carpinteiros a fazer assim, assim.
7. Senhora Dona Anica, venha abaixo ao seu jardim. Venha ver as cozinheiras a fazer assim, assim.
Stando la molinera
[ Molinera ]
Stando la molinera Sentadita en su molino… Passou por alla un soldado, olé! olé! Vengo de moler el trigo. Que vengo de moler, morena.
Que vengo de moler, morena, De los molinos de abajo… Dormí con la molinera, olé! olé! No me ha cobrado el trabajo. Que vengo de moler, morena.
Que vengo de moler, morena, De los molinos de arriba… Dormí con la molinera, olé! olé! No me ha cobrado la maquia. Que vengo de moler, morena.
Que vengo de moler, morena, De los molinos del frente… Dormí con la molinera, olé! olé! Se enteró toda la gente. Que vengo de moler, morena.
Que vengo de moler, morena, De los molinos azules… Dormí con la molinera, olé! olé! Sabado, domingo y lunes. Que vengo de moler, morena.
Letra e música: Tradicional (Trás-os-Montes) Intérprete: Ai! (in CD “Ai!”, Ai!/RequeRec, 2013)
Sua o martelo
[ Instrumentos de Trabalho ]
Sua o martelo nas mãos
como soa uma navalha
instrumentos de trabalho
em dedos que nunca falham
Instrumentos de trabalho
ou mortes de mão primeiro
Cresce o tempo no trabalho
de um martelo de ferreiro
Primeiro os mortos são peso
(ferro no sangue não fere)
Instrumentos de trabalho
de um calor que não requer
Desespero não é palavra
nem será nunca instrumento
A mão recobra o metal
de material nos dedos
Dado o trabalho transpira
a fome de um operário
instrumento de acidente
na justiça de um salário
Semidesliza o arado
que o camponês não acusa
Ou comemora a semente
com as mãos sem armadura
Movimento de calor
nos músculos que se recusam
Sol a sol de instrumentos
ou mortes de qualquer cura
Sua o martelo nas mãos
como soa uma navalha
instrumentos de trabalho
em dedos que nunca falham
Dado o trabalho transpira
a fome de um operário
instrumento de acidente
na justiça de um salário
Semidesliza o arado
que o camponês não acusa
Ou comemora a semente
com as mãos sem armadura
Poema: Maria Teresa Horta (adaptado)
Música: Lindolfo Paiva
Intérprete: Dialecto* (in CD “Aromas”, Dialecto/Cloudnoise, 2011)
Instrumentos de trabalho
(Maria Teresa Horta, in “Cronista Não É Recado”, Lisboa: Guimarães Editores, 1967; “Poesia Reunida”, pref. Maria João Reynaud, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2009 – p. 262-63)
Instrumentos de trabalho
ou mortes
de mão primeiro
Cresce o tempo no
trabalho
de um martelo de ferreiro
Primeiro
os mortos são peso
(ferro no sangue não fere)
Instrumentos de trabalho
de um calor
que não requer
Desespero não é palavra
nem será nunca
instrumento
A mão recobra
o metal
de material nos dedos
Dado o trabalho transpira
a fome de um operário
instrumento de acidente
na justiça de um salário
Semidesliza o arado
que o camponês
não acusa
Ou comemora
a semente
com as mãos sem armadura
Movimento de calor
nos músculos
que se recusam
Sol a sol
de instrumentos
ou mortes de qualquer cura
Sua o martelo nas mãos
como soa uma navalha
instrumentos de trabalho
em dedos que nunca falham
Toda a vida fui pastor
1. Toda a vida fui pastor, toda a vida guardei gado. Tenho uma mágoa no peito, ai, ai, de me encostar ao cajado.
2. De me encostar ao cajado, lá pelos campos a rigor. Toda a vida guardei gado, ai ai! Toda a vida fui pastor.
3. Meu lírio roxo do campo, criado na Primavera, desejava amor saber, ai, ai, a tua intenção qual era.
4. A tua intenção qual era desejava amor saber. Meu lírio roxo do campo, ai, ai, quem te pudera colher.
Mel. trad. Alentejo
Trigo loiro
[ Cantiga de ceifa ]
Trigo loiro, trigo loiro, Ai! Quem me dera o teu valor! Que entrara no cálice de oiro Ai! Onde entra Nosso Senhor.
