Recordai, fiéis cristãos, de Jesus
No dia em que estava na cruz!
Aleluia! Aleluia!
Lembrai-vos de quem lá tendes:
Vossas mães e vossos pais!
Aleluia! Aleluia!
E ajudai-os a tirar:
Padre-nosso e uma ave-maria
Seja p’lo amor de Deus!
Penha Garcia
Letra e música: Tradicional (“encomendação das almas” – Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Beira Baixa / “Aleluia!” – Minho)
Informante de “encomendação das almas”: Catarina Sargento, vulgo Catarina Chitas ou Ti Chitas (canto)
Recolha: Ernesto Veiga de Oliveira (1960-63)
Intérprete: Segue-me à Capela (in Livro/CD “San’Joanices, Paganices e Outras Coisas de Mulher”, Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
Reciclanda
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração), realiza oficinas de música durante o ano letivo e dinamiza atividades em colónias de férias. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Misericórdias, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.
Ai lé! Ai lé!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Ai lé!
Quem tem burro leva o burro,
Quem no não tem vai a pé,
Quem no não tem vai a pé,
Quem no não tem vai a pé,
Quem no não tem vai a pé.
Ai lé!
Maçadeiras do meu linho,
Maçai-me o meu linho bem!
Maçai-me o meu linho bem!
Maçai-me o meu linho bem!
Maçai-me o meu linho bem!
Ai lé!
Não olheis para o caminho,
Que a merenda logo vem!
Que a merenda logo vem!
Que a merenda logo vem!
Que a merenda logo vem!
Ai lé!
Ai lé! Ai lé!
Ai la lé ló, meu bem!
Ai la lé ló, meu bem!
Ai la lé ló, meu bem!
Ai la lé ló, meu bem!
Ai lé!
Ai lé! Ai lé!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Ai lé!
Ai lé! Ai lé!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Ai lé!
Ai lé! Ai lé!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Senhora de Nazaré!
Ai lé!
Letra e música: Tradicional (Vila Maior, São Pedro do Sul, Beira Alta)
Intérprete: Ai!* (in CD “Lavra, Boi, Lavra: Canções de Trabalho”, Ai!/Coruja do Mato, 2015)
Ave-Maria sagrada
[ Ave-Maria Fadista ]
Ave-Maria sagrada
Cheia de graça divina
Oração tão pequenina
De uma beleza elevada
Nosso Senhor é convosco
Bendita sois vós, Maria
Nasceu Vosso Filho um dia
Num palheiro humilde e tosco
Entre as mulheres, Bendita
Bendito é o fruto, a luz
Do vosso ventre, Jesus,
Amor e Graça infinita
Santa Maria das Dores
Mãe de Deus, se for pecado
Tocar e cantar o fado
Rogai por nós, pecadores.
Nenhum fadista tem sorte
Rogai por nós, Virgem-Mãe,
Agora, sempre e também
Na hora da nossa morte.
Letra: Gabriel de Oliveira
Música: Francisco Viana (Vianinha)
Intérprete: Margarida Bessa (in CD “Fado”, Movieplay, 1995)
Versão original: Amália Rodrigues (in Single 78 rpm “Ave-Maria Fadista”, Melodia, 1952; CD “O Melhor de Amália”, vol. III, EMI-VC, 2003)
Reciclanda
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Contacto
António José Ferreira
962 942 759
Maria
[ Para Maria ]
Intérprete: Mafalda Arnauth
Ó Pobre Pátria Trigueira
Ó pobre pátria trigueira
dás filhos como dás flores
Nossa Senhora das Dores
a chorar a vida inteira
dás filhos a todo o mundo
como um tronco sem raiz
mãe das mães que perdem tudo
e morrem no seu país
Ó pobre pátria trigueira
mãe da dor e da tristeza
separada pela fronteira
da nossa grande pobreza
com boca que ninguém beija
e a tua mesa vazia
longe de quem te deseja
ai! envelheces dia a dia
Ó pobre pátria trigueira
quando abraçarás teus filhos
que andam pelo mundo perdidos
a chorar a vida inteira?
Lá vão ao sabor das águas
em barquinhos de papel
com o mar à pele das mágoas
e ao sol que lhes cresta a pele
Ó pobre pátria trigueira
mãe da dor e da tristeza
separada pela fronteira
da nossa grande pobreza
com boca que ninguém beija
e a tua mesa vazia
longe de quem te deseja
ai! envelheces dia a dia
com boca que ninguém beija
e a tua mesa vazia
longe de quem te deseja
ai! envelheces dia a dia
Letra e música: Manuel Lima Brummon
Intérprete: Tereza Tarouca (in LP “Portugal Triste”, Alvorada/Rádio Triunfo, 1980; CD “Tereza Tarouca”, col. O Melhor dos Melhores, vol. 32, Movieplay, 1994)
Nossa Senhora das Dores
Senhora do Almortão
Senhora…
Senhora do Almortão,
Senhora do Almortão,
Ó minha linda raiana,
Virai costas!…
Virai costas a Castela!
Virai costas a Castela!
Não queirais ser castelhana.
Senhora…
Senhora do Almortão,
Senhora do Almortão,
A vossa capela cheira…
Cheira a cravos…
Cheira a cravos, cheira a rosas,
Cheira a cravos, cheira a rosas,
Cheira a flor de laranjeira.
Letra e música: Tradicional (Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Arranjo: Manuel Maio Intérprete: A Presença das Formigas com Teresa Campos (in CD “Pé de Vento”, A Presença das Formigas/Careto/XMusic, 2014)
Senhora do Almortão
Senhora do Castelo
Ó Minha Senhora do Castelo,
Porque me tirais a mim do sério?
