Canções aos clássicos
Quando me lembro
[ A Minha Quinta Sinfonia ]
Quando me lembro quem eras
Desse corpo que foi nosso
Desse amor que não deu certo
Era o tempo das quimeras
Das palavras em silêncio
Quando o mais longe era perto
Tinhas nos olhos a esperança
Os desejos de aventura
As ilusões que eram minhas
Nos momentos de ternura
Tinhas nos seios a graça
Das Primaveras que tinhas
E foste a música que em mim ficou
Quando a distância nos fez separar
Ando louco para te encontrar
Foste a Quinta Sinfonia
Fuga da nossa verdade
Sonata tocada em mim
Foste o meu sol afinado
Neste samba de saudade
Vinicius, Nara e Jobim
Foste verso de balada
Foste pintura abstracta
Meu Bolero de Ravel
Foste música sonhada
Numa canção de Sinatra
Com um poema de Brel
E foste a música que em mim ficou
Quando a distância nos fez separar
Ando louco para te encontrar
Foste estrela de cinema
Minha Dama de Xangai
Hiroxima, Meu Amor
A minha Grande Ilusão
Eras Fúria de Viver
Quanto Mais Quente Melhor
Grande Amor da Minha Vida
Senso, Silêncio e Paixão
Buñuel, Fellini e Truffaut
Foste Luzes da Ribalta
Música no Coração
E Tudo o Vento Levou
E és ainda o que me faz sentir
Dentro da vida para te cantar
Ando louco para te encontrar
Para te encontrar
Letra: Pedro Bandeira Freire
Música: Paco Bandeira (Francisco Veredas Bandeira)
Intérprete: Paco Bandeira (in “Com Sequências”, Discossete, 1987; CD “Paco Bandeira: O Melhor dos Melhores”, vol. 50, Movieplay, 1994; CD “Uma Vida de Canções”, Farol, 2006)
Quanto caminho andado
[ Adágio ]
Quanto caminho andado
desde o primeiro poema
ai quanto amor amassado
com mãos de alegria e pena
ai quanto caminho andado
serena.
Quanto verso ensanguentado
quanta distância de mim
quanto amor desesperado
quanto secreto jardim
ai quanto caminho errado
sem fim.
Morro por ti mas tu não vens
dentro de mim te chamo
mas tu não estás
mas tu não vês
o que arranquei de mim
meu amor tu não és
quem amo.
Ai quanto caminho andado
sozinha dentro de mim
ai quanto caminho errado
sem fim.
Canto por ti mas tu não és
dentro de mim te choro
mas tu não estás
mas tu não vês
já te arranquei de mim
é só por te não ter
que eu morro.
Poema: José Carlos Ary dos Santos
Música: Tomaso Albinoni
Intérprete: Teresa Silva Carvalho (in CD “Canções Gratas”, Strauss, 1994)