Canções de esperança
Anda Comigo, Vou Falar de Esperança
Anda comigo, vou falar de esperança
da vida que ainda agora principia
Perde essa amarga e vã desconfiança
toma a minha mão de amigo – e confia
Anda comigo, eu canto as tuas dores
sou mais poeta sendo teu irmão
Nesta densa floresta sem flores
o sangue e a alma são o mesmo pão
Anda comigo, além na clareira
há uma fonte para matar a sede
A água é pura, livre, não se mede
e corre simples para quem a queira
Anda comigo, vou falar de esperança
Anda comigo fazer a sementeira
Poema: João Apolinário
Música: Manuel Lima Brummon
Intérprete: Tereza Tarouca (in LP “Portugal Triste”, Alvorada/Rádio Triunfo, 1980; CD “Tereza Tarouca”, col. O Melhor dos Melhores, vol. 32, Movieplay, 1994; CD “Álbum de Recordações”, Alma do Fado/Home Company, 2006; CD “Tereza Tarouca”, col. Fado Alma Lusitana III, vol. 3, Levoir / Correio da Manhã, 2014)
Não penses que ando
[ A Melhor Solução ]
Não penses que ando p’ra aí triste, amargurado
Desnorteado ao falar do teu sorriso
É um engano pois até ando animado
Bem-humorado, que eu bem preciso
Fica a saber que ainda não perdi a esperança
E só alcança quem insiste e acredita
Sei que depois da tempestade vem bonança
E só avança quem não hesita
Eu sei que o mundo vai rodar e muitas voltas há-de dar
E a nossa história vai voltar p’ra o seu lugar
Na tua rua eu fico sempre com um sorriso
Mesmo que eu já não toque à tua campainha
Porque eu sei bem que sei aquilo que é preciso
P’ra ter de volta tudo aquilo que eu tinha
Mesmo que eu já não toque à tua campainha
Eu tenho a chave para a tua confusão
Podes dar voltas e mais voltas à vidinha
P’ra o teu problema eu sou a melhor solução
Podes dar voltas e mais voltas à vidinha
P’ra o teu problema eu sou a melhor solução
Não penses que eu ando a espreitar a tua vida
Perguntar coisas sobre ti a toda a gente
Levo os meus dias de forma descontraída
Desinibida e sorridente
Não fico triste por lembrar a nossa história
Porque a memória traz-me sempre felicidade
Saber o quanto foi bom já é uma vitória
E é bem notória esta vontade
E o mundo vai rodopiar com tanta volta que há p’ra dar
E a tua rua não se muda de lugar
Na tua rua eu fico sempre com um sorriso
Mesmo que eu já não toque à tua campainha
Porque eu sei bem que sei aquilo que é preciso
P’ra ter de volta tudo aquilo que eu tinha
Mesmo que eu já não toque à tua campainha
Eu tenho a chave para a tua confusão
Podes dar voltas e mais voltas à vidinha
P’ra o teu problema eu sou a melhor solução
Podes dar voltas e mais voltas à vidinha
P’ra o teu problema eu sou a melhor solução
Letra e música: Sebastião Antunes
Arranjo: Sebastião Antunes
Intérprete: Sebastião Antunes com Ana Laíns (in CD “Singular”, Sebastião Antunes & Quadrilha/Alain Vachier Music Editions, 2017)
Nem mal que sempre dure
A solidão espalhada p’los penedos
Embrulha a alma em folhas de saudade
A noite acorda o sabor dos segredos
E traz nos dedos a cor da vontade
E só a voz da Lua é que me amansa
E me adormece ao canto da gaivota
No fim do mundo o tempo quebra a dança
E o vento lança aromas de outra rota
O Sol acalma como um grão de areia
E dorme enquanto espera a madrugada
Em cada noite escura há uma candeia
Em cada ceia há uma fome adiada
Em cada grito há uma voz calada
Encruzilhada p’lo meio do caminho
Em cada sono há uma alma acordada
Desnorteada como um burburinho
Ouvi dizer o povo e o povo bem o sabe:
“Nem mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.”
Mal amanhece o horizonte espreita
Enquanto espera pelo raiar do dia
Já se adivinha o calor que se ajeita
E o chão aceita o fim da noite fria
Rir da tristeza, chorar da alegria
Abrir caminhos como um peregrino
Deixar que a vida traga outro dia
Fazer folia a meias com o destino
Ouvi dizer o povo e o povo bem o sabe:
“Nem mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.”
Nem Mal Que Sempre Dure, Nem Bem Que Nunca se Acabe
Letra e música: Sebastião Antunes
Intérprete: Sebastião Antunes & Quadrilha com Carlos Moisés (in CD “Perguntei ao Tempo”, Sebastião Antunes/Alain Vachier Music Editions, 2019)
Versão original: Quadrilha (in CD “A Cor da Vontade”, Vachier & Associados, 2003)
Outra versão: Quadrilha (in CD “Deixa Que Aconteça: Ao Vivo”, Vachier & Associados/Ovação, 2006)