Não fiz tudo aquilo que pediste
Desde o dia em que tu me viste?
Porque mereço eu tal castigo?
Onde é que eu fui tão mal contigo?
Ó Minha Senhora do Castelo,
Porque me tirais a mim do sério?
Lá de cima do Castelo,
Prometi-me um futuro belo:
Alfazema e rosmaninho à beira,
Oliveira e pau de laranjeira.
Ó Minha Senhora do Castelo,
Porque me tirais a mim do sério?
Ó Minha Senhora do Castelo,
Porque me tirais a mim do sério?
A todos os santos eu rezei,
Mas a nenhum deles me queixei.
Cravo e rosa no mesmo bordado:
Era apenas o desejado.
Ó Minha Senhora do Castelo,
Porque me tirais a mim do sério?
Ó Minha Senhora do Castelo,
Porque me tirais a mim do sério?
Letra e música: António Pedro
Intérprete: Musicalbi
Versão original: Musicalbi (in CD “Solidão e Xisto”, Musicalbi, 2019)
Musicalbi
Senhora do Livramento
Senhora do Livramento,
Livrai o meu namorado
Que me vai deixar sozinha
(Ai meu Jesus! ai meu Jesus!)
Pela vida de soldado!
As vossas tranças, Senhora,
São loiras como as espigas!
Senhora do Livramento,
(Ai meu Jesus! ai meu Jesus!)
Protegei as raparigas!
Hei-de bordar a toalha,
Senhora, do vosso altar,
E a camisa do meu noivo
(Ai meu Jesus! ai meu Jesus!)
Quando me for a casar.
Letra e música: Tradicional (Beira Litoral)
Arranjo: Luís Fernandes e Manuel Maio
Intérprete: Toques do Caramulo (in CD “Mexe!”, d’Eurídice/d’Orfeu Associação Cultural, 2016)
Toques do Caramulo, Mexe
Em Canções Regionais Portuguesa (Série X), Fernando Lopes-Graça harmonizou “Senhora do Livramento”.
Senhora do Livramento
[ Senhoras ]
Senhora do Livramento
Que não me sais do pensamento,
Traz à Beira a minha canção
E ouve a minha oração!
Senhora do Almurtão,
Perdoai meu coração
Para que eu por ti ore,
Para que o meu coração chore!
Senhora do Livramento
Que não me sais do pensamento,
Traz à Beira a minha canção
E ouve a minha oração!
Senhora do Almurtão,
Perdoai meu coração
Para que eu por ti ore,
Para que o meu coração chore!
Senhora da Paiágua
Que me tirais toda a mágoa,
Para que eu viva em função
Do que diz meu coração!
Senhora que és da Beira
Eu me debruço na ribeira,
À procura em cada monte
A saudade dessa fronte.
Senhora do Livramento
Que não me sais do pensamento,
Traz à Beira a minha canção
E ouve a minha oração!
Senhora do Almurtão,
Perdoai meu coração
Para que eu por ti ore,
Para que o meu coração chore!
Letra: Valéria Carvalho
Música: António Pedro
Intérprete: Musicalbi
Versão original: Musicalbi (in CD “Solidão e Xisto”, Musicalbi, 2019)
Santo Cristo! Esperança Divina,
Horizonte de Eterna Vitória.
Quero a vida na Vossa Doutrina
E na morte o Reino da Glória
Santo Cristo, O! Estrela Brilhante,
Ó ! Farol que guiais ao abrigo;
A minh´alma navega errante,
Glória a Cristo na hora do perigo.
Coro
Glória a Cristo no céu e na Terra,
Glória a Cristo no Vinho e no Pão,
Glória a Cristo no Mar e na Serra,
Glória a Cristo no meu coração.
II
Santo Cristo! Essa Chama Celeste,
Que irradia do Vosso Olhar,
É a Paz que ao Mundo trouxeste,
E o Mundo recusa aceitar.
Coro
Santo Cristo! Esperança Bendita!
Do Cristão que Vos ama e adora,
A min’alma vagueia aflita
Glória a Cristo na última hora
Glória a Cristo no céu e na Terra,
Glória a Cristo no Vinho e no Pão,
Glória a Cristo no Mar e na Serra,
Glória a Cristo no meu coração.
Angra, 1 de maio de 1944
Atual Hino do Senhor Santo Cristo
Glória a Cristo, Jesus, glória eterna,
Nosso Rei, nossa firme esperança,
Soberano que os mundos governa
E as nações recebem por herança.
Com o manto e o ceptro irrisório,
Sois de espinhos cruéis coroado,
Rei da dor, uma vez, no Pretório,
Rei de amor, para sempre adorado.
Combatendo, por vossa Bandeira
Que, no peito, trazemos erguida,
Alcançamos a paz verdadeira
E a vitória nas lutas da vida.
Só a vós, com inteira obediência
Serviremos com firme vontade,
Porque em Vós há justiça e clemência
Porque em Vós resplandece a verdade.
Concedei-nos, por graça divina,
Que sejamos um povo de eleitos,
Firmes crentes na Vossa doutrina,
Cumpridores dos Vossos preceitos
José da Costa
O texto do hino, é da autoria do escritor, poeta e professor, José da Costa.
José de Sousa da Costa, nasceu em Ponta Garça, Concelho de Vila Franca do Campo, ilha de S. Miguel, em 19.08.1882, e baptizado em 27.08.1882 na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, Ponta Garça, e faleceu em Ponta Delgada, no dia 10.5.1963.
