Canções da Beira Baixa

Jardim do Paço Episcopal, Castelo Branco, Beira Baixa

Canções da (e sobre a) Beira Baixa

Letras

A lua nasceu

[ Canção de Embalar ]

A lua nasceu e cresceu no além,
A noite chegou também;
Meu bebé, vai dormir!
Vai dormir e sonhar!
Deixa a lua subir lá no ar.
Meu bebé, vai dormir!
Vai dormir e sonhar!
Deixa a lua subir lá no ar.

A rôca poisou e largou sem chorar,
Seus olhos vão já fechar;
Nada pode impedir
Que o bebé durma bem,
Nem papão há-de vir nem ninguém.

Tu verás, meu amor,
Como é bom sonhos ter:
Deus te dê os melhores que houver!
Amanhã contarás tudo o que se passar
E depois voltarás a sonhar.

A lua nasceu e cresceu no além,
A noite surgiu também;
Vai dormir, meu amor,
Porque eu velo por ti!
Só aos anjos a lua sorri.
Vai dormir, meu amor,
Porque eu velo por ti!
Só aos anjos a lua sorri.

Tu verás, meu amor,
Como é bom sonhos ter:
Deus te dê os melhores que houver!
Vai dormir, meu amor!
Vai dormir e sonhar!
Deixa a lua subir lá no ar.

Tu verás, meu amor,
Como é bom sonhos ter:
Deus te dê os melhores que houver!
Vai dormir, meu amor!
Vai dormir e sonhar!
Deixa a lua crescer lá no ar.

Amanhã contarás tudo o que se passar
E depois voltarás a sonhar.

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Intérprete: Musicalbi (in CD “Mastiço”, Musicalbi/I Som, 2007; CD “Lado Calmo”, Musicalbi, 2014)

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Cala-te, Menino, Cala!

Cala-te, menino, cala!
Cala-te, menino, cala!
Que a senhora logo vem!
Que a senhora logo vem!
Foi lavar os cueirinhos,
Foi lavar os cueirinhos,
Ao chafariz de Belém,
Ao chafariz de Belém.

Ó, ó, ó, ó, ó, menino, ó!

Cala-te, menino, cala!
Cala-te, menino, cala!
Cala-te e torna a calar!
Cala-te e torna a calar!
Eu tenho muito que fazer,
Eu tenho muito que fazer,
Não te posso embalar,
Não te posso embalar.

Cala-te, menino, cala!
Cala-te, menino, cala!
Cala-te e torna a calar!
Cala-te e torna a calar!
Eu tenho muito que fazer,
Eu tenho muito que fazer,
Não te posso embalar,
Não te posso embalar.

Ó, ó, ó, ó, ó, menino, ó!
Ó, ó, ó, ó, ó, menino, ó!

Letra e música: Tradicional (Paul, Covilhã, Beira Baixa)
Recolha: José Alberto Sardinha (“Embalo”, 1981, in “Recolhas Musicais da Tradição Oral Portuguesa: LP 1 – Beira Baixa e Minho”, Contralto – Música Popular, Lda., 1982; “Portugal – Raízes Musicais”: CD 4 – Beira Baixa e Beira Trasmontana, BMG/JN, 1997)
Intérprete: O Baú* (in CD “Achega-te”, O Baú, 2012)

O Baú

Cravo roxo à janela

Cravo roxo à janela
É sinal de casamento
Menina recolha o cravo, ó ai
Que o casar ainda tem tempo
Cravo roxo ama, ama
Ó jasmim adora, adora
Rosa branca brumelhinha, ó ai
Se tens pena chora, chora
Cravo roxo sentimento
Que eu bem sentida estou
Por amar quem me não ama, ó ai
Querer bem a quem me deixou
Tenho à minha janela
O que tu não tens à tua
Cravo roxo salpicado, ó ai
Que dá cheiro a toda a rua

Letra e música: Popular (Beira Baixa)
Arranjo: António Prata
Intérprete: Ronda dos Quatro Caminhos / Coro Polifónico Eborae Musica / Adufeiras de Monsanto / Coral Guadiana de Mértola (in CD “Sulitânia”, Ocarina, 2007)

Ronda dos Quatro Caminhos, Sulitânia

Era ainda pequenino

Era ainda pequenino
Acabado de nascer
Inda mal abria os olhos
Já era para te ver

Acabado de nascer
Quando eu já for velhinho
Acabado de morrer
Olha bem para os meus olhos

Sem vida são p’ra te ver
Acabados de morrer
Era ainda pequenino
Acabado de nascer

Inda mal abria os olhos
Já era para te ver
Acabado de nascer

Letra e música: Popular (Beira Baixa)
Intérprete: Adriano Correia de Oliveira (in “Cantigas Portuguesas”, Orfeu, 1980; “Obra Completa”, Movieplay, 1994, 2007)

Reciclanda

Reciclanda

O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.

Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração), realiza oficinas de música durante o ano letivo e dinamiza atividades em colónias de férias. Municípios, Escolas, Agrupamentos, Colégios, Festivais, Bibliotecas, CERCI, Centros de Formação, Misericórdias, Centros de Relação Comunitária, podem contratar serviços Reciclanda.

