Canções aos santos populares

São João

Cá vai a marcha

Intérprete: Cuca Roseta

Hoje há festa na rua

[ Balão ]

Hoje há festa na rua, as fitas já estão penduradas
A noite é longa, as sardinhas já estão assadas
Escrevi no meu balão, antes de o lançar,
Uma quadra de S. João só p’ra te falar

Ai, que o Santo António não se zangue
Mas eu hoje peço ao S. João
Que me traga o meu amor
Que o escrevi no meu balão

Tê-lo longe é bem mais duro que alho-porro no nariz
Ele anda por aí no mundo e nada me diz
O baile começou e eu sem par para dançar
O João Maria veio lampeiro com um manjerico p’ra me dar

Mas eu não quis
Ai, fado infeliz!

Ai, que o Santo António não se zangue
Mas eu hoje peço ao S. João
Que me traga o meu amor
Que o escrevi no meu balão

Há quadras, há festa, há bailes p’ra dançar
Há vinho do Porto e foguetes no ar
Mas meu amor não vai voltar
Ali vai meu coração na esperança de te encontrar

Na esperança de te encontrar…

Letra e música: Vânia Couto
Intérprete: Pensão Flor
Versão original: Pensão Flor (in CD “O Caso da Pensão Flor”, Pensão Flor/Brandit Music, 2013)

Pensão Flor

Pensão Flor

Letras aos Santos Populares

De várias regiões de Portugal

Santo António

Santo António é o primeiro
A trazer a gente à rua,
Santinho casamenteiro,
Juntou o Sol e a Lua.

Santo António de Lisboa

Santo António de Lisboa

É noite de Santo António
Estalam foguetes no ar;
Põem o manjerico á janela
E vem para a rua dançar.

Fiz quadras a Santo António
E até mesmo a São João
Para São Pedro vou tentar
Mas falta-me inspiração.

Quando chove a tarde inteira
Até a noiva molha a luva
São Pedro fecha a torneira
Não te armes em manda-chuva.

Santo António é a treze
São João a vinte e quatro
São Pedro a vinte e nove
São os Santos Populares
Que existem em Portugal.

Há marchas por todo o lado
E fogueiras para saltar
E as sortes para tirar
Há moças por toda a parte
Pois elas querem casar.

Santos Populares

Primeiro Santo António;
Depois São João;
Depois São Pedro
Para o fim da reinação.

Ora viva o mês de Junho
Viva o mês dos casamentos
Quem pedir ao Santo António
Não vai perder o seu tempo.

Porque o Santo é casamenteiro
Amigo das raparigas
A noite de Santo António
É a noite das cantigas.

As moças pedem ao Santo
Uma coisa que não têm
Porque nunca foram amadas
Precisam de amar alguém.

Ó meu senhor Santo António
Atendei ao meu pedido
Eu quero uma companhia
Senhor dê-me um bom marido.

Eu agradeço ao meu Santo
Te ponho um cravo na mão
Vem o dia vinte e quatro
O dia de S. João.

S. João é engraçado
E tem coisas divertidas
Vão á fonte buscar água
Para ver as raparigas.

Traz uma infusa na mão
De passinho miudinho
Para ver as moças chegar
Espera lá num cantinho.

A fonte de S. João
É uma nascente e tem valor
No alto de uma serra
Em que S. João é pastor.

Pastando suas ovelhas
De bordãozinho na mão
Anda sempre acompanhado
Quem andar com S. João.

Já lá foi vinte e quatro
Vamos para vinte e nove
Que tem muito que falar
S. Pedro Pescador
Tem muitas histórias para contar.

Vamos todos marchar

Vamos todos marchar
Com o manjerico na mão
Para oferecer à eleita
Do seu terno coração.

Este dia de S. João
É um dia bem lembrado
Atum, maçaroca e feijão
Assim, ele é festejado.

As marchas de S. João
Fazemos com alegria
Cantamos e bailamos
Fazemos uma romaria.

Ó meu S. João de Braga
Ó meu belo marinheiro
Levai a nossa barca
Para o Rio de Janeiro.

Manjericão vira a folha
Quando o tempo está do mar
E também viro as costas
A quem não me sabe amar.

Na janela do meu quarto
Não quero manjericão
Dá-lhe o sol, vira a folha
Faz-me uma grande escuridão.