Após a instrução primária, ingressou no Seminário de Angra, onde frequentou cerca de três anos, e por motivos pessoais, regressou a S. Miguel, onde frequentou o Colégio Sena Freitas em Ponta Delgada, tendo aí completado toda a sua formação Académica e Magistério Primário, tendo exercido funções em diversas localidades na área de Ponta Delgada, Relva, Livramento e S. Roque.
Foi director da Escola Ernesto do Canto, nº 38-42, com direito a residência domiciliária na mesma instalação escolar, “edifício, pertença dos serviços de televisão”.* Poeta e latinista, fundou e dirigiu a revista angrense Arquipélago, surgida em 1931. Professor da instrução primária e um dos intelectuais micaelenses mais eruditos do seu tempo, venerou a língua pátria e o latim, ensinando aos estudantes liceais que o procuravam para explicações. Verteu para o português composições poéticas e hinos latinos, como o Stabat Mater, de Jacopone da Todi, e alguns originais de S. Bernardo. Além do que publicou em livro, havendo dele um número considerável de dispersos na imprensa açoriana. Os seus escritos, revelam ter sido um homem possuído de pensamento e sentido religioso artístico profundo, crente em testemunho de fé, conhecedor consciente da palavra de Deus.
Como cristão crente e orante, dominava os hinos e salmos do saltério, escritos em língua latina. No plano humano e à época, foi uma personagem culta, dotado no campo do saber das artes plásticas, pintor miniaturista na reconstituição de imagens, desenhou os muitos motivos Heráldicos dos Açores, e brasões de famílias nobres e ilustres da ilha de S. Miguel e dos Açores. Na qualidade de professor, foi um pedagogo que soube conjugar as letras e as palavras, onde transmitiu às gerações do tempo, os seus vastos conhecimentos no ensino das línguas clássicas, e de forma especial, o Latim.
Além do que publicou em livro, há dele um número considerável de dispersos na imprensa açoriana, nomeadamente poesia, que cultivou segundo os moldes clássicos da Arte Poética, maioritariamente voltada para assuntos elevados, patrióticos, metafísicos e religiosos, com predomínio da exaltação crística e mariana, como o provam os seus Acordes Místicos (1962) e o póstumo Relicário Poético (1965).
Compôs hinos devotos, com música, colocados à apreciação do músico violinista, Manuel Macedo, entre outros, do maestro Pe. Tomaz Borba, e exercitou ainda a poesia humorística, cujo exemplo está no poema heróico-cómico Saltapíada ou a Casula Negra (1949), o ensaio, o teatro e a arte de pintor miniaturista. Ainda em vida, fez um estudo sobre Maria Madalena, manuscrito este submetido e enviado ao prelado Diocesano para estudo e reflexão, e posteriormente ser enviado à Santa Sé, para a permissão de publicação.
Notas: *
As informações acima citadas, e sobre a sua formação académica, foram verbalizadas pela filha, Maria Angelina Vieira Costa Schandler, aquando da entrevista em 11-05-2016.
Trabalho de investigação de José Manuel Graça Teixeira Gaipo, gentilmente cedido ao Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres
Senhor Santo Cristo dos Milagres
Reciclanda
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração), realiza oficinas de música durante o ano letivo e dinamiza atividades em colónias de férias. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Misericórdias, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.
https://www.meloteca.com/wp-content/uploads/2020/06/senhor-santo-cristo-dos-milagres.jpg400400António Ferreirahttps://www.meloteca.com/wp-content/uploads/2018/03/Logomarca-MELOTECA-300x86.jpgAntónio Ferreira2020-06-18 18:36:132024-11-11 00:40:00Canções a Jesus
Acorda, cristão, que és terra! Lembra-te que hás-de… Lembra-te que hás-de morrer! Hás-de dar estreitas contas Do teu bom e mau… Do teu bom e mau viver!
Não sei que p’ra ali ouvi Para os lados do… Para os lados do Nascente; Eram as benditas almas, Estão no fogo… Estão no fogo ardente.
Acorda, cristão, acorda Desse sono em… Desse sono em que estais! Lembra-te das benditas almas Que elas clamam… Que elas clamam e dão ais!
Acorda, cristão, acorda Desse sono tão… Desse sono tão profundo! Lembra-te das benditas almas Que já estão no… Que já estão no outro mundo!
Rezemos um padre-nosso Com uma ave… Com uma ave-maria! Seja por o amor de Deus.
Acorda, cristão, acorda!
Letra e música: Tradicional (S. Miguel, Guarda, Beira Alta) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
À porta das almas santas
[ Devoção das Almas ]
À porta das almas santas Bate Deus a toda a hora. As almas responderam: «— Ó meu Deus, que quereis agora?» «— Queremos que deixais o mundo; Vinde já para a Glória!» Ajoelhemos nós em terra, Já não somos os primeiros. Em nossa companhia anda Jesus Cristo verdadeiro. Ó Virgem da Piedade, À devoção nos obriga; Rezemos às almas santas, Rezemos com alegria. Atormenta a dor e dor Do contínuo padecente. Assim são as benditas almas No Purgatório ardente. Ouvi homens e mulheres Deste povo auditório, Dai esmola se pudéreis Às almas do Purgatório. Dai esmola se pudéreis, Se com devoção a dais; Já lá tendes vossas mães, Vossos filhos e vossos pais. Esses bens que possuirdes Reparti-os em vossa vida; Lá os achareis na Glória Quando fordes na partida. Aqui estamos de joelhos A rezar a oração: Ou nos venham dar a esmola Ou de Deus venha o perdão.
