Canções de flores

Rosa

Canções de flores

Letras

De fragâncias feiticeiras

[ Canção perfumada ]

[ Manjerico: ]

De fragrâncias feiticeiras,
este aroma que há em mim
é p’ra carícias ligeiras,
para dedos de cetim.

Manjerico – eu sou assim,
eu sou flor que se não cheira,
mas perfuma a noite inteira;
Sou mais doce que o jasmim.

Dá-me um afago de mão
e depois acaricia
quem mais queiras, e confia
que eu lhe aqueço o coração.

[ Jasmim: ]

Não sei se vivo se é sonho,
tem brilho doce de estrela,
tem luz e cor e eu componho
a minh’alma só por ela.

Algo entre brisa e perfume
passa tão perto de mim:
é coisa entre flor e lume,
um improvável jasmim.

Não sei se vivo se é sonho,
tem brilho doce de estrela,
tem luz e cor e eu componho
a minh’alma só por ela.

Algo entre brisa e perfume
passa tão perto de mim:
é coisa entre flor e lume,
um improvável jasmim.

Letra: Afonso Dias (“Manjerico”) e Maria da Conceição Silveira (“Jasmim”)
Música: Afonso Dias
Intérprete: Afonso Dias com Teresa Silva (in CD “Andanças & Cantorias”, Bons Ofícios – Associação Cultural, 2016)

De rosa branca ao peito

[ Rosa Branca ]

De Rosa ao peito na roda
Eu bailei com quem calhou
Tantas voltas dei bailando
Que a rosa se desfolhou

Quem tem, quem tem
Amor a seu jeito
Colha a rosa branca
Ponha a rosa ao peito

Ó roseira, roseirinha
Roseira do meu jardim
Se de rosas gostas tanto
Porque não gostas de mim?

Autores: José de Jesus Guimarães/Resende Dias
Intérprete: Mariza

Dizer-te namorada

[ Teu Nome Simplesmente ]

Dizer-te namorada será pouco,
Chamar-te companheira não me basta;
Quisera dar-te um nome bem mais louco
Porque a palavra amante já está gasta.

Teu nome é um sorriso na manhã,
Uma rima de sol na minha mão,
Que sabe a Primavera e a romã
Com travo de hortelã e de limão.

Quisera amor-perfeito, minha amiga,
Chamar-te verde nome: Alecrim!
Mas tu, além de flor, és a cantiga
No chão deste poema que há em mim.

Assim eu gasto os dias à procura
De um nome que não seja feito à toa,
E com palavras gastas de ternura
Chamo-te, simplesmente, só Lisboa!

Letra: Mário Rainho
Música: José Fontes Rocha
Intérprete: Joana Amendoeira (in CD “Amor Mais Perfeito: Tributo a José Fontes Rocha”, CNM, 2012)
Versão original: Maria Armanda (in LP/CD “Simplesmente”, Discossete, 1991)

Maria Armanda, Simplesmente
Maria Armanda, Simplesmente

Eu vi a buganvília

[ Buganvília ]

Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
Eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã

Eu vi a buganvília de noite junto ao lago
a molhar o seu sorriso
Sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido

Eu vi a buganvília a fazer do teu vermelho
um bordado marinheiro
Quando encontras o sol no branco da cal
te pões de amarelo

Quando encontras o sol no branco da cal…

Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
Eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã

Eu vi a buganvília de noite junto ao lago
a molhar o seu sorriso
Sonhara que morrera nos ramos da buganvília
nos tons do seu vestido

Eu vi a buganvília a fazer do teu vermelho
um bordado marinheiro
Quando encontras o sol no branco da cal
te pões de amarelo

Eu vi a buganvília a dançar na ventania
a trepar numa janela
Eu vi a buganvília entre o acender da lua
e o encanto da manhã

Letra e música: João Afonso Lima
Intérprete: João Afonso com Mafalda Serrano (in CD “Missangas”, Mercury/Polygram, 1997, reed. Universal Music, 2017)

Reciclanda

Reciclanda

O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.

Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e a qualidade de vida dos idosos.

Contacte-nos:

António José Ferreira
962 942 759

Muito bem parece

[Moda:]

Muito bem parece
Raminho de flores
Gravado no peito,
Gravado no peito
Dos trabalhadores.

Dos trabalhadores,
Dos oficiais…
No meu lindo amor,
No meu lindo amor
Inda brilha mais.

[Cantiga:]

Algum dia eu era,
Agora já não,
Da tua roseira,
Da tua roseira
O melhor botão.

[Moda:]

Muito bem parece
Raminho de flores
Gravado no peito,
Gravado no peito
Dos trabalhadores.

Dos trabalhadores,
Dos oficiais…
No meu lindo amor,
No meu lindo amor
Inda brilha mais.

Letra e música: Popular (Alentejo)
Intérprete: Grupo Coral “Os Ganhões de Castro Verde”* (in CD “Modas”, Robi Droli, 1994; Livro/2CD “Terra: Antologia 1972-2006”: CD 1, Associação de Cante Alentejano “Os Ganhões”, 2006)

Na mesma campa nasceram

[ Lenda das Rosas ]

Na mesma campa nasceram
Duas roseiras a par;
Conforme o vento as movia,
Iam-se as rosas beijar.

Deu uma rosas vermelhas,
Desse vermelho que os sábios
Dizem ser a cor dos lábios
Onde o amor põe centelhas;
Da outra, gentis parelhas
De rosas brancas vieram;
Só nisso diferentes eram,
Nada mais as diferençou:
A mesma seiva as criou,
Na mesma campa nasceram.

Dizem contos magoados
Que aquele triste coval
Fora leito nupcial
De dois jovens namorados,
Que no amor contrariados
Ali se foram finar,
E continuaram a amar
Lá no Além, todavia:
E por isso ali havia
Duas roseiras a par.

A lenda simples, singela,
Conta mais: que as rosas brancas
Eram as mãos puras, francas,
Da desditosa donzela;
E ao querer beijar as mãos dela,
Como na vida o fazia,
A boca dele se abria
Em rosas de rubra cor
E segredavam o amor,
Conforme o vento as movia.

Quando as crianças passavam
Junto à linda sepultura,
Toda a gente afirma e jura
Que as rosas brancas coravam
E as vermelhas se fechavam
Para ninguém lhes tocar;
Mas que, alta noite, ao luar,
Entre um séquito de goivos,
Tal qual os lábios dos noivos,
Iam-se as rosas beijar.

Letra: João Linhares Barbosa
Música: Popular e Maria Teresa de Noronha (Fado da Horas)
Arranjo: José Pracana
Intérprete: José Pracana (in EP “Lenda das Rosas”, Parlophone/VC, 1972; 2CD “Biografia do Fado”: CD 2, EMI-VC, 1994)

Sete dias da semana

Sete dias da semana
Vou mandá-los dividir
Com cantigas de amor,
Menina, se queres ouvir.

A segunda é pelo trevo
Que nasce pelo chão
Também o meu amor nasce
Da raiz do coração.

A terça-feira é pela rosa
Que nasce na Primavera
Desejava eu saber
A tua intenção qual era.

Quarta-feira é pela água
Que rega a bela verdura
Também rega esses teus olhos
Que têm tanta formosura.

Quinta-feira é pela perpétua
Que dá flor excelente
Falo bem ao meu amor
Às vezes também me mente.

Sexta é pelo alecrim
Carregadinho de flor
Dentro do meu coração
Não existe outro amor.

Sábado é pelo cravo
Que dá flor encarnada
Eu só queria um beijinho
E não queria mais nada.

Tradicional da Madeira, com adaptações

Rosa
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