Contacte-nos:

António José Ferreira
962 942 759

Esta noite não é noite

[ Moda da Zamburra ]

Esta noite não é noite
não é noite de dormir
nem esta nem a que vem
nem a que está para vir
não é noite de dormir

Pelo mar abaixo
vai um pintassilgo
c’o arado às costas
semeando o trigo

Estas casas não são casas
Estas casas são casinhas
Tantos anos viva o mundo
Como elas têm de pedrinhas

Estas casas são casinhas
Pelo mar abaixo
vai uma cabaça
Se ela leva vinho
leva toda a graça
Pelo mar abaixo
vai um pintassilgo
c’o arado às costas
semeando o trigo

Ó Entrudo, ó Entrudo
ó Entrudo chocalheiro
tu não deixas assentar
as mocinhas ao solheiro
ó Entrudo chocalheiro

Pelo mar abaixo
vai um pintassilgo
c’o arado às costas
semeando o trigo

Pelo mar abaixo
vai uma cabaça
Se ela leva vinho
leva toda a graça

Letra e música: Popular (Concelho de Castelo Branco, Beira Baixa)
Arranjo: Aurélio Malva
Intérprete: Brigada Victor Jara (in CD “Danças e Folias”, Farol, 1995)

Brigada Victor Jara, Danças e Folias

Estava a velha no seu lugar

[ A Velha a Fiar (Lengalenga) ]

Estava a velha no seu lugar
Veio a mosca chatear
A mosca na velha, a velha a fiar
Estava a mosca no seu lugar
Veio a aranha chatear
A aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar
Estava a aranha no seu lugar
Veio o rato chatear
O rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar
Estava o rato no seu lugar
Veio o gato chatear
O gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar
Estava o gato no seu lugar
Veio o cão chatear
O cão no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar
Estava o cão no seu lugar
Veio o homem chatear
O homem no cão, o cão no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar
Estava o homem no seu lugar
Veio a morte chatear
A morte no homem, o homem no cão, o cão no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha, a velha a fiar

Letra e música: Tradicional (Proença-a-Nova, Beira Baixa)
Recolha: José Alberto Sardinha (1989, in “Portugal – Raízes Musicais”: CD 4 – “Beira Baixa e Beira Trasmontana”, BMG/JN, 1997)
Arranjo: Velha Gaiteira
Intérprete: Velha Gaiteira (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão discográfica de Velha Gaiteira, com Grupo de Percussão da Escola Cidade de Castelo Branco (vozes) (in CD “Velha Gaiteira”, Velha Gaiteira/Ferradura, 2010)

Eu venho de marcelada

[ Marcelada ]

Eu venho de marcelada.

Eu venho de marcelada,
Venho de colher marcela,
Lá dos campos do castelo,
Daquela mais amarela.
Venho de marcelada.

Eu venho de marcelada,
Venho de colher uma flor,
Lá dos campos do castelo,
Para dar ao meu amor.
Venho de marcelada.

Eu venho de marcelada,
Venho de colher um cravo,
Lá das bandas do castelo,
Para dar ao namorado.
Venho de marcelada.

Eu venho de marcelada,
Venho de colher marcela,
Lá dos campos do castelo,
Daquela mais amarela.
Venho de marcelada.

Eu venho de marcelada,
Venho de colher uma flor,
Lá dos campos do castelo,
Para dar ao meu amor.
Venho de marcelada.

Eu venho de marcelada,
Venho de colher um cravo,
Lá das bandas do castelo,
Para dar ao namorado.
Venho de marcelada.

Letra e música: Tradicional (Monsanto, Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Recolha: Hubert de Fraysseix
Intérprete: Musicalbi* (in CD “Adufando: Sinais da Beira Baixa”, Musicalbi, 2012)

Eu venho de aqui

[ Debaixo da Laranjeira ]

Eu venho de aqui, de aqui
Eu venho de aqui, de além
Debaixo da laranjeira, ó ai
Muita laranja apanhei
Muita laranja apanhei
Uma verde outra amarela
Debaixo da laranjeira, ó ai
Namorei uma donzela
Namorei uma donzela
Namorei o meu amor
Debaixo da laranjeira, ó ai
Nem chove nem faz calor
Nem chove nem faz calor
Ó que vento tão fresquinho
Debaixo da laranjeira, ó ai
Meu amor deu-me um beijinho
Meu amor deu-me um beijinho
E um abraço apertado
Debaixo da laranjeira, ó ai
Saímos de lá casados
Saímos de lá casados
De dia e a toda a hora
Debaixo da laranjeira, ó ai
Meu amor, vamos embora

Letra e música: Popular (Beira Baixa)
Arranjo: Pedro Pitta Groz
Intérprete: Ronda dos Quatro Caminhos / Adufeiras de Monsanto (in CD “Sulitânia”, Ocarina, 2007)

Florinda, vem à Janela!

— «Florinda, vem à janela
Que eu quero falar contigo!
Se tu não vens à janela
Dou um tiro no ouvido!

Dou um tiro no ouvido,
Dou um tiro no coração!»
— «Ó minha mãe, venha ver
O Mário morto no chão!»

— «Que fizeste tu, Florinda,
Para se o Mário matar?»
— «Eu pedi-lhe as minhas cartas
Para o namoro acabar.»

No dia do funeral
Tudo foi a acompanhar,
Só a mãe da Florindinha
Ficou em casa a chorar.

— «Tira o luto, ó Florinda,
Que o luto não te diz bem!
Se quisesses bem ao Mário
Matavas-te a ti também.»