Letra e música: Tradicional (Oliveirinha, Aveiro, Beira Litoral) Recolha: Michel Giacometti (in LP “Beira Alta, Beira Baixa, Beira Litoral”, série “Antologia da Música Regional Portuguesa”, Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1970; 5CD “Portuguese Folk Music”: CD 3 – Beiras, Strauss, 1998; 6CD “Música Regional Portuguesa”: CD 4 – Beiras, col. Portugal Som, Numérica, 2008) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
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Ai lá em cima
[ Martírios do Senhor ]
Ai lá em cima ao Calvário Ai está um craveiro à Cruz; Ai a água com que se rega Ai é o sangue de Jesus.
Ai ó almas que tendes sede, Ai vir ao Calvário a beber! Ai que estão lá as cinco fontes Ai todas cinco a correr.
Ai a Senhora chora, chora, Ai chora que se ouve no adro, Ai de ver o seu Filho morto, Ai no caixão amortalhado.
Ai a Senhora chora, chora, Ai chora que se ouve na rua, Ai de ver o seu Filho morto, Ai deitado na sepultura.
Ai a Senhora está de luto Ai por estas sete semanas, Ai que lhe morreu o seu Filho, Ai filho das suas entranhas.
Letra e música: Tradicional (Zebreira, Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal* (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
Com o Grande Peso da Cruz
Com o grande peso da Cruz Quis Deus ser enfraquecido; E com ela aqui caído Jaz em terra o bom Jesus.
Procuraram levantar Pela corda Lhe tirando; Em se Ele levantando Parece querer expirar.
Glória seja ao Pai! Glória ao Filho juntamente! Glória ao Espírito Santo Que de ambos é procedente!
Letra e música: Tradicional (Proença-a-Velha, Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
E à porta das almas santas
[ Encomendação das Almas ]
E à porta das almas santas Bate Deus a toda a hora, Deus a toda a hora.
E as almas de lá respondem: «— E ó meu Deus, que quereis agora? Meu Deus, agora?»
«— Quero que venhais comigo Para a minha eterna Glória! Minha eterna Glória!
P’ra a companhia dos anjos Mais a Virgem que Me adora! Virgem que Me adora!»
E acordai se estais dormindo Nesse sono tão profundo! Sono tão profundo!
Rezemos um padre-nosso Às almas do outro mundo! Do outro mundo!
Letra e música: Tradicional (Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
Já Apareceu a Aleluia
[ Aleluia da Festa das Rosas ]
Já apareceu a Aleluia. Quem a achou? Quem a acharia? Achou-a o senhor vigário No sacrário de Maria.
Desde a porta da igreja Até à torre do sino Vamos dar as boas-festas Ao sacramento divino!
Desde a porta da igreja Até à da sacristia Vamos dar as boas-festas À Virgem Santa Maria!
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Já é festa. Alegrai-vos, Mãe de Deus: Nossa alegria é esta!
Não há Senhora mais linda Do que é a do Almurtão: Tem o seu amado Filho Ao lado do coração.
Eu hei-de ir à festa, Hei-de lá ficar: Tenho uma promessa, Quero-la pagar. Eu hei-de ir à festa, Hei-de lá dormir: Tenho uma promessa, Quero-la cumprir.
Letra e música: Tradicional (“Aleluia da Festa das Rosas” – Monsanto, Idanha-a-Nova, Beira Baixa / “Já Apareceu a Aleluia” – Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal* (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
* César Prata – voz, guitarra, kalimba, sanfona, hangdrum, ponteiro, adufe, matracas, percussões, shruti box, programações Sara Vidal – voz, harpa celta, adufe Arranjos – César Prata e Sara Vidal Produção musical – César Prata e Sara Vidal Gravado no estúdio RequeRec, Trancoso, em Novembro de 2017 Gravação, mistura e masterização – César Prata
Já pedem nas almas santas
[ As Excelências da Virgem ]
Já pedem nas almas santas Que uma excelência lhe havemos de rezar, À Senhora do Rosário, Ao seu Santo Saclário. Saclário já está aberto: O Senhor saiu fora Acompanhar uma alma Que vai p’ra a Glória.
Já pedem nas almas santas Que duas excelências lhe havemos de rezar, À Senhora do Rosário, Ao seu Santo Saclário. Saclário já está aberto: O Senhor saiu fora Acompanhar uma alma Que vai p’ra a Glória.
Já pedem nas almas santas Que três excelências lhe havemos de rezar, À Senhora do Rosário, Ao seu Santo Saclário. Saclário já está aberto: O Senhor saiu fora Acompanhar uma alma Que vai p’ra a Glória.
Já pedem nas almas santas Que quatro excelências lhe havemos de rezar, À Senhora do Rosário, Ao seu Santo Saclário. Saclário já está aberto: O Senhor saiu fora Acompanhar uma alma Que vai p’ra a Glória.
Já pedem nas almas santas Que cinco excelências lhe havemos de rezar, À Senhora do Rosário, Ao seu Santo Saclário. Saclário já está aberto: O Senhor saiu fora Acompanhar uma alma Que vai p’ra a Glória. Que vai p’ra a Glória, Que vai p’ra a Glória, Que vai p’ra a Glória.
Letra e música: Tradicional (Alcoutim, Algarve) Recolha: Michel Giacometti (in LP “Algarve”, série “Antologia da Música Regional Portuguesa”, Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1962; 5CD “Portuguese Folk Music”: CD 5 – Algarve, Strauss, 1998; 6CD “Música Regional Portuguesa”: CD 6 – Algarve, col. Portugal Som, Numérica, 2008) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
Louvado no Sisso
Louvado no Sisso, meu Senhor Jesus Cristo, Bendita seja a Vossa vinda! Paixão e morte, Bendito seja o Vosso sangue (Que) Por nós derramásteis, Pelo Vosso santo pé direito!
