Canções de adeus
Disse-te adeus e morri
Letra: Vasco de Lima Couto
Música: José António Sabrosa
Intérprete: Cristina Branco (in CD “Corpo Iluminado”, Universal, 2001)
Versão original: Amália Rodrigues (in “Vou Dar de Beber à Dor”, Columbia/VC, 1969; reed. EMI-VC, 1992)
Disse-te adeus e morri
E o cais vazio de ti
Aceitou novas marés.
Gritos de búzios perdidos,
Roubaram dos meus sentidos,
A gaivota que tu és.
Gaivota de asas paradas,
Que não sente as madrugadas
E acorda à noite a chorar.
Gaivota que faz o ninho
Porque perdeu o caminho
Onde aprendeu a sonhar.
Preso no ventre do mar
O meu triste respirar
Sofre a invenção das horas.
Pois, na ausência que deixaste,
Meu amor, como ficaste?
Meu amor, como demoras!
Preso no ventre do mar
O meu triste respirar
Sofre a invenção das horas.
Pois, na ausência que deixaste,
Meu amor, como ficaste?
Meu amor, como demoras!
Disse-te adeus
Letra: Manuela de Freitas
Música: Frederico de Brito (Fados dos Sonhos)
Intérprete: Camané (in CD “Uma Noite de Fados”, EMI-VC, 1995)
Disse-te adeus, não me lembro
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada
A rua estava deserta
E até a lua discreta
Fingiu que não deu por nada
Sorrimos à despedida
Como quem sabe que a vida
É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontrámos
E nunca mais perguntámos
Um p’lo outro a ninguém
Que memória ou que saudade
Contará toda a verdade
Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes
Gostei desse amor
[ Disse-te Adeus e Sorri ]
Gostei desse amor, fui pedra!
Fui um vento de revolta…
Amei sem fronteira, fui serra!
Fui montanha que se acorda…
Muralhas de amor e de saudade
São rios de beijo e de vontade;
Adeus ao sorrir, não morro,
Sofro apenas a minha verdade…
Foi nesse adeus,
De corpo alado:
Beijos tão meus
Fogem em meu fado!
Será teu adeus verdade?
Ou será apenas lenda?
Sou eu quem te digo:
Saudade num caminho sem legenda!…
Vestiste teu manto de seda
Num vento de leda ansiedade;
Certezas não há quem tenha,
Só sei que este amor é verdade!…
Foi nesse adeus,
De corpo alado:
Beijos tão meus
Fogem em meu fado!
Se nada disseste,
Eu nada te disse;
Foi porque quiseste
Este fim tão triste!…
Foi nesse adeus,
De corpo alado:
Beijos tão meus
Fogem em meu fado!
Se nada disseste,
Eu nada te disse;
Foi porque quiseste
Este fim tão triste!…
Letra e música: José Flávio Martins
Intérprete: Senhor Vadio (in CD “Cartas de um Marinheiro”, José Flávio Martins/iPlay, 2013)