Da janela do meu quarto
Vejo a pedra ensanguentada
Onde o Mário se matou
Por causa da namorada.

Da janela do meu quarto
Vejo as portas do cemitério
Onde o Mário está dormindo
O seu soninho eterno.

Letra e música: Tradicional (Zebreira, Idanha-a-Nova)
Informante: Maria Luísa Roseiro
Recolha: César Prata
Intérpretes: Ariel Ninas & César Prata (in CD “Cantos de Cego da Galiza e Portugal”, aCentral Folque, 2016)
Primeira versão: César Prata (in CD “Canções de Cordel”, Teatro Municipal da Guarda, 2010)

Fui um ano às vindimas

[ Vindimas ]

Fui um ano às vindimas,
Pagaram-me a trinta reis;
Dei um vintém ao barqueiro,
Ai, fui p’ra casa com dez reis.

Foram todos à vindima,
Foram todos vindimar;
As uvas foram p’ró cesto,
Do cesto para o lagar.

Não se me dá que vindimem
Vinhas que eu já vindimei;
Não se me dá que outros logrem
Amores que eu rejeitei.
Não se me dá que outros logrem
Amores que eu rejeitei.

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Intérprete: Velha Gaiteira

Hei-de cercar a Idanha

[ Moda das Sachas ]

Hei-de cercar a Idanha
Com muitas peças de fita;
À porta do meu amor
Hei-de pôr a mais bonita.

As armas do meu adufe
São de pau de laranjeira;
Quem houver de tocar nele
Há-de ter a mão ligeira.

Todos os males se curam
Com remédios da botica;
Só as saudades não saram:
Quem as tem com elas fica.

As armas do meu adufe
São de pau de laranjeira;
Quem houver de tocar nele
Há-de ter a mão ligeira.

O Sol quando se quer pôr
Anda de ramo em ramo:
Alegria de nós todos,
Tristeza do nosso amo.

As armas do meu adufe
São de pau de laranjeira;
Quem houver de tocar nele
Há-de ter a mão ligeira.

Letra e música: Tradicional (Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Arranjo: Musicalbi
Intérprete: Musicalbi (in CD “Adufando: Sinais da Beira Baixa”, Musicalbi, 2012)

Musicalbi
Musicalbi

Indo eu d’aqui tão longe

[ Canção de Romaria ]

Indo eu d’aqui tão longe,
Sem pôr os pés na calçada,
Venho dar os parabéns
À senhora esposada.

Venho dar os parabéns
À senhora esposada;
Indo eu d’aqui tão longe
Sem pôr os pés na calçada.

Lá em cima ao altar-mor
Aqui treme o coração,
Quando o senhor vigário diz:
“Ponha aqui a sua mão!”

Quando o senhor vigário diz:
“Ponha aqui a sua mão!”
Lá em cima ao altar-mor
Aqui treme o coração.

Já não tenho coração,
Já mo tiraram do peito;
No lugar do coração
Nasceu-me um amor-perfeito.

No lugar do coração
Nasceu-me um amor-perfeito;
Já não tenho coração,
Já mo tiraram do peito.

Letra e música: Popular (Beira Baixa)
Arranjo: António Prata
Intérprete: Ronda dos Quatro Caminhos (in 2CD “Alçude”: CD1, Ovação, 2001)
Primeira versão da Ronda dos Quatro Caminhos (in LP/CD “Romarias”, Ovação, 1991)

Já são horas da merenda

(canção de ceifa)

Já são horas da merenda;
Ai, vamo-nos a merendar
Gaspachinho com vinagre,
Ai, para o peito refrescar!

Já se vai o Sol a pôr
Ai, para trás do cabecinho;
Bem quisera o nosso amo
Ai, prendê-lo c’um baracinho.

Já são horas da merenda;
Ai, vamo-nos a merendar
Gaspachinho com vinagre,
Ai, para o peito refrescar!

Já se vai o Sol a pôr
Ai, para trás do cabecinho;
Bem quisera o nosso amo
Ai, prendê-lo c’um baracinho.

Letra e música: Tradicional (Malpica, Castelo Branco, Beira Baixa)
Recolha: José Diogo Correia (in “Cantares de Malpica”, Lisboa: Tip. Henrique Torres, 1938; “A Canção Popular Portuguesa”, de Fernando Lopes Graça, Lisboa: Publicações Europa-América, Colecção Saber, n.º 23, 1953 – p. 65, 3.ª edição, Colecção Saber, n.º 23, Mem Martins: Publicações Europa-América, s/d. – p. 63)
Intérprete: Macadame (in Livro/CD “Firmamento”, Macadame, 2016)

Lá virá Sábado d’Aleluia

[ Sábado d’Aleluia ]

Lá virá Sábado d’Aleluia,
Guitarras não faltarão:
Vêm do fundo da rua
A cantar ao S. João.

Rua abaixo, rua acima,
Toda a gente me quer bem;
Só a mãe do meu amor…
Não sei que raiva me tem.

Quem canta nem males espanta,
Quem ama não quer amar,
Quem sabe não quer saber,
Quem ama sabe encantar.

Lá virá Sábado d’Aleluia,
Guitarras não faltarão:
Vêm do fundo da rua
A cantar ao S. João.

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Adaptação: José Barros
Arranjo: José Manuel David e José Barros
Intérprete: Navegante (in CD “Meu Bem, Meu Mal”, Tradisom/Iplay, 2008)

Lava, lava, lavadeira

[ Bate Lavadeira ]

Lava, lava, lavadeira
Na Ribeira do Paul!
Põe a roupinha a brilhar
Como oiro sobre azul!