Louvado no Sisso, meu Senhor Jesus Cristo, Bendita seja a Vossa vinda! Paixão e morte, Bendito seja o Vosso sangue (Que) Por nós derramásteis, Pelo Vosso santo pé esquerdo!
Louvado no Sisso, meu Senhor Jesus Cristo, Bendita seja a Vossa vinda! Paixão e morte, Bendito seja o Vosso sangue (Que) Por nós derramásteis, Pelo Vosso santo joelho direito!
Louvado no Sisso, meu Senhor Jesus Cristo, Bendita seja a Vossa vinda! Paixão e morte, Bendito seja o Vosso sangue (Que) Por nós derramásteis, Pelo Vosso santo joelho esquerdo!
Louvado no Sisso, meu Senhor, Jesus Cristo, Bendita seja a Vossa vinda! Paixão e morte, Bendito seja o Vosso sangue (Que) Por nós derramásteis, Pela Vossa santa mão direita!
Louvado no Sisso, meu Senhor, Jesus Cristo, Bendita seja a Vossa vinda! Paixão e morte, Bendito seja o Vosso sangue (Que) Por nós derramásteis, Pela Vossa santa mão esquerda!
Estais Senhor fruto Do ventre sagrado Da Virgem Puríssima Santa Maria!
Letra e música: Tradicional (Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal* (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
Lua benta
[ Benzedura da Lua ]
Lua benta, por aqui passaste E a cor de Maria levaste, E a tua por aqui deixaste, E a tua por aqui deixaste.
Lua benta, torna a passar! E a tua cor hás-de levar, E a de Maria deves deixar. E a de Maria deves deixar.
Lua benta, por aqui passaste E a cor de Maria levaste E a tua por aqui deixaste, E a tua por aqui deixaste.
Lua benta, torna a passar! E a tua cor hás-de levar E a de Maria deves deixar, E a de Maria deves deixar!
Letra: Oração tradicional Música: César Prata Arranjo: César Prata e Vânia Couto Intérprete: César Prata e Vânia Couto Versão original: César Prata e Vânia Couto (in CD “Rezas, Benzeduras e Outras Cantigas”, Sons Vadios, 2019)
Nome de Maria
Nome de Maria, Que tão lindo é: Salvai a minh’alma Que ela Vossa é!
Que ela Vossa é, Sempre o há-de ser! Salvai a minh’alma Quando eu morrer!
Quando eu morrer, Quando eu acabar Salvai a minh’alma Para um bom lugar!
Para um bom lugar, Dia de Juízo, Salvai a minh’alma Para o Paraíso!
Para o Paraíso, Senhora das Dores, Rainha dos anjos, Mãe dos pecadores!
Mãe dos pecadores, Numa boa hora Salvai a minh’alma P’ra o Reino da Glória!
Letra e música: Tradicional (Zebreira, Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
Ó Virgem dos Altos Céus
[ Dança das Oito Virgens ]
[Dança das oito virgens em honra
de Nossa Senhora dos Altos Céus:]
Ó Virgem dos Altos Céus, Mãe do meu amparo, bem, Conservai na vossa graça Quem aqui visitar-vos vem!
Quem aqui visitar-vos vem Com silêncio há-de vir; Nós estamos aos vossos pés Prontas para vos servir.
Prontas para vos servir Do íntimo do coração; Se não estamos purificadas, Ó Virgem, dai-nos perdão!
Ó Virgem, dai-nos perdão Ao nosso povo primeiro! Sois Mãe de Misericórdia, Perdoai ao mundo inteiro!
Perdoai ao mundo inteiro, A toda a família em geral! Fazei que em todo o mundo Tenham o vosso sinal!
Tenham o vosso sinal; Mãe da Glória, Imperatriz, Conservai na vossa graça Este nosso juiz!
Este nosso juiz E todo o mundo inteiro; Conservai na vossa graça Este nosso tesoureiro!
Este nosso tesoureiro E todo o fiel cristão; Conservai na vossa graça Este nosso escrivão!
Este nosso escrivão E quem for do nosso partido; Nós queremos continuar Com o nosso uso antigo.
Com o nosso uso antigo Pela graça do Senhor, Vivam as oito donzelas E o nosso tocador!
[Dança das oito virgens em honra
de Nossa Senhora dos Altos Céus:]
Ó Virgem dos Altos Céus, Mãe do meu amparo, bem, Conservai na vossa graça Quem aqui visitar-vos vem!
Quem aqui visitar-vos vem Com silêncio há-de vir; Nós estamos aos vossos pés Prontas para vos servir.
Prontas para vos servir Do íntimo do coração; Se não estamos purificadas, Ó Virgem, dai-nos perdão!
Ó Virgem, dai-nos perdão Ao nosso povo primeiro! Sóis Mãe de Misericórdia, Perdoai ao mundo inteiro!
Perdoai ao mundo inteiro, A toda a família em geral! Fazei que em todo o mundo Tenham o vosso sinal!
Tenham o vosso sinal; Mãe da Glória, Imperatriz, Conservai na vossa graça Este nosso juiz!
Este nosso juiz E todo o mundo inteiro; Conservai na vossa graça Este nosso tesoureiro!
Este nosso tesoureiro E todo o fiel cristão; Conservai na vossa graça Este nosso escrivão!
Este nosso escrivão E quem for do nosso partido; Nós queremos continuar Com o nosso uso antigo.
Com o nosso uso antigo Pela graça do Senhor, Vivam as oito donzelas E o nosso tocador!