Trigo loiro, trigo loiro, Ai! Quem me dera o teu valor! Levara a cruz ao Calvário Ai! Como fez Nosso Senhor.
Trigo loiro, trigo loiro, Ai! Quem me dera o teu valor! Que entrara no cálice de oiro Ai! Onde entra Nosso Senhor.
Trigo loiro, trigo loiro, Ai! Quem me dera o teu valor! Levara a cruz ao Calvário Ai! Como fez Nosso Senhor.
Letra e música: Tradicional (Gonçalo, Guarda, Beira Alta) Intérprete: Ai! (in CD “Ai!”, Ai!/RequeRec, 2013) Outras versões com César Prata: Chuchurumel – “Canção da Ceifa” (in CD “No Castelo de Chuchurumel”, Chuchurumel/Luzlinar, 2005); Ai! (in CD “Lavra, Boi, Lavra: Canções de Trabalho”, Ai!/Coruja do Mato, 2015)
Vamos apanhar o trigo [ Este trigo ]
Vamos apanhar o trigo Vamos escolher da aveia Falamos na nossa vida Deixamos a vida alheia.
Este trigo está bom trigo Parece trigo de relva Calai a boca menina Deus do céu é que governa.
Nossa Senhora do Monte É madrinha de João Eu também sou afilhada Da Virgem da Conceição
Esta noite vai dar vento Também vai dar viração As rosas vão voar Não vai ficar nem um botão.
Este trigo está bom trigo As favas estão mais falidas Os olhos do meu amor É a flor das raparigas.
Tradicional da Madeira
Vamos apanhar o trigo [ Trigo louro ]
[ Trigo Louro ]
Vamos apanhar o trigo Vamos lhe escolher a veia Cuidamos da nossa vida Deixemos a vida alheia.
Trigo louro, trigo louro Empresta-me a tua cor Quero ir ao sacrário Oferecer a Nosso Senhor.
Trigo louro, trigo louro Trigo da folha amarela Debaixo do trigo louro Namorei uma donzela.
Trigo louro, trigo louro Trigo da folha estreita A apanhar o trigo louro Namorei uma sujeita.
Trigo louro, trigo louro Trigo da folha miúda Debaixo do trigo louro Namorei uma viúva.
Tradicional da Madeira
Vamos todos a cantar
[ As profissões ]
Vamos todos a cantar, estas nossas profissões, neste grupo que é alegre, com bailados e canções.
Eu aqui sou bordadeira, neste pano vou bordar, que o bordado da Madeira, é para se exportar.
Eu sou um agricultor,
com a enxada na mão,
é que a vida no campo,
também é uma profissão.
Também vamos começar, aqui todos trabalhando, com amor a esta vida, alegres também cantando.
Eu também vou fiar linho, de estopa e de tomentos, e nesta história do linho, se passam muito tormentos.
Eu que debulho o milho, é o que eu vou fazer, isto é o comer do pobre, temos que o defender.
Todo o homem que trabalha, honra a pátria e aos seus, havendo comida em casa, todos dão graças a Deus.
Também eu vou fazer tricot, isto para me entreter, temos nós que trabalhar, para se poder viver.
Também vou apanhar erva,
para os meus animais,
esta foi a bela arte,
que me deram os meus pais.
E todos nós trabalhámos, para se poder comer, e nós também cantamos, é para nos entreter.
Neste lugar sou ceifeira, do trigo que é o nosso pão, eu apanho muito sol, que é neste tempo de verão.
Eu também sou marceneiro, que é uma arte fina, sou eu que faço os móveis, desde a sala até às cozinhas.