Na Ribeira do Paul,
Encanto das raparigas
Que desfiam, quando lavam,
Seu rosário de cantigas.

Letra e música: Tradicional (Paul, Covilhã, Beira Baixa)
Arranjo: Velha Gaiteira
Intérprete: Velha Gaiteira* com Ti Zita (in CD “Velha Gaiteira”, Velha Gaiteira/Ferradura, 2010)

Loureiro, verde loureiro

Loureiro, verde loureiro,
Loureiro, assim, assim;
Engaste uma donzela:
Casa com ela, ó Joaquim!

Loureiro, verde loureiro,
Loureiro, assim, assim; (bis)
Engaste uma donzela:
Casa com ela, ó Joaquim! (bis)

Casar com ela, não caso
Que ela de mim não faz conta! (bis)
Loureiro, verde loureiro,
Seco no meio, verde na ponta (bis)

Por mais que o loureiro cresça
Ao céu não há-de chegar; (bis)
Por mais amores que eu tenha
Ai, a ti não te hei-de deixar. (bis)

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Arranjo: Musicalbi
Intérprete: Musicalbi (in CD “Adufando: Sinais da Beira Baixa”, Musicalbi, 2012)

Milho Verde

Milho verde, milho verde,
Ai, milho verde, milho verde;
Ai, milho verde, maçaroca,
Ai, namorei uma… ai, uma cachopa.

Milho verde, milho verde,
Ai, milho verde, milho verde;
Ai, milho verde miudinho,
Ai, namorei um… ai, um rapazinho.

Milho verde, milho verde,
Ai, milho verde, milho verde;
Ai, milho verde, folha larga,
Ai, namorei uma… ai, uma casada.

Mondadeiras do meu milho,
Ai, mondadeiras do meu milho,
Ai, mondai o meu milho bem,
Ai, que a merenda… ela já lá vem.

Milho verde, milho verde,
Ai, milho verde, milho verde;
Ai, milho verde miudinho,
Ai, namorei um… ai, um rapazinho.

Mondadeiras do meu milho,
Ai, mondadeiras do meu milho,
Ai, mondai o meu milho bem,
Ai, que a merenda… ela já lá vem.

Letra e música: Tradicional (Fundão, Beira Baixa)
Intérprete: Musicalbi (in CD “Mastiço”, Musicalbi/I Som, 2007; CD “Lado Calmo”, Musicalbi, 2014)

Musicalbi, Lado Calmo

Minha roda ‘stá parada

[ O Diabo Tocador ]

Minha roda ‘stá parada
Por falta de tocador;
Anda a roda, anda a roda
Que eu já vou, ó meu amor
Minha roda ‘stá parada
Por falta de tocador;
Anda a roda, anda a roda
Que eu já vou, ó meu amor.
Esta água ‘stá parada:

Quem seria que a parou?
Foi a mãe do meu amor
Que esta noite aqui passou.
Ó mar largo, ó mar largo,
Ó mar largo sem ter fundo!
Mais vale andar no mar largo
Que andar nas bocas do mundo.

Letra: Popular
Música: Danças Ocultas (sobre o tema tradicional “Minha Roda ‘stá Parada”, Beira Baixa)
Intérprete: Danças Ocultas & Orquestra Filarmonia das Beiras, com Carminho (in CD “Amplitude”, Danças Ocultas/Uguru/Sony Music, 2016)
Versão original: Danças Ocultas – instrumental (in CD “Tarab”, Numérica, 2009)

Ó entrudo, ó entrudo

[ Moda do Entrudo (1.ª versão) ]

Ó entrudo, ó entrudo
Ó entrudo chocalheiro
Que não deixas assentar
as mocinhas ao solheiro

Eu quero ir para o monte
Eu quero ir para o monte
Que no monte é qu’eu estou bem
Que no monte é qu’eu estou bem
Eu quero ir para o monte
Eu quero ir para o monte
Onde não veja ninguém
Que no monte é qu’eu estou bem

Estas casas são caiadas
Estas casas são caiadas
Quem seria a caiadeira
Quem seria a caiadeira
Foi o noivo mais a noiva
Foi o noivo mais a noiva
Com um ramo de laranjeira
Quem seria a caiadeira

Letra e música: Popular (Malpica, Beira Baixa)
Intérprete: José Afonso (in “Traz Outro Amigo Também”, Orfeu, 1970; reed. Movieplay, 1987)
Outras versões: Teresa Silva Carvalho (in “Ó Rama, Ó Que Linda Rama”, Orfeu, 1977; reed. Movieplay, 1994); Roda Pé (in CD “Cor dos Ventos”, public-art, 2000); Erva de Cheiro (in CD “Que Viva o Zeca: Tributo”, Musicart, 2007)
Versão instrumental: Júlio Pereira (in “Cavaquinho”, Sassetti, 1981; reed. CNM, 1993)

José Afonso, Traz outro amigo também

Ó filho não vás à mina

– Ó filho não vás à mina
Que as minas estão a cair
– Quer elas caiam quer não
Eu às minas quero ir

Não canto por bem cantar
Nem por bem cantar o digo
Eu canto para espalhar
Paixões que trago comigo