Letra e música: Tradicional (Lousa, Castelo Branco, Beira Baixa) Recolha: Ernesto Veiga de Oliveira / GEFAC Intérprete: Macadame* (in Livro/CD “Firmamento”, Macadame, 2016)
Recordai, nobres senhores
[ Encomendação das Almas ]
— Recordai, nobres senhores, Nesse sono tão profundo! — Ouvirás vozes e clamores Das almas do outro mundo. — Cristandade tão unida Ouvindo gritos e ais… — Lá tem Deus na outra vida Nossas mães e nossos pais. — Tenham dó e compaixão Daquela sentida voz! — De repente para nós As almas que em pena estão Dos nossos pais e avós… — ‘Tão rogando a vossos pais Toda a noite e todo o dia; — ‘Tão postos em agonia Vendo que lhe não rezais Sequer uma ave-maria.
— Ó tão tristes pecadores Ouvindo tristes gemidos… — Das almas estão em clamores Dando gritos tão sentidos; — Gritam contra os seus herdeiros Pelos bens que lhes deixaram; — Gritam contra os seus amigos Que cá deixaram no mundo, — Pois foi tal o seu descuido Sendo vivos mas não dizendo, Dá-me a mão que eu vos ajudo. — Muito mal faz que(m) (d)esperdiça Das almas a divação, — Sendo das almas irmãos Vamos-lhe ouvir uma missa, Dou-lhe esta consolação. — Desta sorte se consolam As almas dos nossos pais; — Uma missa que lhe ouvimos E um pouco que lhe rezais; — Fazes uma grande esmola Porque vós nem meia dais.
Letra e música: Tradicional (Monte de Cabaços, Alcoutim, Algarve) Recolha: Michel Giacometti (“Oração das Almas”, in LP “Algarve”, série “Antologia da Música Regional Portuguesa”, Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1962; LP “Cantos Religiosos Tradicionais Portugueses”, Philips, 1971; 5CD “Portuguese Folk Music”: CD 5 – Algarve, Strauss, 1998; 6CD “Música Regional Portuguesa”: CD 6 – Algarve, col. Portugal Som, Numérica, 2008) Intérpretes: César Prata e Sara Vidal (in CD “Cantos da Quaresma”, Sons Vadios, 2018)
Santa Bárbara bendita
[ Oração a Santa Bárbara ]
Santa Bárbara bendita, Que no céu estás escrita Com papel e água benta, Abrandai esta tormenta!
Que não haja pão, nem vinho, Nem flor de rosmaninho, Nem galo que cante, Nem galinha que cacareje!
Santa Bárbara bendita, Que no céu estás escrita Com papel e água benta, Abrandai esta tormenta!
Que não haja pão, nem vinho, Nem flor de rosmaninho, Nem galo que cante, Nem galinha que cacareje!
Santa Bárbara bendita, Que no céu estás escrita Com papel e água benta, Abrandai esta tormenta!
Santa Bárbara! Santa Bárbara! Santa Bárbara! Santa Bárbara! Santa Bárbara!
Santa Bárbara bendita, Que no céu estás escrita Com papel e água benta, Abrandai esta tormenta!
Que não haja pão, nem vinho, Nem flor de rosmaninho, Nem galo que cante, Nem galinha que cacareje!
Letra: Oração tradicional Música: César Prata Arranjo: César Prata e Vânia Couto Intérprete: César Prata e Vânia Couto Versão original: César Prata e Vânia Couto (in CD “Rezas, Benzeduras e Outras Cantigas”, Sons Vadios, 2019)
Santa Barburinha bendita
[ Bendito e Louvado das Trovoadas ]
— «Santa Barburinha bendita, Livrai-nos das trovoadas! Lev’as p’ra bem longe!
Santa Barburinha bendita, Com um ramo de água benta Arramai esta tormenta.»
Santa Bárbara pequenina Se vestiu e se calçou, Bordão na mão tomou.
— «Onde vais, Santa Barburinha, Que no céu estais escrita?» — «Eu vou p’ra bem longe!
Vou correr esta trovoada Onde não há pão e vinho, Nem bafo de menino!
Só a serpente e as sete filhas Bebem leite de maldição E água de trovão.»
Letra e música: Tradicional (Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Beira Baixa) Recolha: Ernesto Veiga de Oliveira Intérprete: Segue-me à Capela Primeira versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD “San’Joanices, Paganices e Outras Coisas de Mulher”, Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)
Santo António milagroso
[ Responso a Santo António ]
Santo António milagroso, Filho de Deus poderoso, Pelos hábitos que vestiste, Pelos cordões que existem, Pelos rosários que rezaste, Pelos sagrados caminhos andaste, Com Jesus Cristo te encontraste. Jesus Cristo vos disse: — «Beato Santo António, onde vais?» — «Com Jesus quero ir.» — «Comigo não virás. Na Terra ficarás. E as coisinhas perdidas Todas tu encontrarás. Não morrerá mulher de parto, Nem boizinho do arado, Nem cavalo da estrebaria, Quem disser esta oração: Um pai-nosso e ave-maria.
E as coisinhas perdidas Todas tu encontrarás. Não morrerá mulher de parto, Nem boizinho do arado, Nem cavalo da estrebaria, Quem disser esta oração: Um pai-nosso e ave-maria.
Letra: Oração tradicional Música: César Prata Arranjo: César Prata e Vânia Couto Intérprete: César Prata e Vânia Couto Versão original: César Prata e Vânia Couto (in CD “Rezas, Benzeduras e Outras Cantigas”, Sons Vadios, 2019)
Cebolas, semilhas, Também batatinhas, Pimentas e alhos, Galinhas e galos, Ovos e trigo, Laranjas, cuscuz… Tudo aqui trazemos. Desculpa, Jesus!
Ó meu Menino Jesus, Desculpa ser poucochinho: O carro não leva mais, O ‘chaufer’ é pequenino!