Todas estas profissões, quem trabalha tem saúde, o trabalho vem dos velhos, e passa para a juventude.
Foi a ovelha que deu, esta lã que vou fiar, mas neste trabalho falta, é lavá-la e cardar.
Eu trabalho de pedreiro, é com areia e cimento, para fazer nossas casas, para se abrigar do tempo.
Tradicional da Madeira
Vi-te a trabalhar
[ Que Força É Essa? ]
Vi-te a trabalhar o dia inteiro,
construir as cidades pr’a os outros,
carregar pedras, desperdiçar
muita força p’ra pouco dinheiro!
Vi-te a trabalhar o dia inteiro,
muita força p’ra pouco dinheiro!…
Que força é essa?
Que força é essa
que trazes nos braços,
que só te serve para obedecer,
que só te manda obedecer?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo,
que te põe de bem com outros
e de mal contigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Não me digas que não me compr’endes!
Quando os dias se tornam azedos,
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes!
Não me digas que não me compr’endes!…
Que força é essa?
Que força é essa
que trazes nos braços,
que só te serve para obedecer,
que só te manda obedecer?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo,
que te põe de bem com outros
e de mal contigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Vi-te a trabalhar o dia inteiro,
construir as cidades pr’a os outros,
carregar pedras, desperdiçar
muita força p’ra pouco dinheiro!
Vi-te a trabalhar o dia inteiro,
muita força p’ra pouco dinheiro!…
Que força é essa?
Que força é essa
que trazes nos braços,
que só te serve para obedecer,
que só te manda obedecer?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo,
que te põe de bem com outros
e de mal contigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Que força é essa, amigo?
Letra e música: Sérgio Godinho* (in LP “Os Sobreviventes”, Guilda da Música/Sassetti, 1972, reed. Philips/Polygram, 1990, Universal, 2001, 2019)
* Sérgio Godinho – voz, guitarra acústica, piano, gaita ‘bagu’ (kazoo) Christian Padovan – baixo eléctrico Uli Plech – flauta Gérard Crapoutchik – guitarra eléctrica Cras – bateria Isabel Alves Costa – coros José Mário Branco – guitarra acústica, órgão, xilofone, coros Sheila Charlesworth – coros Produção e arranjos – José Mário Branco, com a contribuição de todos os músicos Gravado no Strawberry Studio, Château d’Hérouville (arredores de Paris), em finais de Abril de 1971 Engenheiro de som – Gilles Sallé
https://www.meloteca.com/wp-content/uploads/2020/05/pastor-alentejano-postal-antigo-quadrado.jpg400400António Ferreirahttps://www.meloteca.com/wp-content/uploads/2018/03/Logomarca-MELOTECA-300x86.jpgAntónio Ferreira2020-05-01 08:31:482020-05-22 22:08:21Canções de trabalho
Lavra, boi, lavra
No chão da Portela!
Repica, repica
Na vaca amarela!
Ei, boi a lavrar!
Ei, boi!
Lavra, boi, lavra
No chão do Vilar!
Comer e beber
E toca a virar!
Ei, boi a lavrar!
Ei, boi!
Lavra, boi, lavra!
Não digas que não!
Repica, repica,
Rodinha no chão!
Ei, boi a lavrar!
Ei, boi!
Lavra, boi, lavra No chão da Portela! Repica, repica Na vaca amarela! Ei, boi a lavrar! Ei, boi!
Letra e música: Tradicional (São Martinho de Crasto, Ponte da Barca, Minho) Recolha: Gonçalo Sampaio (1890-1925, in “Cancioneiro Popular Português”, de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, Lisboa: Círculo de Leitores, 1981 – p. 103) Intérprete: Ai!* (in CD “Lavra, Boi, Lavra: Canções de Trabalho”, Ai!/Coruja do Mato, 2015) Outra versão com César Prata: César Prata (in CD “Futuras Instalações”, César Prata/RequeRec, 2014)
Ai lé! Ai lé!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Ai lé!