– Ó filho não vás à mina
Que as minas estão a cair
– Quer elas caiam quer não
Eu às minas quero ir

Eu não quero nem brincando
Dizer adeus a ninguém
Quem parte leva saudades
Quem fica saudades tem

– Ó filho não vás à mina
Que as minas estão a cair
– Quer elas caiam quer não
Eu às minas quero ir

Letra e música: Popular (Beira Baixa)
Arranjo: Pedro Fragoso
Intérprete: Ronda dos Quatro Caminhos / Coro Polifónico Eborae Musica (in CD “Sulitânia”, Ocarina, 2007)

Ó entrudo, ó entrudo

[ Moda do Entrudo (2.ª versão) ]

Ó entrudo, ó entrudo
Ó entrudo chocalheiro
Ó entrudo chocalheiro
Que não deixas assentar
As mocinhas ao solheiro

Ó entrudo chocalheiro
Estas casas são caiadas
Quem seria a caiadeira
Quem seria a caiadeira
Foi o noivo mais a noiva
Com um ramo de laranjeira
Quem seria a caiadeira
Lá em baixo vai o entrudo
Em farrapos pelo chão
Em farrapos pelo chão
Que comeu um burro morto
Entre o Inverno e o Verão
Em farrapos pelo chão
O entrudo foi à vila
Já não quer de lá sair
Já não quer de lá sair
Caiu dentro de uma pipa
Dá-lhe a mão que quer subir
Já não quer de lá sair
Lá em baixo está o entrudo
De gordo não pode andar
De gordo não pode andar
Que comeu um burro morto
Entre o almoço e o jantar
De gordo não pode andar

Letra e música: Popular (Malpica, Beira Baixa)
Intérprete: Janita Salomé (in “Galinhas do Mato”, de José Afonso, Transmédia, 1985; reed. CNM, 1993)

Ó Linda

[ A canção Raiana Perdida ]

Ó meu amor

[ Tosquia ]

Ó meu amor, se te fores,
Leva-me, podendo ser,
Que eu quero ir acabar
Onde tu fores morrer!

Eu hei-de ir morrer cantando,
Já que chorando nasci,
Já que as glórias deste mundo
Se acabaram para mim.

Letra e música: Tradicional (Fundão, Beira Baixa)
Intérprete: Musicalbi* (in CD “Adufando: Sinais da Beira Baixa”, Musicalbi, 2012)

Ó minha farrapeirinha

[ Farrapeira ]

Ó minha farrapeirinha!
Ó minha troca-farrapos!
Ó meu bem!
Ó minha troca-farrapos!
Tenho uma camisa nova
Toda cheia de buracos.
Larilolela!
Toda cheia de buracos.
Ó minha farrapeirinha!
Ó minha troca-farrapos!

Larilolela, larilolela!
Larilolela, lariloló!

Encontrei a farrapeira
Lá no Alto da Portela.
Ó meu bem!
Lá no Alto da Portela.
A moda da farrapeira
É bonita e gosto dela.
Larilolela!
É bonita e gosto dela.
Encontrei a farrapeira
Lá no Alto da Portela.

Larilolela, larilolela!
Larilolela, lariloló!

Ó minha farrapeirinha!
Ó minha farrapeirela!
Ó meu bem!
Ó minha farrapeirela!
O meu pai é muito rico:
Tem macacos à janela.
Larilolela!
Tem macacos à janela.
Ó minha farrapeirinha!
Ó minha farrapeirela!

Larilolela, larilolela!
Larilolela, lariloló!
Lariloló!

Chamaste-me farrapeira,
Ó meu grande farrapão!
Ó meu bem!
Ó meu grande farrapão!
Farrapeira é você
Mais a sua geração!
Larilolela!
Mais a sua geração!
Chamaste-me farrapeira,
Ó meu grande farrapão!

Lariloló!

Larilolela, larilolela!
Larilolela, larilolela!
Larilolela, larilolela!
Larilolela, larilolela!
Larilolela, larilolela!
Larilolela, larilolela!
Larilolela, larilolela!
Larilolela, larilole…

Letra e música: Tradicional (Paul, Covilhã, Beira Baixa)
Arranjos: Hélio Ribeiro e Tiago Soares
Intérprete: Pé na Terra (in CD “13”, Tempestades e Macaréus, 2010)

Ó ó, São João do meio

[ Manhaninha de São João ]

Ó ó, São João do meio,
Ai hei-de morar noutra rua!
Ainda não tenho casa,
Ai menina, arrende-me a sua!

Manhaninha de São João,
Ao redor da alvorada,
Jesus Cristo se passeia
Ao redor da fonte clara.

Eu hei-de ir ao São João,
Ai hei-de lá ir, se lá for,
Ou a pé ou a cavalo
Ai ou nos braços do amor.

Jesus Cristo se passeia
De volta da fonte clara,
E a água fica benzida
E a fonte fica sagrada.

Eu hei-de ir ao São João,
Ai hei-de lá ir, se lá for,
Ou a pé ou a cavalo
Ai ou nos braços do amor.

Manhaninha de São João,
Manhaninha de São João.

Letra e música: Tradicional (Idanha-a-Nova, Beira Baixa / Moimenta da Raia, Vinhais, Trás-os-Montes)
Intérprete: Segue-me à Capela
Primeira versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD “San’Joanices, Paganices e Outras Coisas de Mulher”, Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)

O que lindos olhos tem

[ Cancioneiro Tradicional da Beira Baixa ]

Intérprete: Miguel Calhaz

Ó velha, ó boa velha

[ A Velha (cantiga de roda) ]

— Ó velha, ó boa velha,
Que foste fazer à feira?
— Meninas, minhas meninas,
Fui comprar uma cadeira,
Oh ai, olaré, comprar uma cadeira.