Quem nasceu na manjedoura Foi o Menino Jesus! Eu p’ra o ano, se for viva, Trago um prato de cuscuz.
Cebolas, semilhas, Também batatinhas, Pimentas e alhos, Galinhas e galos, Ovos e trigo, Laranjas, cuscuz… Tudo aqui trazemos. Desculpa, Jesus!
Cebolas, semilhas, Também batatinhas, Pimentas e alhos, Galinhas e galos, Ovos e trigo, Laranjas, cuscuz… Tudo aqui trazemos. Desculpa, Jesus!
Ó meu Menino Jesus, Que nasceu num curralinho, Aqui trago esta lembrança Que comprei ao meu vizinho.
Do bairrinho da Lombada Só vem este comerzinho… Mas é de boa vontade Que ofer’cemos ao Menino.
Cebolas, semilhas, Também batatinhas, Pimentas e alhos, Galinhas e galos, Ovos e trigo, Laranjas, cuscuz… Tudo aqui trazemos. Desculpa, Jesus!
Letra (quadras populares): Tradicional (Ponta Delgada, São Vicente, Madeira) Recolha: Horácio Bento de Gouveia Música: Tradicional (Calheta, Madeira) Recolha: João Arnaldo Rufino da Silva Adaptação: Xarabanda (2001) Intérprete: Xarabanda (in CD “Cantigas ao Menino Jesus: Natal Tradicional Madeirense”, Associação Musical e Cultural Xarabanda, 2002)
Da Serra Veio um Pastor
Da serra veio um pastor, À minha porta bateu; Trouxe uma carta que diz Que o Deus-Menino nasceu.
Essa notícia tivemos À meia-noite seria; Por isso, nós vamos dar Os parabéns a Maria.
Também diz a tal cartinha Que a Virgem estava a chorar, Por não ter uma roupinha Com que o pudesse abafar.
A carta diz que Ele está Nas campinas de Belém, Numa caminha de palhas, Sozinho sem mais ninguém.
Essa notícia tivemos Logo que cantou o galo, E deixámos nossos campos Para virmos adorá-Lo.
Ó meu Menino Jesus, Meu lindo amor-perfeito, Se Vós tendes frio, vinde, Vinde parar ao meu peito!
Nos braços da Bela Aurora Vejo o Menino brincando, Com a mãozinha de fora Todo o mundo abençoando.
Letra e música: Tradicional (Boaventura, São Vicente, Madeira) Recolha: Xarabanda (1988) Intérprete: Xarabanda (in CD “Cantigas ao Menino Jesus: Natal Tradicional Madeirense”, Associação Musical e Cultural Xarabanda, 2002)
Deus do Céu mandou-me aqui
[ Anunciação do Anjo (aos Pastores) ]
Deus do Céu mandou-me aqui Anunciar aos pastores Que em Belém nasceu Jesus: Vinde cantar seus louvores!
Participo a vós, pastores, A maior das alegrias: Que ali mesmo, em Belém, Já é nascido o Messias!
Que será, o que será? Ora pois, que há-de ser? É por certo o Deus-Menino Que acaba de nascer.
Despontou a vossa esperança, Despontou a vossa luz, Acabaram vossas queixas: Entre nós está Jesus!
P’ra conhecer o Menino Eu vou dar-vos uns sinais: Está deitado num presépio Encostado aos animais.
Que será, o que será? Ora pois, que há-de ser? É, por certo, o Deus-Menino Que acaba de nascer.
Ele estará deitadinho Nas palhinhas de um curral, Embrulhado em paninhos: Tudo isto é o sinal.
Agora vou p’ra Belém Adorar o nosso Deus… Correi todos, ide vê-lo! Até logo, adeus, adeus!
Que será, o que será? Ora pois, que há-de ser? É, por certo, o Deus-Menino Que acaba de nascer.
Letra e música: Tradicional (Cabeço da Oliveira, Ponta Delgada, São Vicente, Madeira) Informante: Eulália de Freitas Recolha: Xarabanda (1996) Intérprete: Xarabanda (in CD “Cantigas ao Menino Jesus: Natal Tradicional Madeirense”, Associação Musical e Cultural Xarabanda, 2002)
Meia-Noite Dada
Meia-noite dada, Meia-noite em pino, Cantavam os galos, Nascia o Menino.
Meia-noite dada, Meia-noite em pino, Cantavam os galos, Chorava o Menino.
Chorava o Menino, Como um enjeitado Em lapa da serra, Não num povoado.
A Virgem Lhe disse Com mui grande dor: «Calai-vos, meu Filho Jesus, meu Amor…
Que não tenho berço! E quem T’o faria? Dormi Vós no feno Desta estrebaria!»
Menino tão rico, Que tão pobre estais Deitado no feno Entre os animais!
Os filhos dos homens, Em berço doirado… E Vós, meu Menino, Em palhas deitado!
Em palhas deitado, Tão pobre, esquecido… Filho de uma rosa, De um cravo nascido.
Letra e música: Tradicional (Câmara de Lobos, Madeira) (in livro “cânticos Religiosos do Natal Madeirense”, de João Arnaldo Rufino da Silva, Direcção-Regional dos Assuntos Culturais, 1998) Intérprete: Xarabanda (in CD “Cantigas ao Menino Jesus: Natal Tradicional Madeirense”, Associação Musical e Cultural Xarabanda, 2002)
Menino Jesus
[ Ó Viva Jesus! ]
Menino Jesus, Dizei à mamã Que mate o porquinho, Que a Festa já vem!
E o que levaremos Para Lhe of’recer? Bolinhos do caco E mel para comer.