Quem tem burro leva o burro,
Quem no não tem vai a pé,
Quem no não tem vai a pé,
Quem no não tem vai a pé,
Quem no não tem vai a pé.
Ai lé!
Maçadeiras do meu linho,
Maçai-me o meu linho bem!
Maçai-me o meu linho bem!
Maçai-me o meu linho bem!
Maçai-me o meu linho bem!
Ai lé!
Não olheis para o caminho,
Que a merenda logo vem!
Que a merenda logo vem!
Que a merenda logo vem!
Que a merenda logo vem!
Ai lé!
Ai lé! Ai lé!
Ai la lé ló, meu bem!
Ai la lé ló, meu bem!
Ai la lé ló, meu bem!
Ai la lé ló, meu bem!
Ai lé!
Ai lé! Ai lé!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Ai lé!
Ai lé! Ai lé!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Ai lé!
Ai lé! Ai lé! Senhora de Nazaré! Senhora de Nazaré! Senhora de Nazaré! Senhora de Nazaré! Ai lé!
Letra e música: Tradicional (Vila Maior, São Pedro do Sul, Beira Alta) Intérprete: Ai!* (in CD “Lavra, Boi, Lavra: Canções de Trabalho”, Ai!/Coruja do Mato, 2015)
*César Prata – guitalele, guitarra acústica de cordas de nylon, guitarra eléctrica e voz Suzete Marques – voz Tiago Pereira – cabaça
Corta, minha foice, corta
Ai, neste pão tão miudinho!
Ai, quem houver de andar p’ra outrem
Ai, há-de andar com cuidadinho!
Por cima se ceifa o pão,
Ai, por baixo fica o restolho.
Ai, menina não se ‘namore
Ai, do rapaz que empisca o olho!
O rapaz do chapéu preto
Ai, precisa a cara partida:
Ai, por baixo do chapéu preto
Ai, pisca o olho à rapariga.
Quem me dera já cá noite:
Ai, o pão da ceia na mão,
Ai, o dinheiro na algibeira,
Ai, o amor no coração.
Corta, minha foice, corta Ai, neste pão tão miudinho! Ai, quem houver de andar p’ra outrem Ai, há-de andar com cuidadinho!
Letra e música: Tradicional (Fernão Joanes, Guarda, Beira Alta) Intérprete: Ai!* (in CD “Lavra, Boi, Lavra: Canções de Trabalho”, Ai!/Coruja do Mato, 2015) Outra versão com César Prata: César Prata – “Cantiga da Ceifa e Nome de Maria” (in CD “Futuras Instalações”, César Prata/RequeRec, 2014)
*César Prata – guitarra eléctrica e laptop Suzete Marques – voz Tiago Pereira – canjira e duff
Trigo loiro, trigo loiro,
Ai, quem me dera o teu valor!
Que entrara no cálice de oiro,
Ai, onde entra Nosso Senhor.
Trigo loiro, trigo loiro,
Ai, quem me dera a tua cor!
Levara a cruz ao Calvário,
Ai, como fez Nosso Senhor.
Trigo loiro, trigo loiro,
Ai, quem me dera o teu valor!
Que entrara no cálice de oiro,
Ai, onde entra Nosso Senhor.
Trigo loiro, trigo loiro, Ai, quem me dera a tua cor! Levara a cruz ao Calvário, Ai, como fez Nosso Senhor.
Trigo Loiro (cantiga de ceifa) Letra e música: Tradicional (Gonçalo, Guarda, Beira Alta) Intérprete: Ai!* (in CD “Lavra, Boi, Lavra: Canções de Trabalho”, Ai!/Coruja do Mato, 2015) Outras versões com César Prata: Chuchurumel – “Canção da Ceifa” (in CD “No Castelo de Chuchurumel”, Chuchurumel/Luzlinar, 2005); Ai! (in CD “Ai!”, Ai!/RequeRec, 2013)
*César Prata – guitarra eléctrica, laptop e viola braguesa Suzete Marques – voz Tiago Pereira – cabaça, tigela tibetana e udu drums