— Ó velha, ó boa velha,

Viste lá o meu amor?
— Lá o vi, minhas meninas,
Na Rua do Mercador,
Oh ai, olaré, na Rua do Mercador.

Letra e música: Tradicional (Penamacor, Beira Baixa)
Intérprete: Musicalbi* (in CD “Adufando: Sinais da Beira Baixa”, Musicalbi, 2012; CD “Lado Calmo”, Musicalbi, 2014)
Primeira versão de Musicalbi (in CD “Musicalbi”, Discotoni, 1998)

Oh, meu amor, se te fores

[ Tosquia

Oh, meu amor, se te fores
Leva-me, podendo ser:
Que eu quero ir acabar
Onde tu fores morrer.

Eu hei-de ir morrer cantando,
Já que chorando nasci,
Já que as glórias deste mundo
Se acabaram para mim.

Letra e música: Tradicional (Fundão, Beira Baixa)
Arranjo: Musicalbi
Intérprete: Musicalbi (in CD “Adufando: Sinais da Beira Baixa”, Musicalbi, 2012)

Beira Baixa

Onde as searas cruzam o granito
e a voz do longe é feita de suor.
A suave beleza solitária
das oliveiras raras numa encosta.
A estranha consolação das giestas,
tão floridas em campos desolados.
E a verde esperança filha da sem esperança.

A estranha consolação das giestas,
tão floridas em campos desolados.
E a verde esperança filha da sem esperança.

Onde as searas

[ Beira Baixa ]

(António Salvado, in “Interior à Luz”, 1982)

Onde as searas cruzam o granito
e a voz do longe é feita de suor.

A suave beleza solitária
das oliveiras raras numa encosta.

A estranha consolação das giestas
tão floridas em campos desolados.

E o verde esperança filho da sem esperança.

Poema: António Salvado (ligeiramente adaptado)
Música: António Pedro
Intérprete: Musicalbi
Versão original: Musicalbi (in CD “Solidão e Xisto”, Musicalbi, 2019)

Musicalbi em Castelo Branco
Musicalbi no Cine-Teatro Avenida, Castelo Branco, 12/01/2019, no lançamento do CD Solidão e Xisto.

Para que quero eu olhos

Para que quero eu olhos,
Senhora Santa Luzia,
Se eu não vejo o meu amor
Nem de noite nem de dia?

Oh és tão linda!
Tu és tão fermosa
Como a fresca rosa
Que eu no jardim vi!

Ai dá-me um beijo
P’ra matar desejos
Que eu sinto por ti!
Ai, que eu sinto por ti!

Ai dá-me um beijo
P’ra matar desejos
Que eu sinto por ti!

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Intérprete: Afonso Dias com Teresa Silva
Primeira versão de Afonso Dias, com Teresa Silva (in CD “Andanças & Cantorias”, Bons Ofícios – Associação Cultural, 2016)
Primeira versão: Adriano Correia de Oliveira (in EP “Para Que Quero Eu Olhos”, Orfeu, 1967; 2LP “Memória de Adriano”: LP 1, Orfeu, 1983, reed. Movieplay, 1992; CD “Adriano Correia de Oliveira”, col. O Melhor dos Melhores, vol. 40, Movieplay, 1994; “Obra Completa”: CD “Cantigas Portuguesas”, Movieplay, 1994, 2007)

Quatro coisas quer o amo

Quatro coisas quer o amo,
ai quatro coisas quer o amo
do criado que o serve:
deitar tarde e erguer cedo,
ai deitar tarde e erguer cedo,
comer pouco e andar alegre.

Já lá abaixo vem a noite,
ai já lá abaixo vem a noite,
já lá vem nossa alegria;
tristeza p’ra o nosso amo,
ai tristeza p’ra o nosso amo
que se acabou o dia.

Já o Sol se vai embora,
ai já o Sol se vai embora
por detrás do cabecinho;
quem dera ao patrão atá-lo
ai quem dera ao patrão atá-lo,
na ponta de um nagalhinho.

Se ele pudesse e bem quisera,
ai se ele pudesse e bem quisera
fazer o dia maior,
dava um nó na fita verde,
ai dava um nó na fita verde,
fazia parar o Sol.

Quatro coisas quer o amo,
ai quatro coisas quer o amo
do criado que o serve…

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Intérprete: Afonso Dias* com Teresa Silva (in CD “Andanças & Cantorias”, Bons Ofícios – Associação Cultural, 2016)
Primeira versão: GAC – Grupo de Acção Cultural (in LP “…E Vira Bom”, Vozes na Luta, 1977, reed. Edições Valentim de Carvalho/iPlay, 2010)

Recordai, fiéis cristãos

[ Encomendação das Almas ]

Recordai, fiéis cristãos, de Jesus
No dia em que estava na cruz!
Aleluia! Aleluia!
Lembrai-vos de quem lá tendes:
Vossas mães e vossos pais!
Aleluia! Aleluia!
E ajudai-os a tirar:
Padre-nosso e uma ave-maria!
Aleluia! Aleluia!
Seja p’lo amor de Deus.