Recordo-me de ser criança
De ir à festa me alegrar
Ia-se à igreja ver o S. João
Depois, a casa regressar.

A fogueira é para saltar,
A brasa para assar,
A sardinha é para comer,
E o vinho para beber.

O passado é para recordar,
O presente para viver,
O futuro para aguardar
E a sardinha para comer.

São João para ver as moças,
Fez uma fonte de prata.
As moças não vão lá,
São João todo se mata.

Sardinhas e manjericos,
ando a cheirar pelo ar.
Que tal uma quadra fazer
ao meu Santo Popular?

São João,
São Joãozinho.
Quando não posso com o maior,
trago o mais pequenino.

Para fazer a fogueira,
vamos buscar pinhas ao Covão.
Depois saltamos a fogueira,
na noite de São João.

Nas marchas populares
Saltam cantigas aos molhos
Os corações se alegram
Com sorrisos nos olhos.

Neste dia de festa

Neste dia de festa
Traz uma cantiga e vem pró arraial
Anda rapariga prá nossa festa
E brincar no areal.

São os Santos Populares
Festa dos balões e manjericos
Os cheiros andam no ar
E adoçam os namoricos.

Ó meu rico São João
Dá-me cá um balão
P’ra na roda entrar
E cantar uma canção.

Ó meu rico São João
Arranja-me um rapaz solteiro
Que seja bom e bonito
E que tenha muito dinheiro.

Vou pedir-te um milagre
Meu São Pedro Padroeiro
Dá-nos sol e bom tempo
Durante o ano inteiro.

Ó meu rico São João
Venho aqui à tua beira
Colher uma lenhinha
P’ra acender a fogueira.

A São João vou cantar
Pois é dele este dia
E a todos vou desejar
Paz, Amor e Alegria.

São João lindo santinho
Os teus caracóis são d’ouro
E o teu alvo cordeirinho
É o teu maior tesouro.

Chamam-lhe o Santo bonito
Isso não sei se ele é
Mas nele eu acredito
E tenho devota fé.

Se eu saltar a fogueira
E queimadinha ficar
Não hei-de ser a primeira
A com o fogo brincar.

São Pedro

O São Pedro, é um artista,
Que diz aos jovens foliões;
Usem o beijo como isca
Para pescarem corações.

Com tanta gente a pecar
Do Jordão até ao Mondego,
São Pedro pode ir parar
Às portas do desemprego.

Oh! São Pedro pescador…
Ai que noite atribulada.
Fui pescar com o meu amor,
Fiquei com a rede furada.

S. Pedro é pescador
Lança ao mar sua barquinha
Rema, rema todo o dia
E só volta de tardinha.

S. Pedro sente-se feliz
Nas ondas no mar sagrado
Quem se junta a S. Pedro
Anda bem acompanhado.

Eu vejo que são corajosos
E suas almas são boas
Lançam as redes ao mar
Mesmo a volta das canoas.

Parecem ser honestos
Trabalham em união
Passa Jesus e convida-os
Para outra embarcação.

Vamos ao calhau

Vamos ao calhau de S. Jorge
Que há-de ser sempre lembrado
Porque em dia de S. Pedro
Estava sempre acompanhado.

À sessenta anos atrás
Eu lembro-me muito bem
Vinha gente de S. Jorge e de Santana
Também lá cantavam e brincavam
Passavam o dia bem.

A última festa que houve
Parece que estou a ver
A banda de Santana
Que foi bonito a valer.
E também comes e bebes
Melhor não podia haver.

Era uma vez por ano
Que esta festa se fazia
Pelas voltas do calhau
Saíam em romaria.

Ao chegar ao fim da tarde
Cantigas por toda a banda
Começavam no bailinho
E acabavam no charamba.

Eu vou dar por terminado
Tenho a caneta na mão
Agora já não fazem festas
Acabou a tradição.

[ Madeira ]

A fogueira é para saltar

A fogueira é para saltar,
A brasa para assar,
A sardinha é para comer,
E o vinho para beber.

O passado é para recordar,
O presente para viver,
O futuro para aguardar
E a sardinha para comer.

São João para ver as moças,
Fez uma fonte de prata.
As moças não vão lá,
São João todo se mata.

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