Canções dos sentidos

Danças Ocultas

Ai que ricas orelhinhas!

Na verdade
Odeias e destróis
Tão certo de uma vã verdade
Que constróis

Na verdade
Amas a quem matou
Tão firme numa crença
Que alguém inventou

A verdade é bonita é
Quando nua então é que é linda
Sinuosos os contornos
Irresistivelmente doces
E pecaminosos

Na verdade
Não tens por que saber
Não tens por que pensar
Não tens por que querer

Na verdade
Não tens por que sentir
Não tens por que amar
Não tens por que sorrir

A verdade é bonita é
Quando nua então é que é linda
Sinuosos os contornos
Irresistivelmente doces
E pecaminosos

Mas que ricas orelhinhas que tu tens
Tão lindas como a verdade que deténs
Redondinhas
Tão perfeitas que mais parecem conchinhas
Delicadas e tão bem torneadinhas
Dá vontade de trincá-las, tão fofinhas

Ai que ricas orelhinhas que tu tens
Tão lindas como a verdade que deténs
São de BURRO!!!
Asininas e muito pouco garbosas
Não te tiro que ao menos são vistosas
Bem compridas, felpudinhas e mimosas
Ai que ricas orelhinhas!

A verdade tem mil caras e mil crenças
É volátil, é mutante
Evapora-se no ar

E condensa-se em gotículas escuras
No espelho dos interesses
De quem manda ou quer mandar

A verdade é bonita é
Quando nua então é que é linda
Sinuosos os contornos
Irresistivelmente doces
E pecaminosos

Mas que ricas orelhinhas que tu tens
Tão lindas como a verdade que deténs
Redondinhas
Tão perfeitas que mais parecem conchinhas
Delicadas e tão bem torneadinhas
Dá vontade de trincá-las, tão fofinhas

Ai que ricas orelhinhas que tu tens
Tão lindas como a verdade que deténs
São de BURRO!!!
Asininas e muito pouco garbosas
Não te tiro que ao menos são vistosas
Bem compridas, felpudinhas e mimosas
Ai que ricas orelhinhas!

A verdade é bonita é
Quando nua então é que é linda
Sinuosos os contornos
Irresistivelmente doces
E pecaminosos

A verdade é bonita é
Quando nua então é que é linda
Sinuosos os contornos
Irresistivelmente doces
E pecaminosos

Letra e música: Manuel Maio
Intérprete: A Presença das Formigas (in CD “Pé de Vento”, A Presença das Formigas/Careto/XMusic, 2014)

A presença das formigas

A presença das formigas

Não quero cantar amores

[ Garras dos Sentidos ]

Não quero cantar amores.
Amores são passos perdidos,
São frios raios solares,
Verdes garras dos sentidos.

São cavalos corredores
Com asas de ferro e chumbo,
Caídos nas águas fundas.
Não quero cantar amores.

Paraísos proibidos,
Contentamentos injustos,
Feliz adversidade,
Amores são passos perdidos.

São demência dos olhares,
Alegre festa de pranto;
São furor obediente,
São frios raios solares.

Da má sorte defendidos,
Os homens de bom juízo
Têm nas mãos prodigiosas
Verdes garras dos sentidos.

Não quero cantar amores
Nem falar dos seus motivos.

Poema: Agustina Bessa-Luís
Música: Popular (Fado Menor)
Arranjos: Ricardo J. Dias
Intérprete: Mísia (in CD “Garras dos Sentidos”, Erato, 1998)

Agustina Bessa-Luís
Agustina Bessa-Luís

Um amor feliz

[ O Teu Olhar ]

Um amor feliz
Pode não brilhar
Porque não ouviu
O segredo mais bonito que ele pode revelar
Na voz do coração
Que bateu em mim
Ou em ti, não sei

Foi no teu olhar
Que aprendi a ver
O amor é só
O segredo mais bonito que alguém me pode contar
E só se vai cumprir
Quando o meu olhar
Encontrar o teu

Vou contá-lo ao céu
Vou dizê-lo ao mar
Não o conto a mais ninguém
Depois vou dormir
P’ra poder lembrar
Os segredos mais bonitos que o teu nome tem

Vou contá-lo ao céu
Vou dizê-lo ao mar
Não o conto a mais ninguém
Depois vou dormir
P’ra poder lembrar
Os segredos mais bonitos que o teu nome tem

Sei que viajar
Não é só partir
É também saber
O segredo mais bonito que eu te poderei contar
Em mim se vai cumprir
Quando o teu olhar
Encontrar o meu

Letra: Tiago Torres da Silva
Música: Danças Ocultas
Intérprete: Danças Ocultas com Carminho (in CD “Dentro Desse Mar”, Danças Ocultas/Sony Music, 2018)

Danças Ocultas
Danças Ocultas
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