Letra e música: Tradicional (Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Intérprete: Segue-me à Capela
Primeira versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD “San’Joanices, Paganices e Outras Coisas de Mulher”, Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)

Minha Roda (cantiga de rega)

Roda, roda…
Minha roda ‘stá parada,
Minha roda, roda,
Minha roda, roda, ó…

Minha roda ‘stá parada
Por falta de tocador;
Anda roda, anda roda,
Qu’ eu cá vou com meu amor!

Esta água ‘stá parada:
Quem seria que a parou?
Foi a mãe do meu amor
Qu’ esta noite aqui passou.

Letra e música: Tradicional (Margens do rio Zêzere, provavelmente em Dornelas do Zêzere, Pampilhosa da Serra, Beira Baixa)
Recolha: António Avelino Joyce (“Minha Roda ‘stá Parada”, 1938, in revista “Ocidente”, IV, Lisboa, 1939; “cancioneiro Popular Português”, de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, 1981 – p. 145)
Arranjo: Toni Andrade
Intérprete: Segue-me à Capela (in Livro/CD “San’Joanices, Paganices e Outras Coisas de Mulher”, Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)

Dornelas do Zêzere
Dornelas do Zêzere

Santa Barburinha bendita

[ Bendito e Louvado das Trovoadas ]

— «Santa Barburinha bendita,
Livrai-nos das trovoadas!
Lev’as p’ra bem longe!
Santa Barburinha bendita,
Com um ramo de água benta
Arramai esta tormenta.»
Santa Bárbara pequenina
Se vestiu e se calçou,
Bordão na mão tomou.
— «Onde vais, Santa Barburinha,
Que no céu estais escrita?»
— «Eu vou p’ra bem longe!
Vou correr esta trovoada
Onde não há pão e vinho,
Nem bafo de menino!
Só a serpente e as sete filhas
Bebem leite de maldição
E água de trovão.»

Letra e música: Tradicional (Penha Garcia, Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Recolha: Ernesto Veiga de Oliveira
Intérprete: Segue-me à Capela
Primeira versão de Segue-me à Capela (in Livro/CD “San’Joanices, Paganices e Outras Coisas de Mulher”, Segue-me à Capela/Fundação GDA/Tradisom, 2015)

Se fôreis ao São João

[ São João ]

Se fôreis ao São João
Se fôreis ao São João
Ai traguei-me um São Joãozinho
Ai traguei-me um São Joãozinho
Se não pudéreis com um grande
Se não pudéreis com um grande
Ai traguei-me um mais picanino
Ai traguei-me um mais picanino

São João, casai as moças
São João, casai as moças
Ai as que vos fazem fogueiras
Ai as que vos fazem fogueiras
E aquelas que não as fazem
E aquelas que não as fazem
Ai deixai-as ficar solteiras
Ai deixai-as ficar solteiras

Eu hei-de ir ao São João
Eu hei-de ir ao São João
Ai o meu marido não quer
Ai o meu marido não quer
Deixai-o vós abalar
Deixai-o vós abalar
Ai eu farei o que eu quiser
Ai eu farei o que eu quiser

Do São João ao São Pedro
Do São João ao São Pedro
Ai quatro dias, cinco são
Ai quatro dias, cinco são
Moças que andais à soldada
Moças que andais à soldada
Ai aligrai o coração
Ai aligrai o coração
Ai aligrai o coração
Ai aligrai o coração
Ai aligrai o coração

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Intérprete: Sebastião Antunes & Quadrilha
Versão original: Sebastião Antunes & Quadrilha (in CD “Proibido Adivinhar”, Sebastião Antunes/Alain Vachier Music Editions, 2015)

Senhora Maria

[ Moda dos Bombos ]

Senhora Maria, Senhora Maria,
O seu galo canta e o meu assobia!
Larilolela, e o meu assobia…
Larilolela, e o meu assobia…
Ó Ana vem ver, ó Ana vem ver
Os peixes no mar e o mar a arder!
Larilolela, e o mar a arder…
Larilolela, e o mar a arder…
Eu quero, eu quero, eu quero, eu quero
Eu quero, eu quero, eu quero, eu queria
Dormir contigo uma noite, ó Maria!…
Dormir contigo uma noite, ó Maria!…

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Intérprete: Velha Gaiteira
Versão discográfica de Velha Gaiteira (in CD “Velha Gaiteira”, Velha Gaiteira/Ferradura, 2010)

Velha Gaiteira

Senhora da Consolação

[ Virgem da Consolação – Senhora da Azenha ]

Senhora da Consolação,
Já vos varreu a capela
Ai, a gente de Salvaterra
Com raminhos de marcela.

Virgem da Consolação,
Vosso nome é Maria;
Ai, tendes um manto de seda
Com um raminho de alegria.

Ai, que tendes na vossa coroa?
Que tendes na vossa coroa?
Ai, uma pombinha de prata,
Tem asas e não avoa.

Ai, quem vos pudera levar,
Quem vos pudera eu levar
Para a minha companhia
Em braços, sem descansar!

Ai, quem vos pudera trazer,
Quem vos pudera eu trazer
Para a minha companhia
Em braços, sem ninguém ver!

Virgem da Consolação
Ficou à porta a chorar;
Ai não, Senhora, não chores
Que eu p’ró ano hei-de voltar!