Ó viva Jesus, José e Maria! Ora viva, viva A nossa romaria!
Menino tão rico, Tão pobre que estás Deitado nas palhas Entre os animais!
E olhai para Ele: A graça que tem! Tanto se parece Com a sua Mãe!
Ó viva Jesus, José e Maria! Ora viva, viva A nossa romaria!
Maria e José Com Ele lá estão: Aquilo é que é Uma satisfação!
Meu rico Menino, Meu amor profundo, Dê-nos bom Natal E a paz no mundo!
Ó viva Jesus, José e Maria! Ora viva, viva A nossa romaria!
Letra e música: Tradicional (Paul do Mar, Calheta, Madeira) Informante: Maria Lucília Abreu Gouveia Recolha: Xarabanda (1982) Intérprete: Xarabanda (in CD “Cantigas ao Menino Jesus: Natal Tradicional Madeirense”, Associação Musical e Cultural Xarabanda, 2002)
Ó meu Menino Jesus
Ó meu Menino Jesus Dizei-me que Noite é esta. Hoje é Noite de Natal E amanhã Dia de Festa. I Tocam os sinos em Belém Vamos todos a correr Vamos ver o Deus Menino Que acabou de nascer. II Entrai pastorinhos, Por este portão sagrado, Vamos ver o Deus Menino Que está numas palhinhas deitado. III Menino Jesus Ditoso é quem vos ama. Quem toma amor com Jesus Não dorme amanhã na cama.
I Nossa Senhora faz meias, Com linha feita de luz, O novelo é lua cheia, As meias são para Jesus. II As meias são para Jesus, A linha é feita do alto. Para quem fazia ela as meias Se Cristo anda descalço? III Não chores mais Meu Menino Que a mãezinha logo vem Foi lavar os cueirinhos À fontinha de Belém.114
I Ó Meu Menino Jesus Que é dos vossos sapatinhos? Esqueci-me na ribeira Onde lavei os pezinhos. II Correi pastorinhos Vamos a Belém Beijar o Menino Que a Virgem tem.
Oh! Duas falas deu Maria
[ Oração ao Menino Jesus ]
Oh! Duas falas deu Maria, Meu Menino Jesus, Quando nasceu Menino: «Oh! Vem-te cá, meu bago d’oiro, Meu Menino Jesus, Meu sacramento divino!»
Oh! Cantigas cantavam-me já, Meu Menino Jesus, Quando embalava Jesus: «Calai-Vos, meu filho, não chores, Meu Menino Jesus, Que haverás de morrer na cruz!»
Oh! Menino, vamos ao Céu, Meu Menino Jesus, Numa escadinha de prata! Oh! Visitai Jesus Menino, Meu Menino Jesus, Menino Jesus da lapa!
Oh! Menino, vamos ao Céu, Meu Menino Jesus, Numa escadinha de oiro! O Vosso poder é tão grande, Meu Menino Jesus, Governai o mundo todo!
Oh! Ai ó lari la lai la! Oh! Ai ó lari ló ló! Oh! Ai ó lari la lai la! Oh! Ai ó lari ló ló! Oh! Ai ó lari la lai la! Oh! Ai ó lari ló ló! Oh! Ai ó lari la lai la! Oh! Ai ó lari ló ló! Oh! Ai ó lari la lai la! Oh! Ai ó lari ló ló!
Letra e música: Tradicional (Ribeira Seca, Machico, Madeira) Informantes: Maria José Ferreira Clemente, Cristina Ferreira Clemente, Serafina Ferreira Clemente, Rosa Marques Recolha: António Aragão e Artur Andrade (1970) Arquivo: DRAC (Direcção-Regional dos Assuntos Culturais) Intérprete: Xarabanda (in CD “Cantigas ao Menino Jesus: Natal Tradicional Madeirense”, Associação Musical e Cultural Xarabanda, 2002)
Reciclanda
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração), realiza oficinas de música durante o ano letivo e dinamiza atividades em colónias de férias. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Misericórdias, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.
Contacte-nos:
António José Ferreira 962 942 759
Pastorinhos do Deserto
Pastorinhos do deserto, Correi todos a Belém Adorar o Deus-Menino Nos braços da Virgem mãe!
Os anjos primeiro pegam No Menino Deus nascido: Não deixais cair no chão Em seus braços entretido!
Depois a Virgem Maria Nos seus braços o recebe; Como mãe, lhe beija a face Mais alva que a pura neve!
Foste nascer numa gruta, Ó grande Rei das nações!… Vinde derreter a frieza Dos nossos duros corações!
Estas águas cristalinas Vão direitas parar ao mar… Vou lavar as minhas mãos Para no Menino pegar.
Letra e música: Tradicional (Ribeira Seca, Machico, Madeira) Informantes: Maria José Ferreira Clemente, Cristina Ferreira Clemente, Serafina Ferreira Clemente e Rosa Marques Recolha: António Aragão e Artur Andrade (1970) Arquivo: DRAC (Direcção-Regional dos Assuntos Culturais) Intérprete: Xarabanda (in CD “Cantigas ao Menino Jesus: Natal Tradicional Madeirense”, Associação Musical e Cultural Xarabanda, 2002)
Vinde já
I Vinde já, meu Deus Menino, Nascer no meu coração, Tomai dele inteira posse, Tomai-o na vossa mão. II Meia noite já é dada Prazer santo respiremos Em honra ao Filho da Virgem Alegres hinos cantemos. III Do varão nasceu a vara Da vara nasceu a flor, Da flor nasceu Maria, De Maria o Redentor. IV Pastorinhos do deserto Correi todos, ide ver A pobreza da lapinha Onde Cristo quis nascer.