Letra e música: Tradicional (Salvaterra do Extremo e Monsanto, Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Arranjo: Musicalbi
Intérprete: Musicalbi (in CD “Adufando: Sinais da Beira Baixa”, Musicalbi, 2012)

Senhora… Senhora do Almurtão

[ Senhora do Almurtão ]

Senhora…
Senhora do Almurtão, (bis)
Ó minha linda raiana,
Voltai costas…
Voltai costas a Castela, (bis)
Não queirais ser castelhana!

Senhora…
Senhora do Almurtão, (bis)
Quem vos varreu o terreiro?
Foram as…
Foram as moças de Idanha (bis)
Com raminhos de loureiro.

Senhora do Almurtão,
Bem me podeis perdoar!
Venho à vossa romaria
Só p’ra cantar e bailar.

Senhora do Almurtão,
Eu p’ró ano não prometo;
Que me morreu um amor,
Ando vestida de preto.

Letra e música: Tradicional (Idanha-a-Nova, Beira Baixa)
Arranjo: Musicalbi
Intérprete: Musicalbi (in CD “Adufando: Sinais da Beira Baixa”, Musicalbi, 2012)

Outra versão: Afonso Dias com Teresa Silva (in CD “Andanças & Cantorias”, Bons Ofícios – Associação Cultural, 2016)

Sou da Beira

Intérprete: Adufeiras do Rancho Folclórico de Monsanto

Tenho à minha janela

[ Cantiga Bailada ]

Tenho à minha janela — eras tão bonita e eu já te não quero —
O que tu não tens à tua, o que tu não tens à tua:
Um vaso de manjerico — eras tão bonita e eu já te não quero —
Que dá cheiro a toda a rua, que dá cheiro a toda a rua.

Ó ai ó larilolela! Ó ai ó lariloló!

Adeus, ó rua da ponte, — eras tão bonita e eu já te não quero —
Calçadinha mal sigura, calçadinha mal sigura!
E quando o meu amor passa — eras tão bonita e eu já te não quero —
Não há pedra que não bula, não há pedra que não bula.

Ó ai ó larilolela! Ó ai ó lariloló!

As pedras do meu balcão — eras tão bonita e eu já te não quero —
Estão todas a três a três, estão todas a três a três.
Os meus amores de algum dia — eras tão bonita e eu já te não quero —
Já os cá tenho outra vez, já os cá tenho outra vez.

Ó ai ó larilolela! Ó ai ó lariloló!
Ó ai ó larilolela! Ó ai ó lariloló!
Ó ai ó larilolela! Ó ai ó lariloló!

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Intérpretes: Ana Tomás & Ricardo Fonseca (in CD “Canções de Labor e Lazer”, Ana Tomás & Ricardo Fonseca, 2017)

Canções de Labor e Lazer

Venho da ribeira nova

[ Aventali ]

Venho da ribeira nova,
Debaixo do laranjali;
Já cá levo uma folhinha
Debaixo do aventali.

Debaixo do aventali,
Na barra do meu vestido.
Anda cá ó minha amada!
Deixa-me dormir contigo!

Deixa-me dormir contigo!
Uma noite não é nada,
Eu entro pelo escuro,
E saio de madrugada.

Nem entras pelo escuro
E nem sais de madrugada!
Eu sou rapariga nova,
Não quero andar difamada.

Venho da ribeira nova,
Debaixo do laranjali;
Já cá levo uma folhinha
Debaixo do aventali.

Debaixo do aventali,
Na barra do meu vestido.
Anda cá ó minha amada!
Deixa-me dormir contigo!

Deixa-me dormir contigo!
Uma noite não é nada,
Eu entro pelo escuro,
E saio de madrugada.

Nem entras pelo escuro
E nem sais de madrugada!
Eu sou rapariga nova,
Não quero andar difamada.

Letra e música: Tradicional (Vale de Senhora da Póvoa, Penamacor, Beira Baixa)
Intérprete: O Baú com Sebastião Antunes (in CD “Achega-te”, O Baú, 2012)

Venho de macelada

[ Macelada – São João ]

Venho de macelada,
Venho de colher macela,
Lá dos campos do castelo,
Daquela mais amarela!
Venho de macelada!
Olô ai larilolela,
Olô ai lariloló,
Venho de macelada!
Venho de macelada!
Venho de macelada,
Venho de colher o cravo,
Lá dos campos do castelo,
Para dar ao namorado!
Venho de macelada!
Olô ai larilolela,
Olô ai lariloló,
Venho de macelada!
Venho de macelada!
Venho de macelada,
Venho de colher uma flor,
Lá dos campos do castelo,
Para dar ao meu amor!
Venho de macelada!

Olô ai larilolela,
Olô ai lariloló,
Venho de macelada!
Venho de macelada!
Olô ai larilolela,
Olô ai lariloló,
Venho de macelada!
Venho de macelada!
Se fores ao São João

Ai trazei-me um São Joãozinho!
Se não puderes com um grande
Ai trazei-me um mais pequenino!

São João era bom homem
Ai se não fora tão velhaco;
Foram três moças à fonte
Ai foram três, vieram quatro.

Eu hei-de ir ao São João,
Ai o meu marido não quer;
Deixai-o vós abalar,
Ai eu farei o que eu quiser!

Letra e música: Tradicional (Beira Baixa)
Recolhas: Hubert de Fraysseix (“Macelada”) e GEFAC (“São João”)
Intérprete: Segue-me à Capela

Segue me a capela